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Internacional

Os novos dados que apontam crise climática ainda mais ‘preocupante’ para o Brasil

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O ano de 2020 foi o mais quente já registrado na Europa, superando a marca anterior por uma grande margem. Essa é uma das conclusões do relatório Estado do Clima 2020, recém-publicado pela Sociedade Meteorológica Americana, que também traz alertas importantes sobre o clima no Brasil e no Ártico.

Na Europa, as temperaturas do ano passado foram mais de 1,9°C acima da média registrada entre 1981 e 2010.

Informações preliminares neste início de ano já confirmavam que 2020 tinha batido recordes de temperatura no continente – além de ser um dos três anos mais quentes em todo o mundo. Agora, o relatório aponta que a diferença em relação a anos anteriores foi significativamente mais alta do que se pensava anteriormente.

Além de 1,9°C mais quente do que a média de longo prazo, a temperatura média em 2020 foi 0,5°C superior ao recorde anterior.

“Esse nível de diferença – que é grande – à média de longo prazo anterior é algo preocupante”, comentou Robert Dunn, cientista climático sênior na Agência Britânica de Meteorologia.

“É algo a se prestar atenção, mas não são apenas as temperaturas que estão aumentando – são também os eventos extremos e as ondas de calor que estamos observando neste ano e vimos no ano passado. Estamos vendo isso ao redor do mundo.”

Outros pesquisadores concordaram que a escala da onda recorde de calor na Europa é alarmante.

“A diferença em relação ao recorde anterior deve nos preocupar a todos”, afirmou a professora de sistemas climáticos Gabi Hegerl, da Universidade de Edimburgo, que não está envolvida com o estudo.

“As temperaturas europeias são bem medidas e há registros delas desde o início da industrialização e até antes disso, a partir de evidências documentais e registros. Esse contexto de longo prazo reforça o quão incomum este calor é.”

Rio mais seco

Revisão de margens das temperaturas registradas no ano passado causou alarme entre especialistas. Foto: Getty Images

O calor registrado no continente europeu fez com que fossem observadas enormes diferenças das médias de temperatura de longo prazo – em países como Estônia, Finlândia e Letônia, a alta foi de 2,4°C, por exemplo, o que é considerado uma anomalia.

Brasil e América do Sul

O relatório também destaca a “ampla seca” vivida no ano passado na América do Sul, “claramente visível nas anomalias fortes e secas encontradas no centro de Brasil, Bolívia, Paraguai e Argentina”.

“Uma região que claramente se destaca com uma anomalia seca severa é o Pantanal, que viveu sua pior seca em 50 anos, e mais de um quarto de sua área foi queimado”, diz o relatório.

O texto também destaca que as chuvas ficaram abaixo do normal na maior parte do centro do continente sul-americano, incluindo os Andes e o Pantanal.

Em entrevista recente à BBC News Brasil, o cientista Carlos Nobre explicou que a tendência é de que tenhamos, no Brasil, secas cada vez mais prolongadas e temporadas de chuvas mais curtas em grande parte do país – fenômeno que causa, neste momento, uma crise hídrica que ameaça o abastecimento de energia.

No mundo, de modo geral, as precipitações não foram baixas, em uma clara resposta ao excesso de calor. A total evaporação foi bem acima da média – e a umidade acabou tornando ainda pior a sensação de calor em algumas partes.

Seca

‘Nosso clima mudou e provavelmente vai continuar a mudar a não ser que o motivador principal, os gases de efeito estufa, sejam contidos’, diz cientista. Foto: Getty Images

Ártico

Outra região que está vivenciando um aquecimento veloz é o Ártico: as temperaturas em terra alcançaram novas altas preocupantes, 2,1°C acima da média registrada entre 1981 e 2010. As temperaturas chegaram ao nível mais alto desde o início dos registros, há 121 anos.

Juntos, os indicadores mostram o que um dos editores do relatório chama de “nosso novo normal” climático.

“Esse relatório acompanha de perto (as descobertas) do IPCC (Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas da ONU), que não poderia ser mais claro em suas mensagens”, argumenta a especialista Kate Willett, também da agência climática britânica.

“Nosso clima mudou e provavelmente vai continuar a mudar a não ser que o motivador principal, os gases de efeito estufa, sejam contidos. O que estamos vendo já está exaurindo nossa sociedade e nosso ambiente.”

A concentração de gases do efeito estufa também foi a mais alta já registrada, apesar de muitos países terem reduzido suas emissões por conta da desaceleração econômica causada pela pandemia.

E o nível global dos mares foi o mais alto já registrado, tendo aumentado pelo nono ano consecutivo.

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Internacional

Argentinos buscam alimentos descartados para sobreviver em meio à crise

Milei tem implementado novas medidas como um severo corte de gastos do Estado argentino

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Desde a posse do atual presidente argentino, Javier Milei, o país vem tentando superar a sua pior crise econômica em décadas. Com isso, Milei está lutando para conter a inflação de três dígitos com medidas severas, o que está impulsionando as finanças do Estado, mas também prejudicando a população.

