Governo quer criar relação mais direta com municípios nas questões ambientais e de sustentabilidade
O secretário-executivo de Meio Ambiente, Artur Falcette, dissse que a Semadesc recebeu um desafio de integrar e ajudar os municípios nestas questões ambientais
Envolver e criar uma relação mais direta entre as secretarias municipais de Meio Ambiente e o Governo do Estado por meio da Semadesc e o Imasul, possibilitando um novo passo de integração de políticas ambientais com os municípios. A meta, que atende a pauta do governador Eduardo Riedel de promover a transversalidade é foco do Encontro Estadual de Secretarias Municipais de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul, que acontece nesta quarta (8) no Bioparque e amanhã no Sebrae, em Campo Grande.
A afirmação foi feita pelo secretário de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência Tecnologia e Inovação Jaime Verruck que fez a abertura do encontro que visa ampliar a troca de informações sobre sustentabilidade e mudanças climáticas entre o Governo do Estado e municípios.
De acordo com Verruck o encontro visa promover a troca de experiências, atualização sobre legislações e instrumentos de apoio, além de estimular a construção de parcerias colaborativas entre os municípios do Estado. Entre os temas a serem abordados no encontro estão: mudança climática: impactos locais, adaptação e mitigação; licenciamento ambiental municipal: desafios, processos e boas práticas; resíduos sólidos em Consórcios Municipais: estratégias de gestão e soluções sustentáveis; corredores ecológicos intermunicipais: importância, implementação e benefícios para a biodiversidade e pagamento por serviços ambientais.
“Investindo na meta de Transversalidade, a ideia do encontro é aproximar os municípios que muitas vezes ficam longe das pautas ambientais e eles acabam sendo acionados pelo Estado.
Por isso o objetivo é discutir o papel dos municípios e do Governo diante de temas como licenças ambientais, mudanças climáticas e os serviços realizados nas cidades como poda de arvores, destinação de resíduos sólidos, entre outros”, salientou o secretário.
Encontro Estadual de Secretarias Municipais de Meio Ambiente
O vice-governador José Carlos Barbosa (o Barbosinha) – que esteve no evento representando o governador Eduardo Riedel – destacou que cuidar do meio ambiente é fundamental tanto para a conservação quanto para a geração de receitas. “Precisamos cuidar do bioma para garantir a manutenção da vida, com água, solo, fauna e flora e também para gerar riqueza por meio da questão ambiental, como o ICMS ecológico por exemplo, que estimula os municípios a cuidarem cada vez mais do meio ambiente. Fico muito feliz por ver o Estado e municípios lado a lado construindo políticas públicas, bem como compartilhando os êxitos e as dificuldades”, pontuou.
Barbosinha destacou que esteve presente no maior evento global para recriar cidades inovadoras, voltadas a sustentabilidade, no Emirados Árabes, em Dubai, no mês de outubro, e disse que as questões climáticas e ambientais estão no topo das discussões mundiais. “Nosso governador Eduardo Riedel tem uma gestão voltada para o meio ambiente e tecnologia. Trabalhamos com foco nos quatro eixos que são ‘próspero, inclusivo, verde e digital’ e temos como meta fortalecer o diálogo com os municípios para estabelecer um trabalho sintonizado, que permita levar mais qualidade de vida para nossa população e gerações futuras”.
Desafios
O secretário-executivo de Meio Ambiente, Artur Falcette, dissse que a Semadesc recebeu um desafio de integrar e ajudar os municípios nestas questões ambientais. “Conheço algumas secretarias municipais de Meio Ambiente e sei o quanto são motivados mas muitas vezes falta recursos. Além disso sabemos que é dificil conciliar os serviços cotidianos como coleta e lixo, poda de árvores com ações de maior amplitude”, destacou ressaltando a importância do Governo por meio da Semadesc em promover o encontro e ouvir as demandas e debater soluções com os secretarios destes municípios.
O encontro é uma derivação/readequação do Contrato de Gestão MA.020/23 – Corredores Ecológicos nos municípios (consórcio de municípios) – SEMADESC que visava a realização de um Seminário sobre a criação de Corredores de Biodiversidade dentro e entre municípios do estado, fomentando a discussão sobre as possibilidades de criação de Corredores de Biodiversidade que interliguem fragmentos de mata isolados a Áreas de Proteção Ambiental, trazendo atores e projetos de outros estados que tenham tido sucesso na criação dessas áreas, bem como institutos e órgãos ambientais no intuito de trazer conhecimento e discussão sobre propostas e dificuldades.
“Hoje iniciamos uma agenda para os próximos três anos de aproximação e discussão com os municípios dentro da pasta ambiental”, concluiu Falcette.
A solenidade contou com a presença do vice-governador José Carlos Barbosa, do secretário Jaime Verruck (Semadesc), o secretário-executivo de Meio Ambiente, Artur Falcette, o secretário Executivo de Gestão Estratégica e Municipalismo de MS, Thaner Nogueira, a secretária de Meio Ambiente de Bonito, Ana Trevelin, o diretor-presidente da Funtrab, Ademar Silva Jr, o presidente da Frente Parlamentar de Meio Ambiente, deputado estadual Renato Câmara, o secretário-adjunto da Semadesc, Walter Carneiro Jr, a procuradora Senise Chacha e vários secretários municipais de Meio Ambiente.
