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Saúde

Com viés de Saúde Única, Projeto Navio leva assistência à população ribeirinha de Corumbá

Conforme a coordenadora de Saúde Única da SES, Danila Frias, o principal objetivo do projeto é prestar assistência aos moradores.

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Para o controle, prevenção e diagnóstico de agravos e doenças de importância a saúde pública, o Projeto Navio (Navegação Ampliada para a Vigilância Intensiva e Otimizada) chegou a Corumbá na sexta-feira (15), por meio de parceria firmada entre a SES/MS (Secretaria de Estado de Mato Grosso do Sul), Marinha do Brasil e a Fiocruz Minas (Fundação Oswaldo Cruz de Minas Gerais).

Primeira no Brasil, a Coordenadoria de Saúde Única da SES está diretamente inserida no Projeto Navio para a realização de estudo e monitoramento da saúde de populações ribeirinhas do Pantanal e das mudanças climáticas e seus impactos na saúde pública, visando a análise de patógenos com impacto na saúde humana, animal e ambiental da região.

Conforme a coordenadora de Saúde Única da SES, Danila Frias, o principal objetivo do projeto é prestar assistência aos moradores.

“Aqui em Corumbá estamos realizando atendimentos médico, odontológico, trabalhos de educação em saúde, triagem, coleta de amostras e realização de exames, incluindo vigilância genômica dos patógenos de toda a população ribeirinha, não só dos seres humanos, mas também dos animais e ambiente”.

“O Projeto Navio tem essa visão, esse viés de Saúde Única, pois conseguimos observar o ambiente em que estão inseridos o ser humano e os animais. Isso tudo para melhorar a qualidade de vida daqueles que moram nessas regiões ribeirinhas. Estamos regressando aqui para Corumbá e realizando o primeiro atendimento nessa região. Estimamos cerca de 60 pessoas atendidas na parte de atendimento médico e por volta de 20 a 30 pessoas para atendimento odontológico”, enalteceu o comandante do navio de Assistência Hospitalar ‘Tenente Maximiano’, capitão-tenente Igor Luiz de Freitas Cobellas.

O pesquisador Fiocruz Minas, idealizador e coordenador do Projeto Navio, Luiz Alcântara, explicou que no estado o projeto está passando por várias comunidades ribeirinhas, um total de seis comunidades, e nos atendimentos às comunidades do tramo norte do Rio Paraguai foram mantidos o mesmo padrão de resultados encontrados no tramo sul.

“Não temos muitas diferenças, mas intensificando também os resultados dos exames parasitológicos de fezes, mostrando mais de 80% de parasitas patogênicos. Desta vez nós encontramos mais predisposição a arbovírus, como dengue, por exemplo, do que no tramo sul e o que esperamos aqui em Corumbá é um maior número de pessoas pré-expostas a arboviroses, como dengue e Chikungunya, e casos agudos relacionados a dengue devido ao número de casos no país e o mosquito Aedes aegypti ser mais mosquito urbano porque quando fomos a comunidades mais isoladas a densidade de mosquitos Aedes aegypti é menor”.

Para a secretária-adjunta de Saúde de Corumbá, Mariluce Leão, o Projeto Navio é de suma importância para a população de Corumbá.

“Os ribeirinhos têm muita necessidade da assistência, então é um projeto que veio para somar com o município e somos muito gratos. O Estado é parceiro do município e agradecemos muito, vamos continuar com essa parceria por ser muito importante para a nossa população ribeirinha. Hoje tivemos ações em saúde, orientações, prevenção com o nosso ‘escovódromo’ com a saúde bucal, a vigilância também esteve presente com orientações sobre a dengue e vacinas disponíveis”.

Já o comandante do 6º Distrito Naval, vice-almirante Iunis Távora Said, afirma que a Força Naval estabelece e mantém parcerias e acordos com órgãos e instituições, a fim de melhorar a prestação de serviços públicos à sociedade.

