Nos 122 anos de Campo Grande, muitos povos fazem parte da história da cidade e deram contribuições para nossa cultura e costumes, ajudando a construir a identidade da cidade. Entre eles estão as colônias japonesa e paraguaia. Para valorizar e contribuir com estes povos, o governo do Estado promoveu uma série de investimentos, em obras de revitalização.
Na Colônia Paraguaia a obra de reforma na sede teve investimento 1,8 milhão, foi um sonho que se tornou realidade. “Sempre sonhamos com uma sede que tivesse conforto e fosse aconchegante para recebermos as pessoas e assim manter a cultura e tradição paraguaia viva, já que temos a fama de ser um povo alegre e festeiro”, descreveu o presidente da Associação, Albino Romero.
Nascido em Cerro Corá no Paraguai, Albino Romero chegou a Campo Grande aos 13 anos de idade. Filho de brasileiro com mãe paraguaia, fez três faculdades na Capital, local onde criou seus filhos e casou com uma japonesa. Durante este caminho conheceu sua grande paixão, a “Colônia Paraguaia”, lugar que frequenta há 40 anos.
“Meu sonho sempre foi transformar este lugar em um grande salão de festas, que possa arrecadar dinheiro e assim ajudar famílias carentes. Aqui nunca presenciei uma briga, aqui não tem violência, só amor. Um lugar de cultura, que chamo de casa do povo”, destacou.
Albino destacou que as melhorias no espaço vão possibilitar a realização de oficinas de espanhol, do idioma guarani, com aulas de violão, harpa, sanfona e cursos de fotografia e filmagem.
“Nossa sede era muito acanhada, mas com a revitalização temos um local bonito, com banheiros de última geração, cozinha industrial, churrasqueira industrial, camarins dos artistas e um palco para 40 artistas, além de oito box para artesanatos e comidas típicas”.
Grandes Eventos
Parte da história da cidade, Albino lembra com entusiasmo grandes festas que ocorreram no local, como a “festa chamamezeira”, que reuniu grandes artistas do Estado. “Neste evento veio a Délinha, o Gregório Chamamezeiro, Marlon Maciel, Maciel Corrêa e o Dino Rocha. Foi uma festa inigualável, muito bonito de se ver”.
Também citou as festas tradicionais da Colônia como o como “porco no rolete”, “churrasco do chão” e “oito noites paraguaias”. Ainda lembrou de artistas famosos que se apresentaram no espaço, entre eles Gaúcho da Fronteira e da Perla, que segundo ele, se apresentou cinco vezes na casa.
Ele agradeceu ao governador a quem chamou de “estadista”, por valorizar a cultura do povo paraguaio. “Vamos lembrar dele por gerações por este apoio. O nosso povo tem origem humilde, mas está orgulhoso de ter uma sede tão bonita”.
Parceria e apoio
A colônia japonesa se confunde com a própria fundação da cidade, já que os primeiros imigrantes chegaram no começo do século XX, junto com a estrada de ferro. “Os japoneses se adaptaram muito bem a cidade e a cidade a eles. Até o clima favoreceu porque a maioria veio de Okinawa, que é um lugar de clima tropical”, descreveu Nilson Aguena, que preside a Associação Nipo Brasileira.
Nilson destaca que a colônia japonesa sempre foi atuante em Campo Grande, estando em diferentes setores como a saúde. “Temos muitos chacareiros, no cultivo de frutas e verduras. Temos também três clubes aqui e no Estado são mais de 20 mil descendentes”.
Sobre a Associação Nipo Brasileira, ele descreve que há uma parceria positiva com o governo do Estado, que por meio da Fundesporte (Fundação de Desporto e Lazer de MS), promoveu a obra de construção da quadra poliesportiva da entidade, em um investimento de R$ 370,5 mil.
“Tivemos este apoio na construção da quadra na sede de campo, mostrando que o governo valoriza nossa cultura. Nossa parceria é consolidada. Nossa ajuda é mutua e sempre estamos dispostos a colaborar como sedes nossos espaços para competições, torneios e disputas estaduais, em diferentes modalidades”.
Retorno das festas
Com a vacinação adiantada no Estado, Nilson espera que as festas e eventos da colônia voltem em breve. “Temos algumas tradicionais, como Bon Odori, Undokai, festa junina e Sukiyaki, que foi a única que fizemos no sistema drive thru. É um clube centenário que precisa do retorno das atividades, competições”, descreveu.
Também quer voltar a realizar o Festival do Japão, que teve seu primeiro evento em 2019. “Foi um sucesso, reuniu todos os clubes, foram 20 mil pessoas em três dias de festas, com a presença de autoridades, entidades de outros estados e até do cônsul do Japão. Estamos na expectativa de novas edições”.
Nascido em Campo Grande, Aguena lembra que o avô chegou do Japão por volta de 1911 na cidade, e que toda família não pensa em se mudar da Capital. “ Desde adolescente comecei a participar os eventos e atividades da colônia. Gosto de morar aqui e não penso em ir para outra cidade”.
(Com assessoria. Fotos: Divulgação)