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Saúde

Coberturas vacinais estão melhores que em 2021 e 2022, diz SBIm

Especialistas estão reunidos na Jornada Nacional de Imunizações

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Novidades como as vacinas para a dengue e para o vírus sincicial respiratório, além dos obstáculos já conhecidos do Programa Nacional de Imunizações (PNI) como o antivacinismo e a hesitação vacinal serão temas de discussão entre especialistas que vão se reunir de quarta-feira (20) a sábado (23) em Florianópolis, Santa Catarina, na Jornada Nacional de Imunizações.

Em entrevista à Agência Brasil, a presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIM), Mônica Levi, diz estar otimista em relação à retomada das coberturas vacinais, cuja queda já começou a ser revertida.

“É um trabalho bem árduo, porque quando você consegue causar medo e desconfiança, é muito difícil retomar isso. Mas sou uma pessoa otimista, acho que estamos caminhando. As coberturas vacinais já estão melhores que em 2021 e 2022. Acho que vamos conseguir, mas recuperar todo o estrago demora um pouco para voltarmos a ser um exemplo”, avalia.

19/09/2023, Presidente da SBIm, Mônica Levi.  Coberturas vacinais já estão melhores que 2021 e 2022, diz SBIm. Foto: SBIm/Divulgação
Presidente da SBIm, Mônica Levi. Coberturas vacinais já estão melhores que 2021 e 2022, diz SBIm. Foto: SBIm/Divulgação

A sociedade científica é a organizadora da jornada que será realizada no ano em que o PNI completa meio século de vida. Para além de celebrar, o evento vai contar com um fórum especial de saúde pública em que representantes do Ministério da Saúde, Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) e secretarias municipais e estaduais de saúde discutirão os próximos passos para a retomada das coberturas vacinais.

Confira a entrevista completa:

Agência Brasil: Nos últimos anos, a jornada foi realizada no contexto de queda das coberturas vacinais, pandemia de covid-19, aumento do antivacinismo e, agora, com a vacinação de volta às prioridades do Ministério da Saúde. Esses temas deixaram o evento mais “quente”, com discussões que despertaram maior interesse? Se, sim, como essa expectativa impactou a própria organização?
Mônica Levi: Eu não tenho essa percepção. Inclusive estamos com um número de inscritos menor que o habitual, mas tem a questão da localização, de ser no Costão do Santinho [em Florianópolis], em um lugar de mais difícil acesso, principalmente para o Norte e Nordeste, e um lugar mais caro. Então, o número de participantes vai ser menor. Agora, para os profissionais da Saúde, esse tema é quente. Nós estamos sempre discutindo e, inclusive, organizando um fórum de saúde pública que é a última atividade do evento, um fórum interativo com PNI, Unicef, Opas, Conass, Conasems, para dar um fechamento na jornada sobre muitos temas. Um fechamento que não é teórico, mas sobre o que podemos nos unir para fazer e que não estamos fazendo até agora. Agora, acho que saturou esse tema na mídia geral. Quando vejo postagem sobre o risco de retorno das doenças controladas no passado pelas baixas coberturas, a minha impressão é de que não tem dado mais ibope na população em geral. Acho que quem se interessa já foi contemplado e já leu, mas a gente ainda não reverteu esse cenário, e o tema tem que continuar sendo falado, tem que continuar vendo os obstáculos. E para os profissionais de saúde interessados o tema é quente, como sempre. As dificuldades na vacinação da covid, a nova variante, o aumento do número de casos. Tudo isso continua sendo assunto atual.

Agência Brasil: Nesse cenário de desgaste do tema que você menciona, a comunicação fica ainda mais complicada. É preciso discutir uma inovação na comunicação?
Mônica Levi: Sem dúvida. É preciso inovar para sensibilizar de outra forma, ir a pessoas que não estão se importando e achando que a informação não é com elas. As estratégias todas têm que ser repensadas. Estamos em um momento em que a comunicação tem que ser diferente, não tem como fazer como era antes e dava certo.

Agência Brasil: A jornada também vai ser um momento de avaliar os obstáculos e os primeiros resultados dessas ações de microplanejamento e multivacinação lideradas pelo Ministério da Saúde?
Mônica Levi: Tem bastante espaço dentro da jornada para a saúde pública. Nos 50 anos do PNI e nos 25 da SBIm estamos de mãos dadas. Então, essas temáticas vão ser muito discutidas. Esse microplanejamento já vem acontecendo, com ações pontuais em locais pontuais, diferenciados, e entendendo que o Brasil tem diversas realidades e que é necessário o microplanejamento para atender a todas as demandas e obstáculos, que são diferentes de uma região para outra.

