Connect with us

Saúde

Tontura e vertigem: a importância de identificar e diferenciar os sintomas

Do ponto de vista do paciente, os sintomas são considerados comuns e semelhantes nos dois casos

Publicado

on

No mês em que ocorre o Dia Nacional da Tontura – 22 de Abril, o HRMS (Hospital Regional de Mato Grosso do Sul) traz um importante alerta sobre o diagnóstico correto e importância de diferenciar vertigem e tontura, termo popularmente usado por pacientes e escolhido para marcar a data.

Do ponto de vista do paciente, os sintomas são considerados comuns e semelhantes nos dois casos. Apesar da inexistência de dados precisos, estudos apontam que a tontura, por exemplo, está entre as principais queixas na medicina, atingido uma prevalência de até 35% da população geral em algum momento da vida.

Identificar e diferenciar tontura de vertigem é necessário logo no primeiro atendimento ao paciente que apresenta os sintomas, conforme destaca a Neurologista e Coordenadora do Ambulatório de Distúrbios Vestibulares e do Equilíbrio do HRMS, doutora Aline M. Kozoroski Kanashiro, que ministrou, no último sábado (22), o simpósio “Tontura: Conhecimento ao Alcance de Todos”, direcionado a médicos e residentes de diversas especialidades que atuam no HRMS.

Para entender melhor o assunto, confira a entrevista com a doutora Aline, que atua no único Ambulatório de Vertigem de Mato Grosso do Sul, no HRMS.

Qual a diferença de tontura e de vertigem?

Drª. Aline M. Kozoroski Kanashiro – Do ponto de vista semântico, os termos tontura e vertigem são palavras sinônimas, no entanto, para os médicos, e principalmente os neurologistas, tontura e vertigem se referem a sintomas que refletem o comprometimento de diferentes sistemas e devem ser sempre diferenciados.
Tontura é um sintoma referido pelo paciente de várias formas, como por exemplo, uma sensação de mal-estar, de fraqueza, sensação de queda (mas sem realmente cair), embaçamento visual, escurecimento visual, sensação de desmaio, de cabeça vazia, etc.
A vertigem é a percepção irreal de que as coisas estão rodando ao seu redor ou que o seu corpo está rodando (como se estivesse em um redemoinho), ou balançando (como se estivesse em um barco, ou andando em cima de um colchão).

Qual a importância de diferenciar os dois sintomas?

Drª. Aline M. Kozoroski Kanashiro – A importância na diferenciação da tontura e vertigem é que esses sintomas são manifestações clínicas de doenças completamente diferentes, que necessitam uma abordagem diagnóstica e terapêutica direcionada para o verdadeiro problema de saúde do paciente.
Por exemplo, a tontura pode ser o sintoma de uma doença cardíaca, pulmonar, endocrinológica, desidratação, intoxicação, distúrbios metabólicos, infecções e distúrbios do sono. Além disso, a tontura é um sintoma muito frequente nas doenças psiquiátricas como depressão, ansiedade e outras.

A vertigem é um sintoma que reflete o comprometimento do labirinto ou das suas conexões no cérebro. Várias doenças do labirinto e do cérebro podem causar vertigem, cada uma dessas doenças tem características específicas e o diagnóstico e tratamento correto são possíveis, muitas vezes, somente com as informações do paciente e com o exame físico neurológico específico para avaliar o labirinto e suas conexões. Poucas vezes é necessário a realização de exames complementares, como a tomografia e a ressonância.

O neurologista e o otorrinolaringologista são os especialistas preparados para fazer o diagnóstico e tratamento das doenças que causam vertigem, ou seja, as doenças que comprometem o labirinto e suas conexões dentro do cérebro.

Por falar em labirinto, lembra-se da labirintite? Pois então, ela é uma doença rara, que acontece em cerca de 0,5% de todos os pacientes que tem tontura ou vertigem. E não existe crises de labirintite, porque nós só podemos ter, no máximo, 2 episódios de labirintite em toda a vida, porque só temos 2 labirintos. Portanto, o médico que dá um diagnóstico de labirintite, ele tem uma chance de 99,5% de ERRAR! O grande problema do uso indiscriminado e ERRADO do termo labirintite, tanto pelos médicos, quanto pela população, é que isso resulta no uso incorreto de medicações e, consequentemente, em muitos efeitos colaterais, alguns deles muito graves.

Quais doenças são mais comuns os sintomas de tontura e vertigem?

