Como mais uma das ações do projeto que oferece cultura e arte gratuitas à população sul-mato-grossense, o Som da Concha deste fim de semana será em Dourados, no domingo (10), a partir das 18h, na Concha Acústica da Praça do Cinquentenário. O evento traz para a maior cidade do interior do estado muito folk com Douglas Dakombi e blues com a banda Bêbados Habilidosos.
Criado em 2008 pela FCMS (Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul), hoje vinculada à Setesc (Secretaria de Estado de Turismo, Esporte e Cultura), o Som da Concha é um projeto dedicado a valorizar e divulgar a música sul-mato-grossense.
Com o show “Eterno Blues Man”, Bêbados Habilidosos celebra mais de 25 anos representando Mato Grosso do Sul na cena blues do Brasil. A apresentação homenageia Renato Fernandes, mestre do blues que deixou uma marca significativa no cenário musical. Em 2009, o grupo conquistou o Prêmio MTV Rock do Mato em duas categorias: “Banda do Ano” e “Guitarrista do Ano”.
Em 2008, duas canções da banda foram incluídas na trilha sonora do filme Nossa Vida Não Cabe Num Opala, do diretor Reinaldo Pinheiro, que contou com a participação de atores da TV Globo, como Marília Pêra, Jonas Bloch e Dercy Gonçalves. Em 2011, Renato Fernandes foi homenageado no documentário Ele é o Blues, produzido e dirigido por Kleomar Carneiro e Vinícius Bazenga.
Já o músico e compositor de Campo Grande, Douglas Dakombi e sua banda levarão para Dourados o “folk pantaneiro” no show intitulado UsKaradaKombi. A proposta é fundir sonoridades em um novo gênero musical, inspirado tanto por artistas locais, como Almir Sater, quanto por ícones internacionais, como Bob Dylan.
Douglas Dakombi iniciou sua carreira em 2001 e participou de diversos projetos. Em 2015, transformou uma Kombi em palco móvel para shows pelo Brasil. Ele instalou um sistema de som no veículo para apresentações em praias, praças públicas e centros de cidades. Conhecido artisticamente como “Douglas Dakombi”, seu estilo abrange folk, rock, pop e MPB. Suas canções abordam temas variados, incluindo questões sociais e políticas, fé, amor, paz e otimismo.
Bêbados Habilidosos
Fundada em 1995, a banda Bêbados Habilidosos é considerada pioneira do blues em Mato Grosso do Sul. Ela surgiu de um desmembramento da banda Blues Band, que também deu origem ao Bando do Velho Jack, conhecido grupo de rock do estado. A principal influência é o blues, gênero musical nascido às margens do rio Mississipi, mas o samba de raiz também exerce uma forte presença na música de Renato Fernandes, vocalista, letrista e fundador do grupo, falecido em 2015. O estilo de Noel Rosa e Chico Buarque é perceptível em suas composições, e essa mistura de ritmos resulta na originalidade musical dos Bêbados Habilidosos.
A banda foi formada por Marcelo Rezende no baixo, Edney Costa na bateria e Rodrigo Queiroz na guitarra, único membro remanescente da formação original até hoje. A formação atual conta com Felipe Saldanha no vocal, Erick Artioli na bateria, Rodrigo Queiroz na guitarra, Roberto Arguelho nos teclados e Juliano de Almeida no contrabaixo.
Douglas Dakombi
O show UsKaradaKombi será dividido em três capítulos, cada um explorando uma faceta da jornada musical e mística dos integrantes. O primeiro capítulo, intitulado “A União”, começa com a canção “Ciclo do Universo”, que expressa a esperança de um novo amanhecer após o período pandêmico. Esta seção reflete a união harmônica pela resiliência, com Douglas Dakombi retornando a Campo Grande e reencontrando-se com o Bardo Místico Matheus Ortiz, o Mochileiro Flávio Ottoni e o Beatlemaníaco Alexandre Ourives.
Nos capítulos seguintes, “A Sinfonia” e “A Sincronia” (concluindo o conceito de Unio Symphonia et Konsonantia), as músicas exploram filosofias e virtudes sobre as paisagens bucólicas e o cotidiano, como em “Acreditar em Nós”, “A Boa Sorte”, “Livres” e “Intensidade”. A banda é formada por Douglas Pereira Rodrigues (voz e violão), Matheus Henrique Pereira Córdoba Ortiz (backing vocal, violino e bandolim), Flávio Ottoni da Gama (bateria e voz) e Alexandre Ribeiro Ourives (baixo e voz).
