Indústria sul-mato-grossense cresce 3,4% e se mantém entre as ‘top 10’ do Brasil
O desempenho positivo do setor industrial de Mato Grosso do Sul em junho de 2024 foi impulsionado pelos resultados favoráveis na indústria de transformação 5,9%.
Antes ocupando posição tímida na cadeia produtiva de Mato Grosso do Sul, muitas vezes ofuscada pela produção de soja e boi, a indústria é hoje protagonista na economia estadual. Pelo menos é o que mostra a Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física (PIM-PF) de março de 2024, divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que apontou um aumento de 3,4% na produção física da indústria de Mato Grosso do Sul em junho de 2024, em comparação com o mesmo período de 2023.
Esse avanço foi superior à média nacional, que ficou em 2,6%, e colocou Mato Grosso do Sul na 9ª posição no ranking de crescimento entre os estados brasileiros analisados. Ao todo, 16 dos 17 estados avaliados registraram avanço nesse período de comparação.
O desempenho positivo do setor industrial de Mato Grosso do Sul em junho de 2024 foi impulsionado pelos resultados favoráveis na indústria de transformação 5,9%. Este cenário foi liderado pelo aumento de 9,8% na fabricação de produtos alimentícios.
Adicionalmente, houve progresso na produção de celulose, papel e produtos de papel, que registrou um acréscimo de 1,3% e a fabricação de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis também mostrou uma elevação, com um aumento de 5,9% na variação acumulada do ano, comparando-se ao mesmo período do ano anterior.
“Os números divulgados pela pesquisa industrial mensal demonstram que a política industrial adotada pelo Mato Grosso do Sul nos últimos anos tem apresentado resultados. O Mato Grosso do Sul se configura já entre 10 estados brasileiros em termos de industrialização, com um crescimento também forte de 3,4%”, destacou o secretário da Semadesc (Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), Jaime Verruck.
Segundo ele, isso ocorre pela estratégia do Governo do Estado de fomentar o adensamento da cadeia produtiva, agregando valor aos produtos por meio de uma política de desenvolvimento industrial assertiva e inclusiva. “O Estado foca a captação de investimentos externos para o Mato Grosso do Sul baseado numa política de incentivo fiscal, em estrutura de ambiência de negócios favorável, onde existe um processo de atração de investimentos, mas também de implantação e acompanhamento desses empreendimentos”, complementou.
“Uma das principais ações na política de desenvolvimento industrial, é que nós conseguimos fazer a agregação de valor às matérias primas locais. Os dados mostram isso e se configura na ampliação do setor de bioenergia, na expansão do setor de proteína animal. E aí nós estamos falando de um segmento que está desenvolvendo a suinocultura, avicultura e agora piscicultura de forma mais sustentável. Também é uma confirmação de agregação de valor na indústria de base florestal, que a produção de celulose. Então esse conjunto de atividades é que tem permitido ao Mato Grosso Sul se posicionar estrategicamente como um lugar atrativo para a indústria mas uma indústria que tem vantagens comparativas significativas”, enfatiza Verruck.
Exportações da indústria
No quesito exportações, no acumulado de janeiro a junho de 2024, houve uma variação de 0,32% no valor exportado da indústria de Transformação em relação ao mesmo período do ano passado.
De US$ 2,7 bilhões em 2023 pra US$ 4,1 bilhões em 2024. Entre os 5 principais produtos exportados entra: ‘Celulose’, ‘Carne bovina fresca, refrigerada ou congelada’, ‘Farelos de soja’,’Açúcares e melaços’ e ‘Gorduras e óleos vegetais’.
A indústria Extrativa seguiu a mesma tendência positiva, com uma alta percentual de 17,89% totalizando US$ 178,2 milhões., o destaque se dá pelo produto ‘Minério de ferro e seus concentrados’.
Empregos
Outro exemplo da força da indústria está na geração de empregos no setor. No mês de julho, segundo dados do Cadastro Geral de Emprego e Desemprego (Caged), o setor teve o maior saldo entre os setores da economia de 1.108 vagas. Na Indústria, o subsetor Indústrias de Transformação apresentou o maior crescimento entre os demais, com um saldo na geração de (1.022) postos.
