No mês do Orgulho LGBTQIA+, a Secretaria de Estado da Cidadania celebra o significado da data levando formação e divulgando as conquistas da comunidade em todo o Mato Grosso do Sul.
O dia 28 de Junho é comemorado internacionalmente como reconhecimento histórico da Revolta de Stonewall, quando clientes do bar ‘Stonewall Inn’, saíram às ruas em protesto à repressão policial, na década de 1960, em Nova Iorque.
As relações homossexuais eram criminalizadas, e o bar frequentemente sofria com batidas policiais carregadas de violência. No entanto, a reação dos clientes no dia 28 de junho de 1969 mudou para sempre a história dos movimentos pelos direitos da população LGBTQIA+.
Coordenadora do CEC LGBT+ em formação com colaboradores de shopping, explicando o que significa cada letrinha da sigla. (Foto: Paula Maciulevicius/Cidadania)
“Por que celebramos? Por que é considerado o Dia do Orgulho? Por que nos orgulhamos e do que nos orgulhamos?” São essas perguntas que abrem a capacitação sobre boas práticas de atendimento às pessoas LGBTQIA+, realizada pela coordenadora do Centro Estadual de Cidadania LGBT+ – ligado à Subsecretaria de Políticas Públicas para População LGBTQIA+, Gaby Antonietta.
Na semana da comemoração, as respostas dão o tom do contexto histórico que está por trás da “sopa de letrinhas” que forma a sigla, e as cores das bandeiras. A pedido da administração do Shopping Campo Grande, Gaby trouxe esclarecimentos sobre conceitos de identidade de gênero e orientação sexual, e ainda bateu um papo com os colaboradores sobre aspectos subjetivos, legais e como combater a LGBTfobia.
“A gente propôs essa roda de conversa aqui sobre o mês do Orgulho LGBTQIAPN+ para falar um pouquinho sobre esse tema que é tão importante, e para podermos nos atualizar, compreender sobre o que significam essas letrinhas todas, além da legislação, para melhorarmos também nas boas práticas de atendimento ao nosso cliente”, explica a analista de gente e performance do shopping, Mauriene Moura.
LGBTQIA+
A coordenadora do Centro Estadual de Cidadania LGBT+ iniciou a fala pontuando que a nomenclatura é pensada e adotada a partir de conferências nacionais e internacionais de políticas públicas LGBT, quando são apresentados relatórios e dados acerca da diversidade de gênero e sexualidade.
“À medida que a discussão sobre a diversidade avança, as nomenclaturas também vão mudando. O que é importante é saber que esta sopa de letrinhas não representa a totalidade da diversidade de gênero e sexualidade”, pontua Gaby Antonietta.
A ordem das letras também segue um contexto histórico de movimento e de luta social, assim como as bandeiras.
Bandeira que levou as cores e a luta LGBTQIA+ para as ruas na última parada da diversidade, em 2023. (Foto: Matheus Carvalho/Cidadania)Bandeira que carrega força, luta e as cores que representam a comunidade trans. (Foto: Paula Maciulevicius/Cidadania)
“L de lésbicas,
G de gays,
B de bissexuais,
T de travestis e transexuais, incluindo também os não binários,
Q da teoria Queer – que é uma linha de movimento que pensa várias identidades e expressões de gênero,
I de intersexo, aquelas pessoas que nascem com mais de uma genitália ou mais de um hormônios no metabolismo,
A de assexuais”, resumiu.
Ao conceituar identidade de gênero e orientação sexual, a coordenadora descreve que o primeiro é a percepção que uma pessoa tem de si, que pode ser do gênero masculino, feminino, ou não-binário, que seria a combinação dos dois ou fora do aspecto binário.
Já a orientação sexual é como a pessoa se manifesta, expressa sentimento e afeto e como se relaciona com as outras pessoas.
“Identidade de gênero é como a pessoa se reconhece. Cisgênero é aquela que se percebe e se entende de acordo com o gênero que lhe foi atribuído ao nascimento. Enquanto a pessoa transgênero não se identifica com o gênero atribuído ao nascer, e o não-binário não se reconhece entre um e outro ou flui entre os dois”, pontua.