Drª. Aline M. Kozoroski Kanashiro – A tontura e a vertigem não causam doenças. Ao contrário, elas são sintomas de diferentes doenças. São exemplos de doenças que causam tontura: doenças cardíacas, diabetes Mellitus descompensado com hiper ou hipoglicemia, pressão alta ou pressão baixa, beber pouca água, desidratação, qualquer tipo de infecção, estresse, ansiedade, depressão, síndrome do pânico, distúrbios do sono e outras. Os principais exemplos de vertigem são, em ordem de frequência: VPPB (vertigem postural paroxística benigna), doença de ménière, migrânea vestibular, AVC (acidente vascular cerebral), neurite vestibular e outras. A labirintite aparece em último lugar, juntamente com as outras doenças raras do labirinto.

Existe uma faixa de idade quando os sintomas são mais frequentes?

Drª. Aline M. Kozoroski Kanashiro – Tanto a tontura, como a vertigem, podem aparecer em pessoas de qualquer idade, mas dependendo da doença, podem aparecer com mais frequência em adultos e idosos.

Recentemente, o HRMS ofereceu um simpósio destinado aos médicos e residentes de todas as especialidades com foco na diferenciação de tontura e vertigem. Qual a importância da conscientização dos profissionais de saúde para o diagnóstico correto?

Drª. Aline M. Kozoroski Kanashiro – O principal para um médico que não é neurologista ou otorrino, é saber diferenciar tontura de vertigem. Uma boa história clínica e exame clínico são capazes de direcionar o diagnóstico e, a partir daí, caso o médico não saiba realizar o tratamento adequado, ele pode encaminhar o paciente ao serviço especializado.

Em relação aos neurologistas e otorrinos, eles já são preparados durante a sua formação para atender pacientes com vertigem. Com excessão do AVC e das vertigens de causa central que são tratadas apenas pelo neurologista.

Qual o tratamento adequado para o sintoma de tontura e vertigem?

Drª. Aline M. Kozoroski Kanashiro – O tratamento vai depender do diagnóstico da doença. Por exemplo, a VPPB, que é a doença mais frequente nos ambulatórios de Distúrbios Vestibulares, não necessita de tratamento com nenhuma medicação. Após o diagnóstico, são realizadas manobras para reposicionar os cristais de cálcio que estão deslocados dentro do labirinto. O paciente pode sair da consulta já curado, sem medicações, sem necessidade de realizar nenhum exame ou qualquer outra terapia. Isso é muito gratificante!

Existe alguma situação em que o paciente precise procurar o atendimento médico de urgência.
Drª. Aline M. Kozoroski Kanashiro – Sim, existem alguns tipos AVCs que se manifestam com vertigem e o paciente deve se preocupar se for o primeiro episódio de vertigem e durar continuamente por mais de 30 minutos.

O HRMS oferece o serviço de diagnóstico e tratamento de tontura e vertigem, como o paciente pode conseguir?

Drª. Aline M. Kozoroski Kanashiro – O Serviço de Neurologia do HRMS tem disponível à população o Ambulatório de Vertigem, cujo nome específico é: Ambulatório de Distúrbios Vestibulares e do Equilíbrio. Este ambulatório é dedicado ao atendimento de pacientes com vertigem. No Brasil há somente dois ambulatórios de neurologia especializados no atendimento destes pacientes do SUS, sendo o primeiro no Hospital das Clínicas da FMUSP em São Paulo, coordenado pela Dra. Cristiana Borges Pereira, onde eu fiz o meu treinamento.

Os pacientes podem ser encaminhados por todos os médicos do SUS, explicando o encaminhamento direcionado para este ambulatório, com um dos CIDs referente às doenças vestibulares e via SISREG.

Eu sinto muita tristeza em saber que tantas pessoas sofrem de tontura ou vertigem e muitas vezes não chegam ao diagnóstico e tratamento corretos. Esses sintomas são incapacitantes e comprometem a qualidade de vida. Nós precisamos de ajuda para divulgar a informação e fazer com que os pacientes com vertigem cheguem até o nosso ambulatório.

(Com assessoria. Fotos: Divulgação)

Continue Lendo
Clique para comentar

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Saúde

Equoterapia em Mato Grosso do Sul une saúde, inclusão e reabilitação para pessoas com deficiência

Publicado

on

Parceria entre SES e Polícia Militar oferece atendimento gratuito e acompanhamento especializado a pessoas com deficiência

A SES (Secretaria de Estado de Saúde) tem reforçado ações que unem saúde, inclusão e reabilitação por meio de parcerias estratégicas, como o Programa de Equoterapia da PMMS (Polícia Militar de Mato Grosso do Sul). Localizado no Parque dos Poderes, em Campo Grande, o projeto oferece atendimento gratuito a crianças com deficiências físicas, intelectuais e transtornos do desenvolvimento, promovendo ganhos significativos nos âmbitos físico, emocional e social.

