O Mato Grosso do Sul, em poucas décadas, passou de um estado essencialmente agrícola para um perfil agroindustrial, capaz de abastecer outras regiões do País e também destinar produtos para a exportação. Diante deste cenário, a economia sul-mato-grossense enfrenta desafios para escoar a produção local com a vantagem de possuir modais diferenciados como hidrovias e ferrovias.
As hidrovias Paraná-Tietê (Leste do Estado) e Paraguai-Paraná (Oeste do Estado) são responsáveis pelo escoamento de grãos e minério de ferro. Porém, a malha ferroviária Oeste e a Ferronorte também contribuem com o fluxo desses produtos, contribuindo ainda mais para a economia do Estado.
Já em rodovias estaduais, o MS conta com 15 mil quilômetros, que também fazem fluir produtos da agroindústria, em especial, aves, suínos, açúcar, milho, soja, celulose e pescados. As rodovias federais que cortam o Estado somam mais 4 mil quilômetros.
“Nós temos várias artérias, mas talvez, a principal seja a ferrovia Corumbá-Três Lagoas, no sentido leste-oeste, um modal que pode carregar muito mais produtos com um custo menor, e que ainda permite raios, diagonais, com pequenas rodovias, se ligando com a ferrovia para o escoamento de safras agrícolas. Estrategicamente, ela tem uma grande importância para o Estado”, garante o secretário Hélio Pellufo, da Seilog (Secretaria Estadual de Infraestrutura e Logística).
Este modal aguarda relicitação para voltar a operar de forma plena até chegar a Mairiporã, em São Paulo, e de lá ao porto de Santos.
Já o modal rodoviário apresenta uma característica especial. As rodovias cruzam o Estado de norte a sul, de leste a oeste, e ainda possui vias radiais, diagonais, traçando um emaranhado de estradas com possibilidades infinitas de uso.
A principal malha rodoviária do Estado tem formato de uma cruz, com as rodovias BR-163, no sentido norte-sul, e a BR-262, de leste a oeste. Ambas escoam, principalmente, os complexos de grãos, pescado e madeira, e se dirigem aos vizinhos Mato Grosso, Paraná, São Paulo e Goiás. As duas se encontram na capital, Campo Grande, considerada potencialmente um hub logístico para o armazenamento de produtos.
Aliás, por se localizar na região central do Estado, Campo Grande atua como se fosse uma rosa dos ventos dos pontos cardeais, de onde saem vias radiais para todos os quatros cantos geográficos.
De acordo com o secretário Pellufo, a BR-163 torna possível o fluxo da produção de suínos na região norte do Estado, em São Gabriel do Oeste, em direção ao sul.
“As BRs 262 e 267 são duas rodovias extremamente importantes que ligam aos maiores centros consumidores e aos portos de Paranaguá e Santos”, confirma Pellufo.
O secretário destaca que, enquanto a BR-060 corta o sul do Estado no sentido diagonal, facilitando o escoamento da produção de aves da região de Sidrolândia, a rodovia MS-040 corre paralela a BR-262 levando grande parte da produção florestal em direção a São Paulo.
O MS conta com 15 mil quilômetros, que escoam produtos da agroindústria, em especial, aves, suínos, açúcar, milho, soja, celulose e pescados
“Ainda temos as rodovias de turismo, como por exemplo, a rodovia MS-345, conhecida como a Estrada do 21, que vai reduzir em até 40 km a distância de Campo Grande a Bonito. Mas também é uma rodovia que vai atender a pecuária e a safra agrícola que possui silos em Bonito. São investimentos de R$ 140 milhões”, garante.
Também em sentido diagonal, a MS-382, saindo de Guia Lopes da Laguna e chegando na MS-270, escoa o calcário, extraído da região sudoeste que é grande produtora desta rocha. Com esta ligação, o calcário chega até o Paraná.
No modal aéreo, o Estado possui investimentos na ordem de R$ 240 milhões em 22 aeródromos, incluindo os aeroportos de Dourados, Três Lagoas, Campo Grande, Ponta Porã e Bonito, que são utilizados para voos executivos e turísticos.
O secretário Jaime Verruck, titular da Semadesc, acredita que o modal hidroviário é um dos caminhos extremamente importantes para o desenvolvimento do Estado. “As hidrovias levam nossos produtos a países como Argentina, Uruguai, e a partir daí, permitindo exportação para outros países. Elas [hidrovias] são muito concentradas em produtos como minério de ferro, saindo dos portos de Gregório Curvo e Porto Correa, localizados em Corumbá, no rio Paraguai. E em Porto Murtinho, a soja sendo exportada pela hidrovia. Um grande caminho”, reconhece.