Serviço
Som da Concha com Douglas Dakombi e Bêbados Habilidosos
Data: domingo, 10 de novembro de 2024 Horário: a partir das 18h Local: concha acústica da Praça do Cinquentenário em Dourado – Av. Marcelino Pires – Vila Industrial – Dourados (MS) Entrada: gratuita
Mês da Consciência Negra: Ju Souc e Jerry Espíndola levam projeto “Além da Cor” para escolas de MS
Escolas estaduais de cinco cidades de MS (Ribas do Rio Pardo, Sidrolândia, Terenos, Campo Grande e Jaraguari) recebem projeto que traz música regional e diálogo voltado à luta antirracista.
A partir desta semana, entre os dias 13 e 27 de novembro, o projeto “Além da Cor,” idealizado pelos artistas Ju Souc e Jerry Espíndola, vai levar a música sul-mato-grossense para alunos do ensino médio de escolas públicas estaduais de cinco cidades de MS – Ribas do Rio Pardo, Sidrolândia, Terenos, Campo Grande e Jaraguari.
Com o financiamento da Lei Paulo Gustavo (LPG), o projeto visa não só aproximar os jovens de suas raízes culturais, mas, também, fomentar a reflexão sobre temas pertinentes a nossa sociedade como o combate ao racismo e a valorização da cultura afro-brasileira.
“Além da Cor” que dá nome ao projeto também é o nome da música composta por Ju e Jerry, que ficou em 22º lugar entre 360 inscritos no Prêmio Luís Melodia, lançado pela Fundação Palmares. “O nome do projeto faz referência a canção que aborda a valorização da cultura afro-brasileira e o movimento antirracista, temas que permeiam todo o projeto e dialogam diretamente com o público jovem das escolas. Já a execução dos trabalhos casam com o mês de novembro pensando que o dia 20 é celebrado o Dia da Consciência Negra”, argumenta Ju Souc.
O projeto contará com shows em oito escolas estaduais, sendo quatro delas no interior do Estado, o que reafirma o compromisso de descentralizar o acesso à cultura e formar novos públicos para a música regional.
As apresentações, que ocorrem durante os intervalos das aulas, marcam o encontro de duas gerações da música regional: compositora e multi-instrumentista Ju Souc e Jerry Espíndola, cantor e compositor com 40 anos de carreira, um dos precursores da polca rock, com diversos discos na carreira e presença marcante no cenário cultural do Centro-Oeste.
“É uma satisfação enorme estar ao lado da Ju nessa parceria, levando a arte sul-mato-grossense para os alunos, que estão mais acostumados ao universo das redes sociais do que às raízes de sua própria terra. O projeto também vem para agregar nesse sentido porque a vida é muito sobre o ao vivo ao invés do mundo por detrás das telas”, destaca Jerry.
Além das apresentações musicais, o projeto inclui uma palestra com a professora Luana Laline Rodrigues, pedagoga e integrante do Movimento Negro Unificado de MS, que abordará temas relacionados à Lei 10.639 e à importância da educação antirracista nas escolas.
Ju Souc lembra que o projeto surgiu a partir de uma experiência anterior, o “Show Musical – Pop e Poesia”, realizado com alunos do EJA em escolas municipais de Campo Grande. “Os estudantes nos surpreenderam com sua receptividade e interesse, e isso nos inspirou a expandir a iniciativa para escolas estaduais e alcançar um público ainda maior, pensando também no interior do estado, incluindo a pauta de combate ao racismo”, afirma.