Por se tratar de uma compreensão auto perceptiva, ou seja, autodeclarado, cabe à pessoa dizer com qual gênero ela se identifica. “Em caso de atendimento, pergunte a pessoa como ela gostaria de ser chamada, e ela vai dizer como se percebe. Não cabe a nós subjugar, dizer e afirmar pelo outro”.
Capacitação realizada pela coordenadora de Enfrentamento à Violência Contra População LGBT+, Tetê Costa, nos Correios, em Campo Grande. (Foto: Paula Maciulevicius/Cidadania)Formação realizada com gestores das políticas públicas do município de Miranda, realizada na Câmara de Vereadores da cidade. (Foto:? Divulgação)
Capacitações foram realizadas em Campo Grande, para a equipe de colaboradores dos Correios, além de formação nas cidades de Miranda e São Gabriel do Oeste, onde uma equipe de técnicos composta pela Subsecretaria de Políticas Públicas para População LGBTQIA+ e do Centro Estadual de Cidadania LGBT+, levam letramento, exemplos, legislação e sensibilização a quem atende ao público de forma geral.
Para o subsecretário Vagner Campos, celebrar o Orgulho LGBTQIA+ é o momento de rever, de celebrar e ao mesmo tempo de continuar enfrentando os desafios.
Em junho, MS sediou o primeiro encontro da população LGBTQIA+ indígena do País. (Foto: Gustavo Gloria/Ascom MDHC)
“Tem sido um mês muito importante, MS sediou o primeiro encontro LGBT dos povos da juventude indígena, foi um espaço usado para se colocar, se organizar e pedir mais respeito à comunidade. Temos tido ações pela Subsecretaria e pelo Centro Estadual de Cidadania ocorrendo no estado todo, desde formação para gestores como também capacitação para funcionários de empresas públicas e privadas, para que a gente possa efetivamente e a cada dia avançar mais na luta por uma sociedade mais inclusiva que respeite a pluralidade, que respeite a diversidade e que respeite a população LGBTQIA+ do Mato Grosso do Sul”, reflete o subsecretário de Políticas Públicas LGBTQIA, Vagner Campos.
Conquistas
Foi no mês do Orgulho LGBTQIA+ que a espera de 20 anos pelo documento chegou, enfim, ao desfecho. No início de junho, o autônomo Sam Stefan Sandim, de 52 anos, abriu um sorriso de orelha a orelha ao exibir a nova certidão de nascimento, com nome e gênero retificados, fruto da ação Transformando Histórias, da Defensoria Pública de MS e em parceria com a Secretaria de Estado da Cidadania.
Sam, com a certidão de nascimento retificada, ao lado da esposa, Marlen, posam celebrando uma das conquistas. (Foto: Paula Maciulevicius/Cidadania)
Ao lado da mulher, com quem Sam pretende subir ao altar no candomblé em quatro meses, a alegria era infinita. “Nossa, muito emocionante, muito gratificante. Algo que eu já estava esperando há muito tempo, né? E agora com essa mobilização e tudo ficou mais fácil. Estou extremamente feliz, muito feliz. E eu acho que a gente nunca deve perder a esperança de lutar pelo que a gente quer”, comemora.
Segundo a Arpen-MS (Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais de Mato Grosso do Sul), só em 2023 os cartórios realizaram 238 casamentos entre pessoas do mesmo sexo e 19 alterações de gênero registradas.
O número de casamentos no último ano é 64,1% maior quando comparado a 2022, e só nos primeiros cinco meses de 2024, os cartórios já contabilizam 95 casamentos.
Bandeira que representa toda a comunidade LGBTQIA+ marcou presença na primeira campanha de doação de sangue realizada no Hemosul. (Foto: Paula Maciulevicius/Cidadania)
Nas últimas três décadas, as políticas públicas de Mato Grosso do Sul têm avançado em relação ao direito e cidadania de pessoas LGBTQIA+, tanto no combate à LGBTfobia quanto na prestação de serviços públicos que são essenciais para a garantia da cidadania.
Somos o primeiro e único Estado a ter uma Subsecretaria Estadual de Políticas Públicas para pessoas LGBTQIA + e o 2º estado com melhores indicadores de políticas públicas LGBTQIA +.
