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Assistência Social

Avanço: cadastro e carteira vão melhorar atendimento a pessoas com espectro autista

Com o cadastro ainda é possível avançar no registro de casos em Mato Grosso do Sul, levantamento essencial para o desenvolvimento de políticas públicas.

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Publicado nesta quarta-feira (3) em Diário Oficial, Decreto que regulamenta a Lei 5.192 de 10 de maio de 2018 prevendo o cadastro estadual e a carteira de identificação de pessoas com transtorno do espectro autista (TEA). A medida garante atenção integral, pronto atendimento e prioridade no acesso aos serviços públicos e privados, em especial nas áreas da saúde, educação e assistência social.

Com o cadastro ainda é possível avançar no registro de casos em Mato Grosso do Sul, levantamento essencial para o desenvolvimento de políticas públicas. O transtorno do espectro autista faz parte das condições ocultas, chamadas assim porque podem não ser percebidas de imediato.

Para Karen Dinelly Osaki, mãe de Thiago hoje com 4 anos e diagnosticado com o transtorno aos 2, a medida é muito bem-vinda. “A gente não precisa ficar andando para cima e para baixo com o laudo na bolsa. Se você vai passear, se você vai no hospital, se você vai no comércio e você precisa de um atendimento prioritário, facilita. Como é uma carteirinha regulamentada, as pessoas levam mais a sério, às vezes até com o laudo na mão as pessoas dividam. Então acredito que a carteirinha vem aí para facilitar muito a nossa vida na rapidez no atendimento, no olhar da pessoas, no pré-julgamento”, avalia.

Karen Osaki com os filhos e o marido Yuri (Foto: Arquivo pessoal)

Os pais buscaram um diagnóstico ao perceberem diferenças entre o comportamento de Thiago e do irmão. “Ele tinha atrasos na fala, na verdade não falava nada, não olhava quando nós chamávamos, sempre fazia movimentos repetitivos, gostava de ficar girando, não interagia com ninguém. Foi aí que a gente decidiu procurar ajuda. Marcamos consultas com neuropediatras. Elas falaram que ele tinha atrasos e encaminharam para avaliação com a neuropsicóloga”, explica.

Secretária da SEAD, Patrícia Cozzolino (Foto: Bruno Rezende)

“A pessoa com transtorno do espectro autista tem uma gama de sintomas e situações individuais. Tem muito caso de criança, por exemplo, que chega no ambiente e não tem como ser identificada. Um autista nível 1 de suporte exerce a fala, se comunica, mas pode ter hipersensibilidade auditiva, ao tato, à luminosidade e uma fila pode ser o motivo que desencadeia uma crise. Com a carteirinha a própria pessoa, a mãe, o pai, avó já podem chegar, se identificar e assim os direitos dessa pessoa serem atendidos. Além disso quando há necessidade de suporte no âmbito educacional. São várias as situações”, destaca a secretária de Estado de Assistência Social e dos Direitos Humanos (SEAD), Patrícia Elias Cozzolino de Oliveira.

Considera-se pessoa com TEA quem apresenta deficiência persistente e clinicamente significativa da comunicação e da interação sociais, manifestada por deficiência marcada de comunicação verbal e não verbal usada para interação social, ausência de reciprocidade social, falência em desenvolver e manter relações apropriadas ao seu nível de desenvolvimento.

A definição do decreto ainda inclui pessoas diagnosticadas com padrões restritivos e repetitivos de comportamentos, interesses e atividades, manifestados por comportamentos motores ou verbais estereotipados ou por comportamentos sensoriais incomuns, excessiva aderência a rotinas e a padrões de comportamento ritualizados, interesses restritos e fixos.

Os estabelecimentos públicos e privados poderão valer-se da fita quebra-cabeça, símbolo mundial das conscientização do transtorno do espectro autista, para identificar a prioridade. O cadastro de identificação será oferecido através do site da SEAD. O preenchimento dará direito à carteira de identificação da pessoa com transtorno do espectro autista (Ciptea).

Além de documentos pessoais, foto e comprovante de residência, é preciso apresentar um laudo médico detalhando a condição. Após a análise do requerimento, a carteira será disponibilizada por meios digitais, cabendo ao interessado ou pessoa responsável fazer a impressão. O documento será oferecido de graça, com prazo de validade indeterminado e previsão de atualização a cada 5 anos.

