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FIB 2023

Festival de Inverno de Bonito promove inclusão por meio de atrações com acessibilidade

Sobre o espaço à frente do palco dos grandes shows destinados às pessoas com deficiência, Danieli diz ser uma ação muito importante, pois proporciona que eles tenham mais visibilidade

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O acesso à cultura a pessoas com deficiência esteve garantido no Festival de Inverno de Bonito 2023. Diversas atrações, desde os shows principais, contação de histórias, demais ações na área de literatura, apresentações de dança, teatro e circo e gastronomia ofereceram recursos acessíveis em Libras e audiodescrição com o intuito de atender a todos os públicos e sensibilizar os participantes do evento para a importância da acessibilidade.

A coordenadora de acessibilidade do Festival, especialista em acessibilidade cultural e audiodescritora Ivone Angela dos Santos, afirmou que a cada Festival há a necessidade de se ampliar as ações com acessibilidade para a população. “A cada edição do Festival precisamos ampliar mais, oferecer mais ações com acessibilidade para que se chegue a 100%, tudo acessível. Houve uma participação boa das pessoas com deficiência, de idosos, em algumas contações de histórias, nos shows apareceram muitas pessoas e elas se divertiram bastante”.

“Eu conversei com os pais e eles falaram da importância de continuar tendo essas ações e mais ações que atendam pessoas com deficiência. É importante eles trazerem os filhos para participar. Eles têm o direito de participar como qualquer outra pessoa. A gente precisa ampliar as ações para que eles possam participar de tudo. Estamos progredindo. Em 2016, a gente iniciou e agora em 2023 a gente continua”, acrescentou.

Felipe de Jesus Sampaio, intérprete, responsável pela tradução em Libras (Língua Brasileira de Sinais) do Festival de Inverno de Bonito 2023, diz que houve um avanço nesta área considerando o Festival do ano passado. “Tivemos um primeiro contato com a comunidade surda de Bonito mais diretamente por meio da Feira Literária de Bonito. Agora foi uma efetivação do que a gente estava criando. Criamos um grupo de Whatsapp com a comunidade surda e fomos trazendo todos os dias a programação do Festival. Tivemos uma troca muito boa dentro do grupo, falando quais os horários que eles iam para a praça, fazendo essa troca”.

“O grupo de Whatsapp com a comunidade surda de Bonito foi uma ideia que efetivou muito bem a comunicação. Todo dia eu mandei a programação com acessibilidade, qual era a programação do dia que ia ter intérprete, qual o local, e eles perguntavam para nós, para mim e para a outra intérprete, a Larissa, onde era o local. É legal que eles conversavam entre si. O grupo é temporário, foi criado para o Festival, e foi o momento mais importante de comunicação daqui, diretamente com a comunidade surda de Bonito”.

Felipe fala que o espaço de acessibilidade que foi oferecido à frente do palco nos grandes shows no Festival deste ano foi muito importante. “A área reservada para pessoas com deficiência proporcionou um contato direto das pessoas com os intérpretes de Libras também. O dia que teve mais pessoas foi no show da Iza, com um público de 11 pessoas surdas, foi bem interessante no sentido de efetivar mesmo o que a gente estava programando”.

“As pessoas precisam ter acesso às informações, então os intérpretes de Libras vêm como esse meio de comunicação de realmente trazer a informações. Somos intérpretes que entendem da cultura. Teatro, circo, rodas de conversa, temas que são importantes a gente tem o domínio para a gente poder passar”, afirma Felipe.

Laryssa Durigon, intérprete de Libras há dois anos, participou do Festival de Inverno de Bonito do ano passado. Para ela, acessibilidade é essencial, precisa acontecer em todos os lugares. “Ser mediador dessa comunicação, das expressões, dos sentimentos, dos shows é importantíssimo. Eu consigo sentir que nesse Festival a gente está muito mais próximo da comunidade surda, porque no ano passado a gente não tinha tanto conhecimento de quem eram as pessoas da comunidade surda, e este ano a gente está muito mais próximo, a gente conhece mais, então a gente vê a importância das Libras”.

Danieli Vergutz é intérprete de Libras há dez anos e também participou do Festival do ano passado. Ela diz que a participação da comunidade surda este ano foi muito grande. “A gente viu de fato uma participação da comunidade surda este ano, eles estavam muito mais interessados até por conta deste contato que eles já fizeram que veio da Feira Literária, e foi muito mais divulgada a questão da acessibilidade, a comunidade surda está ciente da programação que é acessível para eles poderem participar. A gente viu bastante a participação deles este ano”.