Onde estamos
A Subsecretaria de Políticas Públicas para População LGBTQIA+ e o Centro Estadual de Cidadania LGBT+ estão localizados dentro da Secretaria de Estado da Cidadania, que fica na Avenida Mato Grosso, 5778 – entrada do Parque dos Poderes.
Os serviços oferecidos pelo CEC LGBTQIA+ são de orientação, atendimento à rede psicossocial e encaminhamentos, confecção de carteirinha de nome social, retificação de gênero e nome no registro civil, e coleta de denúncias.
Os contatos do CEC LGBTQIA+ são: 9-9685-1081, 3323-7228, site: https://www.cidadanialgbt.ms.gov.br, e pelo e-mail: ceclgbt@sec.ms.gov.br.
O Centro Estadual de Cidadania LGBTQIA+ funciona ao público de segunda a sexta, das 8h às 11h e das 13h às 17h.
Como chegar: Para chegar até o Centro Estadual de Cidadania LGBTQIA+ de ônibus, a população pode pegar as linhas:
521 – Centro/Parque dos Poderes
206 – Centro/Estrela Dalva
050 – A. Praça/Avenida Mato Grosso
O Estado de Mato Grosso do Sul repetiu o processo bem-sucedido de 2023, cumprindo todas as etapas necessárias em ação da Sead (Secretaria de Estado de Assistência Social e dos Direitos Humanos), Segov (Secretaria de Estado de Governo e Gestão Estratégica) e a Segem (Secretaria Executiva de Gestão Estratégica e Municipalismo), para o preenchimento do formulário e apresentação das ações realizadas em 2024.
A renovação da certificação MigraCidades reflete o compromisso do Estado com a governança migratória e a promoção dos direitos humanos.
A certificação MigraCidades, entregue no início deste mês, é uma iniciativa conjunta da OIM (Organização Internacional para as Migrações) – parte do Sistema das Nações Unidas – e da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), com o apoio da Enap (Escola Nacional de Administração Pública).
MS concluiu todas as etapas necessárias para a obtenção do certificado
Este selo reconhece o engajamento de estados e municípios brasileiros na formulação e implementação de políticas migratórias alinhadas aos ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável), promovendo uma migração ordenada, segura, regular e responsável.
O trabalho desenvolvido em Mato Grosso do Sul envolve ações integradas entre diversas secretarias e é coordenado pela Sead, por meio da Secretaria Executiva de Direitos Humanos. Essas ações abrangem iniciativas que promovem a integração social, cultural e econômica dos migrantes, contribuindo para a coesão social e fortalecendo a dignidade humana.
Certificação
O processo de certificação incluiu cinco etapas: inscrição, diagnóstico, priorização, certificação e monitoramento. Durante a avaliação, foram analisadas ações realizadas em 10 dimensões fundamentais para uma boa governança migratória, como participação social e cultural, acesso à educação, assistência social, proteção social e saúde. Relatórios detalhados das atividades e propostas de monitoramento também foram apresentados, consolidando o reconhecimento do Estado.
Entre as principais iniciativas desenvolvidas em prol dos migrantes estão o atendimento permanente por meio da Central de Atendimento em Direitos Humanos, apoio financeiro às OSC’s (Organizações da Sociedade Civil) que atuam com o público migrante, além de palestras e parcerias transversais entre secretarias do Governo. Estas ações reforçam o papel de Mato Grosso do Sul como um exemplo de inclusão e acolhimento no cenário nacional.
A entrega do Cepa (Certificado Estadual de Protetores de Animais) começou nesta semana, com a primeira ação realizada na sede da Suprova (Superintendência de Políticas Integradas de Proteção à Vida Animal).
A certificação, promovida pela Setesc (Secretaria de Estado de Turismo, Esporte e Cultura), tem como objetivo reconhecer entidades e protetores independentes, além de facilitar o acesso a programas estaduais de suporte e bem-estar animal, como o ‘MS Vida Animal’.
Atualmente, Mato Grosso do Sul conta com cerca de 300 entidades de proteção animal. Para obter o certificado, é necessário enviar RG, CPF, comprovante de residência, certidão negativa criminal e a carteirinha de vacinação antirrábica dos animais – que é gratuita – para o e-mail vidaanimal@setesc.ms.gov.br.