A estimativa é de que o projeto atinja uma média de dois mil alunos até o final dos trabalhos. Confira a programação das apresentações:
• 13/11 – 9h – EE Teotônio Vilela, bairro Universitário (Campo Grande)
• 14/11 – 9:30h – EE Ada Teixeira, bairro Nova Lima (Campo Grande)
• 18/11 – 9h – EE Arlindo Sampaio, bairro Moreninhas (Campo Grande)
• 19/11 – 19h – EE Zumbi dos Palmares, Jaraguari
• 21/11 – 19h – EE Antônio Valadares, Terenos
• 22/11 – 19:50 – EE Sidrônio Antunes de Andrade, Sidrolândia
• 25/11 – 20:30h – EE Dolor de Andrade, bairro Maria Aparecida Pedrossian (Campo Grande)
• 27/11 – 19:30 – EE João Ponce, Ribas do Rio Pardo
Com repertório que mescla composições próprias e clássicos da música de MS, Ju Souc e Jerry Espíndola prometem encantar o público jovem e reforçar a importância de conhecer e valorizar a cultura sul-mato-grossense. “‘Além da Cor” não só celebra a música do Estado como desejamos que o projeto contribua com o espaço de aprendizado e reflexão, deixando um impacto cultural e social nas escolas ultrapassando as fronteiras do palco”.
O projeto contemplado com recursos da Lei Paulo Gustavo (LPG), do Ministério da Cultura (MinC), Governo Federal, por meio de edital da Fundação de Cultura de MS, Setesc e Governo do Mato Grosso do Sul. Para mais informações sobre o projeto, acompanhe o Instagram (@soucju e @jerryespindola).
A Concha Acústica Helena Meirelles, no Parque das Nações Indígenas, em Campo Grande, recebe mais uma edição do projeto Som da Concha, no domingo (17), a partir das 18 horas. No palco, dois talentos musicais de Mato Grosso do Sul: o duo Vozmecê e a rapper indígena MC Anarandà. A entrada é gratuita.
Prometendo uma imersão na diversidade cultural e nas vivências sociais da região, a noite começa com show de lançamento do primeiro álbum do Vozmecê, “TROPICAPOLCA”, e se encerra com a apresentação “Kunã kuera em rima (Mulheres em Rima)” de MC Anarandà, que combina ancestralidade com a pulsante cena do rap.
Criado em 2008 pela FCMS (Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul), hoje vinculada à Setesc (Secretaria de Estado de Turismo, Esporte e Cultura), o Som da Concha é um projeto dedicado a valorizar e divulgar a música sul-mato-grossense. Pela primeira vez, o evento estende suas apresentações a cidades do interior, ampliando seu alcance e compromisso com a cultura regional.
Vozmecê e a estreia de “TROPICAPOLCA”
O duo Vozmecê, formado pelo casal Namaria Schneider e Pedro Fattori, abre a noite com o show “TROPICAPOLCA: Neotropical do Mato”, marcando o lançamento de seu primeiro álbum, resultado de uma saga nômade e artística por 17 estados do Brasil. Ao longo dessa jornada, o casal morou em uma van, vivendo de apresentações de rua e coletando experiências culturais que agora compõem o espetáculo e o álbum.
“TROPICAPOLCA” é uma fusão musical que mescla gêneros brasileiros como samba, maracatu, MPB (Música Popular Brasileira), axé, carimbó e baião com as raízes fronteiriças de Mato Grosso do Sul e a polca paraguaia. A proposta ainda conta com influências de rock alternativo, que adicionam uma camada global e contemporânea ao som do duo.
Para enriquecer a sonoridade do show, Vozmecê contará com banda composta por Ju Souc na bateria, André Fattori no baixo, Gustavo Gauto no trompete, Ossuna Braza nos teclados, harpa paraguaia, charango boliviano e flauta pífano, além de Paula Fregatto na guitarra. A formação inclui tanto homens quanto mulheres de diferentes faixas etárias e estilos musicais, contribuindo para a pluralidade musical da performance.
Além de inovador, a presença no palco é engajada: as letras das canções abordam temas sociais relevantes como igualdade de gênero, construção da feminilidade, a hegemonia norte-americana e reflexões existenciais, em sintonia com a formação acadêmica e artística de seus membros. Vozmecê já marcou presença em festivais importantes de Mato Grosso do Sul, como o Campão Cultural e o Festival de Inverno de Bonito, organizados pelo Governo do Estado, além de ter recebido o prêmio de Melhor Música Popular no Festival Universitário da Canção com a canção “Tio Sam”.
