Uma trilha pela comunidade que muitos até já conhecem, mas que pode revelar um destino diferente. Um filme que vem a reproduzir cenas vividas dentro de casa, com o bônus da reflexão em grupo. Neste final de semana, indígenas das comunidades de Miranda são os protagonistas nas atividades da Cidadania durante a 4ª edição do MS em Ação.
O programa que já atendeu mais 17,4 mil pessoas chega aos povos originários do Pantanal pela primeira vez, levando segurança e cidadania. Coordenada pela Sejusp (Secretaria de Justiça e Segurança Pública) e pela SEC (Secretaria de Estado da Cidadania), a ação vai levar serviços essenciais gratuitamente durante dois dias na Escola Municipal Indígena Pólo Coronel Nicolau Horta Barbosa, na Aldeia Cachoeirinha.
Saúde é um dos pilares do programa que chega com orientações e consultas. (Foto: Álvaro Rezende)
A expectativa é de atender 9 mil indígenas que vivem nas 13 comunidades presentes no município. E, para além dos serviços como emissão de documentos, solicitação de benefícios junto ao INSS, casamento ou divórcio, consultas médicas, odontológicas e vacinação, a Cidadania quer dialogar e refletir diretamente com dois públicos: juventude e mulheres.
Trilha
“Que tal participar de uma aventura que pode mudar a sua vida?” Este é o convite que a Secretaria de Estado da Cidadania junto ao Observatório da Cidadania da UFMS e Fundect têm para fazer à juventude indígena.
Com três pontos espalhados pela comunidade, a Trilha do Protagonismo Jovem propõe revelar, a cada participante, informações preciosas através da formação de qualidade, empreendedorismo, engajamento no voluntariado e participação social. Os tesouros a serem desbravados são o mapa de como ingressar em universidades públicas de MS e descobrir no empreendedorismo o desenvolvimento econômico sustentável.
Ação de segurança e cidadania leva dezenas de serviços para crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos indígenas. (Foto: Álvaro Rezende)
Subsecretário de Políticas Públicas para Juventude, pasta ligada à Cidadania, Jessé Cruz explica que a trilha nada mais é do que uma oficina para que os jovens indígenas possam refletir e vivenciar experiências como protagonistas de suas histórias.
“Pensando e entendendo a relevância e a importância do jovem, em especial o jovem indígena de Miranda, elaboramos uma ação que possibilitasse à juventude perpassar ali por três pontos importantes do protagonismo: empreendedorismo, acesso e permanência nas universidades, e também sobre o voluntariado e a participação social. A ideia é que essa oficina possa propiciar ao jovem esse ambiente de experiências, e provocá-lo, sensibilizá-lo a entender que o protagonismo dele é muito importante”, descreve Jessé.
Cinema
Para as mulheres indígenas, a Cidadania programou trabalhar reflexões acerca das diferentes expressões de violências que qualquer uma pode testemunhar.
Com a exibição do filme “Acorda Raimundo, acorda!”, um drama da década de 1990, a proposta é abrir espaço para que as mulheres falem sobre as interpretações e entendimentos individuais que cada uma teve em relação ao conteúdo do curta-metragem.
Subsecretária de Políticas Públicas para Mulheres, Manuela Nicodemos Bailosa, conta que a atividade quer promover um diálogo com as mulheres indígenas para identificar a percepção delas frente às diversas formas de violências de gênero.
Mulher guarani-kaiowá lê cartilha feita pela Deam na língua materna durante MS em Ação realizado na região de Paranhos. (Foto: Álvaro Rezende)
“Queremos fazer um intercâmbio de olhares dos caminhos institucionais que são oferecidos para elas superarem a problemática da violência. Caminhos esses embasados em mecanismos legais, principalmente amparado pela Lei Maria da Penha, mas que muitas vezes na prática apresentam um conjunto de dificuldades de acesso a essas mulheres”, detalha.
Para Manuela, é fundamental sentir a percepção das mulheres indígenas para reavaliar a efetividade da rede de atendimento às mulheres em situação de violência na região.
