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Política

Agosto Verde: Campanha oportuniza debate sobre saúde mental de adolescentes

Adolescentes estão entre os mais vulneráveis aos impactos dos problemas da atualidade na saúde mental

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Tristeza profunda e sem causa aparente, desânimo, ansiedade, pânico, irritação… Esses são alguns sentimentos partilhados por diversos adolescentes e agravados neste tempo de crise. Metade deles já sentiram necessidade de pedir ajuda em relação à saúde mental. A discussão desse problema é oportuna e necessária neste mês em que é realizada a campanha Agosto Verde. Aprovada há cinco anos pela Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS), a campanha foi instituída pela Lei 5.088/2017.

Walkes: “Os jovens são os mais afetados neste período de crise”

(Foto: Arquivo pessoal)

O Agosto Verde, conforme estabelece a lei, é dedicado a “ações preventivas à integridade da pessoa, combatendo e prevenindo depressão, prostração ou desânimo, abatimento, esgotamento, estresse, tristeza, melancolia, ansiedade e outras doenças”. Esses sintomas, que atingem pessoas de quaisquer idades, podem ser, em época de crise, mais frequentes em grupos vulneráveis, como jovens e adolescentes.

“Vivemos hoje um período de crise política, econômica e sanitária. Também é crescente o retrocesso de investimento nas políticas públicas e o crescimento das desigualdades sociais. Diante disso, os adolescentes e jovens são as populações mais afetadas, por estarem condicionados ao desemprego, ao subemprego, ao trabalho plataformizado ou ao risco de morte (seja pela Covid, pela violência ou mesmo pela fome)”, alerta o psicólogo Walkes Jacques Vargas.

Para o psicólogo, é importante discutir esse assunto durante o Agosto Verde. “Trazer esse tema para o centro do debate durante o mês de agosto é propor que políticas de promoção à saúde e atenção psicossocial sejam direcionadas para aqueles que estão em maior situação de vulnerabilidade. Dessa forma, olhamos a saúde mental dos adolescentes e jovens levando em consideração o contexto em que estamos inseridos”, afirmou.

Metade dos adolescentes pensa em pedir ajuda

Arte: Luciana Kawassaki

O cenário crítico mencionado por Vargas também foi verificado em enquete com 3,6 mil brasileiros de 15 a 19 anos, realizada pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e pela organização da sociedade civil Viração Educomunicação. Conforme o levantamento, 51% dos adolescentes já sentiram necessidade de pedir ajuda relativa à saúde mental.

O retorno das aulas presenciais tornou mais visíveis os problemas provocados ou intensificados pela pandemia. Dos adolescentes que responderam a enquete, 37% disseram que se sentem ansiosos e 9%, deprimidos. Além disso, 12% afirmaram que não estão nada bem e 64% que têm dias bons e dias ruins desde a volta às escolas.

Escola, ambiente especial para proteção da saúde mental

Como os adolescentes passam grande parte do dia nas escolas, esse local se mostra especial para a promoção da saúde mental. E ações nesse sentido têm previsão legal. Walkes Vargas lembra que a Lei Federal 13.935/2019 obriga a inserção de assistentes sociais e psicólogos na rede pública de educação básica. “A presença desses profissionais pode prevenir algumas situações que atualmente têm se tornado constantes nas escolas”, frisa o especialista.

Arte: Luciana Kawassaki

A presença de psicólogos e assistentes sociais nas escolas, conforme estabelece a legislação, ainda não se concretizou. “É preciso que essa lei seja colocada em prática. Diante disso, nós do CRP [Conselho Regional de Psicologia – 14ª Região] em conjunto com o CRESS [Conselho Regional de Serviço Social – 21ª Região] e entidades sindicais, temos acompanhado a implementação dessa lei no Estado e municípios”, afirmou Vargas.

Em Mato Grosso do Sul, o trabalho de atenção psicológica na Educação é desenvolvido pela Coordenadoria de Psicologia Educacional (Coped), vinculada à Superintendência de Políticas Educacionais (Suped). No site da Secretaria de Estado de Educação (SED), são disponibilizados documentos com estudos diversos. elaborados pela Coped, que visam auxiliar a comunidade escolar na promoção de direitos e no enfrentamento da violência e outros problemas sofridos pelos estudantes.

