A Prefeitura de Campo Grande vai reforçar a estrutura do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) com a chegada de seis novas ambulâncias, fruto de uma parceria entre a Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) e o Ministério da Saúde. As viaturas estão no pátio do fabricante em Salto, interior de São Paulo, e devem chegar à Capital nos próximos dias.
Essas ambulâncias fazem parte de um compromisso firmado pelo Ministério da Saúde em 2021, como compensação pela desativação de oito viaturas, retiradas de circulação devido ao desgaste pelo uso prolongado. A coordenadora do SAMU, Isabella Mendonça, explicou que a entrega dessas viaturas já estava prevista dentro das negociações com o Ministério. “Embora estas ambulâncias já estejam a caminho, ainda há a necessidade de reposição de outras duas viaturas”, comentou.
Atualmente, Campo Grande conta com 14 ambulâncias em operação, conforme orientação do Ministério da Saúde. Dessas, quatro são de suporte avançado, destinadas a casos de maior gravidade, e dez são de suporte básico, incluindo uma viatura 4×4 que atende as áreas mais afastadas, como o distrito de Anhanduí e o assentamento Três Corações. Além das ambulâncias, o SAMU também opera com duas motolâncias, reforçando a capacidade de resposta às emergências.
Essas novas ambulâncias fazem parte de um compromisso de três anos atrás e não estão vinculadas ao Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do Governo Federal, que ainda deve definir como os recursos serão aplicados na aquisição de novos veículos de saúde para os municípios.
SAMU e o atendimento em Campo Grande
O SAMU de Campo Grande, criado há 20 anos pela Portaria nº 1.864/03 do Governo Federal, é um serviço essencial de atendimento pré-hospitalar móvel em todo o Brasil. Com uma média de 520 chamadas diárias pelo telefone 192, a maioria delas relacionadas a acidentes de trânsito, o serviço é um pilar fundamental no socorro de urgências e emergências na Capital.
Com as novas viaturas a caminho, a Prefeitura de Campo Grande reforça seu compromisso de manter um atendimento eficiente e ágil para a população, garantindo a estrutura necessária para que o SAMU continue salvando vidas.
Mato Grosso do Sul já registrou 19.502 casos prováveis de dengue, sendo 16.131 casos confirmados, em 2024. Estes dados foram apresentados no boletim referente à 49ª semana epidemiológica, divulgado pela SES (Secretaria de Estado de Saúde) nesta quarta-feira (11). Segundo o documento, 32 óbitos foram confirmados em decorrência da doença e outros 17 estão em investigação.
Nos últimos 14 dias, Jateí, Japorã, Caracol, Juti, Água Clara, Aquidauana, Rio Brilhante, Itaquiraí, Bataguassu, Jardim, Ivinhema, Chapadão do Sul, Amambai, e Maracaju registraram incidência baixa de casos confirmados para doença. Já os óbitos registrados ocorreram nos municípios de Maracaju, Chapadão do Sul, Coronel Sapucaia, Dourados, Laguna Carapã, Naviraí, Sete Quedas, Amambai, Paranhos, Ponta Porã, Iguatemi, Itaquiraí, Aparecida do Taboado, Mundo Novo, Campo Grande, Bonito, Japorã e Três Lagoas. Entre as vítimas, 15 delas possuíam algum tipo de comorbidade.
Vacinação
Ainda conforme o boletim, 113.027 doses do imunizante já foram aplicadas para idade permitida na bula na população. Ao todo, Mato Grosso do Sul já recebeu do Ministério da Saúde 189.910 doses do imunizante contra a dengue. O esquema vacinal é composto por duas doses com intervalo de três meses entre as doses.
A vacinação contra a dengue é recomendada para crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos, 11 meses e 29 dias de idade, faixa etária que concentra o maior número de hospitalização por dengue, dentro do quadro de crianças e adolescentes de 6 a 16 anos de idade.
Chikungunya
Em relação à Chikungunya, o Estado já registrou 2.817 casos prováveis, sendo 921 confirmados. Não há óbitos registrados. A SES alerta que as pessoas devem evitar a automedicação. Em caso de sintomas de dengue ou Chikungunya, a recomendação é procurar uma unidade de saúde do município.
O governo federal vai promover o Dia D de mobilização de ações de prevenção contra a dengue no próximo sábado (14). Em 2024, foram contabilizados, até agora, mais de 6,7 milhões de casos e 5.950 mortes por causa da doença. O sistema de saúde investiga se outros 1.091 óbitos tiveram a doença como causa. Para se ter uma ideia, no ano passado, foram 1.179 mortes pelo vírus, um número cinco vezes menor.
A proposta é realizar campanhas de conscientização e engajamento da população em todo o país para prevenir os focos do aedes aegypti, mosquito que transmite o vírus que causa a dengue. De acordo com o secretário adjunto de Vigilância em Saúde e Ambiente, Rivaldo Cunha, o momento, agora, é de prevenir. “Como estamos chegando no período em que as chuvas voltam a ocorrer com maior intensidade, este é o momento ideal para que o mosquito também aumente a sua proliferação”, explicou o especialista.
Ele diz que a série de ações de conscientização conta com a parceria de estados e municípios para divulgar a necessidade da população contribua com ações simples. Entre essas providências, está o de retirar de casa qualquer objeto que possa acumular água, ambiente que pode se transformar num foco de proliferação do mosquito Aedes aegypti. “Nós queremos chamar a atenção da população como um todo. Este é o momento de prevenir uma potencial epidemia que poderia acontecer em janeiro ou fevereiro”.
