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Operação Pantanal 2024

Mulheres têm papel de destaque no combate aos incêndios no Pantanal

Mas muito mais que veículos, o combate está sendo feito por pessoas.

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Os combates aos incêndios no Pantanal sul-mato-grossense contam com 17 aeronaves, 7 caminhões de combate a incêndio, 6 embarcações, 42 caminhonetes do Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso do Sul e 14 caminhonetes da Força Nacional de Segurança Pública.

Mas muito mais que veículos, o combate está sendo feito por pessoas. Desde abril, 1170 homens e mulheres se dedicaram dia e noite para impedir o avanço das chamas. Desse efetivo, 714 são do Corpo de Bombeiros de Mato Grosso do Sul.

O combustível que leva essas pessoas a arriscarem a própria vida é o amor ao bioma. Esse é o caso da Tenente Letícia Solano, que é campo-grandense de nascimento, mas também corumbaense de coração.

“Sou de Campo Grande e por conta da minha profissão – sou engenheira ambiental – tive a oportunidade de trabalhar em outros lugares, e um deles foi Corumbá. Morei lá de 2013 a 2018. Eu servia na Marinha como oficial temporário. E aí Corumbá já tem um lugarzinho especial no meu coração. Acredito que esse tempo que eu passei lá, já posso me considerar pantaneira”, conta.

Letícia fez concurso para o Corpo de Bombeiros em 2018. Era um certame específico para formados em Engenharia Ambiental, para preencher um quadro recém-criado de especialistas. Na ocasião, acreditava que trabalharia com projetos em vez de atuar diretamente em campo. Estava enganada. O curso se encerrou em junho deste ano e no mês seguinte já estava combatendo incêndios florestais em um dos biomas mais importantes do mundo.

“Nosso curso começou em janeiro deste ano, se encerrou em junho e em julho eu ingressei na Diretoria de Proteção Ambiental. Uma semana depois eu estava lá, no Pantanal, então com zero experiência assim de combate a incêndio florestal. Só que também estava com uma equipe que é especialista no combate e aí foi muito desafiador e muito aprendizado”.

Depois de 15 dias de combate ininterrupto, a Tenente Letícia Solano afirma ter ficado impressionada com a força do fogo, mas que a determinação em acabar com o incêndio é ainda maior.

“Um dia a gente está protegendo uma área. Depois dorme e no dia seguinte aquela área é atingida (pelo incêndio) por conta que o solo lá no Pantanal é bem específico. A vegetação também. Aí o clima seco acaba sendo a cereja do bolo pra que nada dê certo (para o fogo). Só que tem uma vontade da equipe. Não teve um dia que eu vi que a equipe ficar desanimada. Todos os dias a gente estava lá tentando dar o nosso melhor e a gente conseguia, ao final do dia combater”.

Sonho realizado

Sargento Katiane (Foto: Saul Schramm)

Outra heroína do Pantanal é a Sargento Katiane Mercado Alves. Comandante de uma das guarnições, Katiane Alves é de Campo Grande, mas desde 2020 é voluntária para as missões no Pantanal. Ela conta que é o sentimento de amor a Mato Grosso do Sul e ao Patrimônio Natural da Humanidade e Reserva da Biosfera pela Unesco que a motiva.

“Acho que a maior palavra que a gente tem é responsabilidade, principalmente porque eu nasci no Estado. Sou filha do Estado e a gente vê esses animais, a vegetação e tudo aquilo que toda na minha infância também via, que eu vinha para cá passear, e a gente vê queimando, a gente sofre por isso. Então, a necessidade de apagar aquilo o quanto antes, é o que move a gente”.

Katiane explica que, em relação aos incêndios de 2020, a diferença está na estrutura de combate aos incêndios. “Hoje a gente conta com mais material, veio também o pessoal da Força Nacional. O incêndio, a proporção dele é um pouco maior, só que a dinâmica de material e de pessoas é maior agora também. Então, o trabalho tem sido um pouco mais fácil por conta disso”, conta.