Entre esses materiais, está o manual “Saúde mental e comportamento suicida”. O documento apresenta orientações, com fundamentação científica, que podem ajudar nas “reflexões para a construção, pela escola, de um plano de ação pedagógico de promoção de saúde, com vistas ao processo educativo”. Entre outras informações, a publicação enumera e comenta alguns indícios de sofrimento psíquico em estudantes, tais como os citados na arte ao lado.

Outro material relativo à saúde mental é o manual “Luto e posvenção”, que objetiva instrumentalizar a escola sobre o processo do luto e as possibilidades de ações e intervenções de posvenção no ambiente escolar.

“Eu me sinto mais leve com os problemas”, afirma Cecília, de 13 anos

Cecília tem na dança uma aliada para sua saúde mental

(Foto: Gláucia Jandre)

O cuidado com a saúde mental faz parte do cotidiano de Cecília Jandre Mascarenhas. A menina, de 13 anos, tem conseguido, com ajuda da terapia, lidar melhor com suas emoções e a se relacionar com as pessoas sem grandes tensões. “Antes da terapia, eu me sentia perdida e sem entender muito as emoções. Agora, percebo que tenho um rumo e me sinto um pouco mais leve com os problemas. Noto que meus sentimentos por outras pessoas estão leves e com menos preocupações”, contou a adolescente.

Cecília, que gosta de estar com os amigos, avalia que a volta das aulas presenciais lhe fez bem, não tendo dificuldades quanto à aprendizagem e à sua relação com colegas e professores. Na interação com as outras pessoas, o que lhe entristece é quando alguém não é verdadeiro com ela. “E o que me deixa alegre é me divertir com os meus amigos sem preocupações com a ansiedade”, acrescentou.

Além da terapia e dos momentos com os amigos, Cecília, com apoio da família, tem outros hábitos que contribuem para a melhoria de sua saúde mental. “Eu mantenho tratamento com homeopatia faz muitos anos e procuro focar também nas atividades que me dão alegria, como a dança e estudos bíblicos durante a semana”, disse a menina.

É preciso prestar atenção aos sinais

Práticas benéficas à saúde mental precisam estar presentes no dia a dia de todas as pessoas de modo geral, como orienta Walkes Jacques Vargas. “Na rotina corrida e cansativa, é comum sentirmos angústia, ansiedade, medo, tristeza ou desesperança em alguns episódios da vida. Aliás, todos nós experimentamos uma sensação de melancolia em algum momento. Ninguém é feliz o tempo todo”, observa.

E quando essas sensações cotidianas sinalizam para algo além do aceitável, é preciso intensificar os cuidados. “Devemos ficar alertas quando esses sentimentos que acompanham o nosso cotidiano se transformam em crises de ansiedade, de pânico, agitação, insônia, transtornos alimentares ou mudança repentina no comportamento, por exemplo. A manifestação clínica é um sinal importante de que o corpo está pedindo ajuda, o organismo está sinalizando que esses afetos do dia a dia precisam ser cuidados e a psicoterapia é o principal instrumento para dar atenção a tudo isso”, finaliza o psicólogo.

Leis aprovadas pela ALEMS ajudam na melhoria da saúde mental

No seu papel de defesa e promoção de direitos, a ALEMS tem contribuído na elaboração e aprovação de normativas que auxiliam na melhoria da saúde mental dos sul-mato-grossenses. Além da campanha Agosto Verde, o Parlamento aprovou diversas outras leis relativas à saúde mental.

Assembleia Legislativa aprovou diversas leis em favor da saúde mental

(Foto: Wagner Guimarães)

Na atual legislatura, foram aprovadas quatro leis referentes à saúde mental e que, de alguma forma, relacionam-se a jovens e adolescentes ou ao ambiente escolar. Entre essas normas, está a Lei 5.468/2019, que criou o Dia Estadual em Atenção à Saúde Mental dos Profissionais de Educação. A data estabelecida é 30 de setembro.

