A rota bioceânica seguindo de Mato Grosso do Sul, por Porto Murtinho, em direção ao Paraguai, por Carmelo Peralta, já é considerada uma realidade, pois os projetos antes apenas no papel se transformaram em grandes obras em andamento. Esta é a avaliação do presidente da Irice (Instituto de Relações Internacionais e Comércio Exterior), Rubens Barbosa.
Ele publicou nesta semana um artigo no jornal o Estado de São Paulo sobre a “Integração física sul-americana” em direção ao Oceano Pacífico. Ao descrever as cinco rotas que serão concluídas até 2027, destacou que o corredor bioceânico que segue por Porto de Santos, Campo Grande, Porto Murtinho, seguindo ao Paraguai, Argentina e portos do Chile é uma realidade.
“O corredor estará completo com a conclusão das obras da Ponte Carmelo Peralta-Porto Murtinho no primeiro trimestre de 2025 e o último trecho da Transchaco (220 km), cujas obras começaram no segundo semestre de 2023. Os governos brasileiro, paraguaio, argentino e chileno já reconhecem a Rota ou Corredor Bioceânico de Capricórnio como uma realidade, tendo passado a instância de projeto”.
Barbosa cita no artigo que esta avaliação é baseada na Declaração de Salta, que ocorreu em abril de 2023, na Argentina. O encontro discutiu os projetos e obras que serão feitas para viabilizar a rota bioceânica, tendo a participação inclusive do governador Eduardo Riedel.
Além da rota que vai seguir por Mato Grosso do Sul, o Governo Federal também citou mais quatro corredores de integração, que vão contar com investimentos do PAC (Programa de Aceleração de Crescimento), entre eles Rota da Ilha das Guianas (Amapá, Roraima, Pará); Rota Multimodal Manta-Manaus (Roraima, Pará, Amapá); Rota Quadrante Rondon (Acre, Rondônia, Mato Grosso); Rota Porto Alegre-Coquimbo (Rio Grande do Sul).
Este caminho mais curto ao Oceano Pacífico, que dará acesso aos mercados asiáticos terá ganhos expressivos na exportação, importação, competitividades dos produtos regionais, promovendo um intercâmbio entre o Brasil e a Ásia.
Na avaliação do presidente da Irice o corredor bioceânico por Mato Grosso do Sul responde a nova reconfiguração geoeconômica do Brasil. “É resultante do processo de desindustrialização e expansão do agronegócio para o interior do País. Como resultado, surgiram cidades jovens com alto poder aquisitivo (Sinop e Sorriso) e cresceram as exportações totais e ‘per capita’ dos denominados Estados articuladores”.
Obras e investimentos
O Governo do Mato Grosso do Sul tem feito sua parte com investimentos robustos nas cidades que farão parte da rota bioceânica, entre elas Porto Murtinho. O município recebeu R$ 40,6 milhões em obras nos últimos anos. Também garantiu incentivos para reativar a hidrovia do Rio Paraguai, atraindo operadores e empreendimentos portuários à região.
Outro foco foi a articulação junto ao Governo Federal para realização das obras complementares que vão contribuir com a rota bioceânica. Entre elas o acesso à Ponte Bioceânica, por meio da rodovia BR-267. Lá serão pavimentados 13 km, além da construção de um centro aduaneiro, trabalho de terraplanagem, e um acesso elevado à ponte.
Na última semana foi assinada a ordem de serviço para realização desta obra, em solenidade no Bioparque Pantanal. Lá serão investidos R$ R$ 472,4 milhões por parte da União. A expectativa é que a alça seja concluída em um prazo de 26 meses.
“Final de 2023 histórico que estamos vivendo em Mato Grosso do Sul. A ponte sendo construída, o que faltava era o acesso à ponte com suas estruturas alfandegárias. Os ministros vieram aqui assinar a ordem de serviço deste último trecho. Não deixaram para o ano que vem, o que já pode começar agora”, afirmou o governador Eduardo Riedel.
Da parte paraguaia, além da pavimentação de estradas que vão dar prosseguimento à rota, o principal projeto é a construção da ponte binacional sobre o Rio Paraguai, na divisa entre Porto Murtinho e Carmelo Peralta. Lá 40% dos trabalhos já foram concluídos, com previsão de estar pronta em 2025. A estrutura terá 1.294 metros de comprimento e 29 metros de altura.
Consumidores interessados em negociar dívidas bancárias em atraso têm até o próximo sábado (30) para aderir ao Mutirão de Negociação e Orientação Financeira promovido pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban) em parceria com o Banco Central (BC), a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) e Procons de todo o país e envolve mais de 160 instituições financeiras, além de entidades parceiras. O Serasa também participa por meio do Feirão Limpa Nome.
Para aderir é preciso ter uma conta prata ou ouro. Podem ser negociadas dívidas no cartão de crédito, cheque especial, crédito consignado e demais modalidades de crédito contraídas de bancos e instituições financeiras, que estejam em atraso e não tenham bens dados em garantia, nem dívidas prescritas. Os bancos participantes oferecem parcelamento, descontos no valor da dívida ou ainda taxas de juros reduzidas para refinanciamento, conforme sua política de crédito.
“Agora, os dois maiores eventos de negociações de dívidas do país se complementam para fortalecer o combate à inadimplência e prevenir o superendividamento. Além das negociações, o consumidor terá acesso a conteúdo gratuito sobre educação financeira, que irá ajudá-lo a ter uma relação mais saudável com suas finanças”, disse o diretor executivo de Cidadania Financeira da Febraban, Amaury Oliva.