No ano foram 5.840 empregos gerados, crescimento de 4,78% em relaçao ao memso período de 2023, o que coloca o setor como o segundo no ranking de empregabilidade do Estado.
“O aumento do emprego na indústria se reflete no acréscimo da renda média da população sul-mato-grossense, mas também demonstra os grandes desafios que nós temos. Um deles é criar infraestrutura adequada buscando principalmente a redução dos custos logísticos para tornar essa indústria ainda mais competitiva e com maiores taxas de crescimento. Outro é na qualificação profissional, ou seja garantir maior oferta de mão de obra e inclusão, capacitando a população “, finaliza o secretário.
A agricultura familiar vive um momento de grande relevância em Mato Grosso do Sul. Com políticas públicas assertivas e voltadas para uma produção sustentável, o Estado busca levar aos pequenos agricultores condições de melhorar sua produtividade e ampliar a renda, alinhando-se ao movimento global pela sustentabilidade.
Essa vocação foi reforçada hoje (23) pela secretária-executiva de Agricultura Familiar, Karla Nadai, da Semadesc (Secretaria de Estado e Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação) durante o 2º Dia de Campo de Agrofloresta, realizado pela Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural (Agraer), em parceria com o projeto PRS Cerrado. O evento aconteceu no Centro de Pesquisa da Agraer (Cepaer), em Campo Grande.
O Dia de Campo está inserido em um contexto de fomento à agroecologia no Estado, como o programa Agroflorestar MS – Carbono Neutro, que incentiva agricultores familiares a adotarem sistemas agroflorestais e a se inserirem no mercado de crédito de carbono.
Secretária-executiva da SEAF, Karla Nadai
A secretária Karla Nadai destacou que este é um momento de consolidação da agricultura familiar como agente estratégico no cumprimento das metas de sustentabilidade do Governo.
“Estamos integrando o programa agroflorestal a uma das iniciativas mais importantes do Governo, o MS Carbono Neutro, com meta de neutralização de carbono até 2030. Diante disso, a responsabilidade de todos nós em alcançar os objetivos propostos é imensa”, salientou. Ela agradeceu a presença de produtores, técnicos e demais participantes.
“Reconhecemos a importância de sua presença, especialmente dos produtores que gentilmente se deslocaram de suas propriedades, alguns até nas primeiras horas da manhã. Agradecemos por dedicarem seu tempo à busca por novas alternativas e por sua valiosa contribuição com o meio ambiente. Desejo que este dia seja de trabalho produtivo e que o conhecimento adquirido aqui seja aplicado em suas propriedades. Reforço, como o colega Fernando mencionou, que nosso papel como servidores é o de servir. Estamos aqui, em primeiro lugar, a serviço do produtor rural”, enfatizou.
Karla ressaltou ainda que o evento simboliza a sinergia entre Agraer, Semadesc e Governo do Estado. “Reafirmo que a colaboração entre as diferentes esferas é essencial. Compartilhamos um objetivo comum, que é o de servir ao produtor”, completou.
O diretor-presidente da Agraer, Fernando Nascimento, reforçou que o Cepaer é a casa da agricultura familiar. “Temos o grande desafio de colocar a Agraer na posição e no respeito que ela merece dentro do Governo e na sociedade. E esse respeito só será conquistado com o trabalho da nossa equipe em prol da agricultura familiar, dos assentados, dos povos originários, quilombolas e pescadores artesanais. Precisamos avançar muito nisso”, ressaltou. Ele lembrou que Mato Grosso do Sul vive um momento de forte desenvolvimento econômico e social.
“Os indicadores do Estado são extraordinários, exemplo para outros da federação. Mas, como dizem o governador Eduardo Riedel e o secretário Jaime Verruck, não podemos deixar ninguém para trás”, afirmou.
Durante o evento, Fernando Nascimento também destacou novas ações voltadas à agricultura familiar, como o PAC-POA (Programa de Apoio à Comercialização de Produtos de Origem Animal). O programa permite que pequenas agroindústrias com selo de inspeção municipal (SIM) ou consorcial e cadastro no sistema federal e-SISBI possam comercializar seus produtos de origem animal em qualquer cidade do Estado, superando a limitação histórica de vendas apenas dentro do município.
