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Economia

Diagnóstico aponta gargalos da BR-262 e reforça urgência de concessão da rodovia

O estudo foi encomendado pelo Governo de MS

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O desempenho crescente da produção agropecuária, aliado ao aumento na movimentação de veículos de transporte de carga e inviabilidade de outros modais logísticos para o escoamento de grãos, minério, celulose e outros produtos, são alguns dos gargalos apontados no estudo técnico elaborado pela EPL (Empresa de Planejamento e Logística) do Ministério da Infraestrutura (Minfra) no trecho de 320 km da BR-262, que liga Campo Grande a Três Lagoas e que reforçam as solicitações do Governo do Estado de Mato Grosso do Sul sobre a necessidade urgente de concessão da rodovia.

O diagnóstico, encomendado pelo Governo de Mato Grosso do Sul, busca identificar as necessidades e oportunidades de investimentos em infraestrutura no Estado. A ordem de serviço para execução do estudo técnico da EPL foi assinada em março de 2021 pelo governador Reinaldo Azambuja e o secretário Jaime Verruck, da Semagro (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar, sendo previsto o término do relatório entregue até março de 2022 para ser incluído no Plano Nacional de Logistíca.

De acordo com o titular da Semagro, a análise demonstra e reforça a argumentação do Governo do Estado, de que a BR-262 já possui condições que a credenciam para uma concessão. “As nossas avaliações demonstram o aumento significativo no volume de produção e de escoamento por essa rodovia. Os dados apontam que atualmente mais de 8 Milhões de toneladas entre grãos, minério, eucalipto e celulose foram transportados por esta rodovia que corta Mato Grosso do Sul de Leste a Oeste, com aproximadamente 752 km.

O EVETEA (Estudos de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental) realizado pelo DNIT em 2018 apontava que a BR-262 precisava da terceira faixa e serviços de manutenção. Novos fatos relevantes, como a implantação da nova fábrica em Ribas do Rio Pardo e inviabilidade de navegabilidade no Rio Paraguai fizeram com que o volume de veículos aumentasse significativamente.

O aumento do fluxo na BR 262, elevou o volume de acidentes ocorridos ao longo do trecho, principalmente pelo tráfego de veículos pesados que percorrem grandes distâncias dentro do Estado. “A seca prejudicou o transporte na hidrovia principalmente do escoamento de minério de ferro pelo rio. Isso representa pelo menos mil veículos a mais saindo de Corumbá e entrando na estrada afetando o leito rodoviário”, explica Jaime Verruck.

“Este novo diagnóstico vai balizar os futuros investimentos na logística de Mato Grosso do Sul, tanto pelo Governo do Estado, quanto as oportunidades para o setor privado”, diz o titular da Semagro. Segundo ele, apesar dos investimentos previstos, o diagnóstico logístico reforça a necessidade de agilizar a concessão da BR-262. “A concessão é mais do que necessária, e trará novos investimentos para infraestrutura da rodovia. Os estudos realizados apontam que o volume médio diário ultrapassam 3.800 veículos, volume com potencial crescimento nos próximos anos reforçando a viabilidade econômica da concessão”, pontua.

Diante das constatações, a rodovia deverá ter investimentos acima de R$ 43 milhões neste ano de 2022 em toda sua extensão. Deste montante R$ 21.3 milhões serão destinados a obras de restauração e supervisão da BR, do quilômetro 4 ao km 191,10, enquanto R$ 21,7 milhões serão direcionados para contratos de manutenção e conservação dos demais segmento da rodovia, totalizando 43.110.954,69, o que corresponde a 30% da LOA 2021.

O Minfra e Dnit já informaram que está previsto obras de melhorias na adequação da capacidade da rodovia, bem como nas travessias urbanas de Ribas do Rio Pardo. Campo Grande e Terenos, Contorno de Água Clara e Indubrasil (Campo Grande) e também quanto ao Anel Viário de Três Lagoas.

Desgastes na rodovia

Preocupado com a situação da BR-262, uma das principais veias de escoamento da produção estadual, o Governo do Estado ouviu as demandas de cada município e solicitou medidas urgentes ao Ministério. “Cada prefeito levou as principais reivindicações com relação a BR até o Governo do Estado que solicitou esforços do Ministério para elaboração de novos estudos de viabilidade (EVETEA). Isso é essencial para ampliar a segurança e a trafegabilidade da via”, destacou Verruck.

