Com quase 1,2 milhão de hectares de florestas plantadas, Mato Grosso do Sul vai receber a sua quinta planta de celulose e outros produtos de base de madeira. Nesta terça-feira (22) uma das principais empresas madeireiras da América Latina, a Arauco anunciou a instalação de uma nova fábrica no município de Inocência. O grupo chileno já possui áreas de eucalipto plantadas no município para suprir a demanda do projeto. O investimento estimado é de R$ 15 bilhões, beneficiando 14.300 famílias com geração de 12 mil empregos no pico da construção e 250 empregos diretos e 300 indiretos quando entrar em operação, além de 1,8 mil empregos permanentes na parte florestal.
O anúncio foi feito hoje pelo governador do Estado, Reinaldo Azambuja junto com a diretoria do grupo chileno durante evento de lançamento oficial do Plano Estadual de Florestas Plantadas (Profloresta) da Secretária de Estado da Produção, Meio Ambiente Desenvolvimento Econômico e Agricultura Familiar (Semagro).
Para o governador Reinaldo Azambuja este é mais um compromisso firmado e cumprido com o desenvolvimento econômico de Mato Grosso do Sul. “Vamos receber no Estado uma das maiores fábricas de celulose do mundo. Será uma unidade moderna, que vai gerar empregos, oportunidades, renda e desenvolvimento social em uma região que também integra a Costa Leste Florestal, mas que não tinha nenhum empreendimento deste tipo. A vinda desta fábrica mostra a confiança dos investidores em Mato Grosso do Sul, na nossa política de incentivos fiscais, na segurança jurídica de quem investe e na estrutura logística que estamos criando para quem precisa escoar a produção”, disse Reinaldo Azambuja.
O secretário Jaime Verruck (Semagro) destacou a transformação provocada pela vinda de gigantes do setor da celulose. “O grande desafio do Estado é a logística. Esta indústria que está sendo instalada em Ribas do Rio Pardo (Suzano) e a que estamos anunciando hoje, elas geram a capacidade para que Mato Grosso do Sul mantenha seu ritmo de crescimento nos próximos 4 a 5 anos a taxas superiores a 5%. É um trabalho em conjunto com o setor privado, que acredita no Estado, pelo ambiente criado. Nosso compromisso agora é fazer a capacitação da mão de obra”.
E o CEO da companhia, Matias Domeyko Cassel, falou sobre a escolha de Mato Grosso do Sul. “O Brasil é um polo importante para a estratégia global do Grupo Arauco. Atuamos no País desde 2002, com as divisões de madeira e operação florestal, e agora estamos avaliando aumentar os investimentos realizados no Brasil, trazendo o setor de celulose para cá. Estamos muito animados com esta possível grande ampliação das atividades da Arauco ao Mato Grosso do Sul, uma região muito importante para a indústria, com grande potencial para o plantio de eucaliptos e excelentes opções logísticas para o escoamento da produção, além de agregar muitos benefícios econômicos e sociais para a região, e com uma, produção de energia limpa e crédito de carbono positivo”, ressaltou.
Já o prefeito de Inocência, Toninho da Cofapi, afirmou que o empreendimento vai levar “o desenvolvimento tão sonhado por tantas gerações do Município”. “Quero agradecer à diretoria da Arauco, estão confiando em Mato Grosso do Sul e em Inocência, uma cidade pequenininha, a quem eu chamo A Princesinha da Costa Leste. E a nossa princesinha, em pouco tempo, será a Rainha da Costa Leste”, declarou.
A empresa
Celulosa Arauco y Constitución é uma empresa chilena do ramo madeireiro, especializada na fabricação de celulose e painéis, atuando no Chile, Argentina e Brasil. A empresa pertence ao Grupo AntarChile fundado por Anacleto Angelini e possui cinco fábricas de celulose no Chile e uma na Argentina, além de quatro fábricas para a fabricação de madeira reconstituída, sendo duas na Argentina e duas no Brasil.
No Brasil, o grupo mantém a Arauco do Brasil, com unidades em Piên e em Jaguariaíva (850 mil m³/ano), ambas no Paraná. No município de Araucária, região metropolitana de Curitiba, mantém uma planta química industrial (142 mil toneladas/ano), produzindo resinas e outros produtos, para comercialização e para abastecer suas unidades industriais de painéis no Paraná. No Mato Grosso do Sul a Arauco já tem a empresa florestal Mahal que tem mais de 60 mil hectares de florestas cultivadas em seis cidades (Aparecida do Taboado, Selv[iria, Água Clara, Chapadão do Sul e Três Lagoas.
