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Saúde

Cinco em cada 10 estudantes conhece pelo menos uma pessoa que já tentou suicídio

Ação para previnir contra o suicídio foi realizada na manhã desta sexta-feira, na Praça Ary Coelho

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Mesmo que ainda seja um tabu dentro de casa, a depressão e o suicídio são realidade entre os adolescentes. A cada 10 alunos da Capital, oito convivem com pessoas que sofrem de depressão e cinco dizem conhecer alguém que já tentou suicídio.

A Semed (Secretaria Municipal de Educação) e Programa Valorização da Vida realizaram um evento nesta sexta-feira (23), na Praça Ary Coelho, para conscientizar os alunos da Escola Municipal Agrícola Governador Arnaldo Estevão de Figueiredo sobre a prevenção do suicídio.

A aluna, Geovana Pereira, de 16 anos, já tinha ouvido falar da campanha pela internet, e o que aprendeu a ajudou no auxílio de amigos que sofriam com a depressão.

“Já ouvi sobre a campanha na TV e na escola. Acho bom porque tenho amigos próximos com depressão e que tentaram suicídio. Em casa, quando relatei que estava mal, meu pais foram compreensivos e validaram o que senti”, ressaltou.

O estudante José Antônio Campagna, 18, narra que sentiu na pele o que é sofrer com a depressão. “Eu conheci a campanha pela TV e por campanhas no posto de saúde. Quando senti que não estava bem, busquei a saída em mim mesmo. Mesmo sentindo que não me curei 100%, não procurei ajuda profissional e também não conheço ninguém que tenha procurado ajuda psicológica ou tentado o suicídio”.

O Setembro Amarelo foi uma campanha criada em 2015 pelo governo Federal e por ser ainda recente, nem todos conhecem. É o caso do estudante Wytor Huggo Cavalheiro Nogueira, 17 anos. “Nunca ouvi falar sobre o Setembro Amarelo e sobre suicídio, mas convivi com uns colega de classe que tinham depressão”, disse.

Eduardo Belardes Cabral, 16 anos, também não conhece ninguém que tentou tirar a própria vida ou que tenha depressão. “Já conversei sobre o tema com minha mãe e meu pai e ele foi tranquilo”.

Outros adolescentes, no entanto, vivem a realidade em casa, como é o caso de Andreina Szychvoski, 16 anos. “Na minha família eu tenho tios que tem depressão e fazem tratamento, um deles já tentou suicídio. Também tive uma colega de turma que se auto mutilava. Acho que o suicídio não é um assunto muito falado, porque às vezes ficamos com medo de falar coisas erradas sobre”.

A realidade é que a doença não é incomum e pode afetar diversas famílias, assim como qualquer outra doença fisiológica. No entanto, a forma como cada pessoa lida com o problema é diferente. Em algumas casas, a dor é acolhida e tratada como algo natural. As das estudantes Daiane Chavez Barbosa e Karolyne Moaraes, ambas de 17 anos, são um exemplo disso.

“Uma amiga com depressão teve uma piora em seu quadro porque não recebeu o apoio dos no tratamento, mas na minha casa, meu avô teve início de depressão, então meus pais sempre deixaram esse espaço aberto. Eles sabem que não é brincadeira, tive conhecidos que tentaram suicídio. Eu acho importante discutir suicídio fora do ambiente familiar também, porque tem muita gente que não apoio em casa e precisa se abrir”, relatou Daiane.

Karolyne, diz que não conhece casos próximos de suicídio, mas que seus pais sempre a acolhe. “Eles me ouvem e aconselham sobre as questões da vida”.

Mas não é sempre assim. Na casa da Eduarda Assis, 16, por exemplo, o assunto não é debatido, mesmo que um parente já tenha sido vítima do suicídio. “Meus pais são muito chucros, dificilmente falamos sobre sentimentos em casa, mas eu acho importante discutir”, enfatizou.

Ana Anita de Oliveira, 16 anos, está familiarizada com o tema, mas o suicídio nunca atingiu pessoas próximas dela. “Tenho amigos e familiares com depressão, eles fazem tratamento e nunca chegaram ao nível de tentar o suicídio”. Ao contrário de Rodrigo Lopes, 16 anos. “Tive amigas que sofrem sozinhas, não procuraram ajuda médica”.

Setembro Amarelo – Participaram da ação 80 alunos da E.M. Agrícola Governador Arnaldo Estevão de Figueiredo. Tiveram apresentações de dança, teatro, atividade física, pintura facial, distribuição de panfletos, apresentações de música e pipoca e algodão doce.

