A Cúpula das Américas começa nesta segunda-feira (6) e reunirá líderes de todo o continente. A reunião, prevista para durar até o dia 10, é sediada em Los Angeles, nos Estados Unidos, e o governo do país teve a atribuição de escolher os convidados para o evento.
O presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, disse que só participaria da reunião se todos os países do hemisfério ocidental fossem convidados.
Segundo fontes do governo norte-americano ouvidas pela Reuters, as preocupações com os direitos humanos e a falta de democracia nos três países pesaram na decisão de não convidar seus representantes.
O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro (PL), deve viajar à Califórnia para participar da cúpula e reunir-se com o presidente norte-americano, Joe Biden, entre os dias 6 e 10 de junho.
Nos eventos oficiais, algumas pautas devem ser priorizadas nas discussões entre os líderes e ministros, em especial sobre o tema do evento: “Construindo um futuro sustentável, resiliente e igualitário”.
No entanto, este tipo de evento também possibilita encontros informais entre as principais lideranças das Américas, o que pode promover frutos para a diplomacia entre vizinhos.
Os cinco pilares das discussões estabelecidos pelos EUA são: Saúde e Resiliência nas Américas, Futuro Verde, Aceleração da Transição para Energia Limpa, Transformação Digital e Governança Democrática.
Na esfera econômica. especialistas consultados pela CNN dizem esperar um evento com algumas sinalizações e discursos, mas poucos avanços práticos nas relações comerciais entre os países.
Mesmo não fazendo parte do evento, um nome tem papel central na estratégia norte-americana: a China. Se na década de 1990 praticamente todos os países do continente tinham os Estados Unidos como principal parceiro comercial, o cenário é bem diferente atualmente.
Edição da Cúpula das Américas que ocorreu em 2018, no Peru / LightRocket via Getty Images
Desde o início dos anos 2000, países como Chile, Brasil, Argentina, Peru e Uruguai passaram a ter a China como principal parceiro comercial, levando a uma perda de espaço e influência dos Estados Unidos na região.
Agora, o governo do presidente Joe Biden busca reverter o cenário, mas enfrenta dificuldades tanto pela sinergia menor com as economias da região quanto pelo foco maior em outros problemas e regiões pelo mundo.
Os eventos oficiais, com a presença das delegações de diferentes países, começam a partir da quarta-feira (8). Confira a agenda dos líderes durante o evento, no horário de Brasília:
Quarta-feira (8 de junho)
Reunião Ministerial do Grupo de Revisão de Implementação da Cúpula: Será liderada pelo secretário de estado dos Estados Unidos, Antony J. Blinken. O grupo de revisão é responsável por reportar aos ministros de relações exteriores dos países o progresso alcançado nas medidas estipuladas pelas Cúpulas anteriores. Nesta reunião, ministros também devem comparecer e revisar as decisões de edições anteriores da Cúpula das Américas;
Cerimônia Inaugural da Cúpula das Américas, oferecida pelo presidente e primeira-dama dos Estados Unidos, Joe e Jill Biden.
Quinta-feira (9 de junho)
Sessão de abertura do Plenário dos Líderes: o plenário é o ambiente onde as principais discussões entre os líderes ocorrem oficialmente, seguindo as pautas do evento;
Jantar dos líderes: oferecido pelo presidente e primeira-dama dos EUA é uma reunião entre os líderes sem pautas oficiais, onde algumas discussões podem ocorrer;
Recepção dos ministros: oferecida pelo secretário de estado dos EUA;
Recepção dos delegados: oferecida pela cidade de Los Angeles.