Pode parecer um paradoxo, mas a árdua tarefa de enfrentar as dificuldades do Pantanal e arriscar a própria vida, para ela, é a realização de um sonho. “Eu tenho 14 anos de bombeiro. Eu entrei em 2010. E a ideia de entrar no bombeiro é que unia duas coisas do que eu gostava: a parte de aventura e de salvar vidas. Então, aquele sonho que geralmente é do homem, de ver a viatura, de brincar de carrinho com a viatura, também era meu. Eu queria dirigir aquelas viaturas, eu queria combater assim como os bombeiros fazem hoje, e eu faço hoje”, diz.

Fazendo chover no Pantanal

Sargento Monalisa Alves Tabaco é mecânica de voo do KC-390 (Foto: Saul Schramm)

Quando a ajuda vem do céu na maior seca registrada nos últimos 70 anos no Pantanal, até meados da semana passada a única água que caía era a de aeronaves. A maior delas é a KC-390, da FAB (Força Aérea Brasileira), equipada com um sistema capaz de lançar até 12 mil litros de uma só vez.

E uma das responsáveis por fazer esse cargueiro multiuso alçar voo é a Sargento Monalisa Alves Tabaco, mecânica de voo. Parte integrante da tripulação, ela é responsável pela preparação técnica e monitoramento da aeronave. Ela fica no cockpit com os pilotos.

Sem essa profissão, não seria possível o combate aéreo. “A gente faz todo um pré-voo antes do outro voo em si. Verificamos as condições da aeronave no solo, administramos o combustível e todos os sistemas do avião, e quando estamos em condições de voar, os pilotos assumem as posições de 1P e 2P (1° e 2° pilotos) e eu fico monitorando durante o voo os sistemas do avião”, explica Monalisa.

Há dois anos e meio ela é a mecânica do KC-390. Filha de um militar da Aeronáutica, ela se formou eletricista de instrumentos, mas aproveitou uma oportunidade em Anápolis (GO) para ser aeronavegante. Monalisa já atuou no desastre natural em Canoas, no Rio Grande do Sul, e agora está em Corumbá (MS). “Os incêndios são um desastre natural que nós não gostaríamos que existissem, mas é muito gratificante poder ajudar no combate nesses períodos”, finaliza.

(Com assessoria. Fotos: Divulgação)

Operação Pantanal 2024

Operação Pantanal: planejamento para 2025 já começou, com a manutenção de equipamentos

Com a desmobilização do trabalho no Pantanal, todos os equipamentos podem passar pela manutenção e assim continuar empregados nas ações de combate a incêndios em qualquer época do ano.

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A redução dos focos de incêndios florestais no Pantanal neste último trimestre permitiu também a redução das equipes em campo pela Operação Pantanal, iniciando o monitoramento da situação na região e o planejamento para o ano de 2025, em um trabalho contínuo e que tem como primeiro passo dessa nova fase a manutenção dos equipamentos usados no combate ao fogo no decorrer deste ano pelo Corpo de Bombeiros, que encabeçou a ação.

Seguindo o planejamento anual, a equipe dos Bombeiros de Mato Grosso do Sul está retirando materiais e equipamentos das áreas de combate para realização de manutenção em Campo Grande, os preparando para os trabalhos que podem ocorrer no próximo ano.

“A Operação Pantanal não é só combate a incêndios, são várias atividades que a gente executa durante o ano inteiro para que quando haja necessidade, não importa a época, se está em estiagem ou não, a gente tenha condições e estrutura para combater os incêndios florestais”, explicou a diretora de Proteção Ambiental do Corpo de Bombeiros, tenente-coronel Tatiane Inoue.

No prédio onde são feitos o controle e a manutenção dos materiais que chegam de diferentes áreas do Pantanal, várias ferramentas e equipamentos diversos – roçadeira, pinga-fogo, motobomba flutuante, soprovarredor – passam por avaliação, recuperação e conserto. Além de garantir que os materiais retornem para as áreas onde são necessários, o trabalho também gera economia e possibilita a realização de um inventário para o emprego adequado de cada item.