“Hoje, 35 municípios já podem comercializar produtos em todo o Mato Grosso do Sul. Isso é uma conquista importante para a pequena produção e a agroindústria familiar, que agora pode acessar novos mercados”, destacou.
O diretor lembrou ainda que o Estado possui cerca de 25 mil famílias em alto risco de segurança alimentar, reforçando o papel da agricultura familiar na produção de alimentos saudáveis e acessíveis.
“Enquanto houver uma família com risco de insegurança alimentar, a Agraer estará trabalhando pelo desenvolvimento da agricultura familiar. Ela é fundamental nesse processo”, finalizou.
Agricultura familiar em números
De acordo com levantamento da Semadesc, Agraer e Sebrae/MS, a agricultura familiar representa 61% dos estabelecimentos rurais do Estado — mais de 41 mil propriedades —, embora ocupe apenas 4% da área produtiva. Cerca de 80 mil famílias vivem diretamente da agricultura familiar, sendo 85% delas com menos de 50 hectares.
O Governo do Estado, por meio da Semadesc e da Agraer, desenvolve uma série de programas de apoio:
Agroflorestar MS – Carbono Neutro: promove sistemas agroflorestais e inserção no mercado de crédito de carbono, com meta de atender 57 mil famílias de agricultores familiares e 20 mil famílias de povos originários.
Pronaf: mais de R$ 340 milhões em crédito contratados no ciclo 2023/24, com crescimento de 11% em relação ao período anterior.
PAA e PNAE: compras institucionais da agricultura familiar movimentaram R$ 5,1 milhões no primeiro semestre de 2025.
Programa Fomento Rural: já beneficiou 1.340 famílias e deve chegar a 5.200 até 2026.
PAC-POA: possibilita a comercialização interestadual de produtos de origem animal das agroindústrias familiares.
Para o titular da Semadesc, Jaime Verruck, as ações reforçam a política estadual de inclusão produtiva e sustentabilidade, pilares centrais do MS Carbono Neutro 2030, e fortalecem o papel da agricultura familiar como vetor de desenvolvimento e segurança alimentar em Mato Grosso do Sul.
“A agricultura familiar é uma base essencial da nossa estratégia de desenvolvimento sustentável. É por meio dela que conseguimos integrar inclusão social, segurança alimentar e conservação ambiental. O Governo do Estado tem trabalhado para que o pequeno produtor tenha acesso à tecnologia, crédito e mercado, fortalecendo sua presença na nova economia verde de Mato Grosso do Sul.”, finalizou Verruck.
Rosana Siqueira, Comunicação Semadesc
Foto de capa: Ricardo Campos Jr/Agraer/Arquivo Internas: Mairinco de Pauda/Semadesc
Em mais uma série de reuniões no Japão, o governador Eduardo Riedel discutiu parcerias e novos investimentos para o Estado com grandes conglomerados empresariais, entre eles as empresas Sumitomo e Mitsui. Também teve encontros importantes com a Agência de Cooperação Internacional do Japão (Jica) e o embaixador Octávio Henrique Dias Garcia Côrtes.
“Estamos terminando nossos compromissos aqui no Japão, onde tivemos uma série de reuniões importantes com a Sumitomo, Mitsui e Jica, cada um com sua especialidade e interesse em Mato Grosso do Sul. Um dia positivo, de muitas expectativas futuras ao nosso Estado”, descreveu o governador.
Riedel destacou que estes conglomerados empresariais poderão contribuir muito para nossa economia regional. “Temos a Sumicomo que tem forte atuação na área agrícola no Estado e interesse direto em proteína animal, área que estamos em crescimento com suínos e aves, onde eles atuam diretamente no segmento. Já a Mitsui é uma grande parceira na MSGás, onde discutimos inclusive a renovação do contrato”.
Reunião da comitiva de MS com a empresa Sumitomo
Sobre o encontro com a Jica, citou que a agência é uma importante financiadora de projetos no Estado. “Lá na década de 70 com a renovação de pastos degradáveis, lembrando que Mato Grosso do Sul ainda tem 3 e 4 milhões (hectares) de áreas para serem recuperadas. Podemos também destacar o bom ambiente institucional do Estado, algo extremamente importante para percepção dos investidores”, completou.