MC Anarandà e o poder do rap indígena
Logo depois, MC Anarandà apresenta “Kunã kuera em rima (Mulheres em Rima)”, um show que mistura a força do rap com a mística da tradição indígena Guarani Kaiowá. Nascida na Aldeia Guapoy, em Amambai, Anarandà – cujo nome em Guarani significa “Mulher flor brilhante carismática e comunicadora” – canta em português e guarani, utilizando sua voz como ferramenta de resistência e conscientização. Suas músicas autorais ecoam as vozes ancestrais, trazendo ensinamentos transmitidos por sua mãe e avó, ambas rezadeiras tradicionais, e abordam temas como a violência contra as mulheres e a luta dos povos indígenas.
Acompanhada por Kezia Miranda, uma multi-instrumentista que toca violino, violoncelo e flauta, e pelo DJ Magão, Anarandà incorpora sons de ambientes naturais e da floresta ao seu show, criando uma atmosfera sonora que conecta o público às raízes indígenas. A apresentação inclui também a presença da rezadeira Nhadesy Roseli, que abre o show com cânticos e rezas tradicionais, reforçando o elo com a espiritualidade e cultura guarani.
As canções de Anarandà têm cunho social e revolucionário, e a rapper é conhecida por realizar shows e palestras, abrindo espaço para o entendimento e valorização da cultura dos Guarani Kaiowá. Suas letras profundas, como na música “Feminicídio”, denunciam as diversas formas de violência sofridas pelas mulheres indígenas e se tornam um manifesto musical em defesa do seu povo.
Serviço
Som da Concha com Vozmecê e MC Anarandà
Data: domingo, 17 de novembro
Horário: 18h
Local: Concha Acústica Helena Meirelles, Parque das Nações Indígenas – entrada pela R. Antônio Maria Coelho, 5655 – Carandá Bosque – Campo Grande (MS)
O tradicional Encontro do Proler (Programa Nacional de Incentivo à Leitura) chega à 25ª edição, trazendo uma temática atual: “Literatura, leitura e escrita em tempos de inteligência artificial”. O evento será realizado de 19 a 30 de novembro, em Campo Grande, e oferece uma série de atividades gratuitas para o público interessado em leitura e literatura.
Com o objetivo de fomentar a formação de leitores e promover o intercâmbio de experiências e conhecimentos sobre o livro, a leitura e a literatura, o Proler contará com programação diversa na Biblioteca Pública Estadual Dr. Isaias Paim e no MIS (Museu da Imagem e do Som), incluindo palestras, oficinas, rodas de conversa e lançamentos de livros
Nesta edição, o Encontro abordará como as novas tecnologias impactam o ato de ler e escrever, promovendo uma reflexão sobre o papel das ferramentas digitais na construção do conhecimento. Organizado pelo Governo de Mato Grosso do Sul, por meio da FCMS (Fundação de Cultura) e Setesc (Secretaria de Estado de Turismo, Esporte e Cultura), em parceria com o Sistema Estadual de Bibliotecas, o Proler atrai profissionais de diversas áreas, como professores, acadêmicos, bibliotecários, escritores e gestores públicos, além de todos os interessados em literatura.
A coordenadora do comitê Proler em Mato Grosso do Sul, Melly Sena, ressalta a importância de incluir essa discussão tecnológica no contexto do Programa. Segundo ela, o tema visa formar leitores mais críticos e conscientes, capacitando-os para as transformações tecnológicas que marcam o cenário literário atual.
“Discutir a inteligência artificial dentro do Proler, com essa temática desse ano, é pensar a formação de leitores críticos e conscientes dessas transformações tecnológicas, capazes de navegar nesse novo cenário literário digital. Também é uma oportunidade para refletirmos sobre a própria questão da autoria, considerando a dualidade entre o autor físico e aquele que utiliza essas novas tecnologias. E, enquanto formadores de leitores, é essencial que estejamos preparados para mediar e orientar essas discussões de maneira enriquecedora”, afirma Melly Sena.
A programação inclui palestras com nomes relevantes, como a escritora Amanda Justino e o pesquisador Pablo Cavalcante, que abordarão temas como o papel da IA na literatura e as novas dinâmicas entre livros físicos e digitais. O evento também oferece oficinas práticas de introdução à audiodescrição, escrita criativa e aldravia, um estilo poético minimalista.
Confira neste link a programação completa e formulários de inscrição.