Naina Dibo e o filho, João Victor (Foto: Redes Sociais)

Presidente de uma instituição chamada Pro D TEA, Naina Dibo é mãe de João Victor, adolescente de 14 anos que tem o transtorno do espectro autista. Na opinião dela o Decreto publicado hoje é um passo importante para Mato Grosso do Sul quantificar as pessoas nesta condição. “Desde 2017 a gente tá tentando avançar com políticas públicas, mas precisamos de um número. Quando fui em busca deste número percebi a diferença. Na Secretaria Municipal de Educação, por exemplo, eram atendidos 917 em 2018, na de Assistência Social eram 300 e na Sesau 1.000 autistas atendidos. Precisamos de um registro único”, ressalta.

Naina cita que atualmente são 4.600 alunos com espectro autista atendidos na Rede Municipal de Educação em Campo Grande, desde estudantes dos Centros infantis até do 9º ano. Na Rede Estadual são 3.700 alunos com TEA. De acordo com a ativista o número cresce rapidamente, mesmo ainda existindo dificuldades de acesso aos diagnósticos. “A cada 36 crianças que nascem no mundo, uma tem espectro autista. É o que diz uma pesquisa feita nos Estados Unidos e atualizada a cada dois anos”, conta.

Além do Decreto, Naina destaca outras medidas importantes tomadas pelo Governo Estadual. “O governador [Eduardo Riedel] se comprometeu com a gente, estou feliz com isso. Abriu as portas da Uems para atendimento de autistas, além de quatro centros de referência em cidades de Mato Grosso do Sul”, finaliza.

(Com assessoria. Fotos: Divulgação)

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Assistência Social

Dourados discute políticas públicas para refugiados, migrantes e apátridas

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Reunião do comitê municipal vai discutir política de atendimento a refugiados e migrantes. Divulgação

A Prefeitura de Dourados, por meio da Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas) começa, na segunda-feira, dia 9 de junho, a discutir políticas públicas para aprimorar o atendimento a refugiados, migrantes e apátridas que vivem no município. A primeira reunião ordinária do Comitê Municipal para Refugiados, Migrantes e Apátridas será às 8 horas, no auditório do Creas – Rua João Pedro Gordim, nº 55, Vila Santa Catarina.

Nesta primeira reunião, serão tratadas as demandas iniciais para consolidação do Comitê como a definição da mesa diretora e elaboração do regimento interno, para dar inicio à definição de prioridades para o aprimoramento das políticas públicas locais para o segmento.

O Comitê local foi instituído por meio do Decreto nº 246 de 09 de maio de 2025, sob a coordenação geral da Secretaria de Assistência Social e tem como objetivo principal realizar diagnóstico municipal e estabelecer parâmetros de coleta e análise dos dados para subsidiar elaboração do Plano Municipal de Políticas para Migrantes, Refugiados Apátridas.

Também são objetivos, a articulação da rede intersetorial na promoção de políticas públicas, para atendimento das demandas dos migrantes refugiados, promovendo acesso e acolhida nos serviços ofertados nas áreas de saúde, habitação, educação, assistência social, cultura, esporte, lazer, trabalho e renda; e, ainda, viabilizar a pactuação do Plano Municipal de Políticas para Migrantes, Refugiados Apátridas.

A secretária municipal de Assistência Social, Shirley Flores Zarpelon considera que a criação do Comitê vem ao encontro das metas de certificação do MigraCidades, bem como da Conferência MigraCidades, realizada em outubro do ano passado. “O Comitê é um importante dispositivo para a estruturação e fortalecimento da Política Municipal de Atendimento ao Refugiado, Migrante a Apátrida no nosso município, envolvendo segmentos governamentais e sociedade civil”, afirma.

Ela observa que desde 2019, o crescimento migratório em Dourados, impulsionado pela Operação Acolhida, resultou na chegada de aproximadamente 5.400 venezuelanos ao município. “Hoje, Dourados ocupa o quinto lugar entre os municípios que mais acolheram no país, contudo, há afirmação de que esse número pode ser o dobro, considerando o deslocamento espontâneo, embora não possua um número exato para comprovação”, ressalta, apontando a necessidade da realização de um censo municipal para identificação mais consistente quanto ao número de migrantes residentes em Dourados.

FLUXO MIGRATÓRIO

De acordo com o Observatório de Migrações Internacionais (2024), nos últimos 14 anos, o Brasil vivenciou um expressivo aumento no fluxo migratório, abrangendo ao menos 117 nacionalidades distintas. Impulsionados por crises econômicas, ambientais humanitárias decorrentes de guerras civis em busca de melhores condições sociolaborais, número de solicitações de residência disparou de 345.626, em 2010, para impressionantes 2,3 milhões, em 2024.

