A migrante do Egito, Hager Farhat Mohamed, de 25 anos, nasceu em Fayoum e está há quase dois anos no Brasil. Ela reside em Nova Andradina com o marido e dois filhos.
Chegou ao país sem saber nada da comunicação em língua portuguesa e com as aulas do UEMS Acolhe no curso de “Português para Migrantes Internacionais: Módulo Acolhimento” ela aprendeu o idioma e agora pode produzir e vender pães árabes na cidade.
“Antes de ir para Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), eu não sabia de nada, então não poderia responder se me perguntassem meu nome ou de onde eu era. No curso me incentivaram a falar na frente das pessoas. Eu era muito tímida e não sabia falar, mas agora posso!”, conta Hager.
Ela iniciou vendendo pães na maior feira de Nova Andradina, mas agora vende apenas por encomendas diretamente em sua casa, pois precisa cuidar dos filhos pequenos. “Aprendi a fazer esse pão no Egito com minha avó e minha mãe, muita gente adora e vem em casa pedir. Agora não estou vendendo pães na feira, mas quero voltar”, ressalta.
A história de Hager Mohamed demonstra que a inclusão social também é feita por meio da língua Portuguesa. O curso também contribuiu na vida de Stênio Archelus, de 35 anos, que está no Brasil há 12 anos. Ele é Haitiano e ao chegar no Brasil morou no Rio de Janeiro, um amigo que morava em Dourados indicou para ele a cidade, ele se mudou e está em Dourados há mais de quatro anos.
Stênio é microempreendedor da área da construção civil e o curso de língua portuguesa o ajudou a se comunicar melhor no trabalho e com seus clientes, “no curso eu gostei tudo, me ajudou a conhecer mais a cultura, fazer novas amizades, me comunico mais. O curso é muito bom”, destaca.
Yulennys Melissa Luces Suniaga, 39 anos, é venezuelana e está no Brasil há um ano. Ela se mudou com sua família (marido e filha). Seu percurso até chegar em Dourados, no início de 2023, foi difícil, eles tiveram que vender muitos de seus bens na Venezuela para conseguir arrecadar o dinheiro necessário.
Ficaram em um abrigo em Pacaraima, depois foram para Boa Vista, lá iniciaram o processo de interiorização durante quatro meses. Yulennys conseguiu um emprego cuidando de uma senhora idosa e com isso conseguiram sobreviver durante a viagem. Chegaram em fevereiro de 2023 a Dourados e desde março ela e o marido estão trabalhando em uma indústria de alimentos.
“Para mim o curso de português foi excelente, pois é muito participativo e me ajudou muito a dar meu primeiro passo na língua portuguesa. Me deu ferramentas para atuar no meu trabalho e com meus vizinhos, hoje sou capaz de me comunicar melhor com meus colegas e supervisores. Nas aulas de português todos nós temos interagir, isso nos ajuda a aprender muito mais rápido e todos os professores são excelentes, muito colaborativos com cada um de nós”, recordou Yulennys.
A professora da UEMS, Rosa Maria Farias Asmus, é voluntária do programa. Ela leciona há cerca de 32 anos e no segundo semestre de 2023 foi a primeira vez que teve a experiência de ministrar aulas para migrantes internacionais.
“Sou professora desde muito tempo, sempre com alunos brasileiros, no sistema de ensino praticado no Brasil. Trabalhar com alunos que não compreendiam nossa língua com clareza, muitas vezes, inicialmente, nada compreendiam, com diversidade de idades, vivências e distanciamentos da escola, mas com muita vontade de aprender, foi um grande e encantador desafio. Foi necessário entendê-los primeiro, cativá-los, criar pontes com temas comuns que ligassem nossas vivências e interesses. Foi uma experiência muito gratificante, que estimulou a vontade de continuar trabalhando para ajudar mais e melhor nas futuras turmas”, conta a professora.
O coordenador do programa, João Fábio Sanches Silva, ressalta que o UEMS Acolhe tem o potencial, enquanto uma tecnologia social, de favorecer, de promover, de incentivar cada vez mais a inserção social de imigrantes internacionais no estado de Mato Grosso do Sul.