O certificado é emitido digitalmente e tem validade de um ano, garantindo que os dados sejam atualizados periodicamente.
O secretário de Estado de Turismo, Esporte e Cultura, Marcelo Miranda, destaca a importância da certificação para fortalecer a rede de proteção animal no estado.
“É um certificado que representa um grande avanço na valorização do trabalho dos protetores e das entidades que atuam na causa animal. Ao oferecer suporte e acesso a programas estaduais, garantimos que mais vidas sejam cuidadas com qualidade e responsabilidade”.
De acordo com o titular da Suprova, Carlos Eduardo Rodrigues, o certificado permitirá aos protetores acessar benefícios importantes, como a Caravana da Castração, programada para começar entre março e abril.
“A Caravana vai oferecer 25 vagas de castração por campanha às entidades certificadas. Hoje, as ONGs conseguem acesso por terem CNPJ, mas muitos protetores independentes não têm. Com o certificado, vamos interligá-los à ferramenta SigPet, que organiza o cadastro para as castrações”.
Outro benefício em fase de elaboração é a doação de rações. “Estamos trabalhando em um edital para compra de ração. O certificado nos ajudará a identificar a demanda real, como a quantidade de protetores e animais atendidos. Isso permitirá uma distribuição mais eficiente desse recurso”, afirma o titular da Suprova.
Sônia Marly Palhano, do Instituto Mãe de Pets, foi a primeira a receber o certificado. O Instituto abriga atualmente 222 cães e 32 gatos.
“Nosso maior desafio é manter a qualidade de vida dos animais. Temos altos custos com ração, medicação, atendimento veterinário e até energia elétrica. Esse certificado é um benefício gigantesco, porque vai nos ajudar com castrações, rações e até na redução de custos fixos. Ser protetora é enfrentar desafios diários, mas o amor pelos animais fala mais alto”.
A iniciativa da Suprova também busca incluir os protetores independentes, que muitas vezes têm mais animais sob seus cuidados do que as ONGs.
“Não havia nada no Estado que regularizasse a atuação dessas protetoras voluntárias. O certificado é uma forma de trazê-las para dentro das políticas públicas, garantindo que tenham acesso aos mesmos benefícios das entidades formalizadas”, finaliza Carlos Eduardo.
O Governo do Estado está realizando o Mapeamento de Criativos de Mato Grosso do Sul. A iniciativa da Superintendência de Economia Criativa e Políticas Integradas, vinculada à Setesc (Secretaria de Estado de Turismo, Esporte e Cultura), busca identificar e cadastrar agentes criativos de diversos segmentos, promover um diálogo mais próximo com a comunidade e facilitar a formulação de políticas públicas.
Titular da Setesc, Marcelo Miranda, destacou a importância da ação para o fortalecimento do setor. “A economia criativa é uma das forças que impulsionam o desenvolvimento sustentável e a valorização cultural do nosso estado. Esse mapeamento será essencial para que possamos criar políticas públicas eficientes e inclusivas, que atendam às demandas reais dos nossos criativos”.
Luciana Azambuja, superintendente estadual de Economia Criativa, reforça a relevância da iniciativa. “Sem o mapeamento, não sabemos onde estão e quem são os criativos de Mato Grosso do Sul, e não podemos fazer políticas públicas sem dados, sem estatísticas. Por isso, essa ação é fundamental para a criação do banco de dados do MS + Criativo”.
O cadastro é realizado de forma on-line, por meio de um formulário (clique aqui para acessar). A proposta inclui os segmentos de artesanato, música, artes visuais, artes cênicas, design, moda, gastronomia, cultura geek/nerd, literatura, audiovisual, entre outros.
Os dados coletados servirão como base para consultas e eventuais convites a ações realizadas pela Secretaria, sem gerar vínculos obrigatórios de contratação. “Os formulários recebidos ficarão armazenados no setor, permitindo que conheçamos as iniciativas criativas existentes em Mato Grosso do Sul e promovendo o desenvolvimento do setor”, conclui a superintendente.