Com a crescente diversificação dos fluxos migratórios tem exigido adaptações significativas nas políticas públicas, uma vez que envolve uma ampla gama de indivíduos, incluindo famílias com crianças adolescentes, idosos, pessoas com deficiência aquelas com diferentes identidades de gênero. Diante desse perfil cada vez mais heterogêneo, torna-se essencial que as esferas governamentais federal, estadual e municipal revisem e aprimorem os mecanismos de integração, inclusão social garantia de direitos.

MIGRACIDADES

A Plataforma MigraCidades foi criada para contribuir com a construção e gestão de políticas migratórias de forma qualificada e planejada e, em outubro do ano passado, realizou encontro virtual com representantes de 15 governos estaduais e municipais. No encontro foram debatidos o acesso à saúde, à educação, à assistência social e proteção social e ao mercado de trabalho das pessoas migrantes, além de acesso e acolhimento nos serviços de proteção e combate a violências baseadas em questões de gênero, raça e sexualidade.

A iniciativa é fruto de uma parceria entre Agência da ONU para as Migrações (OIM) e Universidade Federal do Rio Grande do Sul, com apoio da Escola Nacional de Administração Pública.

Com assessoria.

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Assistência Social

Casa da Acolhida opera com capacidade máxima para proteger do frio intenso

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Prefeito Marçal Filho esteve na Casa da Acolhida na manhã mais fria do ano em Dourados – Foto: Assecom

Na manhã mais fria do ano, registrada nesta quinta-feira (29), o prefeito Marçal Filho esteve na Casa da Acolhida Elena Efigênia Pereira, em Dourados, que atualmente funciona com capacidade máxima para proteger do frio intenso aqueles que estão em situação de rua. O espaço abriga 37 pessoas, embora a estrutura tenha sido projetada para receber até 36 acolhidos. “Também estamos percorrendo as ruas durante a noite para entregar cobertores às pessoas que se recusam ao recolhimento à Casa da Acolhida, mas o trabalho realizado neste espaço é indispensável para a proteção daqueles que estão vulneráveis”, enfatizou o prefeito.

Localizada na Rua Jandaia, nº 1765, no Jardim Vista Alegre, região sul da cidade, a Casa da Acolhida é uma instituição pública municipal de acolhimento temporário voltada a adultos e famílias em situação de vulnerabilidade social. Crianças menores de idade só são aceitas acompanhadas pelos pais. O local está sob coordenação da Secretaria Municipal de Assistência Social, que não tem medido esforços para levar proteção aos desassistidos.

Durante a passagem pelo local, Marçal conversou com os acolhidos e elogiou o trabalho humanizado da equipe. Segundo ele, mesmo com o frio intenso, a movimentação na unidade segue constante, com a chegada e saída diária de duas a três pessoas. Caso necessário, a Prefeitura está preparada para criar novas vagas e atender à alta demanda nesse período de frio.

A coordenadora da instituição, Marli Maria Morgenrotti, informou que a maioria dos abrigados é composta por homens vindos de outros estados, principalmente do Paraná e São Paulo. Atualmente, há também uma mulher com três filhos na unidade. A Casa oferece acolhimento por períodos que variam de três dias a até seis meses, dependendo da situação de cada pessoa. “O perfil predominante é de pessoas que já romperam vínculos familiares”, explicou. “Aqui, além do abrigo, recebem refeições diárias como café da manhã, almoço, lanche da tarde e jantar”, ressaltou Marli.

Ela destacou ainda que muitos dos acolhidos desejam fixar residência em Dourados. Nesse sentido, a equipe trabalha para garantir a emissão de documentos, inserção no mercado de trabalho e encaminhamentos sociais, promovendo autonomia para que essas pessoas possam recomeçar suas vidas e conquistar independência.

A Casa da Acolhida tem como missão garantir proteção integral aos usuários, respeitando sua dignidade, promovendo o resgate de vínculos familiares e comunitários e a construção de novos projetos de vida. Além disso, a instituição busca inserir os acolhidos nas políticas públicas municipais, estaduais e federais, oferecendo suporte para sua reintegração social.

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Assistência Social

Prefeitura entrega nesta quarta recursos de emendas impositivas para 11 entidades

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Recurso proveniente da Semas vai agregar significativamente a serviços prestados para a população por entidades beneficentes em Dourados. Foto: A. Frota

O serviço social ganha com trabalho conjunto em Dourados. O prefeito Marçal Filho nesta quarta-feira a entrega simbólica do pagamento de R$ 361 mil à 11 entidades assistenciais do município. A solenidade acontece às 8h30, no anfiteatro do Centro Administrativo Municipal e o valor repassado é proveniente do orçamento da Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas), referente às emendas impositivas indicadas pela Câmara Municipal, durante votação da lei orçamentária. Os recursos foram aprovados pelos vereadores na legislatura anterior, no entanto, estão vinculados ao orçamento da prefeitura, de 2025.