O Governo de Mato Grosso do Sul publicou nesta sexta-feira (1º), no Diário Oficial do Estado, a Resolução Conjunta SEMADESC/IMASUL nº 004/2025, que suspende a realização de queima controlada e queima prescrita (MIF) em todo o território estadual de 1º de agosto até 30 de novembro de 2025. No bioma Pantanal, a restrição foi ampliada até 31 de dezembro, em razão da maior vulnerabilidade ambiental da região. A medida já havia sido anunciada após reunião do CICOE (Centro Integrado de Controle Estadual) realizada em 22 de julho como ação resposta ao agravamento das condições climáticas e ao aumento do risco de incêndios florestais no Estado.
A resolução é assinada pelo secretário Jaime Verruck, da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação) e pelo diretor-presidente do Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul), André Borges, com base em parecer técnico do CEMTEC (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima), que apontou avanço da estiagem, sobretudo nos municípios da região norte do Estado e indicou alta probabilidade de fogo para o próximo trimestre. A previsão é de temperaturas máximas superiores a 30ºC, umidade relativa do ar abaixo de 30% e chuvas abaixo da média histórica.
“Estamos vivendo o período de início de seca, com chuvas abaixo da média e temperaturas elevadas previstas para os próximos meses. Diante desse cenário, decidimos pela suspensão da queima controlada em todo o Estado”, afirmou o secretário Jaime Verruck na reunião do CICOE.
A queima controlada é o uso planejado e autorizado do fogo em áreas específicas, com o objetivo de prevenir incêndios florestais maiores e controlar a biomassa acumulada. É uma técnica utilizada em atividades agropastoris ou florestais, com acompanhamento técnico e dentro de limites predefinidos, visando reduzir o risco de incêndios acidentais ou criminosos.
Exceções e critérios técnicos
A Resolução prevê exceções para dois casos específicos: queimas realizadas exclusivamente para fins de capacitação por instituições integrantes do Comitê Interinstitucional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais e, em caráter excepcional, a queima de palhada proveniente da colheita mecanizada de sementes. Em ambos os casos, a realização dependerá de autorização prévia do Imasul.
Durante o período de suspensão, também estão interrompidas as análises e concessões de novas autorizações de queima controlada, mesmo para processos já protocolados. A contagem dos prazos de validade das autorizações vigentes será retomada após o encerramento da medida.
Aqueles que desrespeitarem as determinações da Resolução estarão sujeitos a sanções previstas na Lei Federal nº 9.605/1998 (Lei de Crimes Ambientais) e no Decreto nº 6.514/2008, sem prejuízo de outras medidas administrativas e judiciais cabíveis. A Resolução entra em vigor na data de sua publicação.
Com foco na conservação ambiental e no reconhecimento de boas práticas de preservação no Bioma Pantanal, a Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação) publica na quarta-feira (16), no Diário Oficial do Estado, o Edital do PSA Conservação. A iniciativa do Governo do Estado, anunciada em março deste ano, no lançamento do Pacto Pantanal, vai selecionar propriedades rurais que mantenham vegetação nativa excedente, em áreas florestais, campestres ou de cerrado e estejam localizadas dentro dos limites do Pantanal, definidos pelo IBGE.
O subprograma integra o PSA Bioma Pantanal, com recursos do Fundo Clima Pantanal, e prevê até R$ 30 milhões por ano em pagamentos por serviços ambientais prestados pelos proprietários rurais. Os pagamentos serão de R$ 55,47 por hectare de vegetação nativa excedente, por ano, com limite de R$ 100 mil por propriedade. O primeiro edital vai garantir pagamentos referentes aos anos de 2025 e 2026.
Além disso, propriedades com Autorização Ambiental de Supressão de Vegetação Nativa vigente que optarem pelo cancelamento terão direito a um pagamento adicional único, conforme a área remanescente: de 1 a 30 hectares, a remuneração é de R$ 15 mil; de 31 a 100 hectares, R$ 30 mil; acima de 100 hectares, R$ 30 mil, mais o valor proporcional por hectare. A adesão ao cancelamento é obrigatória para participação no PSA Conservação.
Pantanal próximo a Corumbá (Foto: Saul Schramm)
“Quem conserva tem que receber por essa iniciativa e isso foi uma premissa central na Lei do Bioma Pantanal, para que nós possamos garantir essa nossa biodiversidade que temos lá, além dos 83% de preservação do Bioma Pantanal”, ressaltou o governador Eduardo Riedel.