“Na UEMS isso ocorre não só a partir dos cursos de português, mas pelo próprio sentimento de pertencimento a este local. E no âmbito do estado de Mato Grosso do Sul, o programa UEMS Acolhe vem já há anos contribuindo exatamente para o fortalecimento dessa comunidade. Porque não são apenas os cursos de português oferecidos, mas as orientações de caráter do cotidiano para essa população, junto com todos os nossos parceiros que fortalecem cada vez mais esse sentimento de solidariedade, de fraternidade e de acolhida. Com toda certeza a UEMS e o Governo do estado de Mato Grosso do Sul fazendo a diferença na vida dessas pessoas”, enfatiza.
A professora voluntária Rosa Asmus durante aula para os migrantes internacionais (Fotos: UEMS Acolhe)
Cerimônia de certificação
A UEMS certifica 166 pessoas no Curso de Extensão “Português para Migrantes Internacionais: Módulo Acolhimento” nos dias 30 e 31 de janeiro em Dourados e Campo Grande, respectivamente.
A certificação será para os alunos que concluíram o curso no segundo semestre de 2023. Participaram do curso alunos de 18 países: Argentina, Bolívia, Colômbia, Egito, Haiti, Iêmen, Inglaterra, Irã, Itália, Nigéria, Paraguai, Peru, Senegal, Síria, Suécia, Tunísia, USA e Venezuela. Em Dourados participaram 79 alunos no total, com 38 colaboradores; em Campo Grande foram 83 alunos e 32 colaboradores; e em Nova Andradina foram 4 alunos e 5 colaboradores.
A solenidade ocorrerá em Dourados no dia 30 de janeiro de 2024, às 19h30, na Primeira Igreja Batista (PIB), localizada na Rua João Cândido da Câmara, n° 10, Centro. Em Campo Grande será no dia 31 de janeiro de 2024, às 19h30, na Escola Superior da Defensoria Pública de MS, localizada na Rua Raul Pires Barbosa, 1464, Chácara Cachoeira.
Inscrições para 2024
Em fevereiro acontecerá a chamada para voluntários e capacitação. Ainda em fevereiro também ocorrerá a inscrição de alunos para o curso de português, com início das aulas na primeira semana de março.
No sábado, a programação se volta à comunidade com a ação ECOmunitário, com plantio de árvores no bosque da feira – Foto: Assecom
Começa nesta quinta-feira (5) e segue até sábado (7) o Programa Perifeirarte, evento que transforma Dourados em palco de formação técnica gratuita, arte, cultura e empreendedorismo comunitário. A iniciativa, com inscrições gratuitas ainda abertas, visa fortalecer lideranças, promover capacitação e valorizar manifestações culturais entre diferentes públicos da cidade.
Realizado pela Subsecretaria de Políticas Públicas para Assuntos Comunitários, vinculada à Secretaria de Estado da Cidadania, em parceria com a Secretaria de Agricultura Familiar da Prefeitura de Dourados, o evento terá programação técnica no Anfiteatro da Prefeitura, nas noites desta quinta-feira (5) e sexta-feira (6), e atividades culturais e comunitárias no sábado (7), na Feira Central João Totó Câmara, localizada na Rua Cafelândia, jardim São Pedro.
A abertura oficial acontece nesta quinta (5), às 18h30, com a presença do subsecretário Jairo Luiz da Silva, do secretário municipal Antônio Freire e do prefeito Marçal Filho. Em seguida, palestras abordam temas como regularização de entidades, agricultura urbana, vigilância sanitária, cooperativismo e estratégias de marketing comunitário.
Já no sábado, a programação se volta à comunidade com a ação ECOmunitário, às 8h30, com plantio de árvores no bosque da feira, além de oficinas durante o dia e atrações culturais a partir das 18h, incluindo apresentações do Grupo Voz Pantaneira e outras manifestações artísticas locais.
19h – Palestra: Regularização documental de entidades
19h30 – Palestra: Registro em cartório de associações
20h – Palestra: Agricultura urbana e periurbana
Sexta-feira (6) – Anfiteatro da Prefeitura
18h30 – Palestra: Vigilância sanitária e postura profissional
19h30 – Palestra: Cooperativismo, associativismo e marketing comunitário
Sábado (7) – Feira Central João Totó Câmara
8h30 – Plantio de árvores (ação ECOmunitário)
Durante o dia – Oficinas de podologia, nutrição, orientação ao empreendedor e serviços à comunidade
18h – Arena Comunitária com apresentações culturais e show do Grupo Voz Pantaneira
O Perifeirarte é uma oportunidade única de engajamento, aprendizado e celebração da cultura popular, promovendo cidadania e inclusão por meio do fortalecimento comunitário.
