A missão de assistência humanitária promovida pelo Governo de Mato Grosso do Sul, por meio da Defesa Civil, segue realizando as ações de atendimento médico às comunidades ribeirinhas do Pantanal, duramente impactadas pela estiagem e pelos recorrentes incêndios florestais. Após atender moradores da região do Taquari, agora as equipes vão até as regiões do Alto e do Baixo Pantanal para oferecer apoio para mais de 400 famílias.
Entre os serviços oferecidos, estão entrega de cestas básicas e água potável, além de assistência médica, social, psicológica e veterinária. Essas ações visam minimizar os danos sofridos pela população e preservar a saúde das famílias e dos animais que dependem diretamente do ecossistema pantaneiro, fortemente impactado pela crise climática.
Os ribeirinhos ressaltam a importância dessas missões, destacando o alívio trazido pelo acesso a alimentos e serviços essenciais em um momento tão crítico. Para essas famílias, essa assistência humanitária representa a garantia de apoio emocional e social fundamentais para enfrentar as adversidades trazidas pela estiagem e pelos incêndios.
“A situação aqui não está fácil, estamos isolados aqui, mas essa ajuda é muito necessária e chegou em boa hora. Estamos sendo bem atendidos pelos médicos, o que nos dá um alívio e uma segurança para continuar”, relata a cozinheira Lucinéia Maria Brandão, moradora da Comunidade do Passarinho Preto.
O sentimento é compartilhado pelo pescador Claudinei de Souza, de 70 anos, da Comunidade Capim Gordura, que destacou o atendimento médico diante da dificuldade para se deslocar até cidade. “Foi muito bom ter uma pessoa pra examinar e ver como está a saúde da gente. Espero que essas ações continuem cada vez mais, tanto pra mim, como para todas as pessoas que moram na beira do rio”, afirma o pescador.
A artesã Clarice Assunção, da Comunidade Domingos Ramos destaca a importância da sua família receber os serviços da operação. “Agradeço a vinda da Defesa Civil. A gente não tem condições de ir até a cidade levar as crianças ao médico. Depois que fui atendida pelo médico aqui me senti mais segura, porque qualquer dor que a gente sente já pensamos ser grave, e conversando com quem entende esclarece qualquer desconfiança”, enfatiza Clarice.
A Defesa Civil de Mato Grosso do Sul reforça que as missões humanitárias continuarão nas próximas semanas com o compromisso de garantir o bem-estar das comunidades ribeirinhas e apoiar as equipes que atuam diretamente no combate aos incêndios no Pantanal.
No meio da multidão, Cintia da Silva Santo, 44 anos, caminhava com determinação entre os estandes da 3ª Feira da Empregabilidade para ex-militares e população geral, realizada pela Funtrab (Fundação do Trabalho de Mato Grosso do Sul) em parceria com o CMO (Comando Militar do Oeste).
Após um acidente de trânsito há dois anos, que a deixou sem os movimentos do braço direito, Cintia, uma pessoa com deficiência (PCD), busca uma nova oportunidade para sua vida.
“Esse evento serve para abrir portas e promover a inclusão. Eu vim em busca dessa inclusão, de alguma vaga para PCD. O nosso Estado precisa disso, principalmente com esses novos empreendimentos chegando”, declarou Cintia, que visitou estandes como os da Energisa e ADM e se sentiu acolhida e bem orientada.
“A atenção que me deram foi primordial. Me passaram todas as informações que precisei”, contou Cintia, destacando a importância de iniciativas que conectem candidatos PCD com empresas dispostas a investir na inclusão e diversidade.
O evento reuniu autoridades e líderes locais que reafirmaram o compromisso do Estado com a capacitação e geração de empregos.
A presidente da Funtrab, Marina Dobashi, representando o governador Eduardo Riedel, dirigiu-se aos jovens presentes, ressaltando que as oportunidades estão disponíveis para aqueles que se preparam. “É importante essas ações para vocês saberem que tem vaga, que tem trabalho, resta apenas buscar informação e dar o melhor de si para agarrar a oportunidade”, afirmou Dobashi, incentivando os candidatos a se capacitarem.
O general de brigada e chefe de Estado-Maior, Sandro Gomes, destacou que a feira é uma iniciativa essencial para facilitar a transição dos militares temporários para o mercado de trabalho.
“O evento possibilita que nossos militares temporários tenham opções de emprego para viabilizar o melhor egresso à sociedade. Ao longo do período de voluntariado, esses jovens passam por diversas capacitações, e feiras como esta facilitam esse retorno em um curto prazo”, explicou o general, agradecendo aos parceiros do evento.