“Não importa a região, o nosso trabalho será, hoje e sempre, proteger as riquezas nacionais e cuidar da nossa gente. Aqui na Fronteira Oeste, na vertente de cuidar da nossa gente, a Marinha dedica-se, em especial, à população ribeirinha, por serem aqueles que dependem, para sua subsistência, de nossos rios. Essa é uma das principais missões da Marinha do Brasil”, comenta o vice-almirante.

Para a próxima viagem rumo ao tramo sul do Rio Paraguai – trecho entre os municípios de Ladário e Porto Murtinho – está prevista a inserção de coleta de amostras em animais de produção – equídeos, bovinos, suínos, aves domésticas, caprinos e ovinos – e também em animais domésticos, cães e gatos. Também estão sendo solicitadas as devidas autorizações para realização de coletas em animais silvestres, por ser um projeto de Saúde Única.

“A vigilância não pode ocorrer apenas na população humana, mas também no ambiente e nos animais”, afirma Danila.

A Saúde Única é uma abordagem global multisetorial, transdisciplinar, transcultural, integrada e unificadora que visa equilibrar e otimizar de forma sustentável a saúde de pessoas, animais e ecossistemas. Reconhece que a saúde de humanos, animais domésticos e selvagens, plantas e o meio ambiente estão intimamente ligados e são interdependentes.

Projeto Navio

O Projeto Navio (Navegação Ampliada para a Vigilância Intensiva e Otimizada) é uma parceria firmada entre a SES/MS (Secretaria de Estado de Mato Grosso do Sul), Marinha do Brasil e a Fiocruz Minas (Fundação Oswaldo Cruz de Minas Gerais) para a instituição de uma vigilância genômica para a população ribeirinha.

O projeto, que tem por objetivo o estudo e monitoramento da saúde de populações ribeirinhas do Pantanal e das mudanças climáticas e seus impactos na saúde pública, visa atender a população, fazer a busca e a vigilância de patógenos no cunho de Saúde Única, analisando patógenos com impacto na saúde humana, animal e ambiental.

Para o pesquisador da Fiocruz Minas, idealizador e coordenador do Projeto Navio, Luiz Alcântara, o projeto tem o objetivo de atender as populações ribeirinhas da região, investigando em escala de Saúde Única e, dessa maneira, dando suporte às doenças causadas por patógenos nessas populações.

“Esse é um projeto One Health – Saúde Única – que visa não somente investigar os patógenos emergentes e reemergentes nessas populações, mas também os patógenos que estão nos animais, no meio ambiente – água e esgoto – e bem como nos vetores e carrapatos no ambiente em que essas populações convivem”.

O Projeto Navio possui duração de 5 anos e teve início no dia 25 de novembro de 2023 na rota entre Ladário e Porto Murtinho.

Para o projeto, a Marinha do Brasil disponibilizou três navegações: o Navio de Assistência Hospitalar ‘Tenente Maximiano’, o Navio de Apoio Logístico Fluvial ‘Potengi’ (possui laboratório montado, inclusive de biologia molecular) e o Navio de Transporte Fluvial ‘Paraguassu’ (acomoda a tripulação; será montado um novo laboratório para a realização de análise de amostras de água, de fezes e outros tipos de testes).

 Parcerias

Além da SES/MS, Fiocruz Minas e Marinha, o projeto conta com o apoio da SES/MT, LACENs (Laboratório Central de Saúde Pública) de Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Minas Gerais e Paraná, alunos e professores do Programa de Pós-Graduação de Doenças Infecciosas e Parasitárias da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), pesquisadores da Fiocruz Mato Grosso do Sul, universidades federais de Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Ouro Preto, Universidades Estaduais de Mato Grosso do Sul e de Feira de Santana da Bahia, Embrapa, OPAS/OMS (Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde), Ministério da Saúde, Loccus, Biomanguinhos, IBMP (Instituto de Biologia Molecular do Paraná), prefeituras de Ladário, Corumbá e Porto Murtinho, Instituto Erasmus de Roterdan da Holanda, Universidade de Stellenbosch da África do Sul, Universidade de Sidney da Austrália e Sistema OCB/MS.

