A interligação dos pantanais da Nhecolândia, Paiaguás, Abobral e Nabileque por estradas acessíveis o ano todo, nos municípios de Porto Murtinho, Miranda, Corumbá, Aquidauana, Rio Verde e Coxim, está mudando a realidade de uma região isolada secularmente. O Governo de Mato Grosso do Sul promove verdadeira revolução em logística com implantação em fase de execução de 1,5 mil km de estradas, ao custo de R$ 930 milhões, beneficiando a pecuária e o turismo.
Com recursos do Fundersul (Fundo de Desenvolvimento do Sistema Rodoviário de MS), projetos já executados desde 2017 e em andamento ou em fase de licitação traduzem um novo momento para o Pantanal, que neste governo está recebendo também cobertura energética por meio de geração solar. Acesso e energia elétrica eram gargalos que o pantaneiro enfrentava, incrédulo com promessas não cumpridas por outros governos.
“Estamos promovendo o desenvolvimento, o acesso facilitará não só a evolução pecuária e o fomento ao turismo, vai melhorar a vida dos ribeirinhos e também a possibilidade de chegar a infraestrutura mais rápida para apagar os incêndios florestais”, pontua o governador Reinaldo Azambuja. “A saída do boi e a chegada do insumo sem entraves vai transformar a pecuária, ampliará a capacidade de investimentos na produção, assim como no turismo.”
A implantação das estradas é feita com aterros elevados a até três metros de altura, em alguns trechos, e toda a malha será cascalhada com material in natura, segundo técnicos do Departamento de Suporte de Manutenção Viária, da Agesul (Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos), executora das obras. Respeitando as vazões hidrológicas sazonais do Pantanal, as vias contam com sistema de drenagem (pontes e galerias).
Valor da terra triplicou
A mudança na produção bovina – 90% no sistema de cria -, já começou com a implantação da malha viária na planície pantaneira. Muitas fazendas estão introduzindo a engorda, o que era inviável sem o acesso, vencido pelas longas jornadas das comitivas. “A facilidade do escoamento da produção vai gerar a melhoria genética do rebanho e o Pantanal se tornará em breve um novo celeiro de engorda”, aposta o produtor Luciano Aguilar Leite, de Corumbá.
Na região da Nhecolândia, onde se concentra grande parte dos investimentos rodoviários do Estado, a Fazenda Santa Alayde, de oito mil hectares, produz gado de corte em grande escala. Localizada em Corumbá, mas distante 100 km de Rio Verde de Mato Grosso, a propriedade abate seis mil bois por ano. Sem estrada, porém, o caminhão boiadeiro levava um dia para chegar à Serra da Alegria, próxima à BR-163. Hoje, são apenas quatro horas de viagem.
“O acesso proporcionou ao pantaneiro benefícios incalculáveis”, afirma o pecuarista Olímpio Stehler Neto, 34, gerente da fazenda. “Eu achava que nem meus netos iriam ver essa maravilha (estradas). Estamos aqui há 20 anos e sempre ouvimos promessas, mas agora o governador Reinaldo Azambuja está cumprindo o que prometeu e revoluciona o Pantanal com essas benfeitorias, além de trazer a energia elétrica e dar incentivo fiscal”, completa.
Para o presidente do Sindicato Rural de Corumbá – maior município do bioma, com 70% de sua porção no Estado -, Gílson de Barros, o pantaneiro ainda não tem noção do que representa os investimentos do governo na infraestrutura da região. “Vai reduzir drasticamente o frete absurdo, um dos mais caros do Brasil, e triplicou o valor da terra”, cita. “Temos uma gratidão eterna ao governador, ele fez o que os outros não fizeram em 45 anos do Estado.”
Nhecolândia-Paiaguás
As estradas pantaneiras eram precárias, sem infraestrutura, e o acúmulo de areia e trechos alagados dificultavam o acesso. O ousado programa de integração viária do Pantanal começou há cinco anos, com a implantação em revestimento primário das MS-423 (Serra da Alegria-Conceição) e MS-228 (BR-419-Conceição), numa extensão de 98,8 km, entre Rio Negro, Aquidauana, Rio Verde e Corumbá, em direção à planície da Nhecolândia.