Para Paulo Edison Machado, diretor executivo da Funtrab, a feira representa uma oportunidade única. Com a experiência de ex-militar, Machado lembrou que não teve uma iniciativa como essa em seu tempo. “Essa é uma chance de ouro. Vocês aprendem coisas no quartel que levam pra vida e ter esse pessoal aqui todo buscando vocês é muito importante”, concluiu.
O coordenador técnico do Senai, Plínio da Costa Gratão, reforçou a importância de se conectar com o que as empresas estão buscando. “Essa é uma oportunidade única. Participem e explorarem quais são as habilidades desejadas pelas empresas”, reforçou.
Uma das empresas participantes foi a JSL, que é especializada em logística e em Mato Grosso do Sul é terceirizada de grandes indústrias como o projeto Cerrado, em Ribas do Rio Pardo. Adriana Silva Oliveira é analista de gente e cultura e explicou que antes de empregar, a organização quer preparar esses jovens.
“Nós queremos formar o profissional dentro da nossa empresa. Se essa pessoa tem os requisitos para obter a categoria “E” da Carteira Nacional de Habilitação (CNH), nós fazemos toda essa formação e os contratamos. Hoje a profissão de motorista com essa categoria está valendo ouro no mercado de trabalho. Eles entram como trainee e depois viram profissionais”, enfatizou.
Entre os participantes, o jovem Kauan Hosda, de 19 anos, candidato a uma vaga de recepcionista na MCA, também encontrou na feira uma possibilidade de mudança. “Assim que eu soube sobre essa vaga, já me candidatei e fui buscar como conseguir avançar. É uma vitória poder sair daqui com essa entrevista feita”, declarou Kauan, aliviado e cheio de esperança por uma colocação.
Ele pretende conseguir um emprego, estabilizar e poder ter a independência de morar sozinho.
A feira, com seu terceiro ano de realização, reafirma a parceria entre Funtrab e Comando Militar do Oeste, promovendo oportunidades concretas e oferecendo orientação e capacitação para que pessoas como Cintia e Kauan encontrem seu espaço no mercado de trabalho, num movimento contínuo de inclusão e desenvolvimento econômico para Mato Grosso do Sul.
Entre reflexões e alertas, Cidadania lança programação do Novembro Negro, por um MS sem Racismo
Historiadora de formação, quilombola descendente de Tia Eva, Vânia ainda reforça que 20 de novembro é a data em que Zumbi dos Palmares foi assassinado.
Entoado pelo Canto das Três Raças, eternizada na voz de Clara Nunes, a Cidadania abriu as portas para o Novembro Negro, mês de luta e celebração que desde 2019 é comemorado pelo Governo do Estado de Mato Grosso do Sul.
“Negro entoouUm canto de revolta pelos aresDo Quilombo dos PalmaresOnde se refugiouFora a luta dos inconfidentesPela quebra das correntesNada adiantouE de guerra em pazDe paz em guerraTodo o povo dessa terraQuando pode cantarCanta de dorÔ, ô, ô, ô, ô, ôÔ, ô, ô, ô, ô, ô”
Nesta segunda-feira (4), a Subsecretaria de Políticas Públicas para Promoção da Igualdade Racial, pasta ligada à SEC (Secretaria de Estado da Cidadania) apresentou o calendário oficial de ações da campanha Novembro Negro.
Com o lema “MS sem Racismo”, durante os 30 dias do mês, escolas, empresas e instituições viram palco para ações e reflexões que destacam as lutas históricas da população negra, além de evidenciar a importância da Política Pública de Promoção da Igualdade Racial no Estado.
“É o mês da consciência negra, algo que nós lutamos por muitos anos para que tivéssemos o feriado de 20 de novembro, que não é um dia para ficarmos em casa, e sim para nós demarcarmos as nossas lutas enquanto pessoa negra”, reflete a subsecretária de Políticas Públicas para Promoção da Igualdade Racial, Vânia Lúcia Baptista Duarte.
Historiadora de formação, quilombola descendente de Tia Eva, Vânia ainda reforça que 20 de novembro é a data em que Zumbi dos Palmares foi assassinado. “Em uma atrocidade, arrancaram o pescoço dele e colocaram ali numa praça pública, e foi dito que todos os negros olhassem para a cabeça de Zumbi e que nenhum buscasse a sua liberdade. Liberdade esta que nós, como população negra, ainda estamos buscando”, completa.
Para Vânia, o momento é de refletir, inclusive sobre as estatísticas que ora escancaram o povo negro como a maioria vítima de assassinatos, ora colocam a população no ranking de piores salários.