Segundo dados de 2019, ano da última pesquisa feita pela OMS (Organização Mundial da Saúde), são registrados 14 mil casos de suicídio por ano no Brasil e mais de 700 mil casos em todo o mundo.

A Capital possui seis CAPS (Centro de Atenção Psicossocial), todos com atendimento por demanda espontânea 24 horas em caso de pacientes em crise. O atendimento ambulatorial é feito de acordo com o agendamento do paciente, que já está em acompanhamento na unidade ou foi referenciado para atendimento no local pela unidade de saúde de referência da região onde mora.

Também é possível no ambulatório de saúde mental – este através de agendamento por regulação, e na unidade de acolhimento adulto, que abriga pacientes que passam por tratamento e não tem local para ficar durante este período.

Para pacientes em crise, é possível também conseguir atendimento em qualquer uma das unidades 24 horas da Capital, sendo o paciente estabilizado no local e transferido para leito de psiquiátrico caso seja necessário. Nestas unidades de urgência e emergência, o paciente é medicado e acompanhado por um profissional da rede de assistência psicossocial de plantão durante sua estadia no local.

(Fonte: CampoGrandeNews. Foto: Divulgação)

Saúde

Método Canguru permite que famílias tenham contato pele a pele com bebês internados no HRMS Publicado em: 10 de junho de 2025

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Uma prática simples, mas profundamente transformadora, muda a rotina de bebês internados nas unidades neonatais do HRMS (Hospital Regional de Mato Grosso do Sul). É o Método Canguru, que está inserido nas boas práticas de atendimento ao recém-nascido e sua família e tem como um dos seus o contato pele a pele.

Adotado no HRMS como parte da política de humanização do atendimento, o método tem como base científica o acolhimento do bebê no colo da mãe ou do pai, apenas com fralda, em contato direto com o corpo dos pais. A técnica já é reconhecida pela OMS (Organização Mundial da Saúde) como uma forma eficaz de promover o desenvolvimento dos bebês prematuros ou de baixo peso.

Coordenadora do Método Canguru em Mato Grosso do Sul, a enfermeira Ana Carolina Pereira Aragão Oliveira afirma que o contato pele a pele vai além de um gesto de carinho. “Estudos mostram que o Método Canguru estabiliza a frequência cardíaca e respiratória do bebê, reduz o risco de infecções, favorece o aleitamento materno e até mesmo diminui o tempo de internação. O contato pele a pele ocorre já logo após o parto, como preconiza o Ministério da Saúde”, explica.

No HRMS, a iniciativa também transforma a experiência da família, que passa a ter um papel mais ativo e afetivo durante o período de internação. Para Gabryela de Oliveira Vaz, 27 anos, segurar os filhos no braços e ter a presença do marido fazem a diferença no período de internação.

O pequeno Arthur nasceu de 33 semanas e, desde então, já passou pela UTI (Unidade de Terapia Intensiva) Neonatal, UCINCo (Unidade de Cuidado Intermediário Neonatal Convencional) e, agora, está na UCINCa (Unidade de Cuidados Intermediários Neonatal Canguru), que tem uma estrutura semelhante a de uma casa, com cama para as mães, poltrona de amamentação, berço de acrílico, além de uma copa/sala, com geladeira, microondas, armários individuais, e TV.

“A estrutura do hospital surpreendeu muito. Parece um hotel, bem estruturado. Poder ficar com meu filho e ter ele (companheiro) perto ajuda 100%. Na hora de amamentar, faz muita diferença também. Fica até mais tranquilo e isso é ótimo, porque tudo o que sentimos, o bebê também sente”, afirma a mãe de primeira viagem, que é de Rio Verde e veio para Campo Grande após entrar em trabalho de parto com 32 semanas.

Ao ver o filho descansando no colo do pai, Gabryela diz que o sentimento é de conforto. “Ele é um paizão e o Arthur tem tido uma evolução muito boa”, garante. Já Luiz Eduardo Anastácio, 26 anos, pai do Arthur, diz que estar com o filho repousando no seu peito é “maravilhoso”. “Ter uma geração sua no colo é a melhor coisa. Não imaginava que ia ter essa possibilidade (de fazer o canguru) no hospital”, afirma.

A equipe do hospital oferece suporte constante às famílias, com orientações e acompanhamento multidisciplinar. “O Método Canguru é um cuidado integral: físico, emocional e humano. E não é apenas para o bebê. É para o bebê, para a mãe e para toda a família”, reforça a enfermeira Ana Carolina Aragão.