“Quando os materiais chegam são listados e inseridos numa planilha, para o controle dos mais de 400 equipamentos, de sapa (para escavar) e motomecanizados. Tudo que é empregado na Operação Pantanal é controlado por aqui, e com isso a gente pode saber o local onde estão, quando houve manutenção e o controle do quantitativo”, disse o subtenente Evandy Segarini.

Com a desmobilização do trabalho no Pantanal, todos os equipamentos podem passar pela manutenção e assim continuar empregados nas ações de combate a incêndios em qualquer época do ano. “A desmobilização é uma das etapas da Operação Pantanal, que é contínua no nosso Estado. A atividade de combate a incêndio florestal exige muito de cada equipamento. Por isso precisamos estar com tudo pronto, tudo em ordem, a qualquer época e para atender qualquer situação”, afirmou a tenente-coronel.

O trabalho de manutenção ocorre durante todo o ano, mesmo quando a Operação está em andamento. Mas é concentrado de forma mais intensa nesta época, quando as chuvas na região pantaneira começam a favorecer de forma mais eficiente o controle e redução dos focos, impedindo a propagação dos incêndios.

“É um período que a gente traz todo o material, inclusive os estão nas bases avançadas, para darmos manutenção nos nossos motomecanizados e demais materiais que utilizamos durante os incêndios. É o momento ideal para dar continuidade, logo mais os materiais voltam para a operação. Todo o material utilizado na operação pantanal a gente começa a recolher para poder deixar em condições para as próximas atividades”, disse Segarini.

No mesmo prédio onde os materiais passam por manutenção, também existe um espaço para confecção de abafadores, um dos principais itens utilizados no trabalho de combate a incêndios. “Separamos um local para confeccionar os abafadores, que é um dos materiais que a gente utiliza. A gente vai fazendo e deixando eles todos prontos. É feito aqui mesmo, a gente adquiri a matéria prima e confecciona na unidade”, finalizou o subtenente.

Operação Pantanal

Para atuar de maneira eficiente e garantir resposta rápida em caso de incêndios florestais na região do Pantanal de Mato Grosso do Sul, o Governo do Estado, por meio do CBMMS, iniciou o trabalho preventivo no início do ano, com atuação presencial dos bombeiros e em maio a instalação de bases avançadas no bioma.

As 12 bases avançadas do CBMMS foram instaladas neste ano nas diversas regiões do Pantanal e contribuíram para garantir combate rápido e eficiente durante a temporada de incêndios florestais. As bases foram uma novidade implantada pela Operação Pantanal e parte delas serão mantidas permanentemente para atendimento às ocorrências de incêndios em todas as épocas do ano.

O Pantanal de Mato Grosso do Sul tem 9 milhões de hectares, correspondendo a 65% do total da região pantaneira que ainda se estende ao Mato Grosso, ao Paraguai e à Bolívia. O bioma passa pela pior estiagem dos últimos 70 anos.

(Com assessoria. Fotos: Divulgação)

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Operação Pantanal 2024

Focos de incêndios na região do Alto Pantanal são controlados e área é monitorada pelos Bombeiros

O local segue sendo monitorado pelos profissionais que ficam na base avançada da Serra do Amolar.

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Os focos de incêndio na região do Alto Pantanal, próximo a Escola Municipal Rural de Educação Integral Polo São Lourenço, foram controlados após ação das equipes do Corpo de Bombeiros, que contaram com o auxílio da chuva que caiu na região nos últimos dias. O local segue sendo monitorado pelos profissionais que ficam na base avançada da Serra do Amolar.

Segundo o Corpo de Bombeiros, as imagens de satélite que mostravam vários focos de calor na região nos últimos dias, contam com outro cenário no momento (sem foco), no entanto duas equipes estão no local fazendo o serviço de monitoramento e captação de imagens (drones) para avaliar a situação.

