Com as temperaturas caindo e a estação mais fria do ano chegando, os animais que habitam o Bioparque Pantanal recebem cuidados diários e especiais em dias frios. Sempre focando no bem-estar das espécies, os profissionais do complexo tomam todos os cuidados para que os animais consigam passar essa fase de uma forma tranquila e segura, garantindo a saúde de todos.
Entre os cuidados para manter o clima aconchegante estão aquecedores, pedra quente e até cardápio diferenciado para manter a temperatura do corpo. Conforme explica a bióloga-chefe do empreendimento, Carla Kovalski, quando as temperaturas estão mais baixas, o cuidado deve ser redobrado, pois os animais ficam mais suscetíveis ao aparecimento de algumas doenças, além de ter uma baixa no metabolismo.
“Aqui no Bioparque nós contamos com espaços que chamamos de cambeamentos, utilizamos esses locais quando é necessário realizar algum tipo de manejo nos animais, como o que estamos fazendo nesse período em razão do frio”, explica.
Alguns dos animais do complexo têm um cuidado diferenciado, como a famosa sucuri Gaby Amarantos, os jabutis e os peixes amazônicos. No caso dos jabutis, sempre que as temperaturas ambientais estão mais baixas, eles são levados para esse espaço equipado com papelão adequado, água, alimentação, sistema de aquecimento e controlador de temperatura e umidade. “Tudo isso para que eles fiquem num local seguro e confortável”.
Os simpáticos jabutis também recebem um cardápio apropriado para os dias frios, nesse período são fornecidos alimentos cozidos que irão ajudar os animais na manutenção da temperatura corporal.
Em relação a sucuri Gabi, por ser um réptil que sente calor, diferente dos mamíferos, é necessário proporcionar um ambiente aquecido para ela, para que não tenha uma troca de calor muito grande. “Seu recinto é dotado de uma pedra aquecedora de um metro por um metro, bem potente. Essa pedra faz com que todo o local fique um microambiente com uma temperatura adequada que vai interferir na temperatura da água também”, explica Carla.
A profissional ainda esclarece que muitas vezes a temperatura da água do recinto está mais aquecida do que o próprio ar, por isso que em períodos frios a cobra pode escolher permanecer dentro da água também. “O animal vai ter essa opção de escolha, de ficar na água ou no ambiente, o local mais confortável pra ele. Promovemos um ambiente com opções de escolha”.
Quando o assunto é peixe, a principal pergunta é se peixe sente frio. Na verdade, segundo a bióloga, eles sentem mudanças na fisiologia e no metabolismo, pois a temperatura da água vai ser reduzida. Algumas espécies vão ser mais sensíveis a essas baixas temperaturas e outras mais resistentes.
No Bioparque, na época da composição dos tanques, a estruturação foi pensada considerando a sensibilidade das espécies. Então, todos os peixes que estão nos tanques externos, são peixes que toleram temperaturas mais baixas e que não irão apresentar nenhum tipo de problema em relação a isso.
Já os amazônicos, que são espécies mais exigentes em relação a temperatura da água, os tanques são dotados de sistema de aquecimento que mantém a água entre 27 e 29 graus mesmo nos dias mais frios. “Dessa forma mantemos o bem-estar desses animais, pois a proposta é aproximar o ambiente artificial do ambiente natural o máximo possível. Essas espécies que estão em água mais geladas, elas passam por esse enfrentamento no habitat natural delas também”.
A diretora-geral do Bioparque, Maria Fernanda Balestieri destaca a importância do bem-estar animal e o respeito com as espécies que habitam o local. “Os considerados bons aquários são aqueles que além da manutenção da vida, prezam pela saúde e pelo bem-estar animal. Seguindo esse conceito, nós adotamos as melhores práticas que visam a qualidade, a saúde e o bem-estar, e para isso contamos com profissionais capacitados que desenvolvem protocolos específicos pra cada grupo de animais”, pontua.
Uma píton albina (Python bivittatus) fêmea, com 2,5 metros de comprimento, ganhará uma nova oportunidade de vida no Bioparque Pantanal. O animal exótico será o mais novo habitante do maior circuito de aquários de água doce do mundo nos próximos dias. Uma enquete para a escolha do nome do animal será lançada na página oficial do Instagram do empreendimento.
Impossibilitada de retornar à natureza em razão da perda das suas defesas naturais e por se tratar de um animal exótico, a píton terá um papel importante na educação ambiental, voltado para estudantes e o público em geral, como explica a diretora-geral do Bioparque Pantanal, Maria Fernanda Balestieri.
“O Bioparque desempenha um papel primordial na Educação Ambiental e na conservação da biodiversidade, alinhando-se ao conceito moderno de aquários e zoológicos”, frisa a diretora. Ainda segundo ela, “as serpentes despertam grande curiosidade na população e têm um papel fundamental na ciência, na preservação do meio ambiente e no controle populacional de outras espécies”.
A píton foi resgatada pela PMA (Polícia Militar Ambiental) em um circo no município de Amambai, onde era usada como atração circense até 2023. O uso de animais em apresentações é proibido no estado de Mato Grosso do Sul, conforme a lei estadual nº 3.642/2009.
Considerada uma das maiores espécies de serpentes do mundo, a píton pode atingir até oito metros de comprimento e pesar 100 kg na fase adulta. A espécie é originária do continente asiático e é considerada exótica no Brasil, ou seja, não pertence à fauna local.