As negociações podem ser feitas pelo canal remoto dos bancos e pela plataforma ConsumidorGovBr. Também é possível negociar nos Procons participantes até sexta-feira, presencialmente; Via Serasa, pelo site ou aplicativo; nas agências dos Correios, até o final do feirão, na sexta-feira.
As informações completas sobre o Mutirão 2024, o passo a passo para negociar, assim como a lista das entidades participantes, podem ser consultadas na página Meu Bolso em Dia Febraban.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou, nesta quarta-feira (27), a lei que autoriza o governo a aumentar a participação em até R$ 500 milhões no Fundo Garantidor de Operações (FGO) no âmbito do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf).
O objetivo da Lei 2.750/2024 é reforçar as garantias de acesso de financiamento para os agricultores. Uma cerimônia no Palácio do Planalto celebrou a nova legislação que pode beneficiar trabalhadores do campo em todo o país.
Alimentação saudável
Na assinatura da lei, o ministro Paulo Teixeira, do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, enfatizou que o investimento será importante também para incentivar a alimentação saudável ao beneficiar a agricultura ecológica e orgânica por linha de crédito do Pronaf.
Teixeira citou que houve aumento do financiamento para a produção de itens como feijão (176%), cebola (56%), batata (24%), laranja (28%) e o açaí (226%).
Alta
O governo defende que agricultura familiar é uma prioridade de investimento. No Plano Safra da Agricultura Familiar 2023-2024, foram destinados R$ 71,6 bilhões ao Pronaf, que foi 34% superior ao ano anterior e o maior da série histórica, conforme foi divulgado em julho.
Na safra 2022/2023, ainda segundo o governo, foram realizados 1,4 milhão de contratos de crédito pelo Pronaf. A quantidade foi maior na safra entre julho 2023 e junho de 2024, com 1,6 milhão de operações (aumento de 16,2%).
Também houve ampliação nos valores contratados por agricultores e produtores rurais familiares. Em 2022/2023, foram R$ 53,2 bilhões. Já em 2023/2024, o montante contratado por meio do Pronaf foi de R$ 59,6 bilhões, 12,1% a mais.
Criado em 1996, o Pronaf tem a finalidade promover o desenvolvimento sustentável do meio rural com ações para implementar o aumento da capacidade produtiva, e a geração de empregos e renda.
A Caixa Econômica Federal paga nesta quinta-feira (28) a parcela de novembro do novo Bolsa Família aos beneficiários com Número de Inscrição Social (NIS) de final 9. O valor mínimo corresponde a R$ 600, mas, com o novo adicional, o valor médio do benefício sobe para R$ 681,22.
Segundo o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, neste mês o programa de transferência de renda do governo federal alcançará 20,77 milhões de famílias, com gasto de R$ 14,11 bilhões.
Além do benefício mínimo, há o pagamento de três adicionais. O Benefício Variável Familiar Nutriz paga seis parcelas de R$ 50 a mães de bebês de até 6 meses de idade, para garantir a alimentação da criança. O Bolsa Família também paga um acréscimo de R$ 50 a famílias com gestantes e filhos de 7 a 18 anos e outro, de R$ 150, a famílias com crianças de até 6 anos.
No modelo tradicional do Bolsa Família, o pagamento ocorre nos últimos dez dias úteis de cada mês. O beneficiário poderá consultar informações sobre as datas de pagamento, o valor do benefício e a composição das parcelas no aplicativo Caixa Tem, usado para acompanhar as contas poupança digitais do banco.
Moradores do Rio Grande do Sul, afetados por enchentes de abril a junho, e de mais quatro estados (Amazonas, Pará, Paraná e Sergipe) receberam o pagamento do Bolsa Família de forma unificada no último dia 14, independentemente do número do NIS. O pagamento unificado beneficiou 62 municípios do Amazonas e 140 do Pará afetados pela estiagem e pela vazante dos rios, quatro municípios do Paraná e oito municípios de Sergipe afetados por fortes chuvas.
A partir deste ano, os beneficiários do Bolsa Família não têm mais o desconto do Seguro Defeso. A mudança foi estabelecida pela Lei 14.601/2023, que resgatou o Programa Bolsa Família (PBF). O Seguro Defeso é pago a pessoas que sobrevivem exclusivamente da pesca artesanal e que não podem exercer a atividade durante o período da piracema (reprodução dos peixes).
Regra de proteção
Cerca de 2,83 milhões de famílias estão na regra de proteção em novembro. Em vigor desde junho do ano passado, a regra de proteção permite que famílias cujos membros consigam emprego e melhorem a renda recebam 50% do benefício a que teriam direito por até dois anos, desde que cada integrante receba o equivalente a até meio salário mínimo. Para essas famílias, o benefício médio ficou em R$ 372,85.
Auxílio Gás
Neste mês não haverá o pagamento do Auxílio Gás, que beneficia famílias cadastradas no CadÚnico. Como o benefício só é pago a cada dois meses, o pagamento voltará em dezembro.
Só pode receber o Auxílio Gás quem está incluído no CadÚnico e tenha pelo menos um membro da família que receba o Benefício de Prestação Continuada (BPC). A lei que criou o programa definiu que a mulher responsável pela família terá preferência, assim como mulheres vítimas de violência doméstica.