Nesta segunda-feira (22) começou a exposição imersiva “Diversos”, na Galeria América Cardinal, que fica no Centro Cultural José Octávio Guizzo. Trata-se de uma exposição coletiva em que são vivenciadas experiências multissensoriais numa galeria fechada em que são expostas as obras por meio de projeções na parede. Uma experiência inovadora na nossa cidade que vale a pena conferir!
A curadora de Artes Visuais do Campão Cultural, Marilena Grolli, explica que os dez artistas de Mato Grosso do Sul selecionados por edital – que teve 81 inscrições – e mais dois artistas convidados apresentaram obras com temática ligada ao tema do Festival, que é a diversidade e o respeito às diferenças. “Esta exposição vai possibilitar um novo olhar para as artes tecnológicas, a novas formas de expor. Nós saímos do formato tradicional das telas, pela primeira vez no Estado”.
Márcia Albuquerque, uma das artistas participantes, traz a obra “Todes”, cujo objetivo é trazer a reflexão sobre a violência e assassinatos que a população LGBTQIA+ vem sofrendo no mundo todo. “Nós temos um número crescente de assassinato de pessoas gays e trans no nosso mundo de hoje. Então a minha obra traz colagens de notícias sobre o assunto publicadas no país e no mundo, com a pintura que são pinceladas carregadas e cores fortes para ficar ainda mais viva e chamar para a compreensão, porque o preconceito sempre vem pela falta de conhecimento. Hoje em dia existe famílias muito diferentes da tradicional, nós temos homens homossexuais que formam famílias, que se respeitam. Trago todos esses elementos na obra para nós pensarmos: ‘que sociedade queremos?’. A arte precisa colaborar para que a sociedade se transforme.
A jovem artista Jeanne Karla apresenta na exposição a obra intitulada “Quantos átimos tem a infância”, que consiste na fotografia de um menino jogando um balde de água. “O objetivo é refletirmos sobre a infância, que nós precisamos prezar pela infância, pois na vida adulta nosso cotidiano é muito acelerado e não temos tempo para prestar atenção neste período da nossa vida, que só acontece uma vez”.
A ideia de compor a obra veio da experiência de Jeanne com sua formação em Pedagogia e seu trabalho como fotógrafa numa escola particular com crianças até cinco anos. “Eu trabalho o corpo expressivo da criança nos espaços institucionais. Sempre antes de fazer minhas fotos eu tenho que entrar em relação com o ambiente e as crianças, pois fotografia para mim também é relação. No meu trabalho, a criança é vista como protagonista da própria história”.
A artista diz que ter uma obra sua exposta no Festival Campão Cultural é um divisor de águas: “Era um objetivo de vida para mim expor minhas obras mas não esperava que seria agora. É o começo de um novo ciclo para mim. A gente consegue visionar outras possibilidades”.
Outro artista que tem sua obra na galeria América Cardinal é Júlio Cabral, com uma pintura retratando o nativo vendendo guavira numa calçada. A inspiração para sua obra veio da própria infância: “Eu nasci e cresci catando guavira na cidade. Todo ano o momento mais interessante era o final do ano que é quando as guaviras amadurecem. Hoje a guavira é vendida pelos nativos numas latas de um litro nas calçadas. Na minha obra, esse nativo retratado é um pouco da história daqui, desse caldo cultural que é Campo Grande”.
“Para mim, expor no Festival Campão Cultural é uma oportunidade ímpar. Estou muito feliz em participar. A gente está saindo de um momento crítico tendo a oportunidade de expor agora num festival desta envergadura como é o Campão Cultural. É um momento ímpar, me sinto privilegiado por ser um dos selecionados para fazer parte deste momento”.
A exposição “Diversos” fica em cartaz para visitação no Centro Cultural durante todo o Festival Campão Cultural, até o dia 5 de dezembro de 2021, sempre das 9 às 22 horas, a entrada com máscara é obrigatória. O Centro Cultural José Octávio Guizzo fica na Rua 26 de Agosto, 453, Centro. A entrada é franca. Confira a programação completa do Festival clicando AQUI.
(Com assessoria. Fotos: Divulgação)