Quatorze acadêmicos da Universidade do Estado Norte-Americano de Washington, localizada na cidade de Seattle, Estados Unidos, estiveram nesta sexta-feira (25) na Casa da Mulher Brasileira (CMB) para conhecer todo o método de atendimento intersetorial da instituição, administrada pela Prefeitura de Campo Grande. A estrutura da CMB contempla os diversos serviços e setores necessários para que a mulher possa enfrentar a situação de violência de forma integral.
“É muito importante para os meus alunos terem esta experiência, pois conhecer outros lugares, outras pessoas e trocar experiências fazem com que você tenha um ponto de vista diferente sobre a sua própria pesquisa. E ficamos impressionados com a estrutura de atendimento, um serviço público que não temos nos Estados Unidos. Lá só podemos contar com estruturas não governamentais e apoio da sociedade civil”, aponta Margaret Griesse, professora que acompanha os intercambistas.
A acadêmica intercambista Milan Suarez, do curso de Relações Internacional que integra o grupo, ficou impressionada com a instituição Casa da Mulher Brasileira. “Quero dizer que não esperava um atendimento tão completo como o que vi aqui. Lá nos EUA, quando encontramos um apoio, geralmente é somente com um item, como alimentação, ou saúde, ou abrigo. Aqui oferecem de tudo, até acompanhamento posterior para o agressor se manter longe da vítima. O Brasil vai ficar para sempre em minhas referências na luta da violência contra a mulher”, explica.
“Nós ficamos felizes, não somente pelo reconhecimento do nosso trabalho por instituições internacionais, mas também por visualizarmos que pessoas do mundo todo estão sempre se aprimorando em métodos e políticas públicas na luta contra à violência da mulher. E claro, queremos que eles saiam daqui entendendo que no Brasil, a violência contra a mulher, tem tolerância zero”, aponta Carla Stephanini, subsecretária de Políticas para a Mulher (SEMU).
A Casa da Mulher Brasileira oferece atendimento 24 horas por dia, todos os dias da semana, nos setores: recepção, acolhimento e triagem, serviço de apoio psicossocial acolhimento e triagem, psicossocial continuado, alojamento de passagem (para abrigamento temporário de até 48 horas, para mulheres em risco de morte), brinquedoteca (para o acolhimento de crianças de 0 a 12 anos que não estejam acompanhadas por outros adultos, enquanto a mulher é atendida) e Central de Transportes (para o deslocamento de mulheres até os serviços da rede externa, como unidades de saúde).
Além desses serviços, a Patrulha Maria da Penha – PMP (grupo de agentes da Guarda Civil Municipal, ligado à Secretaria Especial de Segurança e Defesa Social) também oferece atendimento 24 horas. A Patrulha Maria da Penha atua de forma articulada com a 3ª Vara de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, no monitoramento das medidas protetivas de urgência, realizando visitas domiciliares às vítimas, bem como atendendo chamados de mulheres com medidas protetivas de urgência, pela Central de Atendimento, telefone 153.
Ainda no âmbito municipal, o Serviço de Promoção da Autonomia Econômica, vinculado à Fundação Social do Trabalho (Funsat), oferece em horário comercial, atendimento relativo à emissão de documentação para o trabalho, qualificação e capacitação, intermediação para trabalho e emprego e orientação para autonomia financeira.
A Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (1ª DEAM) também oferece atendimento ininterrupto a mulheres vítimas de todas as formas de violência, em articulação com os demais serviços da CMB, como forma de garantir a integralidade do atendimento.
De forma inovadora foi implantada em março de 2023 a sala do Instituto de Medicina e Odontologia Legas (IMOL) nas dependências da CMB, agilizando dessa forma os procedimentos de exame de corpo de delito.
(Com assessoria. Fotos: Divulgação)