“Até que ponto os serviços que são oferecidos atendem à diversidade das mulheres indígenas, às características territoriais desse povo? A gente também quer saber a percepção delas das diversas expressões que caracterizam uma relação de violência. Cada vez que vamos para o território, realizamos uma escuta qualificada, e somos orientadas por essas mulheres a executarmos políticas públicas que de fato alcancem e modifiquem realidades”, completa.
“MS em Ação: Segurança e Cidadania”
Instituído por meio da Resolução conjunta Sejusp e SEC Nº 001, foi criado com o propósito de fortalecer e aprimorar as políticas voltadas para o exercício pleno da cidadania, direcionadas às comunidades tradicionais, bem como às populações que residem em regiões remotas, de difícil acesso e em condições de vulnerabilidade.
O Estado de Mato Grosso do Sul repetiu o processo bem-sucedido de 2023, cumprindo todas as etapas necessárias em ação da Sead (Secretaria de Estado de Assistência Social e dos Direitos Humanos), Segov (Secretaria de Estado de Governo e Gestão Estratégica) e a Segem (Secretaria Executiva de Gestão Estratégica e Municipalismo), para o preenchimento do formulário e apresentação das ações realizadas em 2024.
A renovação da certificação MigraCidades reflete o compromisso do Estado com a governança migratória e a promoção dos direitos humanos.
A certificação MigraCidades, entregue no início deste mês, é uma iniciativa conjunta da OIM (Organização Internacional para as Migrações) – parte do Sistema das Nações Unidas – e da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), com o apoio da Enap (Escola Nacional de Administração Pública).
MS concluiu todas as etapas necessárias para a obtenção do certificado
Este selo reconhece o engajamento de estados e municípios brasileiros na formulação e implementação de políticas migratórias alinhadas aos ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável), promovendo uma migração ordenada, segura, regular e responsável.
O trabalho desenvolvido em Mato Grosso do Sul envolve ações integradas entre diversas secretarias e é coordenado pela Sead, por meio da Secretaria Executiva de Direitos Humanos. Essas ações abrangem iniciativas que promovem a integração social, cultural e econômica dos migrantes, contribuindo para a coesão social e fortalecendo a dignidade humana.
Certificação
O processo de certificação incluiu cinco etapas: inscrição, diagnóstico, priorização, certificação e monitoramento. Durante a avaliação, foram analisadas ações realizadas em 10 dimensões fundamentais para uma boa governança migratória, como participação social e cultural, acesso à educação, assistência social, proteção social e saúde. Relatórios detalhados das atividades e propostas de monitoramento também foram apresentados, consolidando o reconhecimento do Estado.
Entre as principais iniciativas desenvolvidas em prol dos migrantes estão o atendimento permanente por meio da Central de Atendimento em Direitos Humanos, apoio financeiro às OSC’s (Organizações da Sociedade Civil) que atuam com o público migrante, além de palestras e parcerias transversais entre secretarias do Governo. Estas ações reforçam o papel de Mato Grosso do Sul como um exemplo de inclusão e acolhimento no cenário nacional.
A entrega do Cepa (Certificado Estadual de Protetores de Animais) começou nesta semana, com a primeira ação realizada na sede da Suprova (Superintendência de Políticas Integradas de Proteção à Vida Animal).
A certificação, promovida pela Setesc (Secretaria de Estado de Turismo, Esporte e Cultura), tem como objetivo reconhecer entidades e protetores independentes, além de facilitar o acesso a programas estaduais de suporte e bem-estar animal, como o ‘MS Vida Animal’.
Atualmente, Mato Grosso do Sul conta com cerca de 300 entidades de proteção animal. Para obter o certificado, é necessário enviar RG, CPF, comprovante de residência, certidão negativa criminal e a carteirinha de vacinação antirrábica dos animais – que é gratuita – para o e-mail vidaanimal@setesc.ms.gov.br.