Essas serpentes habitam florestas tropicais úmidas, manguezais e planícies alagadas em países como Bangladesh, Camboja e Laos. Apesar de suas grandes dimensões atuais (2,5 metros de comprimento e 8 kg), a píton do Bioparque Pantanal é considerada jovem, com idade estimada em três anos, e pode viver até 30 anos.
Recinto
Para garantir o bem-estar do animal, o recinto foi projetado de acordo com as normas do IBAMA, incluindo substrato adequado, plantas, toca, aquecedor, umidificador, pedra aquecida, lâmpadas uva e uvb e uma área úmida que simula o ambiente natural da espécie.
“A píton não pode ser reintegrada à natureza por se tratar de um animal exótico (originário do sudeste asiático) e por ter passado por um processo de domesticação, o que fez com que perdesse os estímulos selvagens. Nosso trabalho no Bioparque Pantanal é garantir os mais altos níveis de bem-estar animal, proporcionando um ambiente que atenda às necessidades ambientais, fisiológicas e comportamentais da serpente. Mesmo sendo domesticada, buscamos estimular seus comportamentos naturais”, explicou Carla Kovalski, bióloga-chefe do Bioparque e responsável pelo setor de bem-estar animal.
Enquete para escolha do nome
Para comemorar a chegada da nova moradora, o Bioparque Pantanal convida o público a participar de uma votação em sua página oficial no Instagram para escolher o nome da serpente. A enquete estará disponível para votação neste domingo. As três opções de nomes, são inspirados em personagens da literatura brasileira: Capitu, Iracema e Paraguaçu.
Capitu (Maria Capitolina de Pádua Santiago) é uma personagem do romance Dom Casmurro, de Machado de Assis. Ela é descrita como uma mulher enigmática, complexa e marcante.
Iracema é a protagonista do romance homônimo de José de Alencar. Iracema, uma indígena da etnia Tabajara, simboliza a união entre o mundo indígena e o colonizador europeu.
Paraguaçu é uma personagem histórica presente no poema épico Caramuru, de Frei José de Santa Rita Durão. Filha do cacique Taparica, Paraguaçu representa a aliança entre indígenas e europeus durante o processo de colonização.
O Bioparque Pantanal, maior aquário de água doce do mundo, estará aberto em horário especial nos dias 14 e 15 de novembro, das 8h30 às 14h30, com última entrada às 13h30. Na quinta-feira, será ponto facultativo em celebração ao Dia do Servidor Público Estadual. Já na sexta-feira comemora-se a Proclamação da República.
A visita é gratuita e deve ser agendada pelo site oficial do empreendimento que estará de portas abertas para receber o público. Com mais de cinco milhões de litros de água, o ponto turístico é a casa de aproximadamente 40 mil animais.
O Bioparque é uma excelente opção de passeio no feriado, mas vai além do lazer e oferece uma experiência única, proporcionando educação ambiental e popularização da ciência para todas as idades. Quem estiver no local terá a oportunidade de conhecer a famosa sucuri Gaby, jiboia Rachel Carson, a lobinha Delinha e o imponente pintado Adriano.
E para os amantes de inovação e tecnologia, o Bioparque ainda conta com o Museu Interativo da Biodiversidade (MiBio). O local oferece cinema com imagens dos rios de Mato Grosso do Sul, tela interativas, exposição com sons de animais do Pantanal, microscópio e muito mais.
O filme institucional que celebra os dois anos do Bioparque Pantanal foi o grande vencedor da categoria ‘Turismo de Natureza’ no Festival ART&TUR, que ocorre na cidade de Lousã, em Portugal. O evento internacional é referência na área de cinema e turismo.
Com o tema ‘Além da Superfície, o filme’ mostra toda estrutura disponível com mais de 230 tanques e 40 mil animais, mas com foco no encantamento que o lugar traz para quem o conhece, pois além da beleza, tem educação por meio da conscientização ambiental, para que todos conheçam a fauna e flora da região.
Também destaca que o local foi pensado para todos, com acessibilidade, tecnologia, inovação e moderno para saúde e bem-estar dos animais, além de dispor de espaço para pesquisa e o melhor ambiente aos visitantes. Uma junção que desperta o “brilho no olhar” de quem conhece o maior circuito de aquários de água doce do mundo.
Representando o Governo do Mato Grosso do Sul, o secretário-executivo de Comunicação do Estado, Frederico Fukagawa Hozano de Souza, destacou a importância de vencer esta premiação, e assim divulgar cada vez mais o Bioparque para o mundo.
“Esta premiação é um reconhecimento do trabalho produzido, que teve como foco divulgar as belezas do Bioparque Pantanal e ao mesmo tempo mostra como este espaço foi preparado e adequado para receber a todos os públicos, com acessibilidade, modernidade e inclusão”, afirmou o secretário.
A diretora-geral do Bioparque, Maria Fernanda Balestieri, comemorou a vitória. ‘Receber esse prêmio internacional é uma conquista que reforça o impacto do nosso trabalho não apenas na conservação e educação ambiental, mas também na forma como comunicamos a riqueza do Pantanal para o mundo de forma inclusiva. Esse vídeo é uma celebração do nosso segundo aniversário e um reflexo do compromisso de tornar o Bioparque um espaço de conexão entre ciência, natureza e pessoas, inspirando consciência ambiental’, Maria Fernanda Balestieri.
A 17° edição do Festival iniciou no dia 22 e terminou na sexta-feira (25). Considerado um dos mais reconhecidos festivais de cinema de turismo do mundo, ele conta com premiações em várias categorias na área de meio ambiente e ecologia, turismo de natureza, cultura e patrimônio, serviços turísticos, música e dança, esporte e lazer, aventuras e expedições, entre outros.