O relatório que foi entregue agora ao Governo do Estado pelo Minfra, codificando os trechos  no entanto apontou que as condições da rodovia foram consideradas de boa/regular. Atualmente são oito empresas contratadas pelo DNIT para  realização de manutenção e restauração com melhoramento da via, sendo previsto R$ 2 milhões,  já alocados para fazer os estudos que tecnicamente já servirão para a elaboração dos projetos”, conforme ofício do Minfra.

Investimentos em ferrovias vão ajudar a desafogar a rodovia

As autorizações ferroviárias tanto da Eldorado Brasil Celulose, quanto da Suzano também poderão ajudar a desafogar a BR-262 e dar mais agilidade e fluidez na rodovia. “Os investimentos estão sendo autorizados e isso vai tirar carga de cima da rodovia”, comenta o assessor de logística da Semagro, Lúcio Lagemann.

O interesse nas ferrovias existe porque as empresas de celulose da Costa Leste buscam alternativas ao transporte rodoviário para exportar a produção de mais de 4 milhões de toneladas de celulose produzidas em Três Lagoas por ano que movimentaram em 2021 mais de R$ 8 bilhões.

Os projetos já foram apresentados no Ministério da Infraestrutura e a Suzano fez o pedido para construção de trechos que vão de Ribas do Rio Pardo a Inocência, e um entre Três Lagoas e Aparecida do Taboado. Também a Suzano está viabilizando o acesso à malha férrea da empresa Rumo, que já é ligada ao porto marítimo paulista.

Já a Eldorado deve investir quase R$ 1 bilhão para construir uma nova ferrovia entre Três Lagoas e Aparecida do Taboado.

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Economia

Mercado financeiro reduz previsão da inflação para 4,7%

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© Reuters/Pilar Olivares/Direitos Reservados

A previsão do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – considerado a inflação oficial do país – passou de 4,72% para 4,70% este ano. A estimativa foi publicada no boletim Focus desta segunda-feira (20), pesquisa divulgada semanalmente pelo Banco Central (BC) com a expectativa de instituições financeiras para os principais indicadores econômicos.

Para 2026, a projeção da inflação também caiu, de 4,28% para 4,27%. Para 2027 e 2028, as previsões são de 3,83% e 3,6%, respectivamente.

A estimativa para este ano está acima do teto da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta é 3%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,5% e o superior 4,5%.

Depois de queda em agosto, em setembro a inflação oficial subiu 0,48%, com influência da alta da conta de luz. Em 12 meses, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumula 5,17%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE).

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Juros básicos

Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros  – a Selic – definida em 15% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do BC. As incertezas do cenário econômico externo e indicadores que mostram a moderação no crescimento interno estão entre os fatores que levaram à manutenção da Selic, na última reunião, no mês passado.

A intenção do colegiado é, de acordo com a ata divulgada, manter a taxa de juros atual “por período bastante prolongado” para garantir que a meta da inflação seja alcançada.

A estimativa dos analistas é que a taxa básica encerre 2025 nesses 15% ao ano. Para o fim de 2026, a expectativa é que a Selic caia para 12,25% ao ano. Para 2027 e 2028, a previsão é que ela seja reduzida novamente para 10,5% ao ano e 10% ao ano, respectivamente.

Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Mas, além da Selic, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas.

Assim, taxas mais altas também podem dificultar a expansão da economia. Quando a taxa Selic é reduzida a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação e estimulando a atividade econômica.

PIB e câmbio

Nesta edição do boletim Focus, a estimativa das instituições financeiras para o crescimento da economia brasileira este ano passou de 2,16% para 2,17%. Para 2026, a projeção para o Produto Interno Bruto (PIB, a soma dos bens e serviços produzidos no país) ficou em 1,8%. Para 2027 e 2028, o mercado financeiro estima expansão do PIB em 1,82% e 2%, respectivamente.

Puxada pelas expansões dos serviços e da indústria, no segundo trimestre deste ano a economia brasileira cresceu 0,4%. Em 2024, o PIB fechou com alta de 3,4%. O resultado representa o quarto ano seguido de crescimento, sendo a maior expansão desde 2021, quando o PIB alcançou 4,8%.

