O 22º Encontro do Proler e o 18º Encontro do Sistema Estadual de Bibliotecas tiveram início na noite desta quarta-feira (3), com palestra online do professor doutor João Luis Cardoso Tápias Ceccantini, da Unesp/Assis, com mediação da professora doutora Susylene Dias de Araújo, da UEMS. O tema do Proler deste ano é Literatura e Cidadania, e o evento é gratuito e mais uma vez online, com transmissão por plataforma de vídeoconferência.
No início do evento, a coordenadora do Comitê Proler Estadual e do Núcleo de Livro, leitura, Literatura e Bibliotecas da Fundação de Cultura, Melly Sena, agradeceu a participação de pessoas do Brasil inteiro. “O Proler este ano continua híbrido, optamos por fazer ainda online, e ficamos felizes com a participação de pessoas de todo o país. Agradeço ao Caciano Lima, gerente de Patrimônio Histórico e Cultural da Fundação de Cultura de MS, por continuar nos apoiando, e gostaria de dizer que nestes sete anos o Proler cresceu muito, adquiriu uma identidade muito diversa, ligada à Fundação de Cultura de MS, e isso nos torna muito felizes”.
Para o gerente de Patrimônio Histórico e Cultural da Fundação de Cultura de MS, Caciano Lima, o Proler é talvez “o maior evento que nós organizamos na Fundação de Cultura, evento formativo, no qual as pessoas se desdobram e encontram uma forma contemporânea das discussões que envolvem a literatura, biblioteca e espaços de memória. A Melly coordena de forma democrática e as instituições, as pessoas se sentem pertencentes ao Proler. Que tenhamos boas duas semanas de discussões”.
O diretor-presidente da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul, Gustavo Cegonha, saudou a todos os participantes da 22ª edição do Proler, parabenizou os organizadores que, “mesmo em momento de pandemia, não deixaram de realizar o evento. Criou-se uma amplitude muito grande de participação neste evento por ser online. Gostaria de deixar o meu agradecimento a todos os apoiadores. Um bom evento a todos”.
O subsecretário de Cidadania e Cultura de MS, Eduardo Romero, desejou um bom evento a todos os envolvidos: “serão duas semanas intensas de muita inspiração, reflexão, que tenhamos dias profícuos. Difícil não é fazer um evento, difícil é manter um evento por 22 edições, este é um maior atestado de credibilidade que o Proler tem ganhado. Bom Proler a todos nós”.
Logo depois das boas-vindas foi iniciada a palestra de abertura “Retratos da Leitura no Brasil”, com o Prof. Dr. João Luis Cardoso Tápias Ceccantini, da Unesp/Assis, e com mediação da profª. drª. Susylene de Araújo. Susylene fez as apresentações da noite, leu um breve currículo do professor Ceccantini e disse de sua imensa satisfação em fazer a mediação da palestra de abertura.
O professor Ceccantini agradeceu o convite para participar de um evento da envergadura do Proler e discorreu logo depois sobre a pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, que está disponível para consulta pública no Instituto Pró-Livro. “Estamos tentando ter dados concretos que permitam a uma gama grande de profissionais ligada a esse universo do livro ter dados para desenvolver cada um na sua área, da melhor maneira, suas atividades. O Brasil ainda deixa muito a desejar na formação de leitores. Tem muita gente empenhada na formação do leitor, e o papel que a literatura desempenha nesta formação”.
Segundo o professor Ceccantini, esta quinta edição pesquisou o que não tinha sido possível nas outras, como a dimensão da contribuição da literatura na formação do leitor. “O setor da literatura infantil-juvenil chegou a um grau de maturidade muito grande no Brasil, é muito reconhecida no exterior. Essa literatura infantil e juvenil que tem um papel muito importante na formação dos leitores permanentes, ela não está ficando na memória no imaginário dos nossos leitores. Nós, como mediadores, temos que colocar a mão na massa e fazer com que essa literatura cumpra realmente o seu papel”.
“A literatura foi concebida de maneira muito ampla nesta pesquisa, não somente dos clássicos, mas em políticas públicas de formação do leitor: não podemos ser exclusivistas e querermos um perfil fechado, mas perfis amplos de materiais para leitura. Quanto mais os jovens são leitores, mais eles fazem todas as outras atividades na vida. Ele pratica mais esporte, é mais sociável, tem mais amigos. Consome mais cultura, assiste mais TV, ouve mais música, acessa mais internet, fica contaminado por uma sede de viver”.
O professor explica também que quem é leitor não fica apenas na versão papel, mas em outras plataformas, quem é leitor circula por outros lugares, muito mais do que quem não é leitor. E diz que o Brasil é muito respeitado no exterior pela qualidade dos seus autores, ilustradores. “Mas estes livros não estão cumprindo seu papel”, não estão ficando na memória dos leitores.
Depois da explanação sobre diversos tópicos da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, o palestrante fez algumas considerações sobre questões feitas pelo público participante, que deixou questionamentos, perguntas no chat da plataforma de videoconferência.
O evento continua nesta quinta-feira, com o Encontro do Sistema Estadual de Bibliotecas Públicas de MS. Será realizada às 14 horas a palestra Ano Ibero-Americano das Bibliotecas e ações do Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas, com a coordenadora do SNBP/MTUR, Ana Maria da Costa Souza. Para conferir a programação completa do 22º Encontro do Proler, basta clicar aqui.
(Com assessoria. Foto: Divulgação)