Agência Brasil: Sendo essa a primeira jornada desde a decretação do fim da pandemia de covid-19, já vai ser possível fazer uma avaliação mais conclusiva sobre a pandemia e o papel da vacinação no controle dela?
Mônica Levi: Não é um tema que eu diria ser o principal. Tem muitas outras coisas, estratégias para a eliminação de meningococos, de HPV e câncer de colo de útero, novas vacinas e novos agentes infecciosos, como o vírus sincicial respiratório, que foi o vírus que causou mais casos de doenças graves e internações de crianças no pós-pandemia. Tem nova vacina de pneumonia, o herpes zoster, que tem vacina no privado, a dengue, com o lançamento de uma nova vacina. Temos novas vacinas incorporadas no calendário da SBIm e no PNI, mudanças de recomendações nos CRIE [Centro de Referência para Imunobiológicos Especiais]. O programa da jornada está muito completo, com tudo isso incorporado. Não é só covid. Ano passado já tivemos uma jornada presencial, e acho que não mudou muita coisa. O que mudou foi que a OMS decretou o fim da emergência em saúde pública, mas não mudou muita coisa. Mas é claro que vai ter. A primeira mesa já é sobre a covid e o que esperar. A covid não é o foco.

Agência Brasil: E qual tema você destacaria como um dos focos?
Mônica Levi: Um assunto muito importante que vai ser tratado é a hesitação. Esse obstáculo que não é novo, mas foi superlativado na pandemia, principalmente quando chegaram as vacinas de covid-19. A gente começou a ter recusa de vacinação e hesitação com essas plataformas novas e tudo o que veio como questão política que interferiu muito e deixou o Brasil super dividido. É um trabalho bem árduo, porque quando você consegue causar medo e desconfiança, é muito difícil retomar isso. Mas sou uma pessoa otimista, acho que estamos caminhando. As coberturas vacinais já estão melhores que em 2021 e 2022. Acho que vamos conseguir, mas recuperar todo o estrago demora um pouco para voltarmos a ser um exemplo.

Agência Brasil: Esse antivacinismo que chegou contra as vacinas de covid já atingiu outras vacinas do PNI?
Mônica Levi: Com certeza já respingou. As pessoas começaram a desconfiar de onde vem a matéria-prima, os insumos, desconfiar politicamente. Respingou, sim.

Agência Brasil: Nestes 50 anos de PNI, o Zé Gotinha é um dos protagonistas e voltou a ser tratado como um símbolo nacional. Como vocês têm visto o resgate desse personagem?
Mônica Levi: Eu vejo de uma maneira muito positiva, porque ele é um ícone. Todo mundo quer tirar foto com o Zé Gotinha, por mais que de certa forma ele possa ser démodé para uma outra geração. Não sei o quanto um adolescente se sente estimulado a se vacinar contra o HPV com o Zé Gotinha chamando. A gente também tem que pensar nisso, as vacinas não são só de crianças. Temos para todas as faixas etárias, e temos que ter uma maneira de conversar com todas as idades. Mas o Zé Gotinha é um ícone e a presença dele nos eventos é fundamental.

Agência Brasil: Em relação às novidades, os avanços nas vacinas contra arboviroses como a dengue e a chikungunya estão entre as principais novidades?
Mônica Levi: Vai haver esse tema, principalmente sobre a dengue, porque a vacina já está aí. Mas também falando de zika e chikungunya. Mas essas não são as principais. Temos a vacina do vírus sincicial respiratório, HPV nonavalente, pneumocócica-15. São temas que serão bastante abordados.

Agência Brasil: As clínicas privadas estão perto de receber vacinas contra o vírus sincicial respiratório?
Mônica Levi: Ainda não tem, mas está prestes a chegar. Ela já está sendo liberada pelo FDA [agência reguladora de medicamentos e alimentos dos Estados Unidos], e alguns países já estão utilizando a vacinação materna para proteger o bebê, a vacinação com anticorpo monoclonal para o bebê, em dose única, e para o idoso. Então, tem coisas novas chegando.

Agência Brasil: E a SBIm já está discutindo como recomendar essa vacina em seus calendários?
Mônica Levi: Só quando estiver mais próximo que a gente começa a discutir tecnicamente e definir as nossas posições. Ainda não estamos fazendo isso, estamos lendo e acompanhando o passo a passo. Mas, por exemplo, a pneumo-15 já estava no calendário da SBIm antes de a vacina estar disponível.