A solenidade contará com a participação de representantes das instituições sociais, classe política e convidados. Emendas impositivas municipais são um instrumento legal que permite aos vereadores destinar uma parte do orçamento municipal para projetos específicos, garantindo que demandas da população sejam atendidas. São apresentadas na forma de emendas ao projeto da Lei Orçamentária Anual (LOA).

O prefeito Marçal Filho destaca que tais ações são fundamentais para atender o interesse da sociedade e são articuladas por representantes da população, que conhecem as demandas existentes em diversas áreas. “Na minha trajetória política, sei que como vereador acompanhamos com proximidade os problemas enfrentados pela população e poder agregar direcionando os recursos para serviços que atendem uma demanda tão sensível é gratificante”, aponta.

AS EMENDAS

O Lar de Crianças Santa Rita será contemplada com recursos no valor de R$ 20.500,00, propostos pelos vereadores Mauricio Lemes (R$ 8.000,00), Diogo Castilho (R$ 5.000,00), Juscelino Cabral (R$ 2.500,00) e Fabio Luis (R$ 5.000,00).

A Associação de Pais e Amigos dos Autistas (AAGD) receberá R$ 41 mil, indicados pelos vereadores Liandra Brambilla (R$ 10.000,00), Rogerio Yuri (R$ 2.000,00), Diogo Castilho (R$ 4.000,00), Juscelino Cabral (R$ 5.000,00), Tania Cristina (R$ 10.000,00), Laudir Munaretto (R$ 5.000,00) e Fabio Luis (R$ 5.000,00).

Já a Toca de Assis Irmãs terá recursos da ordem de R$ 76 mil, emendas dos vereadores Márcio Pudim (R$ 4.000,00), Rogério Yuri (R$ 3.000,00), Mauricio Lemes (R$ 5.000,00), Diogo Castilho (R$ 10.000,00), Juscelino Cabral (R$ 27.500,00), Tania Cristina (R$ 5.000,00), Marcão da Sepriva (R$ 5.000,00), Laudir Munaretto (R$ 5.000,00), Elias Ishy de Mattos (R$ 4.500,00) e Fabio Luis (R$ 7.000,00).

O Asilo da Velhice Desampara de Dourados vai receber um total de R$ 47.500,00, sendo do vereador Mauricio Lemes (R$ 5.000,00), Diogo Castilho (R$ 5.000,00), Juscelino Cabral (R$ 2.500,00), Marcão Sepriva (R$ 5.000,00), Tania Cristina (R$ 5.000,00) e Fabio Luis (R$ 25.000,00).

A Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) foi contemplada com R$ 23 mil, colocados por Mauricio Lemes (R$ 7.000,00), Juscelino Cabral (R$ 5.000,00), Fabio Luis (R$ 5.000,00) e Diogo Castilho (R$ 6.000,00).

Para a Associação Pestalozzi de Dourados foram indicados R$ 24 mil, pelos vereadores Sergio Nogueira (R$ 10.000,00), Juscelino Cabral (R$ 5.000,00), Fabio Luis (R$ 3.000,00) e Diogo Castilho (R$ 6.000,00).

O Centro de Integração dos Adolescente “Dom Alberto” (Ceia) vai ficar com R$ 39.500,00, indicados pelos vereadores Elias Ishy (R$ 4.500,00), Daniela Hall (R$ 20.000,00), Cemar Arnal (R$ 10.000,00) e Juscelino Cabral (R$ 5.000,00).

Por sua vez, a Ação Familiar Cristã será contemplada com recursos da ordem de R$ 27.500,00, de iniciativa do vereador Juscelino Cabral. A Casa Crianças Feliz ficará com R$ 24 mil, indicados por Diogo Castilho (R$ 4.000,00) e Daniela Weiler Hall (R$ 20.000,00).

O valor de R$ 20 mil será destinado ao Instituto Fuziy, indicação do vereador Marcelo Mourão, enquanto que a Associação Douradense de Assistência Social – Lar Ebenezer Hilda Maria Corrêa receberá R$ 18 mil, colocados por Marcão da Sepriva (R$ 5.000,00), Laudir Munaretto (R$ 3.000,00) e Diogo Castilho (R$ 10.000,00).

 

Com assessoria.

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