Em 2018, é implantado o acesso ao Corixão (19 km, a partir da MS-228), e em 2020, foram abertos 40 km da MS-228 (Curva do Leque-Fazenda Alegria). Em outro extremo (Corumbá-Porto Murtinho), o prolongamento da MS-243 (29 km) e da MS-195 (25 km, em direção ao Naitaca) garantiu acesso ao centro criatório do Nabileque. Na mesma região, está em obras a ligação (11 km) de Porto Esperança com a BR-262, e em licitação o acesso (60 km) ao Forte Coimbra, pela BR-454.
O maior volume de obras concentra-se entre a Nhecolândia e o Paiaguás, em várias frentes. Na MS-228, foram concluídos mais 50 km da estrada (fazenda Pica-Pau) e outro trecho (Campo Alto-Campinas), de 50 km, está com 20% do aterro finalizado. A ligação da MS-228 se dará entre as fazendas Campinas e Alegria, cujo aterro de 50 km foi concluído. Em licitação 45 km ao Porto Rolon, pela MS-228, e, mais ao Norte, foram implantados 22 km da MS-214 e 59 km estão com 70% rematados.
A meta do governo é interligar os pantanais ao Porto Jofre, em Poconé (MT), na divisa com Mato Grosso do Sul, pela MS-214, que sai de Coxim. São cinco trechos e um segundo, de 35 km, está em processo de licitação. A ligação da MS-228 com a MS-214 (a sonhada integração Nhecolândia-Paiaguás) é uma realidade: foram concluídos 54,3 km da Estrada do Taquari, chegando à ponte sobre o rio do mesmo nome, e 45 km estão em obras, com aterro finalizado.
A previsão do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – considerado a inflação oficial do país – passou de 4,72% para 4,70% este ano. A estimativa foi publicada no boletim Focus desta segunda-feira (20), pesquisa divulgada semanalmente pelo Banco Central (BC) com a expectativa de instituições financeiras para os principais indicadores econômicos.
Para 2026, a projeção da inflação também caiu, de 4,28% para 4,27%. Para 2027 e 2028, as previsões são de 3,83% e 3,6%, respectivamente.
A estimativa para este ano está acima do teto da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta é 3%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,5% e o superior 4,5%.
Depois de queda em agosto, em setembro a inflação oficial subiu 0,48%, com influência da alta da conta de luz. Em 12 meses, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumula 5,17%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE).
Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros – a Selic – definida em 15% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do BC. As incertezas do cenário econômico externo e indicadores que mostram a moderação no crescimento interno estão entre os fatores que levaram à manutenção da Selic, na última reunião, no mês passado.
A intenção do colegiado é, de acordo com a ata divulgada, manter a taxa de juros atual “por período bastante prolongado” para garantir que a meta da inflação seja alcançada.
A estimativa dos analistas é que a taxa básica encerre 2025 nesses 15% ao ano. Para o fim de 2026, a expectativa é que a Selic caia para 12,25% ao ano. Para 2027 e 2028, a previsão é que ela seja reduzida novamente para 10,5% ao ano e 10% ao ano, respectivamente.
Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Mas, além da Selic, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas.
Assim, taxas mais altas também podem dificultar a expansão da economia. Quando a taxa Selic é reduzida a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação e estimulando a atividade econômica.
PIB e câmbio
Nesta edição do boletim Focus, a estimativa das instituições financeiras para o crescimento da economia brasileira este ano passou de 2,16% para 2,17%. Para 2026, a projeção para o Produto Interno Bruto (PIB, a soma dos bens e serviços produzidos no país) ficou em 1,8%. Para 2027 e 2028, o mercado financeiro estima expansão do PIB em 1,82% e 2%, respectivamente.
Puxada pelas expansões dos serviços e da indústria, no segundo trimestre deste ano a economia brasileira cresceu 0,4%. Em 2024, o PIB fechou com alta de 3,4%. O resultado representa o quarto ano seguido de crescimento, sendo a maior expansão desde 2021, quando o PIB alcançou 4,8%.