Agência Brasil: O antivacinismo também tem sido percebido nas clínicas privadas? Há menos procura? Mais dúvidas?
Mônica Levi: Com certeza. As clínicas do Brasil, as que não fecharam, estão com o movimento bastante reduzido comparativamente a antes da pandemia. Muitas clínicas fecharam e outras estão tentando se manter, mas o movimento das clínicas no Brasil inteiro diminuiu muito.

Agência Brasil: Então, há uma crise nas clínicas privadas de vacinação?
Mônica Levi: Sim, com certeza.

 

(Fonte: Agência Brasil. Foto: Reprodução)

Saúde

Projeto de Liandra garante atendimento humanizado às mães em luto

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Vereadora e presidente da CMD, Liandra Brambilla (Foto: F. Grott/CMD)

Texto foi aprovado na Sessão Ordinária desta segunda-feira na Câmara Municipal de Dourados
A Câmara Municipal de Dourados aprovou, durante Sessão Ordinária desta segunda-feira (10) um importante Projeto de Lei da vereadora Liandra da Saúde (PSDB), que garante um atendimento mais humanizado para mães que enfrentam a perda de um bebê. O PL determina que unidades de saúde da rede pública e privada, incluindo maternidades, casas de parto e hospitais, ofereçam acomodações separadas para mães que passaram por óbito fetal, parto de natimorto ou perda de bebês prematuros.

Além disso, a proposta assegura às parturientes o direito a um acompanhante durante o período de internação e a assistência psicológica especializada, proporcionando acolhimento emocional e evitando o sofrimento adicional de permanecerem próximas a outras mães que tiveram seus bebês com vida.

“O luto gestacional é uma dor imensurável. Muitas mães passam por essa experiência devastadora sem o suporte adequado. Com essa medida, garantimos que elas sejam tratadas com o respeito e a sensibilidade que merecem, evitando que fiquem em ambientes onde possam sofrer ainda mais ao ver outras mães com seus bebês nos braços”, afirmou a parlamentar.

A vereadora Liandra destacou que o objetivo do projeto é minimizar a dor das mães enlutadas e garantir um tratamento digno e respeitoso, trazendo mais dignidade e respeito às mães que vivem esse momento tão delicado.

“Esse é apenas um passo para um atendimento mais sensível, reforçando o compromisso em continuar lutando por políticas públicas que garantam um sistema de saúde acolhedor e humanizado, priorizando sempre o bem-estar das famílias”, finaliza Liandra.

Fonte:Assessoria/CMD

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Saúde

Prefeitura promove ação em alusão ao Dia Mundial do Rim na Praça Antônio João

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Mais de 170 pessoas realizam tratamento para doença renal crônica em Dourados. Foto: Reprodução/Saúde

A Prefeitura de Dourados, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, realiza nesta quinta-feira (13) uma ação especial em alusão ao Dia Mundial do Rim. O evento acontece na Praça Antônio João, das 8h às 11h, e contará com diversas atividades voltadas à prevenção e ao diagnóstico precoce de doenças renais.

Durante a mobilização, serão realizadas verificações de pressão arterial, testes de glicemia capilar e avaliações nutricionais. Também haverá distribuição de panfletos informativos e orientações sobre a saúde renal. No período da manhã, será feita a coleta de sangue para exames laboratoriais, conduzidos pelo Senac (Serviço Nacional do Comércio), com entrega dos resultados em até uma semana.

A ação faz parte de uma mobilização nacional promovida pela Sociedade Brasileira de Nefrologia, com o objetivo de conscientizar a população sobre a importância do diagnóstico precoce e do acesso ao tratamento da doença renal crônica. A iniciativa da Prefeitura reforça o compromisso com a saúde pública de Dourados.

Segundo a gerente de Doenças Crônicas da Secretaria Municipal de Saúde, Glaucia Eberhardt, é essencial ficar atento aos sinais que podem indicar problemas nos rins. “Inchaço no corpo, especialmente nas pernas e no rosto, pressão alta descontrolada, urina espumosa ou com sangue, cansaço excessivo, fraqueza e dores lombares sem explicação são sintomas que precisam ser observados. Quanto mais cedo o paciente buscar orientação com um profissional de saúde, melhores serão as chances de tratamento”, destaca.

