Em fórum de governadores, Riedel cobra apoio da União no custeio de presos do tráfico em MS
Riedel ressaltou que o Estado tem um gasto de R$ 230 milhões por ano com os presos do tráfico de drogas, arcando de forma integral com estes custos, muitos inclusive do tráfico internacional
Durante a 16ª edição do Fórum dos Governadores, em Brasília, o governador Eduardo Riedel cobrou da União apoio ou uma solução para equilibrar os custos do Estado com presos do tráfico de drogas, que representam 40% do seu sistema prisional. Esta situação ocorre porque Mato Grosso do Sul está na fronteira com dois países, Bolívia e Paraguai.
Riedel ressaltou que o Estado tem um gasto de R$ 230 milhões por ano com os presos do tráfico de drogas, arcando de forma integral com estes custos, muitos inclusive do tráfico internacional. O tema foi colocado em pauta em função da discussão sobre PEC da Segurança Pública, que é um dos pontos principais do evento e conta com a presença do ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski.
“Quero chamar a atenção em relação a PEC (Segurança Pública) sobre o nosso sistema prisional, onde temos 23 mil presos, sendo 40% do tráfico de drogas, pois temos fronteira com dois países e divisa com cinco estados. É de longe o Estado com a maior população carcerária por 100 mil habitantes, com 750 por 100 mil (habitantes), sendo que a média brasileira é de 350”, afirmou.
O governador revelou que o custo mensal de cada preso é R$ 2.003,00, sendo pago de forma integral pelo Estado. “Esta droga não fica no Mato Grosso do Sul, foram apreendidos neste ano 550 toneladas (drogas). Nós vamos continuar o trabalho das policiais estaduais, barreiras e integração com as forças federais, mas o financiamento da população carcerária está integralmente nas costas do Estado, ao endereçar esta discussão na PEC buscamos equilibrar esta situação, dar um pouco mais de justiça ao Estado”, ponderou.
Riedel destacou aos demais governadores e ministro Lewandowski que esta é uma grande oportunidade para colocar a questão (sistema prisional) em pauta, em função da PEC da Segurança Pública. “Vamos sair da discussão e termos de convênio e passar para algo que seja efetivo, na busca de uma solução para o financiamento desta situação que vivemos em Mato Grosso do Sul. Na PEC vamos buscar corrigir”.
PEC da Segurança
A PEC (Proposta de Emenda à Constituição) da Segurança Pública apresentada pela Governo Federal busca atualizar a Constituição Federal para que estados, DF e União formem um pacto federativo em combate à escalada do crime organizado no Brasil. O assunto entrou na pauta da 16ª edição do Fórum dos Governadores.
Durante o evento foi destacado que o Conselho Nacional dos secretários de segurança propõe uma “PEC alternativa”, que garanta mais autonomia aos estados. Esta proposta tem o apoio do governador Eduardo Riedel. “A PEC dos secretários coloca uma proposta que visa preservar a autonomia dos estados e avança naquilo é senso comum, de constitucionalizar a segurança pública. Haverá um bom debate tanto no Ministério (Segurança Pública) como no Congresso Nacional”.
Outros temas também entraram na pauta do Fórum, entre eles o Programa “Mais Acesso a Especialistas” do Ministério da Saúde, que tem como objetivo reduzir tempo e fila de espera no Sistema Único de Saúde (SUS), além do pacote de medidas econômicas do Governo Federal.
Tecnologia e trabalho integrado contribuem para aumento de 30% na apreensão de drogas em MS
Entre janeiro e novembro deste ano, o volume total de entorpecentes interceptados chegou a 525.163,6 quilos, contra 403.540,8 quilos no mesmo período de 2023.
As apreensões de drogas em Mato Grosso do Sul registraram um aumento expressivo de 30% em 2024, conforme dados divulgados pela Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública). Entre janeiro e novembro deste ano, o volume total de entorpecentes interceptados chegou a 525.163,6 quilos, contra 403.540,8 quilos no mesmo período de 2023.
A Superintendência de Inteligência de Segurança Pública e a Coordenadoria de Fiscalização e Controle, setores vinculados à Sejusp, apontam que o maior volume foi registrado no interior do Estado, com 471.060,6 quilos, enquanto a Capital somou 54.103,0 quilos.
O grande destaque deste ano foi a apreensão de maconha em Mato Grosso do Sul, que totalizou 499.755,4 quilos. A cocaína foi a segunda droga com maior volume de interceptações no Estado, com 11.623,1 quilos apreendidos, seguida de outras substâncias ilícitas em menor escala conforme mostra o quadro abaixo:
O levantamento também revela variação de 6% nas ocorrências relacionadas ao tráfico, levando em consideração o mesmo comparativo. Em 2024 foram registradas 3.759, contra 3.558 ocorrências registradas em 2023.