O convênio firmado no início do ano passado entre a SES e a PMMS destina R$ 1,13 milhão para custeio de profissionais especializados, garantindo o acompanhamento clínico e terapêutico dos praticantes.

Para a gerente da Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência da SES, Juliana Medeiros, o serviço representa um avanço significativo na consolidação da Rede.
“O Centro de Equoterapia da PMMS é um exemplo concreto de como o cuidado pode transformar vidas quando une técnica, sensibilidade e propósito. A equoterapia promove ganhos expressivos na reabilitação global das pessoas com deficiência, ampliando suas possibilidades de autonomia, integração social e dignidade. Essa parceria fortalece a Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência e reafirma o compromisso de Mato Grosso do Sul com políticas públicas efetivas, que fazem diferença real na vida das pessoas”, afirmou Juliana.

À direita, Capitão Lorensetti, coordenador do programa. (Foto: Divulgação PMMS)

O coordenador do programa, Capitão Lorensetti, explica que o projeto, desenvolvido pela Polícia Militar e mantido pelo Governo do Estado, é executado por uma equipe multidisciplinar composta por fisioterapeutas, psicólogos, profissionais de serviço social, educação física, enfermagem, pedagogia e fonoaudiologia. A iniciativa visa promover o desenvolvimento global dos praticantes, combinando os benefícios do movimento do cavalo com o acompanhamento clínico e terapêutico.

“A equoterapia é reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina como uma ferramenta eficaz de reabilitação. O movimento tridimensional do cavalo estimula o equilíbrio, a coordenação, a postura e a concentração, além de gerar ganhos emocionais e cognitivos significativos. É uma terapia que trabalha corpo, mente e vínculo afetivo”, explica o oficial.

O cavalo como parceiro terapêutico

De acordo com a psicóloga e pedagoga Lilian Martins, o cavalo atua como mediador natural de estímulos físicos e emocionais. Seu andar se assemelha ao movimento humano, proporcionando respostas corporais e neurológicas que dificilmente seriam alcançadas em terapias convencionais. “Durante uma sessão de 30 minutos, o praticante realiza cerca de 9 mil ajustes musculares para manter o equilíbrio sobre o cavalo. Isso fortalece a musculatura, melhora o tônus e o controle postural, além de estimular a coordenação e a concentração”, explica Lilian.

Ela destaca ainda que cada atendimento é planejado de forma personalizada, considerando o tipo de cavalo, o ritmo da montaria e os objetivos terapêuticos. “Se o foco é reduzir a agitação, trabalhamos o relaxamento. Cada sessão tem intencionalidade e propósito. Além da parte física, a equoterapia desperta afetividade, autoconfiança e integração social”, afirma Lilian.

Histórias que inspiram

Ana Vitória participa do projeto há 14 anos.

Entre as histórias marcantes que passam pelo Centro está a de Ana Vitória Silva, de 20 anos, que nasceu com paralisia cerebral. Desde os dois anos de idade, ela participa da equoterapia e, há 14 anos, faz parte do projeto.

Moradoras de Chapadão do Sul, Ana e sua mãe, Rosaine Aparecida da Silva, viajam todas as semanas até Campo Grande para as sessões. “A evolução dela foi enorme, tanto física quanto emocionalmente. O que o cavalo faz na equoterapia, nenhum fisioterapeuta consegue reproduzir dentro de uma clínica. A Ana adora vir, é um momento de liberdade e felicidade”, relata Rosaine.

Outra história de superação vem do pequeno Davi, de 8 anos, diagnosticado com autismo nível 3, epilepsia e TDAH. Ele participa do programa há cerca de dois anos e meio e já apresenta grandes avanços. “Depois que começou a equoterapia, o Davi recuperou a fala, melhorou a coordenação e ganhou confiança. Hoje ele até participa das Paralimpíadas internas do projeto, adora competir e se sente muito feliz”, conta a mãe, Daniele Barilli.

Integração, inclusão e resultados concretos

Fundado em 3 de setembro de 2002, o Centro de Equoterapia da PMMS é uma instituição filantrópica sem fins lucrativos, sendo um serviço de referência em Mato Grosso do Sul. Atualmente atende cerca de 200 crianças, com expectativa de ampliar esse número para 300 até 2026. Além de fortalecer habilidades motoras, a equoterapia melhora a socialização, o autocontrole e a autoestima dos praticantes.