O presidente da Fiems (Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul), Sérgio Longen, classificou as reuniões no Japão como extremamente satisfatórias. “Encerramos aqui mais uma fase das nossas reuniões positivas para o setor industrial do Estado. Uma agenda que trouxe uma expectativa muito grande, que podemos avançar em passos largos em projetos estruturantes do Estado”.
Ele ponderou o trabalho coletivo desenvolvido na missão. “Eles (empresários) percebem uma integração muito clara do nosso ambiente de negócios, em um trabalho conjunto do Poder Executivo, Legislativo e setor privado, que caminham em uma direção só”.
Reunião com a empresa Mitsui
Além da reunião com as grandes empresas japonesas, houve o encontro da comitiva com o embaixador do Brasil no Japão, Octávio Henrique Dias Garcia Côrtes. O objetivo foi defender os interesses do Mato Grosso do Sul com o país asiático.
A Missão Ásia foi iniciada em 4 de agosto e segue até o próximo dia 16. A comitiva de Mato Grosso do Sul já passou pela Índia e Japão e o próximo destino é Singapura. o foco é apresentar o potencial econômico do Estado e atrair investimentos, além de fortalecer relações com os mercados asiáticos.
Reunião com embaixador do Brasil no Japão, Octávio Henrique Dias Garcia Côrtes
Leonardo Rocha, Comunicação do Governo de MS Fotos: Ascom/Fiems
Reunião do prefeito Marçal Filho, secretários e representantes da Companhia Ultragaz para discutir investimentos em Dourados. Foto: A. Frota
Dourados caminha para se tornar referência em infraestrutura de abastecimento de gás no interior de Mato Grosso do Sul. O prefeito Marçal Filho recebeu no gabinete, nesta quinta-feira (31), o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Antônio Freire, e representantes da Companhia Ultragaz para discutir a instalação de uma base de distribuição de GLP (gás liquefeito de petróleo) a granel no município.
O investimento previsto é de R$ 30 milhões, com foco estratégico no atendimento ao agronegócio e aos pequenos negócios da região Sul do Estado. O projeto prevê a construção da base em uma área de aproximadamente 10 mil metros quadrados, equipada com tanques de armazenamento, sistema automatizado de abastecimento, estrutura de combate a incêndios e profissionais capacitados.
Os detalhes do projetos foram apresentados na reunião com o prefeito Marçal Filho. “É uma estrutura robusta e segura, planejada para gerar de 20 a 30 empregos diretos, além dos postos temporários durante os cerca de 12 meses de obra, o que movimentará também o setor da construção civil”, explicou o gerente da Ultragaz, Gustavo Henrique Gomes da Silva.
Durante a reunião, o prefeito reforçou o compromisso da gestão com o desenvolvimento econômico do município. “Estamos atraindo investimentos e investidores”, ressaltou Marçal Filho. “Amanhã completo sete meses de mandato e sei dos desafios que temos pela frente, mas Dourados tem muito potencial”, continuou. “É uma cidade produtiva e promissora e queremos atrair cada vez mais empreendimentos, consolidar nossa marca como uma cidade empreendedora”, afirmou o prefeito.
Já o secretário Antônio Freire destacou o acolhimento da Prefeitura de Dourados à iniciativa privada e o pioneirismo do projeto. “Ações como essa reafirmam o papel de protagonismo do município no cenário estadual, promovendo inclusão, desenvolvimento e oportunidade para sua população”, enfatizou. “Será a primeira distribuidora do interior do Estado com foco na distribuição de GLP a granel, o que vai beneficiar toda a região sul de Mato Grosso do Sul”, pontuou.
O projeto também se alinha a uma demanda social importante, pois hoje, cerca de 23% da população ainda utiliza lenha e outros meios alternativos para cozinhar. Essa realidade tende a mudar com o lançamento do programa federal “Gás para Todos”, que substituirá o Auxílio Gás e levará botijões gratuitos a 17 milhões de famílias brasileiras em situação de vulnerabilidade até 2027. Também participaram da reunião no gabinete do prefeito, os representantes da Ultragaz, Ildo Oliveira, Daércio Dantas e Eduardo Júnior.