O Diretor do DOF (Departamento de Operações de Fronteira), tenente-coronel Wilmar Fernandes, atribui os bons resultados da instituição às estratégias de integração com outras entidades de segurança pública em todo o país. Entre essas parcerias, destaca-se a colaboração com as unidades federativas que compõem a SULMASP — bloco que reúne os estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul e São Paulo, por meio de suas respectivas Secretarias de Segurança Pública.
“Neste ano implementamos o curso de operações de fronteira e trouxemos polícias militares da SULMASP, fortalecendo ainda mais a integração entre as forças policiais”, destacou o diretor. O diretor do DOF também enfatizou a colaboração estreita com órgãos de inteligência como a Polícia Federal, a Receita Federal, o Exército Brasileiro, além de parcerias com o estado de Goiás.
Outro ponto relevante, segundo o diretor, são os investimentos em tecnologia e equipamentos realizados pelo Governo do Estado, que têm contribuído para melhorar significativamente as condições de trabalho das equipes do DOF.
Já o delegado Hoffman D’Ávila Cândido e Sousa, titular da Delegacia Especializada de Repressão ao Narcotráfico (DENAR), destacou as três frentes de atuação da instituição: prevenção, repressão e incineração de entorpecentes apreendidos. O delegado ressaltou que o uso de serviços de inteligência aliado ao trabalho de campo tem gerado resultados expressivos, como o fechamento de bocas de fumo em diversos bairros de Campo Grande.
“Quando fechamos uma boca de fumo na cidade, evitamos vários tipos de sofrimento para a população, principalmente crimes contra o patrimônio e contra a vida. Isso leva um pouco de sossego aos moradores da capital”, afirmou o delegado.
A soma de esforços entre as diferentes instituições e o compromisso com a melhoria constante são, segundo os dirigentes, os principais fatores que sustentam os avanços alcançados tanto no combate ao crime quanto na segurança da população.
Quem passou pela região do Bairro Tijuca, nesta quarta-feira (27), foi surpreendido pela movimentação intensa de militares na Academia de Bombeiros. Ao lado de amigos e familiares, centenas de soldados fizeram o juramento pra fazer parte de uma das forças mais respeitadas e admiradas pela população: o Corpo de Bombeiros.
A cerimônia de formatura dos 168 novos soldados contou com a presença do governador Eduardo Riedel, que ressaltou a importância de formar a maior turma de soldados da história da corporação, com um número recorde de mulheres entre os novos integrantes.
”Parabéns às mulheres de Mato Grosso do Sul. Parabéns a todos. Não é para qualquer um, tem que ter vocação, perseverança, força de vontade, capacidade de enfrentar desafios e doação”, disse Riedel, que também citou a importância do efetivo para o combate aos incêndios no Pantanal.
“A sociedade sul-mato-grossense deposita grande esperança em vocês. Vocês irão para os mais diversos cantos do nosso estado, talvez até para uma das onze bases espalhadas pelo Pantanal, onde protegerão nosso bioma e atenderão às necessidades das poucas, mas importantes, pessoas que ali vivem”, destacou o governador.
Dos 168 alunos formados, 38 são mulheres, incluindo a soldado Alana Lubas, oradora da turma, que falou em seu discurso sobre os longos meses de treinamento intenso.
“O treinamento é o mesmo para todos; homens e mulheres realizam as mesmas atividades. Quero que as mulheres saibam que elas podem entrar na corporação, que são bem-vindas e serão acolhidas, porque as mulheres que vieram antes de nós abriram caminho para que tivéssemos melhores condições e pudéssemos concluir essa jornada”, afirmou Alana.
Um dos momentos mais emocionantes da cerimônia foi quando o Secretário de Justiça e Segurança Pública, Antônio Carlos Videira, entregou o distintivo do curso para o seu filho, Carlos Augusto Batista Videira, que aos 18 anos sofreu um grave acidente de trânsito e foi socorrido por uma equipe do Corpo de Bombeiros de Fátima do Sul.
“O que fizeram comigo, quero fazer pela população. Salvar vidas para que pessoas tenham uma nova chance, assim como eu tive”, contou Videirinha como é carinhosamente chamado. Curiosamente, antes do acidente, ele já havia realizado um teste vocacional que indicou seu perfil para a carreira militar.
”Nesse período de curso eu sempre disse ao meu filho: faça pelos outros o que fizeram pra você, ao que fizeram pra mim te devolvendo a vida”, afirmou o secretário Videira, que também destacou investimentos na corporação.
Os soldados iniciaram o Curso de Formação em 15 de janeiro. Durante 10 meses, foram treinados para atuar em diversas situações, como combate a incêndios urbanos, técnicas de busca e salvamento em matas e cerrados, totalizando 1.899 horas-aula. O curso deste ano incluiu três novas disciplinas: Primeira Intervenção em Crises de Suicídio e Emergências Psiquiátricas, Operações Bombeiro Militar e Salvamento Veicular.
