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Política

Discussões no Chile avançam formatação da Bioceânica e questão aduana ainda é desafio

O desembaraço aduaneiro, porém, ainda é um dos principais desafios.

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Após dois dias de discussões durante a 9ª reunião do grupo de trabalho, com as comissões de indústria e comércio, procedimentos fronteiriços, logística, infraestrutura e transporte, turismo e rede de universidades, o Fórum Internacional do Corredor Bioceânico, que se realiza em Antofagasta (Chile), avançou alguns pontos cruciais do grande projeto de integração latino-americana. O desembaraço aduaneiro, porém, ainda é um dos principais desafios.

A delegação de Mato Grosso do Sul presente ao encontro, formada por onze prefeitos, apresentou as dificuldades de acesso a Argentina e ao Chile pelo traçado do corredor – de Porto Murtinho a Antofagasta, totalizando 1.870 km, distância revisada. Liderando a comitiva, o prefeito Nelson Cintra, de Porto Murtinho, relatou a demora na liberação para o translado fronteiriço, mesmo se tratando de uma viagem oficial dos chefes do Executivo municipal.

“Percebemos que as aduanas estão trabalhando de forma lenta, exigindo, em algumas situações, documentos desnecessários. É preciso reestruturar os sistemas alfandegários da Argentina e do Chile”, cobrou Cintra. O prefeito considerou, no entanto, que houve avanços nas deliberações aprovadas pelo grupo de trabalho, cuja ata foi aprovada ontem (23), e está confiante na superação dos gargalos enquanto se executa as obras de infraestrutura.

Exercício complexo

 

Na ata da 9ª região do grupo de trabalho, os representantes dos quatro países destacaram a necessidade de se definir a unificação dos organismos alfandegários, com o Chile apresentando um plano-piloto relativo ao termo de referência para veículos de transporte de cargas baseado na figura do Operador Econômico Autorizado (OEA). A discussão vai envolver o setor de infraestrutura para apontar as condicionantes para se promover as adequações.

Para o embaixador do Brasil no Chile, Paulo Pacheco, um dos signatários da ata, os acordos bilaterais para a integração entre as aduanas estão progredindo e vão permitir que o corredor cumpra seu destino e seja um instrumento de integração comercial e dos povos. “É um desafio por envolver distintas legislações, um exercício bastante complexo, contudo, estamos otimistas de que vamos lograr êxitos para permitir fluidez aos bens, serviços e pessoas”, disse.

Pacheco também está confiante na abertura da rota para as exportações do Brasil ao mercado asiático a partir de janeiro de 2025, data de conclusão da ponte internacional sobre o Rio Paraguai, entre Porto Murtinho e Carmelo Peralta (Paraguai), e do último trecho (222 km) em pavimentação da rodovia no Chaco Paraguaio (Mariscal Estigarribia a Pozo Hondo, na Argentina). “Seguramente, vamos inaugurar a Bioceânica em 2025”, sustentou.

A garantia do embaixador brasileiro se baseia no avanço das obras em território paraguaio – incluindo a duplicação da ponte de concreto sobre o Rio Pilcomaya, na fronteira com a Argentina, já licitada – e na palavra sustentada pelo diretor-geral de Comércio Exterior do país vizinho a Mato Grosso do Sul, Roberto Pauly, presente ao fórum, de que é compromisso de governo finalizar todos os projetos estruturantes no eixo bioceânico até final de 2024.

Visita aos portos

Os prefeitos sul-mato-grossenses visitaram, na terça-feira e ontem, os complexos portuários de Antofagasta e de Mejillones, em Antofagasta, este último com uma das melhores estruturas para processar as exportações brasileiras. Mejillones, de propriedade privada, tem capacidade instalada para movimentar 13 contêineres por dia por meio de processamento automatizado. As ampliações, com foco na Rota Bioceânica, somam a mais de 124 milhões de dólares.

O prefeito de Iquique, Maurício Soria (filho do senador Jorge Soria, um dos atores do movimento pela implantação do corredor Atlântico-Pacífico), fará um evento em 2023 para mostrar as potencialidades do porto em sua cidade, também projetando os benefícios do projeto de integração. Ele convidou oficialmente os prefeitos de Mato Grosso do Sul em encontro com o presidente da Assomasul, Valdir Couto Jr, chefe do Executivo de Nioaque.

Soria se reuniu também com o prefeito de Porto Murtinho, Nelson Cintra, presidente do Cidema (Consórcio Intermunicipal para o Desenvolvimento Integrado das Bacias dos Rios Miranda e Apa), oportunidade em que enfatizou o interesse em atrair cargas do Brasil. “Temos o melhor porto (capacidade instalada para 5,5 milhões de toneladas), um aeroporto internacional e a maior zona franca da América do Sul”, disse o alcaide chileno.