Atualmente, 173 pessoas realizam tratamento para doença renal crônica em Dourados. Destas, 117 são residentes do município, enquanto os demais pacientes vêm de cidades vizinhas, como Caarapó, Deodápolis, Douradina, Fátima do Sul, Glória de Dourados, Itaporã, Laguna Carapã, Rio Brilhante e Vicentina. Os tratamentos incluem hemodiálise ou diálise peritoneal. Já com relação à distribuição por sexo e faixa etária, observa-se que, 53,21% são do sexo feminino e 46,79% do sexo masculino, sendo que a maioria dos casos predomina na faixa etária de 50 a 69 anos (54,59% dos pacientes atendidos).

A doença renal crônica caracteriza-se pela lesão prolongada dos rins por três meses ou mais. Segundo dados do Ministério da Saúde, aproximadamente 10% da população brasileira possui algum tipo de doença renal. Como a condição pode ser assintomática nos estágios iniciais, exames de urina e dosagem de creatinina são essenciais para identificação precoce.

Com assessoria.

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Dourados intensifica ações para o combate à Tuberculose

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Em 2024, foram registrados 192 casos de tuberculose em Dourados. Divulgação/Fiocruz

O Centro de Referência em Tuberculose e Hanseníase (CRTH), em um esforço conjunto com as Unidades Básicas de Saúde e apoio do Departamento de Vigilância em Saúde de Dourados, está reforçando durante todo este mês de março/2025 as ações voltadas ao controle da Tuberculose no município, na intenção de ampliar o diagnóstico precoce da doença.

A tuberculose é uma doença infecciosa causada pelo Mycobacterium tuberculosis, uma bactéria que quase sempre afeta os pulmões. É transmitida de pessoa para pessoa através do ar (fala, tosse ou espirro) e os sintomas incluem tosse por mais de três semanas, dor no peito, fraqueza, perda de peso, febre e suores noturnos.

A tuberculose é considerada um problema de saúde pública mundial e o Brasil está entre os países que mais registram casos da doença  no mundo. A doença também é um problema crônico de saúde nos presídios, um ambiente ideal para a disseminação da doença, agravada pela situação de extrema vulnerabilidade: celas superlotadas, uso abusivo de álcool/drogas e diversas comorbidades entre a população privada de liberdade.

No ano de 2024, em Dourados foram registrados 192 casos de tuberculose na população em geral, sendo 88 casos novos residentes. Embora seja uma doença que conta com métodos eficazes de prevenção, diagnóstico e tratamento, sendo curável na maior parte dos casos, ainda mata cerca de 4,7 mil pessoas todos os anos no Brasil.

Segundo a Organização Mundial das Nações Unidas (ONU), ações urgentes são necessárias para alcançar a meta de eliminar a doença como problema de saúde pública até 2035.

Diante desse cenário, com o intuito de promover a ampliação do diagnóstico da doença e em alusão ao dia 24 de março, data em que é celebrado o Dia Mundial de Combate à Tuberculose, as Unidades de Saúde e do Presídio Estadual de Dourados intensificarão a busca por pacientes que apresentem sintomas sugestivos, ofertarão exames e divulgarão durante todo o mês de março, informações sobre a Tuberculose para a população, destacando que o diagnóstico e o tratamento, que leva à cura da doença, estão disponíveis de forma gratuita no Sistema Único de Saúde (SUS).

As pessoas com sintomas da tuberculose devem procurar uma unidade de saúde mais próxima a sua residência, para avaliação e realização dos exames. É importante, também, que as pessoas que convivem com alguém com tuberculose confirmada sejam examinadas na unidade de saúde para evitar o adoecimento por tuberculose no futuro e, assim, contribuir para o controle da doença.

A prevenção ainda é a melhor forma de combater a tuberculose, por esse motivo, durante o mês de março, a população será alertada que o diagnóstico precoce é fundamental para iniciar o tratamento no tempo correto e aumentar as chances de cura, principalmente entre a população que tem maior risco para sintomas graves, como idosos, diabéticos, indígenas, pessoas institucionalizadas e imunodeprimidos.

Espera-se que as ações desenvolvidas sejam um impulsionador para o aumento na busca por casos novos de Tuberculose, além do acréscimo nas solicitações de exames laboratoriais, trazendo assim o alcance das metas propostas pelo Ministério da Saúde para a investigação desta doença.

Nesse sentido, o CRTH e as equipes da Atenção Primária pretendem fortalecer durante todo o mês de março as atividades educativas e divulgação de informações sobre a tuberculose, visando à qualidade dos serviços e priorizando a busca por casos novos, tratamento precoce e preventivo (TPT) que são estratégias importantes para o controle desta doença.

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