O Governo Municipal de Rio Brilhante, por meio da Secretaria da Casa Civil e Relações Institucionais, esteve reunido na tarde desta terça-feira, 14 de maio, com a nova Magistrada da Vara Criminal do município, Dra. Lídia Geanne Ferreira e Cândido.
O encontro marcou o início de um diálogo promissor entre o Executivo e o Judiciário local, com foco na articulação de políticas públicas voltadas à promoção da cidadania, dos direitos humanos e da justiça social, evidenciando a disposição da administração municipal em estreitar laços entre os poderes e fomentar parcerias estratégicas que contribuam para a construção de um município mais justo, seguro e igualitário para todos.
Entre os temas centrais discutidos na reunião, destacou-se a urgente necessidade de ampliar e fortalecer o atendimento às mulheres em situação de violência no município. A gerente do NUIAM – Núcleo de Atendimento à Mulher, Francis Jaqueline, trouxe à tona as principais demandas enfrentadas no atendimento cotidiano, ressaltando a importância da atuação conjunta entre o Judiciário, o Executivo e demais instituições da rede de proteção, no atendimento multidisciplinar a mulheres em situação de vulnerabilidade, promovendo acolhimento psicológico, orientação jurídica e ações preventivas.
Seguimos firmes na luta por uma Rio Brilhante mais igualitária, com justiça social e respeito à dignidade de todas as pessoas!
Com Prêmio Zumbi, Prefeitura de Corumbá homenageia personalidades da luta pela igualdade racial
Criado pelo prefeito Marcelo Iunes por meio da Lei 2.789, de 22 de outubro de 2021, a premiação tem o objetivo de valorizar e destacar as pessoas que trabalham pela igualdade racial.
A Prefeitura de Corumbá, por meio da Secretaria Municipal de Assistência Social e Cidadania, homenageou nesta segunda-feira, 25 de novembro, sete personalidades com o Prêmio Zumbi dos Palmares 2024. Criado pelo prefeito Marcelo Iunes por meio da Lei 2.789, de 22 de outubro de 2021, a premiação tem o objetivo de valorizar e destacar as pessoas que trabalham pela igualdade racial.
“Quero parabenizar todas as pessoas que tiveram o nome lembrado para esse importante prêmio, que está em sua terceira edição, e também toda equipe da Superintendência de Políticas Públicas, que organizou e viabilizou esse momento”, afirmou o prefeito de Corumbá. Ele também destacou trabalho desempenhado pelos homenageados e pediu para que eles continuem empenhados nessa missão mundial.
A primeira-dama e secretária de Assistência Social e Cidadania, Amanda Balancieri Iunes, reforçou a importância da premiação e também pediu que os militantes sigam focados em seus objetivos. “Avançamos muito nos últimos anos, mas podemos avançar ainda mais nesse tema da igualdade racial, não só em Corumbá, mas todo o Mato Grosso do Sul e no Brasil”, pontuou.
Na categoria Cultura, a premiada foi a empreendedora social e cultural Thayná Cambará Beraldo, diretora da Bela Oyá Pantanal, primeira agência de Afroturismo de Mato Grosso do Sul. Na categoria Esporte, o homenageado foi João Carlos de Carvalho, o Kakalo, ex-jogador de futebol e responsável pelo projeto Bom de Bola, Bom de Nota, desempenhado na região do bairro Popular Nova e que atende 85 crianças e adolescentes.
Na categoria Cidadania, o prêmio foi para Alexsandre Pereira de Souza, ativista social no movimento negro, líder comunitário, instrutor de música, mestre de bateria e que atuou por vários anos na Gerência de Políticas Públicas para a Igualdade Racial. Na categoria Saúde, o homenageado foi o psicólogo Rigoberto Borges de Abreu, especialista em neuropsicologia e que atua na Rede Feminina de Combate ao Câncer.
Na categoria Personalidade, o troféu foi para a Guarda Civil Municipal Dircilene Amorim, que além de ser intérprete de Libras, atua há 5 anos na Patrulha Maria da Penha. Na categoria Educação, a premiada foi a professora Maria Benedita Pedrosa de Arruda, mais conhecida como Tia Bené. Ela foi representada pela filha Rayane Andrade.