Espaço garantido

Sobre o espaço à frente do palco dos grandes shows destinados às pessoas com deficiência, Danieli diz ser uma ação muito importante, pois proporciona que eles tenham mais visibilidade. “A comunicação do surdo se dá no campo visual. Logo, eles precisam ter mais essa aproximação para que eles consigam, de fato, ter a compreensão do que está acontecendo no palco. E para a pessoa com deficiência, com mobilidade reduzida também, é muito importante neste sentido porque a gente sabe das dificuldades que eles já encontram no dia a dia. Enfim, isso veio com certeza para somar, esse espaço, para que eles poderem ter mais este acesso”.

Maurício Loubet, intérprete de Libras, afirma que é fundamental a participação dos intérpretes de Libras para que o conhecimento alcance acesso também à Cultura Surda. Cada interpretação é um momento único, pois existem diversos contextos e comunidades linguísticas. Ontem (26), por exemplo, foi magnífico poder interpretar em Libras questões da cultura e língua Guarani.

Maurício observa que não só a comunidade surda presta atenção na tradução em Libras das atrações do Festival, mas também todo o público. “Quando sinalizamos, não são apenas os surdos que admiram os Sinais em Libras, os ouvintes também se fascinam. Há toda uma ‘incorporação’, ‘manifestação’ quando estamos interpretando. Se a história tem o boi como protagonista, naquele momento eu sou o boi! O meu corpo assume o comportamento de um boi. Se estou interpretando uma história que envolve a caça indígena, naquele instante, eu assumo o papel de indígena ou, se preferirem, membro de povo/grupo originário. Quando estou sinalizando acho uma incrível experiência, pois eu esqueço do mundo externo, esqueço até das dores internas (dor de cabeça, na coluna por exemplo), pois fico compenetrado no universo oral auditivo para transmitir todo enunciado para o mundo espaço-visual”, finaliza Maurício.

Confira as fotos: https://www.festivaldeinvernodebonito.ms.gov.br/acessibilidade/

 

(Com assessoria. Fotos: Divulgação)

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FIB 2023

Ação sustentável do FIB 2023 preserva 3,2 milhões de litros de água e coleta 1 tonelada de recicláveis

Os recicláveis coletados praticamente somaram uma tonelada – incluem-se aí 968,29 quilogramas de papel, plástico, vidro e lata – durante os cinco dias de Festival de Inverno de Bonito 2023.

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Com um bom e velho sertanejo romântico ecoando a partir do porta-malas do carro, aberto, Gabriel dos Santos, com seus 19 anos, leva a vida como coletor de recicláveis. Acostumado ao trabalho da madrugada, quase passa despercebido o quão importante é sua atividade. Ao fim de show, começa o serviço, que ainda vai noite à dentro, até o amanhecer. Pode não parecer, mas o trabalho de Gabriel é essencial para que a sustentabilidade seja efetiva, na prática.

Os recicláveis coletados praticamente somaram uma tonelada – incluem-se aí 968,29 quilogramas de papel, plástico, vidro e lata – durante os cinco dias de Festival de Inverno de Bonito 2023. Já a coleta de materiais orgânicos somou 32 kg, enquanto o óleo usado totalizou 132 kg, ou seja 3 milhões e 200 mil litros de água foram preservados.

As mãos de Gabriel foram duas de muitas que fizeram tais números serem alcançados. O lixo vale dinheiro, coletá-lo gera renda e preserva o meio ambiente. “Normalmente fazemos a coleta no aterro e levamos para a empresa, onde prensamos o material e fazemos os fardos levados para Campo Grande”, explica o coletor sobre o seu dia a dia de trabalho.

“Já estou acostumado a trabalhar de madrugada, levanto 3h e vou até 11h. Volto às 13h e só paro 18h. Com o festival entrei mais cedo, logo após os shows. É uma oportunidade que facilita o nosso trabalho. A gente ajuda o festival e o festival ajuda a gente. É geração de renda”, destaca Gabriel, que largou o desejo de ser jogador de futebol para ser coletor junto a mãe e aproximadamente mais 10 pessoas vinculadas a uma pequena empresa local, de sua família.

Tal empresa foi uma das colaboradoras do festival, que teve em seu cerne a sustentabilidade – desde estruturas inteiras feitas de bambu, substituindo metais e plásticos, até detalhes de decoração dos palcos e outros espaços. A parceria aconteceu através do trabalho da gestora das ações referentes a coleta e destinação do lixo descartado na área do festival.

“Quando você dá ferramentas para a população, ela abraça”, frisa a gestora Ana Franzoloso, que com a Du Bem estimula mais que preservar: ela mostra que o empreendedorismo sustentável é viável e que é importante desenvolver ações nessa linha no trabalho, em casa e no lazer.