 

 

(Com assessoria. Fotos: Divulgação)

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Política

Congresso encerra sessões e reforça segurança após explosões no STF

Segundo Rodrigo Pacheco, a Polícia Legislativa ajuda na apuração

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As sessões plenárias da Câmara dos Deputados e do Senado Federal foram encerradas na noite desta quarta-feira (13) após o registro de explosões perto do prédio do Supremo Tribunal Federal, em Brasília. Segundo o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, a Polícia Legislativa das duas casas está ajudando na apuração das circunstâncias do fato. 

Ele também afirmou que a segurança nas duas casas está sendo reforçada. “É o momento de se aferir as circunstâncias e todos terem as cautela e as precauções devidas. É natural que, diante do acontecimento que foi noticiado, é óbvio que toda força de segurança tem que estar em alerta nesse instante”.

Pacheco lamentou o ocorrido e a morte de uma pessoa. “Lamento se tem uma pessoa morta, manifestamos toda a nossa solidariedade e lamentamos sem conhecer as circunstâncias”.

Ele também lembrou os acontecimentos de 8 de janeiro de 2023, quando centenas de pessoas invadiram e depredaram o prédios públicos de brasília. “Foi muito triste e relevante e mudou todos os padrões de segurança dos Três Poderes”.

O 2º vice-presidente da Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), suspendeu a sessão depois de receber as informações das explosões e da morte. “Estamos com seguranças em todos os acessos para garantir a nossa saída daqui a nossos lares”, afirmou.

Explosão

Policiais militares fazem uma varredura na Praça dos Três Poderes após duas explosões terem ocorrido na noite de hoje perto do prédio do STF. O Corpo de Bombeiros confirmou a morte de uma pessoa.

A perícia também está no local.

O acesso de pedestres e carros à Esplanada dos Ministérios foi fechado em decorrência das explosões, que ocorreram por volta das 19h30.

Em nota, o STF disse que foram “ouvidos dois fortes estrondos ao final da sessão e os ministros foram retirados do prédio com segurança”. “Os servidores e colaboradores também foram retirados por medida de cautela”, acrescenta. O público que participava da sessão que analisava ação sobre letalidade policial em favelas foi retirado às pressas. As explosões foram ouvidas após o encerramento da sessão.

 

(Fonte: Agência Brasil. Foto: Reprodução)

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Política

PEC 6×1: cresce a pressão pela aprovação da proposta

Emenda já recebeu 134 apoios para começar a tramitação

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O movimento Vida Além do Trabalho (VAT) agitou as redes sociais e a imprensa nos últimos dias com a proposta de fim da escala de 6 dias de trabalho por 1 dia de folga, a chamada escala 6×1. O tema está entre os mais comentados da plataforma X. 

Com a pressão social, cresceu, no intervalo de uma semana, de 60 para 134 o total de deputados que assinaram a proposta de emenda à Constituição (PEC) que estabelece a jornada de trabalho de, no máximo, 36 horas semanais e 4 dias de trabalho por semana no Brasil, acabando com a escalada de 6 por 1.

São necessárias 171 assinaturas para a PEC começar a tramitar na Câmara. E para ser aprovada, precisa do voto de 308 dos 513 parlamentares, em dois turnos de votação.

De autoria da deputada Erika Hilton (PSOL-SP), a proposta foi apresenta em 1º de maio deste ano inspirada no movimento VAT que, por meio de uma petição online, já recolheu mais de 2,3 milhões de assinaturas na internet a favor do fim da escala 6 por 1.

“[A jornada 6×1] tira do trabalhador o direito de passar tempo com sua família, de cuidar de si, de se divertir, de procurar outro emprego ou até mesmo se qualificar para um emprego melhor. A escala 6×1 é uma prisão, e é incompatível com a dignidade do trabalhador”, argumentou Erika Hilton em uma rede social.

“A carga horária abusiva imposta por essa escala de trabalho afeta negativamente a qualidade de vida dos empregados, comprometendo sua saúde, bem-estar e relações familiares”, alerta a petição online.

Outras propostas

Ao menos outras duas PEC tratam da redução de jornada no Congresso Nacional, mas não acabam com a jornada 6 por 1, que é a principal demanda do VAT.

Apresentada em 2019 pelo deputado Reginaldo Lopes (PT/MG), a PEC 221/2019 propõe uma redução, em um prazo de dez anos, de 44 horas semanais por 36 horas semanais de trabalho sem redução de salário.

A PEC aguarda a designação do relator na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara (CCJ). Se a PEC da deputada Erika Hilton atingir as 171 assinaturas, ela deve ser apensada à proposta do deputado Reginaldo Lopes.

A PEC 221 inclui um novo dispositivo no artigo 7º da Constituição definindo que o trabalho normal não deve ser “superior a oito horas diárias e trinta e seis semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho”.

Apesar de a proposta não vetar a escala 6×1, o parlamentar tem defendido uma jornada de até 5 por 2.