A previsão da cotação do dólar está em R$ 5,45 para o fim deste ano. No fim de 2026, estima-se que a moeda norte-americana fique em R$ 5,50.
A taxa de desocupação no trimestre encerrado em agosto ficou em 5,6%, repetindo o menor patamar já registrado pela série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua.
O país tinha, no fim de agosto, 6,1 milhões de pessoas desocupadas, o menor contingente da série. O número de ocupados chegou a 102,4 milhões.
Com esse resultado, o nível da ocupação, que mede o percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar, ficou em 58,1%, se mantendo no nível mais alto da série histórica.
O número de empregados com carteira assinada também foi recorde e alcançou 39,1 milhões de pessoas.
Mercado de trabalho
A pesquisa do IBGE apura o comportamento no mercado de trabalho para pessoas com 14 anos ou mais e leva em conta todas as formas de ocupação, seja com ou sem carteira assinada, temporário e por conta própria, por exemplo. Pelos critérios do instituto, só é considerada desocupada a pessoas que efetivamente procura uma vaga. São visitados 211 mil domicílios em todos os estados e no Distrito Federal.
Caged
A Pnad é divulgada no dia seguinte a outro indicador de comportamento do mercado de trabalho, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e que acompanha apenas o cenário de empregados com carteira assinada.
De acordo com o Caged, o mês de agosto apresentou saldo positivo de 147.358 vagas formais. Em 12 meses, o balanço é positivo em 1,4 milhão de postos de trabalho formais.
Bruno de Freitas Moura – Repórter da Agência Brasil
ASN Nacional - Agência Sebrae de Notícias Foto: Divulgação.
O otimismo do microempreendedor individual (MEI) aumentou no último ano. A Sondagem Econômica do MEI, realizada mensalmente pelo Sebrae em conjunto com a Fundação Getulio Vargas (FGV), mostra que no último mês de junho, na comparação com o mesmo período do ano passado, o Índice de Confiança do MEI (IC-MEI) aumentou 2,3 pontos. Além disso, o sexto mês de 2025 registrou o menor nível da série histórica dos MEIs que avaliam como “difícil” o acesso a crédito (63,2%) – em 2024, esse indicador foi de 67,8%.
“A análise precisa ser feita com base no cenário econômico do país. A confiança está associada ao bom momento econômico que voltou ao Brasil. Associado a isso, o MEI é aquele que se vira, que levanta de manhã e faz sua própria renda. Agora, o Estado está dando condições para que ele continue gerando emprego e renda”, afirma o presidente do Sebrae, Décio Lima.
No recorte por atividades, os profissionais de Serviços lideram o avanço no IC-MEI, com 3,9 pontos em junho de 2025 contra junho de 2024. No mesmo período, os MEIs do Comércio somaram 2,3 acima e os da Indústria recuaram 0,8 ponto. Nesse intervalo de um ano, todas as regiões tiveram variação positiva: Nordeste (4,8 pontos), Sul (4,9 pontos), Sudeste (1,2 ponto) e Norte/Centro-Oeste (0,3 ponto).
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Crédito
Quando avaliado o fator crédito, apesar do maior acesso, o “custo financeiro” continua sendo a maior dificuldade enfrentada para 25,6% dos MEIs. O presidente do Sebrae, Décio Lima, reforça que as elevadas taxas de juros praticadas no mercado prejudicam o desenvolvimento dos pequenos.
Nós, do Sebrae, junto com o governo do presidente Lula e do vice Alckmin, temos trabalhado incessantemente para apoiar os empreendedores a buscarem alternativas em um ambiente econômico que não foi feito pensando nos pequenos negócios, mas na acumulação de capital.
Décio Lima, presidente do Sebrae.
Por meio do Fundo de Aval às Micro e Pequenas Empresas (Fampe), o Sebrae, ao longo de 2025, deve chegar a R$ 12 bilhões em crédito para pequenos negócios viabilizados com garantia do FAMPE.