BR-262 é responsável pelo escoamento da produção de celulose no leste do Estado
Para o secretário Verruck, outro modal que é um desafio para Mato Grosso do Sul é o ferroviário. “Hoje, a ferrovia é o principal ponto de exportação da celulose, a partir de Aparecida do Taboado e também de Inocência, com a instalação do terminal da Suzano, e um terminal de combustível e commodities, no município de Chapadão do Sul. Já a Ferronorte é uma ferrovia altamente competitiva, sendo responsável pelo escoamento da produção de soja para o porto de Santos.”
O titular da pasta aponta que, futuramente, a ferrovia Maracaju-Paraguai será um grande vetor de desenvolvimento econômico. Assim como a Rota Bioceânica, por meio da 267, alcançando os portos chilenos.
“Mato Grosso do Sul tem baixa densidade populacional, consequentemente, a maioria da nossa produção se destina para outros estados ou para exportação. Toda a nossa logística, depende necessariamente dos sistemas rodoviário, ferroviário e hidroviário para atender os mercados nacional e internacional”, conclui Verruck.
Rodovia MS-345, conhecida como a Estrada do 21, integrará roteiros turísticos do Estado
Concessões e Parcerias
A secretária Especial do Escritório de Parcerias Estratégicas (EPE), Eliane Detoni, explica que o Estado atua na estruturação de projetos e concretiza metas de investimentos privados em infraestrutura pública. “Temos contratos [PPP´s] em diversas áreas como saneamento básico, conectividade (Infovia Digital) e energia elétrica fotovoltaica. Nas MS-306 e MS-112 e trechos das rodovias federais BR-158 e BR-436, as concessões rodoviárias resultaram em uma malha rodoviária com melhor trafegabilidade e mais segurança aos usuários”, assinala.
Eliane adianta que estão em estudos a concessão da MS-040, MS-338 e MS-395 e adição de trechos federais que totalizam 869 km de novas rodovias. “O governo do Mato Grosso do Sul planeja renovar sua carteira de concessões para os próximos três anos. Estão em estudo projetos de aeroportos e aeródromos regionais, um hidroviário (Terminal Portuário de Porto Murtinho), dois parques estaduais (Parque do Prosa e Parque das Nações Indígenas) e projetos em infraestrutura social estão no nosso radar. São estimados R$ 18 bilhões em investimentos privados para a carteira de projetos do EPE”.
Em nova etapa da parceria entre o Governo de Mato Grosso do Sul e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), uma equipe técnica do banco esteve no Estado na semana passada para visitar trechos das obras das rodovias MS-380, MS-289 e MS-276, além de avaliar o andamento geral do programa Invest Impacto, iniciativa voltada à modernização da infraestrutura logística estadual.
A visita marca um momento de consolidação da cooperação entre o Estado e o BNDES, firmada em 2023 e operacionalizada em 2025, que prevê investimentos de até R$ 2,5 bilhões. O programa financia projetos de recuperação, pavimentação e monitoramento de rodovias estratégicas, fortalecendo a competitividade logística e o escoamento da produção agroindustrial sul-mato-grossense.
De acordo com o gerente de rodovias da Agesul, Gil Márcio Franco, o Invest Impacto foi estruturado a partir do Escritório de Parcerias Estratégicas (EPE) e articula diferentes fontes de investimento. “O objeto era investir na melhoria da malha rodoviária estadual, já olhando os projetos que estavam em desenvolvimento, como o Crema, as concessões e a Rota Bioceânica”, explicou.
O primeiro Relatório de Aprovação de Projeto (RAP1), soma cerca de R$600 milhões, em execução e apresenta avanço entre 45% e 50%. As frentes incluem: MS-436( lote 1 e 2), nos lotes entre Camapuã e Figueirão; MS-276 (lote 1 e 2), entre Indápolis e Deodápolis; MS-347, no trecho que liga Dois Irmãos do Buriti à BR-419.
A previsão é que as primeiras entregas ocorram a partir do segundo semestre de 2026, embora o cronograma contratual se estenda até 2027.
