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Cidades

Sem estrutura, nada acaba com a “ambulancioterapia” para pacientes do interior

Governo promete descentralizar serviços para reduzir as viagens de quem precisa de cuidados

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José Ilton Bezerra da Silva, de 55 anos, não sabe bem como o quadro de saúde dele foi se agravando, a ponto de precisar amputar o pé e parte da perna esquerda. Ele começou a sentir dores, aparentemente, um problema circulatório que evoluiu e ele foi trazido de Três Lagoas para Campo Grande para a cirurgia em março. Esta semana, fez o primeiro retorno, com consulta na Santa Casa e retorno para casa no fim do dia em ônibus da prefeitura, uma viagem de cerca de seis horas. O vigilante aposentado ainda tenta se adaptar à nova condição e a dificuldade de ir e vir para o tratamento.

A situação de Silva ilustra bem o que se convencionou chamar de “ambulancioterapia”, o transporte para a Capital de pacientes quando o quadro se revela um pouco mais complexo e os serviços de saúde local não dão conta. Da cidade dele, são trazidas de 300 a 500 pessoas por mês para receber atendimento. Há até uma casa alugada pela prefeitura na Vila Progresso, região do começo da Rua Rui Barbosa, com funcionários do município para administrar a rotina dos pacientes e acompanhantes, uma estrutura que existe há mais de década.

De Três Lagoas, são encaminhados casos de média e alta complexidades e pacientes em tratamento de câncer. Foi o que aconteceu com o filho de Helena Pinheiro de Azevedo, de 36 anos, internado na UTI da Santa Casa após cirurgia para retirada de um câncer no esôfago. Ela permaneceu com o filho uns dias no hospital e depois que ele foi para a UTI passou a ficar na casa alugada pela prefeitura. Eles já tinham vindo juntos antes para o diagnóstico. A própria Helena já tinha vindo anos atrás algumas vezes para procedimentos e tratamento cardiológico.

Juracir Batista Guimarães, de 59 anos, também está hospedado na casa. Ele vai todos os dias ao Hospital Universitário fazer sessões de radioterapia. O tratamento começou em março e já está na reta final. Vendedor de churros, ele não vê a hora de voltar pra casa e retomar a rotina. Guimarães se questiona por que ainda não há serviços mais complexos na cidade, que tem três hospitais.

A prefeitura aposta que em curto prazo já terá oferta maior de atendimentos no Hospital Regional Magid Thomé para diminuir os deslocamentos de pacientes. A assessoria informa que há leitos de UTI na cidade, mas não dispõe de serviços de alta complexidade.

A secretária de Saúde da cidade, Elaine Cristina Ferrari Fúrio, apontou a dificuldade de manter especialistas e até mesmo a estrutura para alguns serviços, como radioterapia e cirurgias cardíacas. Assim, a solução segue sendo a pactuação dos atendimentos com a Prefeitura de Campo Grande e a manutenção da casa para dar acolhida às pessoas, com 6.300 atendimentos ao longo do ano passado.

Situação corrente – Três Lagoas não se trata de um caso isolado. Ao contrário, é muito frequente o transporte de doentes do interior em busca de serviços especializados em Campo Grande. A prefeitura da Capital, que faz a regulação de leitos, aponta uma média mensal de cerca de 1,6 mil pacientes trazidos do interior por mês, número que exclui as pessoas que puderam vir por conta própria, sem a intermediação das administrações municipais.

Nos três primeiros meses do ano, a média se manteve, com 1.664 pessoas por mês. Campo Grande é a cidade referência para atendimento de pessoas de 33 municípios da macrorregião. Semana passada, em outro local de acolhida, na região central da Capital, a reportagem ouviu relatos de pacientes de outras cidades distantes, como Corumbá e Sonora. A casa é mantida por um grupo de 17 prefeituras, para oferecer acomodação e refeição a quem vem para consultas e hospedagem aos que estão em tratamento e seus acompanhantes.

Frente de ações – Depois de ter experiências de gestão na Unimed, o atual secretário estadual de Saúde, Maurício Simões Corrêa, recebeu do governador Eduardo Riedel a meta de descentralizar serviços no Estado. Sem fixar prazos, ele defende várias frentes para lidar com o problema, mencionando a oferta de telemedicina, reforço na rede básica, desospitalização de pessoas com problemas crônicos, mas sem risco de vida, para reduzir internações e, ainda, um sistema robusto de regulação de vagas, que faça todas as cidades se comunicarem e a Secretaria Estadual fique na coordenação.

O secretário aponta que não basta a crença de que construir hospitais resolve o problema. A superlotação, que chega a 100, até 110% em hospitais de Campo Grande e Dourados, não se repete em outras cidades, havendo, inclusive, leitos ociosos.

Para ele, um grande desafio é fixar médicos altamente especializados no interior. Uma ideia que a pasta está formatando é de manter especialistas disponíveis para ajudar os médicos nas cidades a diagnosticar casos complexos, recebendo imagens de exames, comunicação feita através da telemedicina. Assim, seria possível filtrar situações que efetivamente demandam intervenções mais complexas, como cirurgias cardíacas, neurológicas, e transferir estes pacientes.

