Uma história de superação, amor e solidariedade brotou da horta cultivada pelos profissionais e crianças do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV) do Centro de Convivência Colúmbia. Criado para estimular a vida saudável e enriquecer o aprendizado sobre sustentabilidade, o projeto tem feito muito mais do que incentivar o amor à natureza. Batizado de “Horta Feliz”, o projeto tem sido um importante incentivo para o pequeno Moisés Martinez da Silva Souza, de sete anos, que passa por um tratamento contra a leucemia.
A doença foi diagnosticada em fevereiro, período em que Moisés havia começado a participar do projeto, ajudando no plantio da horta na unidade. Com o diagnóstico, ele precisou se afastar das atividades presenciais tanto da escola quanto do Centro de Convivência. Após um mês internado, Moisés voltou para casa e sua rotina sofreu uma transformação radical. Com uma agenda médica intensa, ele passou a ter aulas particulares com a professora Larissa Avelino da Silva, providenciada pela Secretaria Municipal de Educação (Semed).
“Para ele é muito difícil porque nós moramos em frente a unidade e ele vê toda a movimentação, o que aumenta a saudade”, contou a mãe do menino, a dona de casa Karina Martinez da Silva. Para amenizar o distanciamento, os colegas e a equipe do Centro de Convivência sempre realizam vídeo chamadas com Moisés.
Mas o que fez a diferença foi a iniciativa, esta semana, da equipe do Centro de Convivência, em levar para a casa da família, um pedacinho da horta que ele ajudou a construir e que, por coincidência, já havia sido iniciada pela professora Larissa. “Mobilizamos os parceiros e doamos adubo e mudas, além de pneus que pintamos como os da unidade para plantar as hortaliças. Agora a família pode produzir, sob nossa orientação, a Hortinha Feliz do Moisés”, contou o coordenador do Centro de Convivência, Alessandro Chaves.
A corrente de solidariedade levou alento à família, que se sentiu ainda mais acolhida pela unidade, traduzindo o objetivo do serviço de convivência e fortalecimento de vínculos, que é reforçar os laços familiares, autoestima e promover o empoderamento do usuário. Em breve, Moisés, a irmãzinha Isabela, de dois anos, os pais e a tia poderão colher beterraba, rúcula, almeirão e couve.
“Senti que ele evoluiu muito no desenvolvimento social, cultural e no aprendizado quando ele frequentava o Centro de Convivência. Essa atitude, de trazer o projeto da horta aqui para casa tem contribuído muito para o bem-estar dele. É gratificante ver que todos estão torcendo por você, com pensamento positivo, esperando ele retornar saudável para a unidade”, pontuou a mãe de Moisés.
Entusiasmado com o projeto, o pequeno que não dá descanso nem para a cachorrinha de estimação, Lola. “Estou cuidando para ela não subir na horta. Eu rego todos os dias e estou muito feliz”, disse Moisés.
A horta, inclusive, está auxiliando a família a explicar sobre a doença a Moisés. Para facilitar o entendimento do menino, os pais fazem uma analogia, mostrando que neste momento sua saúde precisa de cuidados especiais, assim como as hortaliças, para crescerem saudáveis.
Coletivo
O cultivo de hortas é uma atividade que faz parte da rotina das unidades da Secretaria Municipal de Assistência Social (SAS) e já é uma referência na Prefeitura de Campo Grande via Rede Municipal de Assistência Social devido às parcerias firmadas com entidades, comunidade e universidades, que garantem o apoio técnico e contribuem com os insumos.
No Colúmbia, a colheita já é farta, com beterraba, berinjela, coentro, cheiro verde, alface, tomate e até feijão de corda enriquecendo o cardápio das crianças, que em breve também irão saborear rúcula e brócolis.
“A alegria deles em ver na mesa o que plantaram no canteiro, reforçando a alimentação servida na unidade, é indescritível. Trabalhamos no sentido de que eles levem para casa essa proposta e criem uma horta com a participação da família. Esse sorriso de dever cumprido não tem preço”, ressaltou Alessandro.
(Com assessoria. Fotos: Divulgação)