A base do Corpo de Bombeiros na Serra do Amolar fica a 9 km da Escola do Polo São Lourenço, tendo 8 militares disponíveis para combate a incêndios, quando for necessário.

A região do Pantanal Sul-Mato-Grossense continua com condições climáticas adversas, devido altas temperaturas e variações constantes nos ventos, o que favorecem os incêndios florestais. Nos últimos dias houve chuvas pontuais na região, que contribuíram de forma momentânea, mas não extinguiram todos os focos.

Segue o combate aos incêndios no Parque Estadual Pantanal do Rio Negro, que fica próximo aos municípios de Miranda e Corumbá. Duas equipes chegaram ao local com apoio do helicóptero da Força Aérea Brasileira, por se tratar de local de difícil acesso. Através das ações foi possível confinar as chamas que se concentram entre a BR-262 e o Rio Miranda.

Também tem equipes na região do Passo do Lontra, onde a preocupação é em relação a proximidade (incêndios) com residências da comunidade local. Os focos tinham sido controlados no final de semana, mas houve reignição, por isso os trabalhos continuam no local.

Continua o monitoramento das regiões do Paiaguás, Serra do Amolar, Nhecolândia (a oeste do Parque Estadual do Pantanal do Rio Negro) e Abobral. Atualmente a Operação Pantanal possui um efetivo de 132 militares do Corpo de Bombeiros Militar.

(Com assessoria. Foto: Divulgação)

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Operação Pantanal 2024

Pantanal de MS tem quatro focos de incêndios ativos e trabalho de combate no bioma completa 198 dias

Um dos principais focos está na divisa com o Mato Grosso.

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Com quatro focos ativos de incêndios florestais no Pantanal sul-mato-grossense, o Corpo de Bombeiros de Mato Grosso do Sul, com o apoio das demais forças de segurança nacionais e estaduais empenhadas na Operação Pantanal 2024 há 198 dias, mantém ações de combate ao fogo nas regiões do Paiaguás e Abobral (Passo do Lontra).

Um dos principais focos está na divisa com o Mato Grosso. O incêndio já registrou, ontem, uma linha de fogo de aproximadamente 40 quilômetros de extensão. As chamas passaram para o Mato Grosso do Sul vindas do estado vizinho, iniciada no Parque Nacional do Pantanal Mato-Grossense.

Também estão em monitoramento focos em Corumbá (nas regiões pantaneiras do Paiaguás, Nabileque, Paraguai-Mirim, Forte Coimbra, Serra do Amolar, Albuquerque), Rio Negro (Parque Estadual do Pantanal do Rio Negro), Costa Rica, Aparecida do Taboado, São Gabriel do Oeste, Dourados, Coxim, Inocência, Paranaíba, Naviraí (Parque Estadual das Várzeas do Rio Ivinhema), Miranda, Porto Murtinho, Nioaque e Aquidauana.

Um novo ciclo de trabalho na temporada de incêndios florestais teve início ontem (15), inclusive com a troca de dez bombeiros militares do Rio Grande do Sul, estado que continua a apoiar as ações de controle e extinção do fogo no Pantanal.

As ações contam com o apoio do GOA (Grupamento de Operações Aéreas), que auxiliam os militares que fazem o combate direto em solo. As equipes continuam a realizar o monitoramento nas áreas impactadas e nas localidades onde estão instaladas as 12 bases avançadas, que contribuem para uma resposta mais ágil para o início do combate, em caso de ocorrência de fogo.

As chuvas que ocorreram desde o fim de semana passada contribuíram para aliviar a situação, especialmente após o período de seca. Porém o Pantanal ainda enfrenta condições climáticas adversas, principalmente em relação as altas temperaturas e variação dos ventos, que elevam os riscos de incêndios florestais.

(Com assessoria. Fotos: Divulgação)

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