O certificado é emitido digitalmente e tem validade de um ano, garantindo que os dados sejam atualizados periodicamente.
O secretário de Estado de Turismo, Esporte e Cultura, Marcelo Miranda, destaca a importância da certificação para fortalecer a rede de proteção animal no estado.
“É um certificado que representa um grande avanço na valorização do trabalho dos protetores e das entidades que atuam na causa animal. Ao oferecer suporte e acesso a programas estaduais, garantimos que mais vidas sejam cuidadas com qualidade e responsabilidade”.
De acordo com o titular da Suprova, Carlos Eduardo Rodrigues, o certificado permitirá aos protetores acessar benefícios importantes, como a Caravana da Castração, programada para começar entre março e abril.
“A Caravana vai oferecer 25 vagas de castração por campanha às entidades certificadas. Hoje, as ONGs conseguem acesso por terem CNPJ, mas muitos protetores independentes não têm. Com o certificado, vamos interligá-los à ferramenta SigPet, que organiza o cadastro para as castrações”.
Outro benefício em fase de elaboração é a doação de rações. “Estamos trabalhando em um edital para compra de ração. O certificado nos ajudará a identificar a demanda real, como a quantidade de protetores e animais atendidos. Isso permitirá uma distribuição mais eficiente desse recurso”, afirma o titular da Suprova.
Sônia Marly Palhano, do Instituto Mãe de Pets, foi a primeira a receber o certificado. O Instituto abriga atualmente 222 cães e 32 gatos.
“Nosso maior desafio é manter a qualidade de vida dos animais. Temos altos custos com ração, medicação, atendimento veterinário e até energia elétrica. Esse certificado é um benefício gigantesco, porque vai nos ajudar com castrações, rações e até na redução de custos fixos. Ser protetora é enfrentar desafios diários, mas o amor pelos animais fala mais alto”.
A iniciativa da Suprova também busca incluir os protetores independentes, que muitas vezes têm mais animais sob seus cuidados do que as ONGs.
“Não havia nada no Estado que regularizasse a atuação dessas protetoras voluntárias. O certificado é uma forma de trazê-las para dentro das políticas públicas, garantindo que tenham acesso aos mesmos benefícios das entidades formalizadas”, finaliza Carlos Eduardo.
O Governo do Estado está realizando o Mapeamento de Criativos de Mato Grosso do Sul. A iniciativa da Superintendência de Economia Criativa e Políticas Integradas, vinculada à Setesc (Secretaria de Estado de Turismo, Esporte e Cultura), busca identificar e cadastrar agentes criativos de diversos segmentos, promover um diálogo mais próximo com a comunidade e facilitar a formulação de políticas públicas.
Titular da Setesc, Marcelo Miranda, destacou a importância da ação para o fortalecimento do setor. “A economia criativa é uma das forças que impulsionam o desenvolvimento sustentável e a valorização cultural do nosso estado. Esse mapeamento será essencial para que possamos criar políticas públicas eficientes e inclusivas, que atendam às demandas reais dos nossos criativos”.
Luciana Azambuja, superintendente estadual de Economia Criativa, reforça a relevância da iniciativa. “Sem o mapeamento, não sabemos onde estão e quem são os criativos de Mato Grosso do Sul, e não podemos fazer políticas públicas sem dados, sem estatísticas. Por isso, essa ação é fundamental para a criação do banco de dados do MS + Criativo”.
O cadastro é realizado de forma on-line, por meio de um formulário (clique aqui para acessar). A proposta inclui os segmentos de artesanato, música, artes visuais, artes cênicas, design, moda, gastronomia, cultura geek/nerd, literatura, audiovisual, entre outros.
Os dados coletados servirão como base para consultas e eventuais convites a ações realizadas pela Secretaria, sem gerar vínculos obrigatórios de contratação. “Os formulários recebidos ficarão armazenados no setor, permitindo que conheçamos as iniciativas criativas existentes em Mato Grosso do Sul e promovendo o desenvolvimento do setor”, conclui a superintendente.