Uma semana depois de anunciar a compra da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados (UFN3) da Petrobras, em Três Lagoas, o grupo russo Acron desembarcou em Campo Grande, nesta sexta-feira (11), para tratar com o governador Reinaldo Azambuja e o prefeito Angelo Guerreiro da política de incentivos fiscais para a retomada dos investimentos na fábrica.
Em reunião no receptivo do Parque do Prosa, que teve a presença de integrantes da Petrobrás, o vice-presidente da Acron, Vladimir Kantor, afirmou que a empresa está motivada com o negócio. “Estamos muito interessados em estar presente em Mato Grosso do Sul. Gostaríamos de começar a trabalhar já em julho”, afirmou ele.
No encontro, ficou definida a criação de um grupo de trabalho para que Governo do Estado, Prefeitura de Três Lagoas e Acron estabeleçam termos de acordo de concessão de benefícios fiscais para a retomada das obras da fábrica, que foram paralisadas em dezembro de 2014 com 81% de conclusão. Essa definição pode acelerar o processo de venda da unidade para a empresa russa.
“Criamos um grupo de trabalho para organizar essa documentação. Em curto prazo, vamos chegar a um documento finalizado, assinado por nós e que vai permitir a continuidade das obras e dos investimentos por parte da Acron, com mais atividade econômica na região e mais oportunidades de emprego e renda para nossa gente”, destacou Reinaldo Azambuja.
A construção da UFN3 em Três Lagoas teve início em 2011. No ano seguinte, um termo de acordo entre Estado e Prefeitura deu uma série de incentivos tributários para a Petrobras ativar a fábrica em Mato Grosso do Sul. Após a paralisação das obras e a saída da estatal brasileira do segmento de fertilizantes, em 2018, Estado e Prefeitura decidiram manter os benefícios fiscais aos compradores da planta industrial.
“O objetivo do Governo do Estado e da Prefeitura de Três Lagoas é manter os incentivos fiscais. Nos comprometemos com essa manutenção para que os russos possam dar sequência aos investimentos. Agora, dado que o projeto vai ter algumas modificações em relação à ideia inicial, essas modificações precisam ser inseridas no termo de acordo”, explicou o secretário Jaime Verruck, da Semagro (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar).
As reuniões do grupo de trabalho começam já na semana que vem. Para a gerente executiva de gestão de portfólio do Petrobrás, Ana Paula Saraiva, as tratativas do grupo vão contribuir para a efetivação da venda da UFN3 da Petrobrás para a Acron. “Temos toda intenção de concluir essa venda no prazo mais rápido possível”, falou.
Segundo o prefeito Angelo Guerreiro, a retomada dos investimentos na unidade de fertilizantes vai potencializar o desenvolvimento de Três Lagoas. “Isso para nós é muito importante. É geração de novos empregos, crescimento da economia e ganho para os produtores”, disse.
Já o secretário Eduardo Rocha, da Segov (Secretaria de Estado de Governo e Gestão Estratégica), destacou que o desenrolar do imbróglio da fábrica será benéfico para Mato Grosso do Sul. “Todas as partes estão de acordo com o negócio. Fechando o termo e vendo os itens que temos que colocar dentro desse acordo, acreditamos que até julho eles possam voltar às obras”, pontuou.
Também participaram da reunião os secretários Eduardo Riedel (Infraestrutura) e Lauri Kener (adjunto da Fazenda), além do superintendente de Indústria e Comércio da Semagro, Bruno Bastos, e de demais integrantes das diretorias da Acron e da Petrobras.
A requisição de pequeno valor (RPV), que é o pagamento que o ente público é condenado a pagar por meio de processo judicial, poderá ter como teto 40 salários mínimos em Mato Grosso do Sul. É o que estabelece o Projeto de Lei 276/2024, protocolado na Assembleia Legislativa (ALEMS) nesta terça-feira (26) pela deputada Gleice Jane (PT).
A proposta altera a Lei 2.586/2002, que define a obrigação de pequeno valor. O RPV vigente, conforme disposto nessa lei, tem o limite de 515 Unidades Fiscais de Referência de Mato Grosso do Sul (Uferms). Na redação proposta, o valor passa a ser igual ou inferior a 40 salários mínimos. A alteração, segundo justifica Gleice Jane, atende ao parágrafo terceiro do artigo 100 da Constituição Federal.