Apenas na Praça da Liberdade, coração do festival, foram 35 grandes recipientes espalhados por diversos pontos. Outros seis ficaram no CMU (Centro de Multiplo Uso) e, por fim, quatro no Palco das Águas, onde os principais shows aconteceram entre quarta-feira (23) e domingo (27). Houve ainda um biodigestor instalado na Praça da Liberdade.

“Tendo essas ferramentas disponíveis as pessoas fazem o descarte correto. Quando elas não tem, jogam em qualquer lugar”, explica Ana ao falar do trabalho que passa pela conscientização, coleta, separação, preparação, prensa, transporte e destinação dos materiais, que muitas vezes se trata da comercialização para reciclagem ou transformação em novos itens.

Aprovação do público

Quem visitou Bonito na semana passada além de aproveitar o Festival de Inverno pode percebeu claramente os efeitos das ações de sustentabilidade, partindo desde a organização até de expositores que ali estavam – um desses exemplos foi a área erguida pelos Pirilampos do Planeta, um trabalho envolve quase 100 catadores no Rio de Janeiro (RJ).

“O Festival está lindo e gostei de tudo que vi até agora. Tenho que destacar para você também a limpeza. Olha, passei agora a pouco aqui ao lado e vi eles limpando tudo. Está uma beleza, tudo bem conservado”, comenta a professora aposentada e advogada Rejane Sichinel. “Temos que fazer essas ações de sustentabilidade, coletando e destinando corretamente o lixo, pois só assim vamos conseguir preservar o meio ambiente, ainda mais em Bonito”, finaliza.

Adriane Gomes também elogiou o trabalho sustentável feito no Festival. “Logo que acabou o show, vi uma equipe fazendo a coleta dos resíduos. Não teve tanta coisa jogada no chão como em outros tempos, mas muitas lixeiras espalhadas. Isso é bom”, diz a campo-grandense.

Ana Franzoloso explica que cerca de 25 pessoas estiveram envolvidos em todos os processos do trabalho, desde a estratégia traçada por sua empresa até os catadores parceiros – houve ainda catadores conhecidos na região, informais, que aproveitaram o momento para angariar uma renda extra. A presença de pessoas da região nesse processo de coleta foi pensada por Ana justamente para fazer a roda girar localmente, ao invés de “importar” soluções.

“A limpeza convencional quem faz é a prefeitura, mas essa de recicláveis é conosco. Pode perceber que procuramos evitar nesse festival o vidro, sendo mais vendido produtos de latinha. Isso acontece pois o vidro hoje é um grande problema do meio ambiente, não tem tanta reciclagem, enquanto a latinha já fecha um ciclo completo, tem um amplo mercado. Então o vidro atualmente corresponde a cerca de 10% do material apenas”, explica.

Todo o trabalho se concentrou na Praça da Liberdade, CMU (Centro de Multiplo Uso) e no Palco das Águas, onde as atrações principais se apresentaram diariamente. Na praça, a tenda Bonito é Reciclar e Preservar foi mantida pela Du Bem, com ações mostrando como funciona toda a logística reversa, o descarte e transformação dos produtos.

“Tem material que é transformado em sacos de lixo, outra parte é transformada em mangueiras para atender indústrias de Mato Grosso do Sul. Fora isso, mostramos como é feito o aproveitamento de peças, que há uso também de tecidos novos que sobram. Temos um pouco de arte, cultura e educação. E também o biodigestor que gera gás de cozinha a partir de restos de comida, cascas, virando compostagem”, conclui Franzoloso.

(Com assessoria. Fotos: Divulgação)

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FIB 2023

Plural, Festival de Inverno de Bonito recebe 100 mil pessoas em cinco dias

Entre os shows, Paulinho Moska e Maria Gadú, Fafá de Belém, Iza, Emicida, Trio Parada Dura e Emicida. O slogan deste ano foi “onde a arte inspira a natureza respira”.

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Muito além dos shows musicais, o FIB (Festival de Inverno de Bonito) 2023 teve um pouco de tudo: teatro, dança, cinema, oficinas, grafite, contação de histórias/literatura, gastronomia, artesanato, circo, economia criativa, esportes, programação infantil, inclusão, tecnologia e sustentabilidade.

Durante cinco dias (de 23 a 27 de agosto), a cidade de 23.659 habitantes (IBGE 2022) viu o número de pessoas se multiplicar: aproximadamente 100 mil prestigiaram as atrações, espalhadas por toda a cidade, inclusive na periferia e em escolas públicas (https://www.festivaldeinvernodebonito.ms.gov.br/festival-de-bonito-leva-o-carinho-da-contacao-de-historias-para-escola-da-periferia-da-cidade/).