O segundo relatório de aprovação de projetos (RAP2), validado neste mês de outubro, amplia o escopo do programa e inclui novas frentes nas rodovias MS-444 entre Selvíria e entroncamento da MS-112; MS-320, entre Três Lagoas e MS-377; MS-380 (lote 1 e 2), entroncamento da MS-164 até a BR-463; e MS-289, no entroncamento da MS-180 até a MS-156, trechos estratégicos para o desenvolvimento e modernização do Estado
Avaliação do BNDES
Para o analista de operações do banco, Márcio Rebello, esta é a segunda missão técnica no Estado e marca uma fase de acompanhamento mais próximo das obras em campo. “O Mato Grosso do Sul tem equipes altamente qualificadas e proativas. É um dos melhores estados na interlocução com o BNDES”, afirmou.
Rebello destacou que o banco atua com acompanhamento contínuo, tanto documental quanto presencial. “Diferente de bancos comerciais, o BNDES exige o cumprimento integral da finalidade contratual. As liberações de recursos ocorrem conforme o atingimento das metas e resultados definidos no momento da análise”, pontuou.
O secretário estadual de Infraestrutura e Logística, Guilherme Alcântara de Carvalho, ressaltou que as intervenções fazem parte de um esforço coordenado para dar fôlego à malha rodoviária e garantir competitividade ao Estado.
“Essas obras representam desenvolvimento. Conectam as cidades, facilitam o dia a dia de quem utiliza as estradas e fortalecem o escoamento da produção. O Invest Impacto é estratégico para sustentar o crescimento e a logística de Mato Grosso do Sul”, afirmou.
Próximos passos e desafios
O Governo Estadual prepara agora o terceiro relatório de aprovação de projetos (RAP3), que deve incluir novos trechos a serem financiados até o fim de 2025. A expectativa é atingir o teto do contrato com o banco, de R$ 2,5 bilhões, consolidando a maior operação de crédito voltada à infraestrutura rodoviária já firmada pelo Estado.
O Invest Impacto tende a deixar um legado de integração regional e aumento da produtividade, ampliando a competitividade de Mato Grosso do Sul nos corredores logísticos que conectam o Centro-Oeste aos portos do Atlântico e do Pacífico.
Para potencializar o turismo e melhorar o escoamento da produção, o governador Eduardo Riedel entregou nesta terça-feira (22) a tão sonhada obra de pavimentação da MS-352, em Terenos. Ela liga o entroncamento com a BR-262 até a Ponte do Grego, em um trecho de 40 km, que contou com investimento estadual de R$ 86,5 milhões.
“Nos enche de emoção fazer parte deste momento. Inauguramos uma obra tão aguardada pela população. Infraestrutura chegando e o nosso sentimento é de dever cumprido. Podemos ver agora a satisfação dos moradores em trafegar por esta rodovia pavimentada”, afirmou o governador.
Riedel destacou que a obra vai promover integração na região. “Assim a gente contribui com o desenvolvimento e leva dignidade às pessoas, com resultados entregues a população. Mato Grosso do Sul cresce, porque os municípios crescem com a gente, em uma parceria e trabalho conjunto”, completou.
O tão esperado asfalto vai favorecer toda região, tanto do ponto de vista econômico, com redução de custos logísticos de quem produz, assim como segurança e rapidez para o transporte escolar da cidade, que leva os estudantes da zona rural. Sem contar as melhorias de acesso aos serviços essenciais.
A obra foi dividida em dois lotes, sendo o primeiro na implantação do asfalto no trecho do entroncamento BR262/MS-355 ao entroncamento MS-447, que teve investimento de R$ 27,8 milhões, em uma extensão de 15 km. Já o segundo (lote) foram mais 25 km, com aporte estadual de R$ 58,7 milhões.
A MS-352 em Terenos é usada para o escoamento de grãos, transporte escolar e turismo. Também atende o Quilombo Comunidade dos Pretos. Além de promover novas oportunidades de crescimento para a cidade, a pavimentação melhora a conexão com as localidades de Jacobina e Cipolândia, em Aquidauana, e o Distrito de Taboco, em Corguinho.
O prefeito de Terenos, Henrique Wancura Budke, destacou a importância da obra para região e todo apoio do Governo do Estado para realizar este grande sonho da população.
“Serviço bem feito em um projeto que sonhávamos há muito tempo. Promessa que foi cumprida, temos tranquilidade em acreditar nos compromissos do Governo. Valoriza a região e traz novos investimentos para cidade”, descreveu.