“Tudo isso faz parte do Novembro Negro, que não é uma campanha só de preto, só de preta, mas de toda a sociedade, e no Governo do Estado ela começou no dia 1º, com a frase ‘MS sem racismo’ até no holerite dos servidores estaduais. Porque este é o nosso sonho, nós acreditamos que é possível viver num Estado sem racismo, num País sem racismo. Se nós estamos aqui, é por nossa luta, nossa resistência, das nossas ancestralidades”, ressalta.
No hall de entrada da Secretaria da Cidadania, as cores, rostos e sabores refletiam a história de luta e celebração do povo negro. Parte do acervo é assinado pelos artistas Erika Pedraza e Juan Silva, e ainda há trabalhos de alunos da Escola Estadual Maria Eliza Bocayuva, que trabalham a temática afro-brasileira ao longo do ano.
Coordenador da Escola Estadual Joaquim Murtinho, onde também está à frente do projeto Diversidade Étnico Racial e Cultural, Izadir Francisco de Oliveira explica que como historiador vê o Novembro Negro como maneira de manifestar a cultura, mas como educador, garante que a temática é presente o ano todo.
“O trabalho tem que ser feito cotidianamente, porque a criança negra, o jovem negro, ela não está na escola só no novembro, está no ano inteiro, e é um grupo que, populacionalmente é majoritário, mas que socialmente é minoritário nas ações que o Estado oferece a ele”, enfatiza Izadir.
Para a secretária de Estado da Cidadania, Viviane Luiza, momentos como o Novembro Negro, que concentram as ações e reflexões, são essenciais para reforçar o dever de cidadania.
“Enquanto servidores de uma secretaria da cidadania, nosso dever é ainda maior, de ser antirracista e de multiplicar as ideias, o respeito, e não só no Novembro Negro. As nossas lutas, as nossas pautas são todos os dias, 365 dias por ano, 24 horas por dia, porque só assim vamos realmente garantir a cidadania, o respeito e a inclusão de todos nesse Estado”, afirma Viviane.
Novembro Negro
A celebração da luta do povo negro foi estabelecida no Estado pela Lei nº 12.519, de 10 de novembro de 2011, que institui o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra, a ser comemorado, anualmente, no dia 20 de novembro, data do assassinato do líder negro Zumbi dos Palmares. Posteriormente, o Governo Federal determinou o 20 de Novembro como “Dia Nacional de Zumbi dos Palmares e da Consciência Negra”, e a partir deste ano, se tornou feriado nacional.
Em Mato Grosso do Sul, a primeira edição da campanha foi realizada pelo Governo em 2019, e desde então, o mês é cercado de ações de mobilização, seminário, palestras e rodas de conversas que levam a discussão do tema para os mais variados territórios.
Fórum Estadual discute a importância estratégica do Terceiro Setor
. O Fórum Organizado pela Secretaria de Estado de Assistência Social e dos Direitos Humanos (Sead), por meio da Superintendência do Terceiro Setor (Sutes).
Dirigentes e técnicos de Organizações da Sociedade Civil, as OSCs, terão a oportunidade de ampliar seus conhecimentos sobre o terceiro setor em evento na quarta-feira (6). O 6° Fórum Estadual do Terceiro Setor será realizado a partir das 7h30 no auditório da Receita Federal, em Campo Grande. O Fórum Organizado pela Secretaria de Estado de Assistência Social e dos Direitos Humanos (Sead), por meio da Superintendência do Terceiro Setor (Sutes).
A necessidade de debate entre as OSC’s é uma necessidade constante, e o fórum busca proporcionar uma formação estratégica para que essas organizações possam garantir previsibilidade financeira e assegurar a continuidade de suas ações. De acordo com a Sutes, a eficiência nesse processo é essencial para a sustentabilidade do Terceiro Setor.
“Essa iniciativa atende às necessidades das OSC’s de Mato Grosso do Sul. Seguimos apoiando e intensificando o suporte às instituições que desempenham trabalhos relevantes para a nossa sociedade”, destaca Patrícia Cozzolino, titular da Sead.
O principal objetivo do evento é fortalecer as OSC’s em Mato Grosso do Sul, além de fomentar discussões sobre o cenário atual, dificuldades e desafios das organizações. O fórum também busca promover debates sobre a sustentabilidade do Terceiro Setor e ampliar o acesso das OSC’s a novos parceiros e oportunidades de financiamento.
Aberto a todo o público ligado ao Terceiro Setor, o evento é voltado especialmente para presidentes, técnicos, gestores e representantes das OSC’s, além de servidores municipais dos 79 municípios do Estado. Para mais informações, entre em contato pelo telefone (67) 3318-4178.
Serviço
Evento: 6° Fórum Estadual do Terceiro Setor
Data: Quarta-feira (6), 7h30
Local: Auditório da Receita Federal – Av. Des. Leão Neto do Carmo, 3 – Jardim Veraneio