Enfrentando a crise que herdou, o presidente tem implementado novas medidas como um severo corte de gastos do Estado, principalmente de subsídios direcionados aos serviços públicos e transporte. O seu governo desvalorizou a moeda local (Peso) em 50% em dezembro do ano passado, o que aumentou ainda mais a inflação.

Em reportagem para a CNN, uma vendedora de frutas e verduras de Buenos Aires conta que, existem alguns contêineres no fundo de seu estabelecimento onde o lixo é descartado, quando sai com uma caixa para descartar, pessoas vem pedir para levar os restos de comida para casa para poderem se alimentar.

As estimativas para a inflação de fevereiro, que deve ser divulgada nesta terça-feira (12), é de um aumento de 15,3%, abaixo da média dos meses anteriores. Anualmente o índice permanece a cima dos 250%. Para março, o presidente avisa que pode ser um mês complicado. Já que houve queda nas vendas, na atividade e na produção, enquanto as medida reduziram as pensões, os salários do Estado e o investimento público.

Na tentativa de zerar o déficit público, em fevereiro Milei anunciou que o salário mínimo seria ajustado em 30% e o aumento feito por partes. Porém, nesta sexta-feira (16) se recusou a fazer novos ajustes. A CGT, principal central sindical argentina, solicitou ao Conselho do Salário Mínimo um aumento de 85%. “Não acredito que um político possa definir um preço à mão. Nem passa pela minha cabeça. Eu vou emitir um decreto fixando um preço?”, disse Milei.

Nesta segunda-feira (11), o Banco Central da Argentina anunciou a redução da taxa básica de juros do país de 100% para 80% ao ano. A justificativa foi que a situação econômica apresenta sinais visíveis de redução da incerteza macroeconômica e que o país está em uma trajetória de queda da inflação no varejo.

(Fonte: Terra. Foto: Reprodução)

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Internacional

Milei diz que fará plebiscito caso Congresso recuse pacote de medidas

Sindicatos convocaram protesto para esta quarta-feira

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O presidente argentino, Javier Milei, prometeu convocar um plebiscito caso o pacote de medidas de ajuste fiscal, desregulamentação e diminuição do papel do Estado na economia assinadas por ele seja rejeitado no Congresso. O Decreto de Necessidade e Urgência (DNU) tem 366 artigos, propõe um plano de estabilização de choque e visa a avançar ainda na privatização de empresas públicas.

Em entrevista ao jornal La Nación, Milei disse: “Se rechaçarem o DNU, chamarei uma consulta popular. Quero que o Congresso me explique por que se põe contra algo que faz bem às pessoas.”

A Associação de Trabalhadores do Estado (ATE) na Argentina e a Confederação Geral do Trabalho (CGT) convocaram uma grande manifestação para a manhã desta quarta-feira (27), em frente ao Palácio da Justiça, na Praça dos Tribunais, em Buenos Aires.

O protesto é reação a um decreto do governo do presidente Javier Milei, publicado nesta terça-feira (26), que determina a não renovação do contrato de servidores públicos incorporados ao longo de 2023.

Além da manifestação na Praça dos Tribunais, chamada de Dia Nacional de Luta, os sindicados organizam atos em outras províncias, como bloqueio de estradas, greves e assembleias.

(Fonte: Agência Brasil. Foto: Reprodução)

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Internacional

Governo francês coloca país em alerta “alto” para gripe aviária

Aviso foi publicado no Diário Oficial do país

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A França elevou o nível de risco da gripe aviária de “moderado” para “alto” nesta terça-feira (5), após detecção de novos casos da doença, forçando as granjas a manter as aves em local fechado para conter a disseminação do vírus altamente contagioso.

A decisão, tomada pelo Ministério da Agricultura, foi publicada no Diário Oficial de hoje.

influenza aviária, comumente conhecida como gripe aviária, levou ao abate de centenas de milhões de aves em todo o mundo nos últimos anos. Ela geralmente ataca durante o outono e o inverno e tem se espalhado em muitos países europeus nas últimas semanas, incluindo Alemanha, Holanda e Bélgica.

A França informou, na semana passada, que havia detectado um primeiro surto da doença em uma fazenda nesta temporada na Bretanha, no noroeste do país.

O nível de risco “alto” implica que todas as aves domésticas devem ser mantidas dentro das fazendas e que medidas adicionais de segurança devem ser tomadas para evitar a disseminação da doença.

Embora a gripe aviária seja inofensiva nos alimentos, sua disseminação é uma preocupação para os governos e para o setor avícola devido à devastação que pode causar nos rebanhos, à possibilidade de restrições comerciais e ao risco de transmissão humana.

Para combater a doença, a França lançou uma campanha de vacinação no início de outubro, inicialmente limitada aos patos, que podem facilmente transmitir o vírus sem apresentar sintomas.

(Fonte: Agência Brasil. Foto: Reprodução)

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