Números expressivos
O setor florestal de Mato Grosso do Sul é responsável pela geração de 27,2 mil empregos sendo 14.901 diretos e 12.312 indiretos. Em 2021, o segmento gerou 6.266 empregos a mais em relação a 2020.
O crescimento de postos de trabalho deve continuar nos próximos anos, com os investimentos já em curso no Estado, como o da nova fábrica de celulose da Suzano, em Ribas do Rio Pardo, no valor de R$ 19 bilhões.
Mato Grosso do Sul conta atualmente com três fábricas de celulose instaladas e em operação no município de Três Lagoas: uma da Eldorado Brasil, com capacidade de produção de 1,8 milhão de toneladas de celulose por ano; duas da Suzano, que produzem 3,25 milhões de toneladas por ano. A Suzano iniciou a construção de mais uma fábrica no Estado, em Ribas do Rio Pardo, que será a maior planta industrial de celulose do mundo, produzindo 2,55 milhões toneladas/ano.
O setor conta com 480 estabelecimentos na cadeia produtiva do setor. São empresas de cultivo de floresta, extração de madeira, fabricação de papel, celulose e derivados. e derivados.
Na última década, as áreas de florestas plantadas com eucalipto e seringueira em Mato Grosso do Sul cresceram a taxas anuais de 14% e 18%, respectivamente. O Estado lidera a expansão florestal brasileira superando 2 milhões de hectares de florestas plantadas (somente de eucalipto, são 1,1 milhão de hectares).
Atualmente, Três lagoas é principal polo industrial do setor, com mais de 400 empresas no distrito industrial. O município tem mais de 10 mil empregos diretos gerados pela indústria. O município é o primeiro no ranking nacional de florestas plantadas, com 263 mil hectares.
As exportações de celulose somaram neste ano US$ 630,6 milhões, com a venda de 1,8 milhão de toneladas. A celulose foi o segundo produto da pauta com 18,55% de participação, com aumento em termos de valor de 4,19% em relação ao período de janeiro a maio de 2021. Em termos de volume, houve avanço de 10,01%.
Plano de Florestas
Durante o evento, o secretário de Produção, Jaime Verruck entregou o Plano Estadual de Florestas Plantadas (PROFLORESTA) ao governador Reinaldo Azambuja. O documento visa promover “a inserção competitiva dos negócios que envolvem a cadeia da silvicultura (produtores florestais, celulose e papel, madeireiras, serrarias, móveis e componentes), desde a produção, industrialização, beneficiamento e distribuição, com consequente vinculação com grandes empresas que induzem desenvolvimento tecnológico, inovação e dinamismo econômico a jusante das florestas plantadas”.
Neste sentido, e novo Plano vai orientar a formulação das estratégias e os projetos vinculados aos pequenos negócios, tendo o Sebrae-MS como ente indutor nos alinhamentos, estratégias e abordagens de competitividade nesta direção.
As ações previstas incluem expansão dos plantios, apoio para assegurar ganhos contínuos de produtividade, promoção da diversificação de espécies e do manejo para uso múltiplo, entre outras.
A requisição de pequeno valor (RPV), que é o pagamento que o ente público é condenado a pagar por meio de processo judicial, poderá ter como teto 40 salários mínimos em Mato Grosso do Sul. É o que estabelece o Projeto de Lei 276/2024, protocolado na Assembleia Legislativa (ALEMS) nesta terça-feira (26) pela deputada Gleice Jane (PT).
A proposta altera a Lei 2.586/2002, que define a obrigação de pequeno valor. O RPV vigente, conforme disposto nessa lei, tem o limite de 515 Unidades Fiscais de Referência de Mato Grosso do Sul (Uferms). Na redação proposta, o valor passa a ser igual ou inferior a 40 salários mínimos. A alteração, segundo justifica Gleice Jane, atende ao parágrafo terceiro do artigo 100 da Constituição Federal.
O projeto “visa garantir maior efetividade na prestação jurisdicional, ao assegurar que os créditos de menor valor, reconhecidos por decisão judicial transitada em julgado, sejam pagos de forma célere e eficaz”, afirma a parlamentar. A mudança também “é necessária para atualizar os valores à realidade econômica atual, corrigindo defasagens que prejudicam os credores de menor porte e, consequentemente, a própria eficácia da Justiça”, acrescenta.