(Com assessoria. Fotos: Divulgação)

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Saúde

Leitos de UTI crescem 52% em 10 anos; distribuição é desigual

SUS oferece menos disponibilidade do que sistema privado

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O número de leitos de unidades de terapia intensiva (UTI) cresceu 52% no Brasil na última década, passando de 47.846 em 2014 para 73.160 em 2024. A alta mais expressiva se deu em 2021 e 2022, durante a pandemia de covid-19.

Os dados fazem parte do estudo A Medicina Intensiva no Brasil: perfil dos profissionais e dos serviços de saúde, divulgado nesta terça-feira (19) pela Associação de Medicina Intensiva Brasileira (Amib).

Em nota, a entidade avalia que, apesar do aumento considerado significativo, a distribuição permanece “gravemente desigual”, tanto pelo aspecto territorial, quanto pelo social.

“Uma análise crítica sobre as informações do estudo demonstra a necessidade de adoção de políticas públicas que promovam uma distribuição mais justa da infraestrutura hospitalar e de profissionais intensivistas pelo país”.

De acordo com a Amib, a disparidade começa pela comparação entre a oferta de leitos para a rede pública e para rede privada de saúde. Em 2024, do total de leitos de UTI existentes no Brasil, 51,7% ou 37.820 são operados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Os demais 48,3% ou 35.340 estão no sistema suplementar.

“Apesar da proximidade dos números de leitos de cuidados intensivos disponíveis entre as redes pública e privada, a diferença entre a população atendida pelos dois universos evidencia o problema”, completou a associação.

Os números mostram que no SUS, sistema do qual dependem 152 milhões de pessoas, há 24,87 leitos por 100 mil habitantes. Já na rede privada, que tem 51 milhões de beneficiários de planos de saúde, a disponibilidade de leitos de UTI é de 69,28 por 100 mil beneficiários.

Outra disparidade é verificada entre as regiões brasileiras. Enquanto o Norte apresenta 27,52 leitos de UTI por 100 mil habitantes, o Sudeste registra 42,58 leitos. Em todo o país, a densidade de leitos por 100 mil habitantes é de 36,06. Entretanto, 19 dos 27 estados da federação estão abaixo desse patamar – os extremos vão de 20,95, no Piauí, a 76,68, no Distrito Federal.

Intensivistas

O estudo destaca ainda que, enquanto o número total de médicos, com ou sem especialidade, cresceu 51% entre 2011 e 2023 em todo o país, a quantidade de médicos especialistas em medicina intensiva cresceu 228% no mesmo período – foram contabilizados 8.091 intensivistas em 2023, e 2.464 em 2011.

De acordo com a Amib, a maior parte dos médicos intensivistas em atividade no Brasil se formou há mais de 10 anos, sendo que mais de 75% acumulam entre 10 e 39 anos de prática profissional.

Dentre os intensivistas, a maioria é do sexo masculino (60%) e a faixa etária predominante fica entre 35 e 64 anos, com uma idade média de 52 anos. As mulheres estão as médicas mais jovens, “sugerindo uma possível tendência de aumento da participação feminina na especialidade ao longo do tempo”.

Apesar do crescimento geral da especialidade, Norte e Nordeste registram uma média inferior de intensivistas por habitante quando comparadas às demais regiões, acompanhando a tendência apresentada pela presença menor de leitos de UTI. O Sudeste soma 6.239 registros profissionais, enquanto o Centro-Oeste tem 899 registros. Já o Norte conta com 348 registros.

O Distrito Federal responde pela maior densidade de médicos intensivistas no país, com 14,06 especialistas para cada 100 mil habitantes. O índice representa quase o dobro da densidade do Sudeste (7,35) e quase três vezes a densidade do Mato Grosso do Sul (4,9), que tem base populacional semelhante.

