O SINDCFCMS (Sindicato dos Centros de Formação de Condutores de Mato Grosso do Sul) acusa o Detran-MS (Departamento Estadual de Trânsito de MS) de propaganda enganosa ao realizar publicação nas redes oficiais do órgão omitindo taxas cobradas das autoescolas para a emissão da CNH (Carteira Nacional de Habilitação).
Na postagem realizada na quarta-feira (24), o Detran-MS detalha algumas taxas cobradas referentes à emissão da CNH como exame médico, avaliação psicológica, exame teórico, prático e a emissão do documento. Somados, os tributos resultam em R$ 548,71, que seria o valor que fica para o órgão de trânsito.
Na legenda, a postagem ressalta que não é todo o valor investido nas autoescolas que fica para o Detran e acrescenta: ‘Fique atento a preços abusivos’. Houve reação de usuários: ‘Notícia tendenciosa a tirar as responsabilidades de vocês e colocar nas autoescolas’, disse um perfil.
‘Ué?! Não precisa mais pagar a validação de cadastro??? E a Licença de aprendizagem???’, disse outra. Já outro comentário disparou: ‘É bom conferir mesmo….pq está faltando informações…nesse post’.
Para o presidente do sindicato, Henrique José Fernandes, houve propaganda enganosa por parte do Detran-MS. ‘Não é o valor real. Aqui é cerca de R$ 880 só de taxas. Levando em consideração que o valor médio para tirar uma carteira é de R$ 2 mil, é quase 50% só de taxas do Detran-MS’, avaliou, completando que a forma como foi colocado pelo Detran-MS deixou a categoria ‘de certa forma ofendida’.
Dessa forma, o SINDCFCMS informou que irá notificar o Detran a retificar as informações repassadas, sob ameaça de acionar o Procon. ‘Tivemos que adotar essa postura mais enérgica, pois os associados não gostaram [da publicação do Detran], pois dizem aos clientes para tomarem cuidado com preços abusivos. Então, quando eu falo para um cliente que cerca de R$ 880 é de taxa para o Detran e o Detran diz que é R$ 549, o cliente vai pensar que estou o enganando’, criticou.
Por meio da assessoria de imprensa, o Detran-MS emitiu nota informando que as taxas são definidas pela Lei Estadual 4.283/2012, alterada pela Lei Estadual 5.478/19, as quais são fixadas em UFERMS – Unidade Fiscal de MS, corrigidas pela Sefaz (Secretaria de Fazenda de MS), mensalmente.
Em relação à acusação de omissão das taxas, o órgão confirma que os valores são questionados, recorrentemente, pelos clientes através da ouvidoria e que ‘é obrigação do Detran utilizar seus mecanismos de mídia digital e contar com a colaboração da imprensa na transparência de valores e processos, sempre orientando seus clientes para que estejam atentos ao contratarem os serviços dos nossos credenciados, sejam eles Estampadoras, Vistoriadoras, Médicos e Psicólogos do Trânsito e CFCs, de modo a que se sinta satisfeito’.
O sindicalista destaca, ainda, que há falta de transparência e diálogo por parte do Detran. ‘Desde janeiro, quando assumi o sindicato, procurei o Detran, tivemos várias reuniões para que pudéssemos ter mais transparência no processo de habilitação. Gostaríamos que fizessem como fazem com psicólogos e médicos, que têm serviço tabelado. Queremos que seja assim também com os CFCs’, destacou.
A mudança proposta pelas autoescolas — e ignorada pelo Detran — é de que o preço das aulas seja tabelado e que cada empresa possa trabalhar dentro dessa margem. ‘Ficaria estipulado um valor mínimo e máximo. Uma aula custa no mínimo R$ 30 e no máximo R$ 60, por exemplo’.
Ainda conforme Henrique, a manifestação é para que as informações oficiais divulgadas pelo Detran-MS sejam corretas. ‘A ideia [da notificação] é o diálogo. Houve uma falha de comunicação, o estrago está feito e acaba trazendo prejuízo para a gente’, pontuou.
(Com assessoria. Fotos: Divulgação)