Promover a sustentabilidade é palavra de ordem no Governo de Mato Grosso do Sul. O assunto é levado tão a sério, que até mesmo o revestimento que cobre o escritório Regional do Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul), inaugurado recentemente em Dourados. teve pegada ecológica. A parede externa do prédio recebeu textura feita à base de vidro reciclado de garrafas na cor verde.
A textura conhecida como granelli, totalmente sustentável é da empresa douradense Eco Vidros Brasil, do empresário Luiz Mario Catelan. A empresa que faz reciclagem tem nove anos, surgiu da necessidade de reaproveitar o vidro de forma a não poluir o meio ambiente. No início o empresário construiu sozinho uma pequena máquina, e com ajuda de um químico, deu início ao processo de reaproveitamento, fabricando tintas, texturas e revestimentos para construção.
”Para se produzir uma textura a gente compra calcário, arenito, corante e mica, que são cinco produtos extraídos do meio ambiente Além de evitarmos estas compras, o processo de reciclagem é simples. Nós recolhemos as garrafas e separamos os materiais. O vidro é triturado e transformado em revestimentos e tintas que são destinados à construção civil. É uma opção mais rentável para o consumidor e para a natureza”, conta Luiz Mário. Os resíduos que sobram vão novamente para a fábrica onde darão vida a novas garrafas, que voltam para o comércio local. Assim a empresa aproveita 100% do vidro reciclado.
Ele ressalta que o descarte correto do vidro (cuja decomposição no meio ambiente pode chegar a 1 milhão de anos) para a reciclagem, evita, por exemplo, a geração de volume nos aterros sanitários e acidentes com os coletores do lixo doméstico. Segundo o empresário o material produzido tem excelente qualidade, maior durabilidade, bom preço e não desbota. “Não utilizamos pigmentos, a variação da cor é conforme os tons do vidro. Se a garrafa é verde, produzimos um graffiato verde, por exemplo. Assim ele não desbota, independente do sol ou chuva.”, salientou.
Hoje a empresa produz, graffiatto, granelli e argamassa ecológica usando vidro reciclado que vem além das garrafas, além de vidro temperado de parabrisas de carro quebrados. O custo benefício também foi destacado pelo empresário que salienta eu uma caixa de 25 quilos de textura de pó de vidro sai em média a R$ 119 e cobre de 5 a 7 metros quadrados.
“Eu peguei um negócio irreversível, que ninguém sabia fazer, que não se decompõe e transformei num material nobre. O vidro me deu cinco cores mas não estou preocupado com isso. Me preocupo com o meio ambiente, salvar o meio ambiente”, enfatizou Catelan.
Desenvolvimento
Iniciativas que promovam o reaproveitamento de resíduos sólidos são incentivadas pelo Governo do Estado, por meio do Plano Estadual de Resíduos Sólidos (PERS). O plano é um importante instrumento de planejamento que norteia toda a política pública, prevê metas, programas, projetos, traz orientação técnica e mecanismos de monitoramento, acompanhamento e fiscalização das ações implementadas na área de coleta, disposição, destinação e descarte de resíduos sólidos.
“Mato Grosso do Sul tem um plano em caráter permanente, que foi debatido e construído junto com os municípios e cujas metas já estão sendo perseguidas. Todas as ações desenvolvidas nessa área já são orientadas pelo Plano. Trata-se de um instrumento fundamental para que o Estado avance, como vem ocorrendo na questão da política ambiental. Com todos estes instrumentos nossa meta é chegar a 2030 como Estado Carbono Neutro”, salienta o secretário Jaime Verruck.
Secretário Jaime Verruck e o empresário Luiz Mario Catelan, de Dourados e ex-deputado estadual Valdenir Machado
Ele elogiou a iniciativa de empresas em investirem em novas tecnologias de produtos ecologicamente sustentáveis. “A obra do escritório do Imasul teve uma pegada sustentável por meio do uso de produtos como o revestimento de garrafas de vidro reciclada. Isso faz toda a diferença”, afirmou o secretário Jaime Verruck.
A construção do novo prédio ocupou 413 metros, além da área de estacionamento, localizado na rua Joaquim Alves Taveira, esquina Humberto de Campos. A obra inclui edificação predial (com salas técnicas, recepção, banheiros, copa e gabinete institucional do Governo do Estado), mobiliários completos, estacionamento interno e externo, equipamentos de informática, telefonia, iluminação, paisagismo e decoração.
(Com assessoria. Fotos: Divulgação)