Sexta-feira (10 de junho)
Segunda sessão do Plenário dos Líderes;
Mesas redondas dos líderes com representantes da sociedade civil, do setor privado e da juventude;
Almoço e pausa dos líderes: oferecidos pelo presidente dos Estados Unidos;
Almoço dos ministros;
Terceira sessão do Plenário dos Líderes;
Além dos eventos reservados aos líderes dos países e delegações diplomáticas, outras reuniões acontecerão nos dias de congresso:
Nono Fórum da Sociedade Civil (6 a 8 de junho)
Na reunião que ocorre desde 1999, representantes da sociedade civil são chamados para discutir os pilares de cada Cúpula das Américas. Entre eles estão líderes de comunidades, redes de Organizações Não Governamentais (ONGs) e atores sociais.
Quarta Cúpula dos CEOs das Américas (7 a 9 de junho)
A Cúpula também promove encontros entre os principais atores do setor privado dos países. Neste ano, além das grandes empresas, representantes de negócios de médio e pequeno porte também foram convidados.
Fórum da Juventude das Américas (8 e 9 de junho)
Jovens dos países que participam da Cúpula poderão participar de mesas e reuniões com líderes diplomáticos e governamentais para discutir propostas para as futuras gerações. Além das discussões, eles também poderão optar entre treinamentos e palestras oferecidos.
A aeronave KC-30 da Força Aérea Brasileira (FAB) cedida para a Operação Raízes do Cedro, de repatriação de brasileiros, decolou da Base Aérea de São Paulo, em Guarulhos (SP), às 14h12 (horário de Brasília) deste domingo (6), com destino a Beirute, no Líbano.
A aeronave fará um escala em Lisboa, Portugal, antes de seguir viagem. Esse é o segundo voo de repatriação de brasileiros desde o início da operação.
De acordo com o comandante da Aeronáutica, tenente-brigadeiro do ar Marcelo Kanitz Damasceno, a Operação Raízes do Cedro terá caráter continuado com o intuito de repatriar, por semana, cerca de 500 brasileiros. O novo grupo de repatriados deve chegar ao Brasil na terça-feira (8), por volta das 10h.
Estima-se que 20 mil brasileiros morem em território libanês. O Ministério das Relações Exteriores (MRE) contabiliza cerca de 3 mil brasileiros que desejam deixar o país, em meio à escalada das operações militares das Forças Armadas de Israel.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recepcionou o grupo. Logo após o desembarque, ele fez um rápido discurso criticando o posicionamento de Israel de “matar inocentes, mulheres e crianças, sem nenhum respeito pela vida humana”.
“O Brasil é um país generoso e não tem contencioso com nenhum país do mundo porque a gente não deseja guerra. A guerra só destrói. O que constrói é a paz”, disse o presidente.
Veja a chegada dos primeiros brasileiros repatriados
Em comunicado conjunto, os governos de Brasil, Colômbia e México pediram a divulgação dos resultados das eleição presidencial na Venezuela.
Os três países solicitam que o Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela (CNE) divulgue os dados “desagregados por mesa de votação”. O CNE ainda não apresentou publicamente os dados da votação de cada uma das mais de 30 mil mesas de votação eleitoral, como determina a legislação do país.
Outro pedido é que as autoridades lidem com “cautela e moderação” as manifestações que estão ocorrendo no país desde o fim da eleição.
“Reafirmam a conveniência de que se permita a verificação imparcial dos resultados, respeitando o princípio fundamental da soberania popular. Ademais, reiteram o chamado aos atores políticos e sociais do país para que exerçam a máxima cautela e moderação em manifestações e eventos públicos e às forças de segurança do país para que garantam o pleno exercício desse direito democrático dentro dos limites da lei. O respeito aos Direitos Humanos deve prevalecer em qualquer circunstância”, diz a nota, divulgada pelo Ministério das Relações Exteriores do Brasil.
Os governos informaram ainda que continuarão a manter conversas para que a própria Venezuela encontra soluções para o cenário atual. “Nesse sentido, reiteram sua disposição de apoiar os esforços de diálogo e busca de entendimentos que contribuam à estabilidade política e à democracia no país”.
