“Aula é tudo que gera conhecimento. Não precisa estar dentro de uma sala, com uma caneta e um caderno nas mãos”, afirmou Isadora dos Santos Rodrigues da Silva, 16 anos, estudante do 3º ano do Ensino Médio da Escola Treze de Maio, em Eldorado. Ela faz parte de um grupo que viajou por seis horas para conhecer alguns espaços de Campo Grande, entre os quais a Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS). E a aula, na Casa de Leis, foi diversificada, incluindo política, cidadania, democracia, arquitetura, entre outros temas.
A visita ao Palácio Guaicurus foi realizada na tarde desta terça-feira (23) e contou com a participação de 32 alunos, de 13 a 18 anos, que cursam o 9º ano do Ensino Fundamental e o 1º e o 3º anos do Ensino Médio. Eles estavam acompanhados de cinco professores e foram recepcionados por servidores da Casa de Leis e pelo deputado Lidio Lopes (Patriota), que é de Iguatemi, na mesma região de Eldorado. “Essa aproximação (dos estudantes com a Casa de Leis) é importante, porque desperta a curiosidade do jovem para saber como funciona o Parlamento”, considerou o parlamentar.
O deputado também avaliou a visita como positiva para que os jovens compreendam o que faz um parlamentar e como funciona a Casa de Leis. “Em um momento em que a visão sobre a política está deturpada, desgastada, é muito importante a gente ver uma geração interessada em conhecer o Parlamento, como funciona. Isso ajuda a formar opinião, sobretudo opinião política”, acrescentou Lidio Lopes.
Os alunos andaram por diferentes ambientes da Casa de Leis, iniciando a aula “peripatética” (em que se aprende caminhando) no saguão. Conheceram a galeria dos presidentes e o museu de objetos da história do Parlamento. Depois, passaram pelo Plenarinho Deputado Nelito Câmara e pelo Plenário Deputado Júlio Maia. Nesses locais, o deputado Lídio Lopes explicou o funcionamento da ALEMS, a distribuição das cadeiras por blocos e partidos, a tramitação de projetos de leis, entre outros assuntos. Os estudantes participaram com perguntas e comentários.
Entre as perguntas feitas no Plenário, uma veio da estudante Raíssa Nogueira Teixeira, 14 anos, que está no 1º ano do Ensino Médio. Ela quis saber quem faz e como se faz um projeto de lei. Para ela, estar numa Casa de Lei, espaço em que se debate e define leis e políticas públicas, foi muito importante. “Gosto muito de política, tenho muita curiosidade. Mas eu conhecia nada, não sabia das redes sociais daqui, nada… Então, na minha cabeça, todas as coisas eram decididas de forma oculta. Mas agora eu conheci o lugar onde as decisões são tomadas”, disse a estudante.
No último ano do Ensino Médio e com projeto de cursar Direito, a estudante Isadora dos Santos considerou a visita uma verdadeira aula. Para ela, aula é onde se aprende, independentemente do espaço. “E eu acho que todo cidadão tinha que ter essa experiência, porque todo mundo faz parte da sociedade. E a Assembleia Legislativa influencia diretamente na sociedade. Acho que todo mundo devia ter esse interessante, saber como funciona”, comentou a estudante, que também elogiou a recepção na Casa de Leis.
Aulas diversificadas
Aula acontece em qualquer espaço e professor é professor em qualquer lugar. E foi assim que os educadores, de diferentes áreas, aproveitaram a visita como forma de aprofundamento da aprendizagem. Para a professora de matemática atemática, Carla Graciela dos Santos, a visita à Assembleia oportunizou que os estudantes reconhecessem na arquitetura e nos ambientes do prédio conceitos matemáticos trabalhados em aula. “Eles estudam geometria, que engloba a arquitetura. E a matemática é a mãe da arquitetura. Aqui eles puderam reconhecer, na arquitetura, o conhecimento matemático trabalhado em sala de aula”, disse.
A professora de história, Juliane Rissotto, enfatizou a importância da visita para o aprofundamento do conhecimento político, complementando os conteúdos de suas aulas. “É muito importante conhecer uma Casa de Leis. Eles já estão entrando no processo de votarem. Então para eles é importante conhecer como funciona um Parlamento. Isso os ajuda a terem mais consciência sobre as decisões que irão tomar”, afirmou.
A requisição de pequeno valor (RPV), que é o pagamento que o ente público é condenado a pagar por meio de processo judicial, poderá ter como teto 40 salários mínimos em Mato Grosso do Sul. É o que estabelece o Projeto de Lei 276/2024, protocolado na Assembleia Legislativa (ALEMS) nesta terça-feira (26) pela deputada Gleice Jane (PT).