“É um momento importante para consolidarmos toda a política pública que nós desenvolvemos para o Pantanal Sul-Mato-Grossense. Esse é um projeto inédito. Nós vamos pagar, pela primeira vez, o principal ativo ambiental de nosso Estado. O Governo do Estado está oferecendo a possibilidade de ‘compra’ das licenças de supressão vegetal autorizadas pelo Imasul. Isso quer dizer que, aqueles produtores que já tiverem uma autorização de supressão e que desejam receber o pagamento de serviços ambientais, também poderão participar do edital. Com isso, as autorizações de supressão autorizadas para esses produtores, serão canceladas, para que eles possam receber o PSA. Esse é o Mato Grosso do Sul, caminhando na manutenção dos 83% de preservação do Pantanal Sul-Mato-Grossense”, comentou o secretário Jaime Verruck, da Semadesc.
Fotos: Saul Schramm
Quem pode participar
Podem se inscrever proprietários rurais com imóveis localizados integral ou parcialmente no Bioma Pantanal, desde que as áreas estejam cadastradas no CAR (Cadastro Ambiental Rural), não apresentem infrações ambientais ou embargos junto ao Ibama ou ao Imasul, e não realizem novas supressões de vegetação nativa a partir da publicação do edital. Também é necessário comprovar vínculo com a propriedade e regularidade fiscal, previdenciária, tributária, trabalhista e de contribuições de dívida ativa.
Critérios de seleção
As propriedades serão classificadas em três grupos: o primeiro, composto por propriedades rurais que já possuem autorização vigente de supressão e têm interesse em cancelamento; o segundo, por aquelas propriedades que não possuem incentivos do Precoce MS e Carne Sustentável, com ocupação pecuária acima de 0,1 UA/hectare; e demais propriedades da região do Pantanal.
A pontuação final levará em conta a quantidade de vegetação nativa excedente, existência de Reserva Legal, sobreposição com corredores ecológicos, zonas de amortecimento e áreas prioritárias para conservação, além de medidas como servidão ambiental, RPPNs e ações de combate a incêndios.
Serra do Amolar (Foto: Bruno Rezende)
Inscrições
As inscrições estarão abertas a partir de 18 de julho de 2025, encerram em 20 de agosto e deverão ser feitas por meio da plataforma Editais Prosas. A Fundação Educacional para o Desenvolvimento Rural (FUNAR) é o agente-executor designado pela Semadesc, responsável por prestar apoio técnico aos produtores interessados.
A participação no PSA Conservação não impede o produtor de aderir a outros instrumentos econômicos, como programas privados de créditos de carbono ou ações de certificação ambiental voluntária. O pagamento por serviços ambientais também é isento de tributos federais, conforme a Lei nº 14.119/2021.
As novas regras para o uso planejado do fogo como parte das ações preventivas aos incêndios florestais em Mato Grosso do Sul facilitam o licenciamento ambiental em diversas áreas – pequenas propriedades rurais, comunidades tradicionais, pesquisas, entre outras.
A mudança prevê isenção nas taxas de licenciamento ambiental para o PMIF (Plano de Manejo Integrado do Fogo) com a realização de queimas prescritas como forma de prevenção e combate aos incêndios florestais. Com uso controlado do fogo, a queima prescrita ajuda a prevenir grandes incêndios com a redução de biomassa (vegetação seca).
As novas regras estabelecem que ambos – PMIF e a queima prescrita – estão isentos das taxas para licenciamento ambiental, até então cobradas pelo Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul).
Para que as comunidades estejam preparadas e treinadas, e ainda para fortalecer a formação de brigadas, o processo passou a ser mais acessível e prático. No caso de pessoa assentada ou agricultor familiar, é necessário apresentar uma declaração da Agraer (Agência de desenvolvimento Agrário e Extensão Rural de Mato Grosso do Sul) para comprovar a condição.
A resolução criou três categorias específicas para licenciamento, com regras diferentes para cada uma delas – plano de manejo integrado do fogo, queima prescrita em áreas de unidade de conservação e prioritárias, e queima prescrita em áreas “não prioritárias”.
No caso da confecção de aceiros (mecânicos ou manuais) com até 50 metros de largura – para a prevenção aos incêndios em período emergencial, vigente desde março até 23 de setembro deste ano –, não é necessário licenciamento ambiental, mas deve ser feita a comunicação prévia ao Imasul (por meio de um informativo genérico).
Já os aceiros de 10 e 30 metros, protocolado no sistema SIRIEMA (plataforma digital que reúne os registros e declarações ambientais) o licenciamento sai imediatamente através de uma declaração ambiental (nome oficial da autorização de aceiros).
Bombeiros
Além disso, o produtor ou assentado deve apresentar ao Imasul o atestado de conformidade emitido pelo CBMMS (Corpo de Bombeiros Militar), no qual o solicitante declara que atende as normas de segurança para prevenção e proteção contra os incêndios florestais – com implantação, conforme o caso, de aceiros, brigada de incêndio equipada com equipamentos de combate e de proteção individual e reserva de água para combate a incêndios, entre outros.
O atestado é emitido via sistema Prevenir, mediante cadastro e sem qualquer custo ao contribuinte, devendo ser acessado pelo site https://prevenir.bombeiros.ms.gov.br/.
Natalia Yahn, Comunicação Governo de MS
Foto: Bruno Rezende