“[Domingo] é o dia sagrado que o trabalhador tem livre da labuta. Mas é muito pouco. Já passou da hora de o país adotar uma redução da jornada de trabalho de 44 para 36 horas e esse deve ser o centro de um governo popular. O Brasil tem que adotar um modelo de 4×3 ou 5×2, sem redução de salário”, defende o parlamentar.

Outra proposta que reduz a jornada de trabalho em tramitação no Congresso Nacional é a PEC 148, de 2015, de autoria do senador Paulo Paim (PT/RS). A PEC define uma redução de 44 horas para 40 horas semanais no primeiro ano. Em seguida, a jornada seria reduzida uma hora por ano até chegar às 36 horas semanais.

Em uma rede social, Paim comemora que o tema tenha voltado ao debate. “É muito bom ver que novos parlamentares, como a deputada federal Erika Hilton, estão sintonizados com as demandas históricas dos trabalhadores. Uma luta antiga. Espero que a Câmara dos Deputados vote essa proposta e que o Senado também vote iniciativas com a mesma temática”, destacou o senador.

Sindicatos

A redução da jornada de trabalho no Brasil é uma demanda histórica de centrais sindicais. A Central Única dos Trabalhadores (CUT) sempre pautou a redução da jornada de 44 horas para 40 horas semanais.

“Durante décadas, trabalhadores e entidades sindicais têm reivindicado a redução de jornadas extenuantes e o fim de escalas que desconsideram a saúde e o direito ao descanso dos trabalhadores”, defende a Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), em nota apoiando o fim da jornada 6×1.

Críticas

A proposta para o fim da escala 6×1 também recebeu críticas de parlamentares e da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), entidade patronal onde atuam boa parte dos trabalhadores que trabalham na escala 6 por. 1.

“A imposição de uma redução da jornada de trabalho sem a correspondente redução de salários implicará diretamente no aumento dos custos operacionais das empresas. Esse aumento inevitável na folha de pagamento pressionará ainda mais o setor produtivo, já onerado com diversas obrigações trabalhistas e fiscais”, afirmou a CNC.

O deputado Amom Mandel (Cidadania-AM) avalia que tende a achar que o fim da escala 6×1 vai prejudicar a economia, mas que está aberto para ser convencido do contrário. “O requerimento de PEC discutido NÃO é pelo fim da escala 6×1, mas sim pelo estabelecimento de uma escala de quatro dias na semana (ou seja, a priori, nem segunda a sexta). 80% dos empregos formais do Brasil são oriundos de MICRO ou pequenas empresas, minha gente”, disse em uma rede social.

Ministro

O ministro do Trabalho e Emprego (MTE), Luiz Marinho, por sua vez, defendeu que a jornada de trabalho 6×1 deve ser tratada em convenções e acordos coletivos de trabalho, quando patrão e trabalhadores negociam as regras do contrato firmado entre as partes.

“A pasta considera, contudo, que a redução da jornada para 40 horas semanais é plenamente possível e saudável, quando resulte de decisão coletiva. O MTE tem acompanhado de perto o debate e entende que esse é um tema que exige o envolvimento de todos os setores em uma discussão aprofundada e detalhada, considerando as necessidades específicas de cada área”, disse Marinho em uma rede social.

(Fonte: Agência Brasil. Foto: Reprodução)

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Política

Proposta sobre fim da jornada 6×1 movimenta redes sociais

“Escala 6×1 é desumana”, diz deputada que apresenta PEC

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O fim da jornada de trabalho de 6 dias trabalhados por um dia de descanso ganhou destaque neste domingo (10) nas redes sociais. O debate sobre a proposta ficou em primeiro lugar nos assuntos mais discutidos pelos internautas na rede social X, antigo Twitter.

A extinção da jornada 6×1 faz parte de uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) apresentada pela deputada Érica Hilton (PSOL-SP) na Câmara dos Deputados.

A parlamentar tem se engajado nas redes sociais para pressionar os deputados a assinarem o requerimento de apoio à PEC, que precisa de 171 assinaturas para ser apresentada oficialmente. Até o momento, Érica conseguiu metade dos apoiamentos necessários.

Segundo a deputada, a escala 6×1 é desumana. “Isso tira do trabalhador o direito de passar tempo com sua família, de cuidar de si, de se divertir, de procurar outro emprego ou até mesmo se qualificar para um emprego melhor. A escala 6×1 é uma prisão, e é incompatível com a dignidade do trabalhador”, disse a deputada nas redes sociais.

A proposta do Movimento Vida Além do Trabalho (VAT), liderado pelo vereador eleito Rick Azevedo (PSOL-RJ), recebeu o apoio da deputada para pressionar os parlamentares. O movimento já conseguiu a adesão de 1,3 milhão de assinaturas da petição online em defesa da proposta.

Pelo texto da Constituição e da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), a jornada de trabalho não pode ser superior a oito horas diárias e 44 horas semanais, sendo facultada a compensão de horários e a redução de jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho.

 

(Fonte: Agência Brasil. Foto: Reprodução)

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