A previsão da cotação do dólar está em R$ 5,45 para o fim deste ano. No fim de 2026, estima-se que a moeda norte-americana fique em R$ 5,50.

Andreia Verdélio – Repórter da Agência Brasil

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Economia

Taxa de desemprego em agosto fica em 5,6% e repete recorde de mínima

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© Marcello Casal jr/Agência Brasil

A taxa de desocupação no trimestre encerrado em agosto ficou em 5,6%, repetindo o menor patamar já registrado pela série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua.

Os dados foram divulgados nesta terça-feira (30) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O país tinha, no fim de agosto, 6,1 milhões de pessoas desocupadas, o menor contingente da série. O número de ocupados chegou a 102,4 milhões.

Com esse resultado, o nível da ocupação, que mede o percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar, ficou em 58,1%, se mantendo no nível mais alto da série histórica.

O número de empregados com carteira assinada também foi recorde e alcançou 39,1 milhões de pessoas.

Mercado de trabalho

A pesquisa do IBGE apura o comportamento no mercado de trabalho para pessoas com 14 anos ou mais e leva em conta todas as formas de ocupação, seja com ou sem carteira assinada, temporário e por conta própria, por exemplo. Pelos critérios do instituto, só é considerada desocupada a pessoas que efetivamente procura uma vaga. São visitados 211 mil domicílios em todos os estados e no Distrito Federal.

Caged

A Pnad é divulgada no dia seguinte a outro indicador de comportamento do mercado de trabalho, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e que acompanha apenas o cenário de empregados com carteira assinada.

De acordo com o Caged, o mês de agosto apresentou saldo positivo de 147.358 vagas formais. Em 12 meses, o balanço é positivo em 1,4 milhão de postos de trabalho formais.

Bruno de Freitas Moura – Repórter da Agência Brasil

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Economia

Microempreendedores individuais estão mais otimistas com relação ao acesso a crédito, mostra pesquisa

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ASN Nacional - Agência Sebrae de Notícias Foto: Divulgação.

O otimismo do microempreendedor individual (MEI) aumentou no último ano. A Sondagem Econômica do MEI, realizada mensalmente pelo Sebrae em conjunto com a Fundação Getulio Vargas (FGV), mostra que no último mês de junho, na comparação com o mesmo período do ano passado, o Índice de Confiança do MEI (IC-MEI) aumentou 2,3 pontos. Além disso, o sexto mês de 2025 registrou o menor nível da série histórica dos MEIs que avaliam como “difícil” o acesso a crédito (63,2%) – em 2024, esse indicador foi de 67,8%.

“A análise precisa ser feita com base no cenário econômico do país. A confiança está associada ao bom momento econômico que voltou ao Brasil. Associado a isso, o MEI é aquele que se vira, que levanta de manhã e faz sua própria renda. Agora, o Estado está dando condições para que ele continue gerando emprego e renda”, afirma o presidente do Sebrae, Décio Lima.

No recorte por atividades, os profissionais de Serviços lideram o avanço no IC-MEI, com 3,9 pontos em junho de 2025 contra junho de 2024. No mesmo período, os MEIs do Comércio somaram 2,3 acima e os da Indústria recuaram 0,8 ponto. Nesse intervalo de um ano, todas as regiões tiveram variação positiva: Nordeste (4,8 pontos), Sul (4,9 pontos), Sudeste (1,2 ponto) e Norte/Centro-Oeste (0,3 ponto).

Foto: Divulgação.

Crédito

Quando avaliado o fator crédito, apesar do maior acesso, o “custo financeiro” continua sendo a maior dificuldade enfrentada para 25,6% dos MEIs. O presidente do Sebrae, Décio Lima, reforça que as elevadas taxas de juros praticadas no mercado prejudicam o desenvolvimento dos pequenos.

Nós, do Sebrae, junto com o governo do presidente Lula e do vice Alckmin, temos trabalhado incessantemente para apoiar os empreendedores a buscarem alternativas em um ambiente econômico que não foi feito pensando nos pequenos negócios, mas na acumulação de capital.

Décio Lima, presidente do Sebrae.

Por meio do Fundo de Aval às Micro e Pequenas Empresas (Fampe), o Sebrae, ao longo de 2025, deve chegar a R$ 12 bilhões em crédito para pequenos negócios viabilizados com garantia do FAMPE.

Por Márcia Lopes

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