Sobre a capacidade de exames mais complexos, de imagem, o secretário considerou que já há equipamentos em várias cidades. Outro atendimento que força doentes a saírem de suas cidades, a hemodiálise, alguns centros regionais estão sendo construídos, como na região de Jardim e no sul do Estado.

Atenção básica – O secretário defende que é preciso fortalecer a cultura da atenção básica em saúde, conscientizando as pessoas a se cuidarem de doenças para que não se agravem, como pressão e colesterol altos e a diabetes. Para isso, o governo estuda ampliar o acesso a medicamentos de uso contínuo e fazê-los chegar à casa das pessoas, elevando de 3 mil para 11 mil inscritos.

Medidas assim ajudam a evitar, por exemplo, que pessoas desenvolvam problemas renais e se tornem pacientes de hemodiálise, explica Simões.

Para a atenção primária, o governo reservou R$ 60 milhões. Além disso, o próprio governador anunciou a reforma de 17 hospitais. A Agesul (Agência Estadual de Empreendimentos) está reformando os Hospitais Regionais de Campo Grande e Ponta Porã e construindo um em Dourados. Outras unidades estão recebendo recursos estaduais para as obras serem feitas pelas prefeituras.

(Fonte: CampoGrandeNews. Foto: Divulgação)

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Escolas, postos de saúde e espaços públicos recebem mutirão de limpeza

As ações prosseguem nos próximos dias.

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A Prefeitura de Dourados está realizando um mutirão de limpeza em diversos pontos da cidade, com ênfase nas escolas municipais, diante da proximidade da volta às aulas, e também em unidades de saúde e equipamentos públicos. Nesta primeira quinzena de janeiro, atendendo determinação do prefeito Marçal Filho, as equipes da Semsur (Secretaria de Serviços Urbanos) atuaram de forma intensa com roçada, poda e/ou supressão de árvores, pintura e outros serviços que têm impactado em asseio e beleza no município. As ações prosseguem nos próximos dias.

Nesta quinta-feira (16), equipes da Semsur concentram os trabalhos na Escola Municipal Professora Efantina de Quadros, Ceim (Centro de Educação Municipal Infantil) Ivo Benedito, no distrito de Itahum, Terminal Rodoviário Renato Lemes Soares, Pavilhão de Eventos Dom Teodardo Leitz, Parque Rego D’Água, Praça do Transbordo, Ceper do 3º Plano, e nas avenidas Marcelino Pires e Weimar Gonçalves Torres.

Já foram atendidas as escolas municipais Frei Eucário Schmitt,  Armando Campos Belo, Aurora Pedroso de Camargo, Professora Maria da Conceição Angélica e Sócrates Câmara. A UPA (Unidade de Pronto Atendimento), o estádio Frédis Saldivar (Douradão), o Centro de Convivência do Idoso “Andre´s Chamorro” , o Cras (Centro de Referência da Assistência Social) da Vila Cachoeirinha, a Secretaria Municipal de Saúde e Prefeitura também receberam os serviços. Além desses locais, o quadrilátero central entre as ruas Monte Alegre e Cuiabá e Toshinobu Katayama e Albino Torraca contou com as intervenções.

O prefeito Marçal Filho ressalta que os serviços são uma necessidade eminente no município e além de levarem mais asseio e beleza aos locais, geram impacto positivo em outros pontos, como saúde pública, por exemplo. “Encontramos o centro da cidade com o mato muito alto, condições críticas de limpeza, o que também era notório em espaços públicos”, ressalta Marçal Filho. “Logo no dia 2 começamos os serviços que estão mudando o aspecto da nossa cidade e ainda ajudam a prevenir infestação de insetos, mosquito da dengue e animais peçonhentos”, destaca o prefeito.

As ações continuarão de forma intensificada na área urbana e na área rural do município levando os serviços de limpeza, poda de árvores, pintura, conforme as necessidades de cada local.

(Com assessoria. Fotos: Divulgação)

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Marçal consegue reverter no TCE perda de 3 mil vagas na Educação

Marçal Filho destaca os esforços junto ao Tribunal de Contas do Estado para reverter a perda das 3 mil vagas na Educação em Dourados

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Em tempo recorde, com apenas 9 dias úteis de trabalho à frente da Prefeitura de Dourados, o prefeito Marçal Filho e sua equipe jurídica conseguiram reverter no Tribunal de Contas do Estado (TCE) a perda de 3 mil vagas na educação infantil em razão de erros grosseiros cometidos pela gestão anterior na contratação de escolas conveniadas. A irresponsabilidade do governo passado foi atestada pela Divisão de Fiscalização de Educação do TCE, que apontou erros graves, como a omissão em relação ao formato de distribuição de merenda escolar, uniformes, material didático e pedagógico para as crianças.