Outra lei, a 5.602/2020, instituiu o programa de capacitação para profissionais da Educação para atuação na prevenção ao uso de drogas entre crianças, adolescentes e jovens. A lei determina que as ações sejam coordenadas por educadores, profissionais da Saúde Mental, dos Direitos Humanos, entre outros especialistas.

Também foi aprovada pelos parlamentares da atual legislatura a Lei 5.731/2021 que criou a Política de Diagnóstico e Tratamento da Síndrome da Depressão em Mato Grosso do Sul. E, diretamente ligada à pandemia, vigora desde junho deste ano a Lei 5.893/2022, que dispõe sobre o atendimento à saúde mental das vítimas da Covid-19.

Normativas nacionais dispoẽm sobre saúde mental de estudantes

Além dessa recente legislação estadual, há normativas nacionais que tratam, de modo geral ou em alguns dispositivos, sobre saúde mental de estudantes e/ou de jovens e adolescentes. É o caso da Lei 13.819, que instituiu a Política Nacional de Prevenção da Prevenção da Mutilação e do Suicídio.

O tema saúde mental também está presente na Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Esse documento elenca como uma competência geral da Educação Básica a seguinte: “conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional, compreendendo-se na diversidade humana e reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e capacidade para lidar com elas”.

Serviço:

Onde buscar ajuda? Confira alguns caminhos:

Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) – veja a relação das unidades.

Unidades Básicas de Saúde (UBS) – veja a lista das unidades de Campo Grande.

Centro de Valorização da Vida (CVV) – atendimento gratuito pelo telefone 188.

Grupo Amor Vida (GAV) – oferece apoio emocional de forma gratuita.

Mapa interativo elaborado pela Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) disponibiliza contatos de locais que prestam atendimento em saúde mental. É possível encontrar, no mapa, endereços de CAPS, clínicas, hospitais, Centros de Atenção Psicossocial – Álcool e Drogas (CAPS AD), etc.

Atendimento gratuito em universidades:

Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS).

Psicologia Unigran Capital.

Clínica-Escola da Universidade Católica Dom Bosco (UCDB).

Clínica-Escola do Curso de Psicologia da Uniderp.

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Política

Projeto redefine em 40 salários o teto das obrigações de pequeno valor

A previsão é que a proposta seja apresentada na sessão ordinária desta quarta-feira (27).

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A requisição de pequeno valor (RPV), que é o pagamento que o ente público é condenado a pagar por meio de processo judicial, poderá ter como teto 40 salários mínimos em Mato Grosso do Sul. É o que estabelece o Projeto de Lei 276/2024, protocolado na Assembleia Legislativa (ALEMS) nesta terça-feira (26) pela deputada Gleice Jane (PT).

A proposta altera a Lei 2.586/2002, que define a obrigação de pequeno valor. O RPV vigente, conforme disposto nessa lei, tem o limite de 515 Unidades Fiscais de Referência de Mato Grosso do Sul (Uferms). Na redação proposta, o valor passa a ser igual ou inferior a 40 salários mínimos. A alteração, segundo justifica Gleice Jane, atende ao parágrafo terceiro do artigo 100 da Constituição Federal.

O projeto “visa garantir maior efetividade na prestação jurisdicional, ao assegurar que os créditos de menor valor, reconhecidos por decisão judicial transitada em julgado, sejam pagos de forma célere e eficaz”, afirma a parlamentar. A mudança também “é necessária para atualizar os valores à realidade econômica atual, corrigindo defasagens que prejudicam os credores de menor porte e, consequentemente, a própria eficácia da Justiça”, acrescenta.

A previsão é que a proposta seja apresentada na sessão ordinária desta quarta-feira (27). Depois, fica em período de pauta para recebimento de emendas e segue para análise da Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJR). Se o parecer quanto à constitucionalidade for favorável, continua tramitando com votações nas comissões de mérito e no Plenário.

(Com assessoria. Foto: Divulgação)

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Política

Deputados cobram ações urgentes para resolver crise hídrica nas aldeias indígenas

Pedro Kemp solicitou uma força-tarefa das autoridades para sanar a crise hídrica nas aldeias Bororó e Jaguapiru

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Nos últimos anos, a falta de água potável tem se tornado um problema cada vez mais grave nas aldeias indígenas de diversas regiões do Estado. O acesso à água, recurso essencial para a saúde, é uma luta para muitas dessas comunidades e tem sido constantemente debatida pelos parlamentares da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS). Na sessão desta terça-feira (26), os parlamentares voltaram a cobrar uma solução do governo.