Pessoas de todos os lugares vieram a um dos destinos mais prestigiados do Brasil aproveitar o Festival e visitar as belezas naturais (https://www.festivaldeinvernodebonito.ms.gov.br/turistas-estrangeiros-prestigiam-belezas-naturais-e-atividades-culturais-no-festival-de-bonito-2023/). Hotéis e pousadas trabalharam com lotação máxima.

Entre os shows, Paulinho Moska e Maria Gadú, Fafá de Belém, Iza, Emicida, Trio Parada Dura e Emicida. O slogan deste ano foi “onde a arte inspira a natureza respira”.

Novidades

Uma das novidades deste ano foi o Festival Bonitinho, que promoveu a participação das famílias por meio de uma programação voltada para as crianças, como Palavra Cantada (https://www.festivaldeinvernodebonito.ms.gov.br/palavra-cantada-traz-alegria-ao-publico-de-todas-as-idades-com-cancoes-que-remetem-a-realidade-das-criancas/) e Mundo Bita (https://www.festivaldeinvernodebonito.ms.gov.br/festival-de-inverno-de-bonito-combina-diversao-infantil-do-mundo-bita-e-cultura-refinada-da-danca-contemporanea/).

Inclusão

Outro foco do FIB 2023 foi a inclusão, com um espaço dedicado exclusivamente a pessoas com deficiência em frente ao palco e Libras (Língua Brasileira de Sinais) durante as apresentações (https://www.festivaldeinvernodebonito.ms.gov.br/festival-de-inverno-de-bonito-promove-inclusao-por-meio-de-atracoes-com-acessibilidade/).

 

(Com assessoria. Fotos: Divulgação)

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Estrada Viva leva animais empalhados para a pista em conscientização no Festival de Bonito

Obviamente, os animais na pista já não estão mais vivos, e sim empalhados, mas chamam a atenção para os atropelamentos de animais em rodovias, situação que é alvo do projeto Estrada Viva, vinculado à Seilog

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Cones na pista sugestionam a quem se aproxima de Bonito pela MS-178, a principal via de acesso ao maior polo turístico do Estado, uma blitz já na chegada. Contudo, ao ficar mais perto, animais são avistados próximos aos cones e uma equipe com papéis na mão conversam com os condutores parados. O objetivo ali é conscientizar quem pega a estrada rumo ao Festival de Inverno de Bonito.

Obviamente, os animais na pista já não estão mais vivos, e sim empalhados, mas chamam a atenção para os atropelamentos de animais em rodovias, situação que é alvo do projeto Estrada Viva, vinculado à Seilog (Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística).

Cerca de 10 pessoas estão envolvidas na ação, que acontece na nesta quinta (24) e na sexta-feira (25) das 8h às 17h, e é realizada pela Agesul (Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos) com apoio da prefeitura de Bonito, professor e estudantes da UEMS de Jardim.

Abordagem e conscientização na chegada dos veículos em Bonito

“É uma pauta que a comunidade local nos pediu e atendemos. Com o festival há uma demanda muito grande de veículos circulando na região de Bonito. Essa ação coloca o Estrada Viva para rodar, fazemos como se fosse uma busca ativa do nosso público a ser atingido”, explica o diretor de Meio Ambiente da Agesul, Ednilson Lopes da Silva, que coordena o trabalho.

A ação funciona assim: com os cones e os animais cedidos pela PMA (Polícia Militar Ambiental) empalhados na pista, os veículos reduzem a velocidade. Um guarda municipal de Bonito também orienta quais veículos vão encostar na via para que os integrantes conversem explicando o Estrada Viva, adesivem os veículos e entreguem panfletos de conscientização.

“Pessoal que vem para cá está focado a ir nesses lugares que tem mais natureza, então é importante que haja a preservação da biodiversidade. Um dia aconteceu de estar atravessando um tamanduá na pista e os carros não respeitarem. Eu então parei e fui ajudá-lo, mas um senhor em uma caminhonete não parou e quase nos atropelou”, explica Sandra Mara Ferro, proprietária de uma ecopousada em Bonito e que fez questão de estacionar seu carro para conferir a ação realizada na rodovia.

Ela completa que, diante de situações como essa, é importante que hajam ações de conscientização para as pessoas. “Temos que preservar essa natureza, que é nossa, é linda. Ainda há quem não entenda isso, então é importante esse tipo de trabalho, direto”, finaliza, elogiando a ação.

(Com assessoria. Fotos: Divulgação)

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