A previsão é que a proposta seja apresentada na sessão ordinária desta quarta-feira (27). Depois, fica em período de pauta para recebimento de emendas e segue para análise da Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJR). Se o parecer quanto à constitucionalidade for favorável, continua tramitando com votações nas comissões de mérito e no Plenário.
Nos últimos anos, a falta de água potável tem se tornado um problema cada vez mais grave nas aldeias indígenas de diversas regiões do Estado. O acesso à água, recurso essencial para a saúde, é uma luta para muitas dessas comunidades e tem sido constantemente debatida pelos parlamentares da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS). Na sessão desta terça-feira (26), os parlamentares voltaram a cobrar uma solução do governo.
Pedro Kemp (PT) foi o primeiro a tratar sobre o tema, solicitando uma força-tarefa das autoridades federais e estaduais para sanar a crise hídrica nas aldeias Bororó e Jaguapiru, localizadas no município de Dourados. “Moradores têm relatado a falta de água para beber, cozinhar, lavar roupas e tomar banhos, condições que afetam o dia a dia dessas pessoas, fazendo, inclusive, com que as crianças percam aula por falta de roupa limpa.
Conforme Kemp, os reservatórios das aldeias estão vazios, as crianças estão coletando água em córregos, o que agrava ainda mais a situação diante da contaminação por agrotóxico. “Diante de toda a situação de calamidade, os índios estão bloqueando rodovias em forma de protesto. Em 2023, o Governo do Estado, através da Sanesul, elaborou um projeto para solucionar a crise hídrica nas aldeias de Dourados. Orçado em R$ 35 milhões, foi inserido no PAC [Programa de Aceleração e Crescimento], entretanto, até o presente momento ainda não há notícias de que tenha sido colocado em prática”, informou.
Lia Nogueira (PSDB) também cobrou uma ação rápida do governo. “Isso já se arrasta há mais de 20 anos. Existe projeto para que água seja levada às aldeias e outros municípios, como Paranhos e Amambai, mas não sai do papel. Não dá mais para esperar, chegou ao limite. O governo precisa intensificar os esforços para garantir o acesso à água nas comunidades indígenas”, disse a deputada.
As sessões plenárias da Câmara dos Deputados e do Senado Federal foram encerradas na noite desta quarta-feira (13) após o registro de explosões perto do prédio do Supremo Tribunal Federal, em Brasília. Segundo o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, a Polícia Legislativa das duas casas está ajudando na apuração das circunstâncias do fato.
Ele também afirmou que a segurança nas duas casas está sendo reforçada. “É o momento de se aferir as circunstâncias e todos terem as cautela e as precauções devidas. É natural que, diante do acontecimento que foi noticiado, é óbvio que toda força de segurança tem que estar em alerta nesse instante”.
Pacheco lamentou o ocorrido e a morte de uma pessoa. “Lamento se tem uma pessoa morta, manifestamos toda a nossa solidariedade e lamentamos sem conhecer as circunstâncias”.
Ele também lembrou os acontecimentos de 8 de janeiro de 2023, quando centenas de pessoas invadiram e depredaram o prédios públicos de brasília. “Foi muito triste e relevante e mudou todos os padrões de segurança dos Três Poderes”.
O 2º vice-presidente da Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), suspendeu a sessão depois de receber as informações das explosões e da morte. “Estamos com seguranças em todos os acessos para garantir a nossa saída daqui a nossos lares”, afirmou.
Explosão
Policiais militares fazem uma varredura na Praça dos Três Poderes após duas explosões terem ocorrido na noite de hoje perto do prédio do STF. O Corpo de Bombeiros confirmou a morte de uma pessoa.
A perícia também está no local.
O acesso de pedestres e carros à Esplanada dos Ministérios foi fechado em decorrência das explosões, que ocorreram por volta das 19h30.
Em nota, o STF disse que foram “ouvidos dois fortes estrondos ao final da sessão e os ministros foram retirados do prédio com segurança”. “Os servidores e colaboradores também foram retirados por medida de cautela”, acrescenta. O público que participava da sessão que analisava ação sobre letalidade policial em favelas foi retirado às pressas. As explosões foram ouvidas após o encerramento da sessão.