Centro de Referência em Mato Grosso do Sul para o Método Canguru

Desde 2012, o HRMS é o Centro de Referência em Mato Grosso do Sul para o Método Canguru. O Método Canguru compreende três etapas nas quais a equipe de profissionais da unidade neonatal deve estar preparada para oferecer um atendimento de saúde qualificado, observando a individualidade de cada criança e de sua história familiar.

No HRMS, estão disponíveis as três etapas, que contemplam desde o período do pré-natal materno até o pós-alta hospitalar, com acompanhamento do bebê até mesmo depois que foi para casa.

Além disso, o HRMS é um polo de capacitação estadual para o Método Canguru dentro do Sistema Único de Saúde. Desde a implementação, mais de 700 pessoas já participaram dos cursos de sensibilização oferecidos pelo hospital.

Dia Internacional de Sensibilização do Método Canguru

A iniciativa, celebrada em 15 de maio, surgiu na Colômbia no ano de 1979, para diminuir a mortalidade neonatal no país com uma ideia simples: colocar o recém-nascido contra o peito da mãe, o que poderia promover maior estabilidade térmica, substituindo as incubadoras. Em território brasileiro, o Método Canguru é definido como política nacional de saúde que integra um conjunto de ações voltadas para a qualificação do cuidado ao recém-nascido, seus pais e sua família.

Patrícia Belarmino, Comunicação Funsau/HRMS

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Saúde

Captação de órgãos em Dourados supera 2024, mas recusa familiar ainda preocupa

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A captação de órgãos é feita no Hospital da Vida e em todas as unidades hospitalares de Dourados, Nova Andradina e Ponta Porã com UTI – Foto: Assecom

Dourados já registrou cinco captações de órgãos até o momento em 2025, ultrapassando todo o ano anterior, quando apenas quatro doações foram efetivadas. Apesar do avanço, a recusa familiar permanece alta e ainda representa um grande desafio para aumentar o número de transplantes na região.

Conforme a coordenadora em Dourados da Organização de Procura de Órgãos (OPO), Ludelça Dorneles, um dos fatores que contribui significativamente para a recusa é o desconhecimento das famílias sobre a vontade do potencial doador. “É fundamental que essa conversa aconteça dentro das famílias, porque o desconhecimento gera insegurança e consequentemente negativas”, explica.

Em Dourados, além da conscientização limitada sobre a importância da doação, questões estruturais impactaram o processo. Durante a pandemia, muitos leitos foram destinados exclusivamente à Covid-19, gerando atrasos e dificuldades adicionais. Outro fator importante foi a reforma no aeroporto local, essencial para o transporte rápido de órgãos mais sensíveis, como coração e pulmão.

Esses órgãos precisam ser transplantados em até quatro horas após a captação. Sem o aeroporto operacional, o transporte ficou inviável, causando a suspensão temporária dessas captações na cidade.

A captação de órgãos ocorre em todas as unidades hospitalares da cidade com Unidade de Tratamento Intensivo (UTI). Entre os órgãos captados estão rins, fígado, córneas, pâncreas, coração e pulmão (os dois últimos suspensos devido às dificuldades logísticas). Hospitais de Ponta Porã e Nova Andradina também são de abrangência da OPO Dourados.

Embora tenha capacidade para captação, Ludelça explica que Dourados ainda não realiza transplantes por falta de equipes médicas credenciadas. Os procedimentos são realizados somente em Campo Grande, na Santa Casa e no Hospital do Pênfigo, seguindo listas estaduais para transplante de fígado, córneas e rins, e listas nacionais para demais órgãos.

A OPO realiza um trabalho essencial de acolhimento familiar desde o primeiro momento em que surge a suspeita de morte encefálica. Após a confirmação pelo médico, é a equipe da OPO que se aproxima da família, acolhe emocionalmente os familiares, esclarece dúvidas e informa sobre o direito e a importância da doação de órgãos, respeitando sempre o momento delicado e sensível pelo qual passam os envolvidos.

Para melhorar os índices de doação, a OPO realiza ações educativas contínuas, como palestras em universidades, escolas técnicas, hospitais e empresas. “Fazemos campanhas, ações, mas precisamos intensificar ainda mais a discussão sobre a importância da doação de órgãos”, reforça a Ludelça Dorneles.

Dados das recusas familiares nos últimos anos:

  • 2020: 21 recusas familiares e 8 doações
  • 2021: 4 recusas familiares e 3 doações
  • 2022: 11 recusas familiares e 5 doações
  • 2023: 19 recusas familiares e 7 doações
  • 2024: 16 recusas familiares e 4 doações
  • 2025: até o momento, 5 doações realizadas

Cenário Nacional

Em nível nacional, o Brasil realizou 30,3 mil transplantes em 2024, atingindo um recorde histórico, porém ainda há 78 mil pessoas na fila de espera. Mais de 90% dos transplantes no país são feitos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Os transplantes mais realizados são os de córnea, rim, medula óssea e fígado.