Pedro Kemp (PT) foi o primeiro a tratar sobre o tema, solicitando uma força-tarefa das autoridades federais e estaduais para sanar a crise hídrica nas aldeias Bororó e Jaguapiru, localizadas no município de Dourados. “Moradores têm relatado a falta de água para beber, cozinhar, lavar roupas e tomar banhos, condições que afetam o dia a dia dessas pessoas, fazendo, inclusive, com que as crianças percam aula por falta de roupa limpa.

Para Lia, o governo precisa intensificar os esforços para garantir o acesso à água

Conforme Kemp, os reservatórios das aldeias estão vazios, as crianças estão coletando água em córregos, o que agrava ainda mais a situação diante da contaminação por agrotóxico. “Diante de toda a situação de calamidade, os índios estão bloqueando rodovias em forma de protesto. Em 2023, o Governo do Estado, através da Sanesul, elaborou um projeto para solucionar a crise hídrica nas aldeias de Dourados. Orçado em R$ 35 milhões, foi inserido no PAC [Programa de Aceleração e Crescimento], entretanto, até o presente momento ainda não há notícias de que tenha sido colocado em prática”, informou.

Lia Nogueira (PSDB) também cobrou uma ação rápida do governo. “Isso já se arrasta há mais de 20 anos. Existe projeto para que água seja levada às aldeias e outros municípios, como Paranhos e Amambai, mas não sai do papel. Não dá mais para esperar, chegou ao limite. O governo precisa intensificar os esforços para garantir o acesso à água nas comunidades indígenas”, disse a deputada.

 

(Com assessoria. Fotos: Divulgação)

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Política

Congresso encerra sessões e reforça segurança após explosões no STF

Segundo Rodrigo Pacheco, a Polícia Legislativa ajuda na apuração

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As sessões plenárias da Câmara dos Deputados e do Senado Federal foram encerradas na noite desta quarta-feira (13) após o registro de explosões perto do prédio do Supremo Tribunal Federal, em Brasília. Segundo o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, a Polícia Legislativa das duas casas está ajudando na apuração das circunstâncias do fato. 

Ele também afirmou que a segurança nas duas casas está sendo reforçada. “É o momento de se aferir as circunstâncias e todos terem as cautela e as precauções devidas. É natural que, diante do acontecimento que foi noticiado, é óbvio que toda força de segurança tem que estar em alerta nesse instante”.

Pacheco lamentou o ocorrido e a morte de uma pessoa. “Lamento se tem uma pessoa morta, manifestamos toda a nossa solidariedade e lamentamos sem conhecer as circunstâncias”.

Ele também lembrou os acontecimentos de 8 de janeiro de 2023, quando centenas de pessoas invadiram e depredaram o prédios públicos de brasília. “Foi muito triste e relevante e mudou todos os padrões de segurança dos Três Poderes”.

O 2º vice-presidente da Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), suspendeu a sessão depois de receber as informações das explosões e da morte. “Estamos com seguranças em todos os acessos para garantir a nossa saída daqui a nossos lares”, afirmou.

Explosão

Policiais militares fazem uma varredura na Praça dos Três Poderes após duas explosões terem ocorrido na noite de hoje perto do prédio do STF. O Corpo de Bombeiros confirmou a morte de uma pessoa.

A perícia também está no local.

O acesso de pedestres e carros à Esplanada dos Ministérios foi fechado em decorrência das explosões, que ocorreram por volta das 19h30.

Em nota, o STF disse que foram “ouvidos dois fortes estrondos ao final da sessão e os ministros foram retirados do prédio com segurança”. “Os servidores e colaboradores também foram retirados por medida de cautela”, acrescenta. O público que participava da sessão que analisava ação sobre letalidade policial em favelas foi retirado às pressas. As explosões foram ouvidas após o encerramento da sessão.

 

(Fonte: Agência Brasil. Foto: Reprodução)

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