O projeto “visa garantir maior efetividade na prestação jurisdicional, ao assegurar que os créditos de menor valor, reconhecidos por decisão judicial transitada em julgado, sejam pagos de forma célere e eficaz”, afirma a parlamentar. A mudança também “é necessária para atualizar os valores à realidade econômica atual, corrigindo defasagens que prejudicam os credores de menor porte e, consequentemente, a própria eficácia da Justiça”, acrescenta.
A previsão é que a proposta seja apresentada na sessão ordinária desta quarta-feira (27). Depois, fica em período de pauta para recebimento de emendas e segue para análise da Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJR). Se o parecer quanto à constitucionalidade for favorável, continua tramitando com votações nas comissões de mérito e no Plenário.
Nos últimos anos, a falta de água potável tem se tornado um problema cada vez mais grave nas aldeias indígenas de diversas regiões do Estado. O acesso à água, recurso essencial para a saúde, é uma luta para muitas dessas comunidades e tem sido constantemente debatida pelos parlamentares da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS). Na sessão desta terça-feira (26), os parlamentares voltaram a cobrar uma solução do governo.
Pedro Kemp (PT) foi o primeiro a tratar sobre o tema, solicitando uma força-tarefa das autoridades federais e estaduais para sanar a crise hídrica nas aldeias Bororó e Jaguapiru, localizadas no município de Dourados. “Moradores têm relatado a falta de água para beber, cozinhar, lavar roupas e tomar banhos, condições que afetam o dia a dia dessas pessoas, fazendo, inclusive, com que as crianças percam aula por falta de roupa limpa.
Conforme Kemp, os reservatórios das aldeias estão vazios, as crianças estão coletando água em córregos, o que agrava ainda mais a situação diante da contaminação por agrotóxico. “Diante de toda a situação de calamidade, os índios estão bloqueando rodovias em forma de protesto. Em 2023, o Governo do Estado, através da Sanesul, elaborou um projeto para solucionar a crise hídrica nas aldeias de Dourados. Orçado em R$ 35 milhões, foi inserido no PAC [Programa de Aceleração e Crescimento], entretanto, até o presente momento ainda não há notícias de que tenha sido colocado em prática”, informou.
Lia Nogueira (PSDB) também cobrou uma ação rápida do governo. “Isso já se arrasta há mais de 20 anos. Existe projeto para que água seja levada às aldeias e outros municípios, como Paranhos e Amambai, mas não sai do papel. Não dá mais para esperar, chegou ao limite. O governo precisa intensificar os esforços para garantir o acesso à água nas comunidades indígenas”, disse a deputada.
As sessões plenárias da Câmara dos Deputados e do Senado Federal foram encerradas na noite desta quarta-feira (13) após o registro de explosões perto do prédio do Supremo Tribunal Federal, em Brasília. Segundo o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, a Polícia Legislativa das duas casas está ajudando na apuração das circunstâncias do fato.
Ele também afirmou que a segurança nas duas casas está sendo reforçada. “É o momento de se aferir as circunstâncias e todos terem as cautela e as precauções devidas. É natural que, diante do acontecimento que foi noticiado, é óbvio que toda força de segurança tem que estar em alerta nesse instante”.
Pacheco lamentou o ocorrido e a morte de uma pessoa. “Lamento se tem uma pessoa morta, manifestamos toda a nossa solidariedade e lamentamos sem conhecer as circunstâncias”.
Ele também lembrou os acontecimentos de 8 de janeiro de 2023, quando centenas de pessoas invadiram e depredaram o prédios públicos de brasília. “Foi muito triste e relevante e mudou todos os padrões de segurança dos Três Poderes”.
O 2º vice-presidente da Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), suspendeu a sessão depois de receber as informações das explosões e da morte. “Estamos com seguranças em todos os acessos para garantir a nossa saída daqui a nossos lares”, afirmou.
Explosão
Policiais militares fazem uma varredura na Praça dos Três Poderes após duas explosões terem ocorrido na noite de hoje perto do prédio do STF. O Corpo de Bombeiros confirmou a morte de uma pessoa.
A perícia também está no local.
O acesso de pedestres e carros à Esplanada dos Ministérios foi fechado em decorrência das explosões, que ocorreram por volta das 19h30.
Em nota, o STF disse que foram “ouvidos dois fortes estrondos ao final da sessão e os ministros foram retirados do prédio com segurança”. “Os servidores e colaboradores também foram retirados por medida de cautela”, acrescenta. O público que participava da sessão que analisava ação sobre letalidade policial em favelas foi retirado às pressas. As explosões foram ouvidas após o encerramento da sessão.