A proposta altera a Lei 2.586/2002, que define a obrigação de pequeno valor. O RPV vigente, conforme disposto nessa lei, tem o limite de 515 Unidades Fiscais de Referência de Mato Grosso do Sul (Uferms). Na redação proposta, o valor passa a ser igual ou inferior a 40 salários mínimos. A alteração, segundo justifica Gleice Jane, atende ao parágrafo terceiro do artigo 100 da Constituição Federal.
O projeto “visa garantir maior efetividade na prestação jurisdicional, ao assegurar que os créditos de menor valor, reconhecidos por decisão judicial transitada em julgado, sejam pagos de forma célere e eficaz”, afirma a parlamentar. A mudança também “é necessária para atualizar os valores à realidade econômica atual, corrigindo defasagens que prejudicam os credores de menor porte e, consequentemente, a própria eficácia da Justiça”, acrescenta.
A previsão é que a proposta seja apresentada na sessão ordinária desta quarta-feira (27). Depois, fica em período de pauta para recebimento de emendas e segue para análise da Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJR). Se o parecer quanto à constitucionalidade for favorável, continua tramitando com votações nas comissões de mérito e no Plenário.
Nos últimos anos, a falta de água potável tem se tornado um problema cada vez mais grave nas aldeias indígenas de diversas regiões do Estado. O acesso à água, recurso essencial para a saúde, é uma luta para muitas dessas comunidades e tem sido constantemente debatida pelos parlamentares da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS). Na sessão desta terça-feira (26), os parlamentares voltaram a cobrar uma solução do governo.
Pedro Kemp (PT) foi o primeiro a tratar sobre o tema, solicitando uma força-tarefa das autoridades federais e estaduais para sanar a crise hídrica nas aldeias Bororó e Jaguapiru, localizadas no município de Dourados. “Moradores têm relatado a falta de água para beber, cozinhar, lavar roupas e tomar banhos, condições que afetam o dia a dia dessas pessoas, fazendo, inclusive, com que as crianças percam aula por falta de roupa limpa.
Conforme Kemp, os reservatórios das aldeias estão vazios, as crianças estão coletando água em córregos, o que agrava ainda mais a situação diante da contaminação por agrotóxico. “Diante de toda a situação de calamidade, os índios estão bloqueando rodovias em forma de protesto. Em 2023, o Governo do Estado, através da Sanesul, elaborou um projeto para solucionar a crise hídrica nas aldeias de Dourados. Orçado em R$ 35 milhões, foi inserido no PAC [Programa de Aceleração e Crescimento], entretanto, até o presente momento ainda não há notícias de que tenha sido colocado em prática”, informou.
Lia Nogueira (PSDB) também cobrou uma ação rápida do governo. “Isso já se arrasta há mais de 20 anos. Existe projeto para que água seja levada às aldeias e outros municípios, como Paranhos e Amambai, mas não sai do papel. Não dá mais para esperar, chegou ao limite. O governo precisa intensificar os esforços para garantir o acesso à água nas comunidades indígenas”, disse a deputada.
As sessões plenárias da Câmara dos Deputados e do Senado Federal foram encerradas na noite desta quarta-feira (13) após o registro de explosões perto do prédio do Supremo Tribunal Federal, em Brasília. Segundo o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, a Polícia Legislativa das duas casas está ajudando na apuração das circunstâncias do fato.
Ele também afirmou que a segurança nas duas casas está sendo reforçada. “É o momento de se aferir as circunstâncias e todos terem as cautela e as precauções devidas. É natural que, diante do acontecimento que foi noticiado, é óbvio que toda força de segurança tem que estar em alerta nesse instante”.
Pacheco lamentou o ocorrido e a morte de uma pessoa. “Lamento se tem uma pessoa morta, manifestamos toda a nossa solidariedade e lamentamos sem conhecer as circunstâncias”.
Ele também lembrou os acontecimentos de 8 de janeiro de 2023, quando centenas de pessoas invadiram e depredaram o prédios públicos de brasília. “Foi muito triste e relevante e mudou todos os padrões de segurança dos Três Poderes”.
O 2º vice-presidente da Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), suspendeu a sessão depois de receber as informações das explosões e da morte. “Estamos com seguranças em todos os acessos para garantir a nossa saída daqui a nossos lares”, afirmou.
Explosão
Policiais militares fazem uma varredura na Praça dos Três Poderes após duas explosões terem ocorrido na noite de hoje perto do prédio do STF. O Corpo de Bombeiros confirmou a morte de uma pessoa.
A perícia também está no local.
O acesso de pedestres e carros à Esplanada dos Ministérios foi fechado em decorrência das explosões, que ocorreram por volta das 19h30.
Em nota, o STF disse que foram “ouvidos dois fortes estrondos ao final da sessão e os ministros foram retirados do prédio com segurança”. “Os servidores e colaboradores também foram retirados por medida de cautela”, acrescenta. O público que participava da sessão que analisava ação sobre letalidade policial em favelas foi retirado às pressas. As explosões foram ouvidas após o encerramento da sessão.