“A equoterapia vai muito além da reabilitação física. É um trabalho que transforma a forma como o praticante se relaciona com o próprio corpo, com os outros e com o mundo. Cada sorriso e cada conquista são vitórias compartilhadas entre a família, os terapeutas e o cavalo”, resume o Capitão Lorensetti.

André Lima, Comunicação SES
Fotos: André Lima

Continue Lendo

Saúde

Hemosul alerta que estoques de sangue estão em nível crítico

Publicado

on

Doadores podem comparecer durante a manhã ou a tarde, conforme horários estabelecidos pela unidade – Crédito: Hemocentro/ Divulgação

O Hemosul de Dourados está alertando a população para a necessidade de reposição do estoque e faz um apelo para que as doações normalizem. De acordo com o órgão, os estoques de sangue estão em nível de alerta e a doação de todos os tipos sanguíneos se faz urgente — especialmente dos tipos O+ e O-, que são os mais utilizados em emergências.

Conforme a direção, os níveis do estoque se encontram em situação preocupante e diversos comunicados estão sendo publicados nos canais da instituição para alcançar os doadores já cadastrados e novos doadores.

“Não existe substituto para o sangue. Ele é insubstituível em cirurgias, acidentes, partos e tratamentos de doenças graves. Cada doação pode salvar até quatro vidas”, reforça a equipe do Hemosul.

Para ser doador, é simples: basta estar em boas condições de saúde, ter entre 16 e 69 anos (menores de idade precisam de autorização dos responsáveis) e pesar mais de 51 quilos. É obrigatório apresentar um documento oficial com foto, e no dia da doação o voluntário deve estar bem alimentado.

Durante a reforma da sede oficial do Hemosul, na Vila Industrial, o atendimento está acontecendo temporariamente na Rua Oliveira Marques, nº 2.535 – Jardim Central. Os horários de funcionamento são: às segundas, quartas e sextas-feiras: das 7h às 12h30; e às terças e quintas-feiras: das 7h às 11h30 e das 13h às 17h.

O Hemosul reforça o convite para que novos e antigos doadores compareçam o quanto antes. Um pequeno gesto pode fazer uma enorme diferença — doar sangue é compartilhar vida.

Continue Lendo

Saúde

Prefeitura entrega novos equipamentos na Unidade de Saúde do Izidro Pedroso

Publicado

on

Equipamentos entregues vão beneficiar principalmente o setor da odontologia, que recebeu equipamentos completos nas três salas de consultório. Foto: A. Frota

A Prefeitura de Dourados entregou nesta quarta-feira (10) novos equipamentos para a Unidade Básica de Saúde (UBS) do bairro Izidro Pedroso, reforçando a estrutura de atendimento e oferecendo melhores condições de trabalho aos profissionais da saúde. O prefeito Marçal Filho acompanhou a ação e chegou a ajudar no descarregamento do caminhão que saiu do Almoxarifado da Secretaria Municipal de Saúde lotado de materiais.

Durante a entrega, Marçal conversou com pacientes e funcionários da unidade. “Hoje viemos trazer cadeiras odontológicas, autoclaves, compressores, televisor e máquina de lavar”, afirmou o prefeito. “Estamos fazendo as entregas em várias unidades para que as pessoas recebam serviços de saúde de qualidade ainda melhor”, completou.

Além dos equipamentos gerais, a UBS também recebeu bebedouro e um conjunto completo de itens para o atendimento odontológico, como equipo com braço mecânico, refletor, mocho, cuspideira e fotopolimerizador. A unidade do Izidro Pedroso conta com três equipes de saúde e atende aproximadamente 10 mil moradores da região.

A moradora do bairro, Luciana Vieira, comemorou as melhorias. “Tenho acompanhado o trabalho de entrega de equipamentos nos bairros da cidade e em distritos”, enfatizou. “Isso é muito bom porque os profissionais precisam de melhores condições de trabalho e, com isso, o atendimento melhora e fica melhor pra gente”, destacou Luciana Vieira.

Durante a entrega, o prefeito também conversou com as dentistas Cleane, Rosângela e Natália, que aguardavam ansiosas pelos novos equipamentos. As profissionais agradeceram os investimentos, ressaltando que os materiais vão melhorar o desempenho dos serviços prestados.Os equipamentos fazem parte de um investimento de R$ 2 milhões, fruto de uma parceria entre a Prefeitura de Dourados e o Governo do Estado, com o apoio de emendas parlamentares de deputados estaduais. Diversas unidades de saúde do município já foram beneficiadas e as entregas irão continuar no município.

Continue Lendo

Mais Lidas

Copyright © 2021 Pauta 67