O Tribunal de Contas do Estado apontou ainda que o contrato da governo passado não previa a avaliação da aptidão das escolas para a prestação de serviços de educação infantil e ainda criava notas para classificá-las com o objetivo de excluir as escolas que estiverem acima do número de vagas solicitadas. Ainda segundo o TCE, o contrato barrado pela Divisão de Contas do Estado eliminava a possibilidade de entrada de novas escolas interessadas em firmar convênio com o município, comprometendo a isonomia na contratação das instituições.

Após tomar posse, em 1 de janeiro, o prefeito Marçal Filho foi informado que o Tribunal de Contas do Estado havia concedido liminar ao Ministério Público de Contas no dia 27 de dezembro de 2024 suspendendo a contração das 3 mil vagas juntos às escolas e creches particulares de Dourados. “Essa notícia caiu como uma bomba para nosso governo e, também, para os pais das crianças já que é público e notório que a Rede Municipal de Ensino encerrou 2024 com um déficit de mais de 1.000 vagas na educação infantil e caso se confirmasse a perda dessas 3.000 vagas conveniadas a situação ficaria insustentável”, enfatiza Marçal Filho.

Uma das primeiras medidas adotadas pelo prefeito na primeira semana de governo foi bater às portas do Tribunal de Contas do Estado, em Campo Grande, acompanhado pela equipe jurídica do município para revogar a liminar que suspendeu o processo de contratação das 3.000 vagas. “Demonstramos no processo do TCE que os problemas criados no contrato pelo governo passado seriam corrigidos pelo nosso governo e que a manutenção da liminar iria causar um prejuízo gigantesco para a Educação em Dourados, já que o município não teria como criar milhares de vagas no espaço de 30 dias”, explica Marçal.

Para corrigir os problemas no contrato do governo anterior, o prefeito determinou a adoção de critérios transparentes para o envio de merenda escolar às entidades filantrópicas que forem contratadas, enquanto as escolas não filantrópicas ficariam responsáveis pelo fornecimento da merenda por conta própria. O prefeito também determinou que a Secretaria Municipal de Educação assumisse a responsabilidade pelo fornecimento dos kits de material escolar e que as escolas contratadas pelo município ficariam responsáveis pelo fornecimento dos uniformes escolares.

Ao receber a manifestação da Prefeitura de Dourados no processo que havia barrado liminarmente a contratação das 3.000 vagas, o conselheiro Flávio Kayatt decidiu pela revogação da liminar e determinou a exclusão do edital da previsão de classificação com o objetivo de excluir instituições da contratação, bem como pela manutenção do credenciamento de novas escolas e creches particulares durante todo o ano letivo de 2025.

O prefeito Marçal Filho recebeu com entusiasmo a decisão do Tribunal de Contas do Estado ao mesmo tempo em que lamenta a falta de planejamento das gestões anteriores que não investiram na construção de novas escolas municipais e, muito menos, em creches. “Estamos mobilizando esforços para receber o maior número possível de crianças neste ano letivo, mas infelizmente não teremos como garantir vagas para todas elas”, alerta. “No Censo de 2010 Dourados tinha 173.647 habitantes, chegou a 243.367 habitantes no Censo 2022 e no final do ano passado o IBGE apontou uma população de mais de 261 mil pessoas, ou seja, a cidade ganhou 17.273 habitantes em apenas 2 anos e quantas escolas foram construídas nesse período?”, questiona o prefeito.

(Com assessoria. Foto: Divulgação)

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Prefeitura de Dourados convoca empresas do transporte escolar para vistoria dos veículos

Para a Agetran conceder a emissão do alvará que autoriza a atividade de transporte de alunos em Dourados, os proprietários das vans devem ter registro no Cadastro Econômico do município.

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A Prefeitura de Dourados, por meio da Agência Municipal de Transporte e Trânsito (Agetran), publicou portaria convocando as empresas proprietárias de Vans utilizadas no transporte de estudantes para a vistoria nos veículos. A fiscalização inicia na segunda-feira, dia 20, e se estende até o dia 31 de janeiro, sempre das 7h30 às 12h30.

A Agetran informa que a vistoria é realizada pelo Departamento Estadual de Trânsito (Detran) e suas autorizadas. Após essa etapa, o documento emitido deve ser apresentado na Escola Pública de Trânsito (EPT), localizada à Rua Vivaldi de Oliveira, número 5795, Jardim Márcia.

Para a Agetran conceder a emissão do alvará que autoriza a atividade de transporte de alunos em Dourados, os proprietários das vans devem ter registro no Cadastro Econômico do município.
Na vistoria, deve ser entregue apresentado o documento do veículo, cópia da vistoria do Detran, documentos do proprietário, motorista e monitor, certificado do curso de transporte escolar dos motoristas e monitores, certidões negativas civil e criminal do proprietário, motorista e monitor e seguro de passageiros.

O não comparecimento no prazo determinado poderá acarretar sanções administrativas na Lei Municipal n° 2174, de 31 de março de 1998 e Decreto Municipal n° 434, de 17 de agosto de 2001. A não realização da vistoria será considerada serviço clandestino, que é ilegal. Em caso de dúvidas e outras informações, os interessados podem entrar em contato no telefone 2222-1204.

(Com assessoria. Foto: Divulgação)

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