Mudanças climáticas
O secretário, que é médico e foi pesquisador da Fiocruz, alertou que as mudanças climáticas precisam ser levadas em conta porque a elevação da temperatura média ambiental, as chuvas e secas intensas, mexeram com a biologia do mosquito transmissor da dengue. “Isso aumenta a nossa preocupação. No ano de 2024, não houve uma única semana em que registrássemos um menor número de casos do que a mesma semana de 2023”, exemplificou.
Ele entende que há uma situação peculiar ao Brasil e outros países da América do Sul em que há intermitência no fornecimento da água para o uso doméstico. Esse cenário faz com que as famílias armazenem água para o dia a dia. “Nós temos observado que o armazenamento improvisado da água naqueles dias em que ela está disponível nas torneiras têm se transformado posteriormente em potenciais focos”.
Outra questão de vulnerabilidade tem relação com a coleta do resíduos sólidos deixados de forma irregular. “Quaisquer objetos, independentemente do tamanho, que possam acumular água, poderão se transformar num potencial foco de proliferação do mosquito. Desde uma tampinha de garrafa”.
Epidemia
No ano de 2024, Distrito Federal, Minas Gerais e Paraná foram as unidades federativas com as maiores incidências da doença. Rivaldo Cunha observa, em relação à geografia da doença, que os especialistas têm observado um lento e contínuo crescimento no número de casos registrados nas regiões Sudeste e Sul. “Isso evidentemente nos preocupa. Ainda é um crescimento não assustador. Há condições reais de que, a partir da nossa mobilização cidadã (…) possamos evitar uma nova epidemia”.
Em 2024, os picos ocorreram de fevereiro a maio, quando o país contabilizou mais de um milhão de casos por mês. O pior período foi março, com mais de 1,7 milhão de registros da doença. Neste ano, o maior número de pessoas diagnosticadas com dengue foi na faixa etária dos 20 aos 29 anos de idade.
Com apoio e parceria do Governo do Estado, o Hospital de Câncer de Campo Grande Alfredo Abrão entregou nesta segunda-feira (9) a obra do terceiro andar, que conta com 32 novos leitos modernos à disposição da população. Eles estão equipados para atender os pacientes do SUS (Sistema Único de Saúde).
A obra no terceiro andar foi realizada pelo Hospital do Câncer, por meio de financiamento com empréstimo no valor de R$ 1,3 milhão. Assim vai ampliar e dobrar o número de atendimentos na unidade, proporcionando o cuidado oncológico de alta qualidade a quem precisa.
“Começamos a segunda-feira com muita emoção e orgulho. O Hospital do Câncer é prioridade zero na estratégia do Estado do Mato Grosso do Sul. Nós vamos continuar avançando neste sentido. Olhando para frente não tenho dúvida que nós juntos vamos conseguir entregar este equipamento, com uma boa execução”, afirmou o governador Eduardo Riedel.
Riedel destacou que o mais difícil em um hospital é a sua operação no dia a dia. Nosso grande desafio está em conseguir dar maior eficiência a este volume de recursos, com gestão adequada nos hospitais. Promover a articulação para trazer recursos federais, estaduais e municipais. Desta forma conseguimos transformar a saúde do Estado”.
A presidente do Hospital do Câncer, Sueli Lopes Telles, estava emocionada durante o evento e ponderou que se tratava de um momento histórico. “Percorrendo o hospital algo me incomodava profundamente, a lotação das enfermarias e alguns quartos com seis pacientes. O pior era quando precisávamos cancelar cirurgias por falta de leitos. O câncer não espera, ele avança. Diante desta realidade decidimos dar um passo mais difícil, que é finalizar o terceiro andar, não havia outra opção”.
Ela destacou que agora o momento é de celebrar. “Contamos agora com esta unidade com mais 32 leitos de altíssima qualidade, digna de hospitais de excelência. Aqui somos 99% SUS. Nosso compromisso é com a vida e com atendimento humanizado. Nossos pacientes não são números, são pessoas. Gostaria de agradecer ao Governo do Estado que acreditou no nosso trabalho”.
A prefeita da Capital, Adriane Lopes, parabenizou o esforço do Estado e da diretoria do hospital pela manutenção das atividades na unidade. “As parcerias são fundamentais, nós sabemos que para avançar precisamos de pessoas que acreditam no trabalho e invistam seu tempo, compromisso e dedicação. Parabéns a todos que colaboram com esta unidade”.
Recursos
Para contribuir com os trabalhos e atendimentos realizados no hospital, o Governo do Estado contribui financeiramente com a unidade. Ao todo foram repassados R$ 18 milhões nos dois últimos anos. Em 2023 teve R$ 9 milhões por meio de convênio e mais R$ 4,37 em repasse fundo a fundo. Já neste ano teve mais R$ 4,69 milhões em repasse estadual.
“Nosso objetivo na Secretaria de Saúde é que além do terceiro andar, sejam conclusas as demais o mais breve possível. Temos muitas demandas na saúde pública do Estado, mas algumas precisam ser prioridade e esta é uma delas. Hoje não são apenas 32 leitos novos, são leitos extremamente superiores àqueles que estamos acostumados a serem oferecidos no SUS. Nosso objetivo é continuar a ajudar esta instituição”, afirmou o secretário de Saúde, Maurício Simões.
O Hospital de Câncer de Campo Grande Alfredo Abrão é uma instituição privada filantrópica referência no tratamento oncológico no Estado. O maior hospital oncológico do Mato Grosso do Sul, atendendo 72% da oncologia. De cada 10 pacientes com câncer SUS, 7 são tratados pelo HCAA. São feitos em média 17 mil procedimentos por mês. Em 2023 foram 206.759 atendimentos realizados.