Especialistas orientam que as famílias conversem antecipadamente sobre o desejo de doar órgãos, garantindo que a vontade do potencial doador seja respeitada. Informar-se sobre o tema é essencial para salvar vidas.

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MS amplia teste do pezinho gratuito pelo SUS e passa a detectar mais de 40 doenças em recém-nascidos

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Com exame simples e feito entre o 3º e o 5º dia de vida do bebê, Estado se antecipa ao cronograma nacional e oferece triagem ampliada como parte do Projeto Bem Nascer MS

Mato Grosso do Sul passou a integrar o seleto rol de estados brasileiros que oferecem gratuitamente a versão ampliada do teste do pezinho, para rastrear dezenas de doenças congênitas, genéticas e metabólicas em recém-nascidos. O exame, simples, gratuito e obrigatório pelo SUS (Sistema Único de Saúde) continuará sendo realizado entre o 3º e o 5º dia de vida do bebê e poderá salvar ainda mais vidas ao permitir o diagnóstico e o tratamento precoce de um rol que passa de 7 para mais de 40 patologias.

A ampliação faz parte do Programa Estadual de Triagem Neonatal, vinculado ao Projeto Bem Nascer MS, publicado no Diário Oficial do Estado desta terça-feira (3) por meio da Resolução n.º 381, e representa um salto importante na política de proteção à infância. Até então, o teste básico contemplava sete doenças conforme o PNTN (Programa Nacional de Triagem Neonatal). Com a nova etapa, o rol passa a incluir condições como atrofia muscular espinhal, imunodeficiências primárias, galactosemias e diversos distúrbios metabólicos.

Para a gerente de Atenção à Saúde da Criança, Cristiana Schulz, o avanço reforça o compromisso do Estado com a saúde neonatal: “Esse é um passo muito importante. Com o diagnóstico precoce, conseguimos iniciar o tratamento antes que a criança apresente sintomas ou desenvolva complicações. Isso significa mais qualidade de vida, menos sofrimento e, em muitos casos, a chance real de salvar vidas”, destaca.

As amostras são analisadas pelo IPED/APAE de Campo Grande, laboratório de referência habilitado pelo Ministério da Saúde, responsável também pelo acompanhamento multiprofissional dos casos alterados, com atendimento especializado que envolve endocrinologistas, geneticistas, pediatras, psicólogos, nutricionistas, entre outros profissionais.

Atualmente, cerca de 3 mil testes são realizados por mês em Mato Grosso do Sul. A Secretaria de Estado de Saúde garante o repasse mensal de recursos ao serviço de referência para manter a ampliação da triagem neonatal nos 79 municípios.

Junho Lilás mobiliza famílias sobre a importância do teste do pezinho

Durante o mês de junho, o Governo de Mato Grosso do Sul intensifica a campanha Junho Lilás, uma mobilização especial para reforçar a importância do teste do pezinho, exame gratuito e obrigatório que pode detectar precocemente diversas doenças graves nos primeiros dias de vida do bebê. Essa iniciativa tem como objetivo principal levar informação clara e direta às famílias, destacando que o teste deve ser realizado entre o 3º e o 5º dia após o nascimento.

Com o lema “O primeiro passo é o mais importante”, a campanha estadual enfatiza que o teste do pezinho é um procedimento simples, rápido e indolor, disponível em todas as UBSFs (Unidades Básicas de Saúde da Família) e maternidades cadastradas no SUS. Além disso, as peças informativas elaboradas pela campanha esclarecem dúvidas frequentes dos pais e responsáveis, detalham o passo a passo da coleta e alertam sobre os riscos de sequelas permanentes caso o diagnóstico seja feito de forma tardia.

O Junho Lilás também celebra o Dia Nacional do Teste do Pezinho, comemorado em 6 de junho, reforçando o compromisso com a saúde neonatal e o direito de toda criança a um começo de vida saudável e com qualidade. A realização precoce do exame pode prevenir complicações sérias, promovendo intervenções médicas eficazes e aumentando as chances de desenvolvimento pleno dos recém-nascidos.

Por isso, a campanha convoca todas as famílias sul-mato-grossenses a priorizarem a realização do teste do pezinho dentro do prazo indicado, garantindo que seus filhos recebam o cuidado e a atenção que merecem desde os primeiros dias de vida.

Danúbia Burema, Comunicação SES
Foto: Agência Brasil

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