Luzia Torres é moradora da região e já sofreu muito com poeira, pista alagada e acidentes no local. A chegada do asfalto é um sonho realizado. “Nunca pensei que o asfalto chegaria aqui, só temos que agradecer ao governador por fazer está obra e realizar o sonho de muita gente. Estamos todos felizes”.
Gestão municipalista
Além de investir na malha rodoviária, o Governo do Estado leva obras infraestrutura para dento dos municípios, por meio do programa MS Ativo. Em Terenos segue em execução a construção da Unidade de Saúde de Urgência, a edificação de 50 novas unidades habitacionais e a universalização do sistema de esgotamento sanitário.
Também já foram definidas as novas obras na cidade, como melhorias dos acessos ao município, assim como pavimentação e drenagem, substituição de pontes e ampliação do sistema de abastecimento de água.
O governador aproveitou a agenda para visitar as obras da Escola Municipal Sandim e do Hospital Municipal da cidade. Ambos têm recursos do Estado.
Leonardo Rocha, Comunicação Governo de MS Fotos: Saul Schramm/Secom
O agente de endemias Anderson Santana acorda cedo, organiza o roteiro e segue para o bairro São Bernardo, em Ponta Porã, região de fronteira do Estado. Além das inspeções e orientações rotineiras, agora ele tem uma nova missão. Desde o ano passado faz a conscientização dos moradores sobre o uso correto da rede de esgoto. Esta ação faz parte do projeto “Saúde, Saneamento e Meio Ambiente”, promovido pela Sanesul (Empresa de Saneamento de Mato Grosso do Sul).
“Informação sempre é bem-vinda. A gente explica aos moradores sobre como utilizar o esgoto da maneira correta, não jogar o que não deve. Muita gente ligava a calha no esgoto e já não faz mais isto. Sempre tem aquele bate-papo, posso jogar o borro de café na pia? Não pode. Caiu o papel higiênico, posso dar descarga? Pode entupir a rede. A água da chuva também excede o limite. As pessoas tiram as dúvidas e como estamos sempre com eles, existe confiança”, explica Santana.
Esta orientação não é feita apenas por ele, mas pelos 220 agentes comunitários (saúde e endemias) de Ponta Porã. Tudo começou em junho do ano passado quando passaram por uma capacitação promovida pela Sanesul (Empresa de Saneamento de Mato Grosso do Sul) em parceria com a prefeitura municipal.
Agentes de saúde e endemias levam orientações aos moradores de Ponta Porã
Eles fazem parte de um projeto pioneiro e sem precedentes, que tem a informação como principal ferramenta para melhorar a saúde pública e contribuir com o meio ambiente. O projeto piloto “Saúde, Saneamento e Meio Ambiente” se tornou referência e até ganhou prêmios por seus resultados práticos.
Após dez meses de implantação do projeto, foi feito um levantamento de indicadores tanto do saneamento, como de saúde pública. Observou-se que houve uma redução de 19% no indicador de extravasamento de esgoto e 12% na incidência desta ocorrência nas ruas, que ocorre por uso incorreto da rede. O período analisado foi de julho de 2023 a abril de 2024, em comparação a julho de 2024 até abril de 2025 (com o projeto em vigor).
Já na saúde teve redução de 97% nas notificações de casos de dengue e chikungunya, levando em contas as 16 primeiras semanas (epidemiológicas) de 2024 e mesmo período em 2025. Assim como queda de 11% nos casos de internação por diarreia aguda (18 semanas epidemiológicas de 2024 e 2025), que tem ligação direta com saneamento básico.
Além da conversa, os moradores também recebem panfletos e cartilhas sobre o uso correto da rede de esgoto. “Os agentes sempre vêm aqui conversar com a gente, recebi a orientação sobre esgoto, até para gente saber. Ficou melhor depois de receber as informações, ficamos por dentro do que pode e do que não pode. A gente aprende muita coisa”, conta Maria Luiza Ovedo, moradora do bairro São Bernardo, em Ponta Porã. Ela nasceu na região de fronteira e mora na cidade faz 24 anos.
Anderson Santana
Maria Luiza Ovedo
Custo zero
Além dos resultados práticos, a economia dos recursos públicos chama atenção, pois o projeto tem praticamente “custo zero” para ser implantado, já que a orientação sobre esgoto ocorre pelos agentes comunitários, que fazem as visitas aos moradores todos os dias. Eles receberam a capacitação e os panfletos explicativos.
