A primavera começou no domingo, 22 de setembro, e com a sua chegada alguns sintomas, como espirros, obstrução nasal, tosse, coriza e coceira no nariz e nos olhos, devem se tornar frequentes, segundo a Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF). A situação pode ocorrer, pois na estação das flores os episódios de rinite alérgica sazonal tendem a aumentar.
“A rinite alérgica é uma inflamação na mucosa nasal, que envolve a parte interna do nariz. Esta inflamação é provocada por alérgenos, como o pólen, que na primavera se concentra em um nível maior no ar”, explica o Dr. Olavo Mion, coordenador do Departamento de Alergia da ABORL-CCF.
As condições climáticas dessa estação, devido às variações de temperatura, clima seco e chuvas irregulares, facilitam a liberação de alérgenos dos grãos de pólen, que no período de polinização, são transportados pelo ar de forma mais concentrada, causando impacto na qualidade de vida e produtividade de pessoas alérgicas.
Segundo a Organização Mundial da Alergia (WAO, na sigla em inglês), a rinite alérgica afeta mais de 400 milhões de pessoas em todo o mundo; por isso, é considerada uma das alergias respiratórias mais frequentes na população.
Cuidados e prevenção
Evitar o contato com o componente alérgeno é maneira mais eficaz de prevenir crises dessa doença. Além do pólen, a poeira, os pelos de animais e ácaros estão entre os principais agentes desencadeantes da rinite alérgica na primavera, segundo a avaliação de Mion.
A seguir, o especialista da ABORL-CCF orienta sobre os principais cuidados a serem tomados para reduzir quadros e agravamentos da doença:
Em casa
Aplicar medidas de controle do ambiente pode ser desafiador, considerando que o pólen está espalhado pelo ar. No domicílio, a orientação dos otorrinolaringologistas é deixar as janelas fechadas, especialmente durante a manhã e tarde, quando a contagem de pólen está mais alta.
“A higienização dos espaços de convivência também é essencial, de preferência utilizando pano úmido, para evitar que o pólen, a poeira e pelos de animais no chão fiquem espalhados pelo ar”, cita Olavo.
Manter os filtros do ar-condicionado sempre limpos ajuda purificar o ar interno, por isso, também é uma medida preventiva importante. Outra dica é com relação às roupas. Elas devem ser penduradas longe de árvores ou canteiros floridos para impedir a contaminação pelo pólen.
Ambiente externo
A atividade física regular ajuda a reduzir a inflamação no corpo, mas por conta da alta concentração de pólen no ar, o horário do exercício físico em área externa precisa ser avaliado. Importante deixar as corridas e caminhadas para o período noturno, por exemplo, indicam especialistas.
Para quem precisa transitar, durante o dia, o uso de óculos de sol pode proteger e ajudar a diminuir o contato dos olhos com o pólen presente, reduzindo as irritações.
“A higiene pessoal após atividades ao ar livre, como parques ou áreas arborizadas, é essencial para se livrar do pólen que pode ficar preso na pele e cabelo”, recomenda Mion.
Animais de estimação
Os pets de pessoas alérgicas também precisam de cuidados específicos no período da primavera. Além do pelo ser um alérgeno, o pólen pode se acumular na superfície dos animais, por isso, a higienização dos pelos, com uma maior frequência, vai evitar episódios dessa alergia sazonal.
Higiene Nasal
A lavagem nasal com solução salina, como soro fisiológico, é um recurso que pode auxiliar na remoção de alérgenos da mucosa do nariz.
Hábitos saudáveis
Manter a hidratação do corpo em dia e a umidade do ambiente, ajuda a aliviar os desconfortos nasais e a manter as vias aéreas nasais úmidas.
“Isso é importante para evitar a irritação e o ressecamento das mucosas nasais, que podem agravar os sintomas da rinite, como congestão nasal e espirros. A hidratação adequada também facilita a remoção de partículas alergênicas, como pólen e poeira, presentes no nariz, ajudando a reduzir crises”, complementa Mion.
O especialista também orienta ter uma alimentação saudável, rica em alimentos naturais, como frutas, verduras e legumes, que contêm antioxidantes, como a vitamina C. Isso também será capaz de fortalecer o sistema imunológico, preparando o organismo e auxiliando a diminuir inflamações no corpo, inclusive nas vias respiratórias.”
Terapia medicamentosa
Há medicamentos que podem prevenir e ajudar a controlar o aparecimento dos sintomas da rinite alérgica, mas é fundamental serem prescritos por um especialista.
“Evite a automedicação, principalmente, descongestionantes nasais que podem proporcionar alívio num primeiro momento, mas que, usados de forma indiscriminada, podem causar dependência e agravar o quadro. Somente o médico é capaz de avaliar e indicar quais fármacos que controlam os sintomas, uma vez que cada paciente possui particularidades e o tratamento deve ser individualizado”, finaliza Mion.
(Com assessoria. Foto: Divulgação)