No outro extremo, o Amapá conta com cinco intensivistas, “o que gera uma densidade praticamente nula de especialistas para cada 100 mil habitantes”.

“Nas capitais, a probabilidade de encontrar esse profissional é significativamente maior. A densidade de intensivistas nas 27 capitais brasileiras (14,28) é cinco vezes maior do que a encontrada na soma de todos os outros municípios (2,84)”, concluiu a Amib.

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Saúde

Mpox: OMS aprova primeira vacina para uso emergencial em crianças

Foram notificados casos da doença em pelo menos 80 países em 2024

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A Organização Mundial da Saúde (OMS) aprovou a inclusão da vacina LC16m8 contra a mpox à lista de insumos de uso emergencial. Este é o segundo imunizante aprovado pela entidade para controle e prevenção da doença, declarada emergência global em agosto.

Dados da entidade revelam que, em 2024, foram notificados casos de mpox em pelo menos 80 países, incluindo 19 nações africanas. A República Democrática do Congo, país mais atingido, responde pela maioria de casos suspeitos.

Nas redes sociais, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, destacou que a vacina LC16m8 é a primeira aprovada para uso em crianças menores de 1 ano que vivem em localidades onde se registra surtos de mpox.

“Este é um passo vital para proteger populações vulneráveis, principalmente crianças, à medida em que a mpox continua a se espalhar”, escreveu.

Segundo Tedros, ao longo dos últimos dois meses, metade dos casos suspeitos contabilizados na República Democrática do Congo foram identificados entre menores de 12 anos. “O número total de casos suspeitos ultrapassou 40 mil este ano, com 1,2 mil mortes reportadas”.

No post, o diretor-geral da OMS alertou que os surtos da doença no Burundi e em Uganda estão em plena expansão. A entidade convocou para a próxima sexta-feira (22) uma reunião do comitê de emergência para reavaliar o cenário de mpox no mundo.

(Fonte: Agência Brasil. Foto: Reprodução)

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Saúde

Boletim Epidemiológico: MS registra 16.012 casos confirmados de dengue

Segundo o documento, 30 óbitos foram confirmados em decorrência da doença e outros 17 estão em investigação.

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Mato Grosso do Sul já registrou 19.429 casos prováveis de Dengue, sendo 16.012 casos confirmados, em 2024.  Estes dados foram apresentados no boletim referente à 45ª semana epidemiológica, divulgado pela SES (Secretaria de Estado de Saúde) nesta terça-feira (19). Segundo o documento, 30 óbitos foram confirmados em decorrência da doença e outros 17 estão em investigação.

Nos últimos 14 dias, Porto Murtinho, Amambai, Caarapó e Itaquiraí tiveram casos confirmados para doença. Já os óbitos registrados ocorreram nos municípios de Maracaju, Chapadão do Sul, Coronel Sapucaia, Dourados, Laguna Carapã, Naviraí, Sete Quedas, Amambai, Paranhos, Ponta Porã, Iguatemi, Itaquiraí, Aparecida do Taboado, Mundo Novo, Campo Grande e Bonito. Entre as vítimas, 15 delas possuíam algum tipo de comorbidade.

Vacinação

Ainda conforme o boletim, 100.999 doses do imunizante já foram aplicadas para idade permitida em bula na população. Ao todo, Mato Grosso do Sul já recebeu do Ministério da Saúde 189.910 doses do imunizante contra a dengue. O esquema vacinal é composto por duas doses com intervalo de três meses entre as doses.

Chikungunya

Em relação à Chikungunya, o Estado já registrou 3.280 casos prováveis, sendo 917 confirmados. Não há óbitos registrados. A SES alerta que as pessoas devem evitar a automedicação. Em caso de sintomas de dengue ou Chikungunya, a recomendação é procurar uma unidade de saúde do município.

Confira os boletins:

Boletim Epidemiológico Dengue SE 45 – 2024 (1)

Boletim Epidemiológico Chikungunya SE 45 – 2024

(Com assessoria. Foto: Divulgação)

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