Comandante-geral do CBMMS, Coronel Frederico Reis Pouso Salas, destacou o empenho da turma e falou sobre o novo uniforme, que deve ser implementado em toda a corporação até 2025.
”Todos os Corpos de Bombeiros do Brasil e do mundo estão começando a utilizar o laranja. Além do novo fardamento, os militares receberam todos os equipamentos de proteção individual, garantindo ainda mais segurança nas missões”, explicou o coronel.
Os novos soldados estão prontos para atuar em diversas missões e serão distribuídos em unidades do Corpo de Bombeiros da Capital e interior do Estado. Entre eles, o João Gilberto, de 26 anos, que ficou em primeiro lugar no curso.
“O mais difícil foi ficar longe da família. Durante o curso, o tempo com eles era mínimo, só para dar um abraço rápido, enquanto ajudavam a preparar a farda para o próximo dia. Valeu a pena. Vou sentir saudades dos amigos que fiz, mas agora cada um vai para uma cidade cumprir sua missão”, contou João.
Cerca de 1.500 pessoas prestigiaram a cerimônia. Em frente ao palanque, dona Elizabeth Camargo, de 85 anos, não conseguia tirar os olhos do neto.
“Eu acho maravilhoso a pessoa dar a sua vida para salvar outra, não tem nada igual. Saber que meu neto vai fazer isso é gratificante e espero que Deus esteja com ele sempre”, diz ela, toda orgulhosa.
Gustavo Henrique Simões, de 19 anos, também não escondeu o orgulho de ver o irmão se tornar Bombeiro Militar. “É uma sensação única. Ver ele se formar é uma honra para toda a família”, disse Gustavo.
O soldado Simões refletiu sobre sua jornada. “Não foi fácil, ninguém disse que seria. Mas estou feliz. Vou voltar para a minha cidade e servir a sociedade, salvar vidas. Tem coisa melhor que isso”, ressaltou o ele que é de Coxim.
A cerimônia terminou com desfile dos novos soldados, gritos de guerra e o tradicional banho dos formandos.
Polícia Penal de MS intensifica combate à comunicação ilícita em presídios em nova fase da Operação Mute
Realizada em 27 estados e no Distrito Federal, a operação tem como principal objetivo desarticular organizações criminosas atuantes dentro dos presídios e, com isso, reduzir os índices de violência no país.
A Polícia Penal de Mato Grosso do Sul encerrou com sucesso a 6ª fase da Operação Mute, uma ação de âmbito nacional coordenada pela Senappen (Secretaria Nacional de Políticas Penais), vinculada ao Ministério da Justiça e Segurança Pública.
Realizada em 27 estados e no Distrito Federal, a operação tem como principal objetivo desarticular organizações criminosas atuantes dentro dos presídios e, com isso, reduzir os índices de violência no país.
Em Mato Grosso do Sul, a operação, realizada ao longo de três dias, concentrou esforços em quatro unidades prisionais de Campo Grande: o Estabelecimento Penal “Jair Ferreira de Carvalho” (Máxima), o Instituto Penal de Campo Grande, o Presídio de Trânsito e o Centro Penal Agroindustrial da Gameleira.
Ao todo, 210 policiais penais estiveram envolvidos, vistoriando 32 celas e resultando na transferência de 29 internos para outras unidades. Os resultados das apreensões serão oficialmente divulgados pela Senappen.
No estado, as ações foram coordenadas pela Gisp (Gerência de Inteligência do Sistema Penitenciário) e pela Diretoria de Operações da Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário), com participação de operacionais do Cope (Comando de Operações Penitenciárias) e supervisão de um representante da Senappen.
Estratégia Nacional
A Operação Mute é considerada a maior já realizada pela Senappen em número de estados participantes, policiais penais mobilizados e unidades prisionais inspecionadas.
De forma simultânea em todo o país, as equipes conduziram revistas minuciosas nos pavilhões e celas, com foco na localização de aparelhos celulares e outros meios utilizados por organizações criminosas para planejar e executar crimes além das muralhas dos presídios.
Esses dispositivos são ferramentas-chave para o avanço da violência nas ruas, alimentando delitos como tráfico de drogas, homicídios e roubos. No entanto, a operação não apenas busca apreender esses itens, mas também reforçar rotinas e procedimentos padronizados nos estabelecimentos prisionais, promovendo maior controle e segurança.
Segundo a Senappen, além das revistas, a Operação Mute atua como um marco no fortalecimento das inteligências penitenciárias estaduais e na integração com a Dipen (Diretoria de Inteligência Penitenciária). A iniciativa também contribui para reduzir crimes violentos letais intencionais, reforçando o compromisso de proteger a sociedade.