“O projeto veio de encontro com a necessidade da gente educar a população com uso correto do esgoto. Assim nós unimos forças entre a Sanesul, nossa parceira MS Pantanal (PPP do Esgoto) e a prefeitura municipal. Os agentes receberam a capacitação e agora levam as informações na casa das pessoas”, explicou Célio Poveda Filho, gerente regional da Sanesul, em Ponta Porã.
Ele destaca que 90% do extravasamento do esgoto nas vias públicas ocorre devido ao mau uso da rede pelos moradores. “Esta utilização correta trouxe benefícios muito grandes, porque quando falamos em cobertura de esgoto e água tratada, falamos de saúde. O projeto já fez um ano, já colheu os frutos deste trabalho, tendo os agentes de saúde e de endemias como atores principais. Eles são fundamentais, têm a confiança e o respeito dos moradores”.
Oscar Cuevas
Célio Poveda
Protagonistas nesta ação, os agentes reconhecem que a conversa e bom diálogo fazem a diferença na hora de informar. “Fiquei bastante contente com esta capacitação, pois a gente teve que aprender, para ensinar às pessoas. Sou bem recebido nas casas graças a Deus, conheci bastante pessoas neste período. Eles têm muitas dúvidas sobre uso do esgoto, como a água da chuva que precisa ir para outro lado. Uma das coisas que aprendi e passo é que não pode jogar o óleo na pia da cozinha, ele é um dos grandes vilões, porque ele entope a rede”, contou Oscar Cuevas, agente de saúde de Ponta Porã.
Cuevas entende que esta orientação reflete na saúde das pessoas. “Nossa missão é prevenir. Eu vim de outra área, estudei seis anos direito no Paraguai e me formei como advogado, mas agora estou na saúde, são áreas diferentes, mas nas duas lidamos com pessoas. O conhecimento das leis também ajuda no meu trabalho. Estou contente com minha atividade”.
Projeto contínuo
Com resultados positivos e economia de gastos, a iniciativa que começou como projeto piloto, agora se tornou contínuo, sem prazo para terminar. Os agentes continuam orientando as pessoas sobre o uso correto do esgoto, com entrega de panfletos e esclarecendo dúvidas.
Isto tem relação direta com a saúde pública. “São 150 agentes de saúde e 70 agentes de endemias que continuam fazendo esta conscientização, não precisa contratar ninguém. Começamos no ano passado nesta parceria de sucesso com o Governo do Estado e Sanesul. Trata-se da saúde e bem-estar das pessoas. Projeto contínuo. Não vai parar, pois a informação precisa ser repetida, sedimentada e consciente, até ficar na cabeça das pessoas”, afirmou o secretário de saúde de Ponta Porã, Daniel Lima Kayatt.
Secretário Daniel Lima Kayatt
Ele destaca que a redução do extravasamento de esgoto nas ruas contribui para o combate à dengue na cidade. “Quando o extravasamento de esgoto estava muito alto, acumula mais água e com períodos de chuva tem uma proliferação de ovos de mosquito da dengue. Mas agora com a redução (extravasamento) os números de caso de dengue estão muito menores do que ano passado. São menos pessoas infectadas, que podem até evoluir para o óbito”.
Referência de sucesso, o projeto pode ser exportado para outras cidades. “Proposta que pode ser implementada em outros municípios. Já tivemos reunião com diretores da Sanesul e secretários de saúde das cidades que estavam presentes. Divulgar o que é bom, projeto que não tem custo, pois é baseado em uma conversa, informação à população”, observou o secretário.
Projeto sendo colocado em prática no bairro São Bernardo
O projeto está tendo o devido reconhecimento. Foi premiado (terceiro lugar) na categoria “Meio Ambiente” do Prêmio Nacional Universalizar e no III Prêmio Ipê Amarelo de Meio Ambiente, promovido pelo CREA-MS (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Mato Grosso do Sul), onde faturou o segundo lugar do certame.
Na avaliação das autoridades levar estas informações de forma acessível e clara à população dá a devida importância ao saneamento básico e a promoção à saúde. A inclusão dos agentes (saúde e endemias) facilita este caminho, já que eles estão dentro das residências e tem a confiança dos moradores.
Leonardo Rocha, Comunicação Governo de MS Fotos: Bruno Rezende/Secom