Impasse
Como o CNE não apresentou os dados da votação, a oposição venezuelana criou uma página na internet com as supostas atas eleitorais que estão em sua posse. As lideranças opositoras afirmam que os documentos representam mais de 80% do total das mesas.
Ne Venezuela, ao encerrar a votação, a urna imprime a ata eleitoral que é distribuída a todos os fiscais de partidos presentes no local. Os documentos servem para conferir se os dados usados pelo CNE para totalização dos votos são os mesmos que saíram da urna no dia da votação.
Apesar de não disponibilizar aos partidos os dados por mesa, o CNE entregou as supostas atas originais ao Tribunal Superior de Justiça (TSJ) do país, que abriu uma investigação para apurar o processo eleitoral do dia 28 de julho.
Convocado, o principal candidato da oposição, Edmundo González, não compareceu ao TSJ alegando que a perícia do Tribunal usurpa as competências do CNE. Já os representantes dos partidos que deram sustentação a González compareceram, mas não entregaram as atas, alegando que elas já foram publicadas no site.
O presidente Nicolás Maduro afirmou que entregará 100% das atas em posse do seu partido nesta sexta-feira (9).
A quinta e última etapa do Grupo de Trabalho e Emprego do G20 Brasil, liderado pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), vai acontecer entre os dias 23 e 26 de julho, em Fortaleza. Além do ministro do Trabalho, Luiz Marinho, o evento terá a participação de representantes dos trabalhadores, empresários, poder público e organismos multilaterais como a Organização Internacional do Trabalho (OIT), a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) e a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
O GT produzirá uma declaração dos ministros do Trabalho, que se somará aos documentos similares dos outros GT na cúpula de chefes de Estado, prevista para os dias 18 e 19 de novembro, no Rio de Janeiro.
Quatro eixos prioritários marcam as discussões do GT: criação de empregos de qualidade e promoção do trabalho decente para garantir a inclusão social e eliminar a pobreza; promoção de uma transição justa no processo de transformações digitais e energéticas; uso de tecnologias como caminho para a melhoria da qualidade de vida de todos e igualdade de gênero e promoção da diversidade no mundo do trabalho.
Nesta sexta-feira (19), em coletiva de imprensa no Rio de Janeiro, o ministro Luiz Marinho disse que é sempre difícil encontrar consensos entre os países do G20 para a implementação de medidas concretas na área de trabalho e emprego. Mas que a presidência brasileira do grupo está trabalhando para que a declaração final não seja apenas mais um conjunto de frases vagas e sem efeitos práticos.
“Há um grande interesse dos países em relação à nossa lei recentemente aprovada [Lei 14.611/2023], que está em fase de implementação, de igualdade salarial entre mulheres e homens que exercem a mesma função. Espero que esse seja um dos pontos da declaração que os países trabalhem para implementar”, disse o ministro. “O que não tem consenso, deixamos de lado. E trabalhamos entendimentos que apontem para o futuro. Acho que esse é o objetivo que o G20 procura”, acrescentou.
O Ministério do Trabalho também pretende reforçar os convites para que outros países ingressem na Coalizão Internacional de Igualdade Salarial (EPIC). O Brasil passou a fazer parte da coalizão em 2023. A iniciativa existe desde 2017.
Outra medida concreta que deve sair do GT é a criação de um repositório de políticas públicas na área de trabalho e emprego, que ficará hospedado no portal da Organização Internacional do Trabalho (OIT), reunindo exemplos de políticas que os países compartilharão entre si.
O MTE também informou que foi restaurado um grupo do GT para debater o valor do salário entre os países que compõem o G20. A iniciativa partiu de uma preocupação com a queda global na renda do trabalho. O propósito, portanto, é pensar políticas para mudar o cenário.
O G20 é formado pela União Europeia, União Africana, África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia e Turquia, países que representam cerca de 80% do produto bruto mundial; 75% do comércio internacional; dois terços da população global e 60% da área terrestre do planeta.