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Educação

Ansiedade exagerada é “vilã” de estudantes que se preparam para o Enem

Professores alertam que equilíbrio emocional pode ser fator decisivo para aprovação dos alunos

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A quase uma semana do Enem 2022, estudantes de cursinhos preparatórios da capital sul-mato-grossense descreveram a ansiedade como a principal vilã nessa reta final dos estudos. O sentimento, apesar de natural durante a realização de provas de vestibular, se mostra atípico quando comparado aos anos anteriores, durante o mesmo período. O cenário, vivenciado pelos alunos em 2022, retrata as consequências da pandemia de Covid-19 no psicológico dos discentes. Em Campo Grande, 18 mil alunos prestarão a primeira etapa da prova, no próximo domingo (13), 17 mil deles de maneira presencial e 1.115 digital.

O coordenador de um cursinho pré-vestibular Referencial, Edilson Soares da Silveira, de 50 anos, relatou à reportagem que no pós-pandemia a ansiedade dos alunos aumentou assustadoramente.

“Você vê um desequilíbrio emocional em grande parte dos alunos. A gente percebe que muitos estão passando por isso e acredito que esse ano será muito complicado nessa parte”, pontuou.

De acordo com Edilson, nunca houve tanta procura pelo departamento psicológico presente no cursinho preparatório. “Não tem nem agenda. Está sendo muito atípico. Após pandemia ficaram dois anos sem sair de casa, aí de repente sai, começa a estudar, começa a ter toda aquela carga de cobrança que o aluno coloca, e muitos não estão sabendo lidar. Então esse ano vai ser bem puxado nisso”, ressaltou.

Ele evidenciou que os estudantes que conseguirem manter as emoções em níveis adequados poderão se sair melhor no exame. “Aquele aluno que tiver um equilíbrio emocional melhor, eu acredito, que vai se sair muito bem nos resultados. A parte emocional é determinante da aprovação do aluno”, disse.

Aulas remotas – Outro sentimento, responsável pelo desequilíbrio emocional, retratado pelos próprios estudantes e professores é a insegurança trazida pelas aulas remotas durante o ano de 2021.

A professora de biologia de outro cursinho, o Morenão, Marcelle Aiza Tomas, de 38 anos, afirmou que a sensação esteve presente durante o início da jornada de estudos dos alunos e impactou diretamente no desempenho deles. “ Eles estão bastante ansiosos, no início a gente tinha um pouco mais de insegurança, por conta da pandemia, eles não se sentiam tão preparados, principalmente aqueles que passaram boa tarde do ano em aulas remotas. Agora acredito que estão mais ansiosos que inseguros,  eu diria até um pouco mais confiantes”. frisou.

Larissa Simão Pereira, de 18 anos, é aluna no local e pretende cursar Medicina Veterinária. Ela revelou que na última semana de estudos antes da prova tem apostado na revisão de pontos que têm mais dificuldades. A estudante dedica até 10 horas do dia para os assuntos cobrados na prova. “Estou fazendo bem mais questões, antes focava muito em estudar o conteúdo, mas agora estou fazendo mais questões e listas. Esse ano fui bem. Pretendo ir para a UFMS.

Luiz Eduardo, 17 anos, ainda está no último ano do ensino médio e quer cursar história ou jornalismo. Ele comentou o quanto foi complicado entrar no cursinho. “Meu ano começou caótico porque não sabia estudar, vim de escola pública. Aí vi que tinha que saber estudar direito, que não é só memorizar, vi que não sabia, principalmente em exatas. Eu bato até o momento que consigo entender. Quero UFMS e UCDB, estou confiante agora, mas muito preocupado com o tema da redação. Tô com medo mesmo”, comentou.

Estudos – As estudantes  Monique Marie, de 22; Sarah Passarinho, de 21; Lívia Menani, de 19 anos e Ana Letícia Fonseca, 20 anos, também estão se preparando para prestar a prova do Enem na próxima semana. O curso desejado? Medicina! Elas revelaram que já vêm tentando passar no vestibular para área há três anos. Algumas até quatro. É o caso de  Sarah. “Faço cursinho faz um tempo, há 4 anos, já me conheço como fico, isso ajuda, então é tentar revisar e tentar ficar com o mental bom. Porque o que não fizemos em um ano não vamos fazer em uma semana”, pontuou.

Na ocasião, as alunas estavam na parte externa do cursinho, em um ambiente de gramado, e ressaltaram a importância de buscar maneiras de desacelerar. ”Estar aqui fora é meio terapêutico e difícil de acontecer. Aqui dá uma relaxada. Lá dentro está todo mundo tenso, mesmo que não estejam estudando, você olha para o lado e só vê o povo nervoso”, comentaram Lívia e Ana Letícia.

Monique Meire acrescenta que agora é  hora de confiar no processo e dar uma descansada e explicou o impacto de estar há mais de três anos no cursinho. “Muitas vezes você faz um exercício e não sabe. Eu cheguei no meu primeiro ano bem crua, não sabia quase nada. Aí é natural eu precisar de um segundo ano. Agora no 4 ano eu já vi  quatro vezes, então é muito mais pressão.

Já Lívia Menani, contou que no decorrer dos anos os alunos aprendem a olhar além dos estudos e pensar em estratégias de como ingressar na universidade desejada. “Quando entram aqui só sabem que tem que estudar. Agora a gente tem que pensar em média, concorrência, em cota, em como funciona, então é muita coisa e muita pressão. Na última prova, a diferença da primeira pessoa que entrou para a última era de 5 pontos, são 40 vagas e 5 pontos. E quanto mais tempo você passa no cursinho, mas claro isso fica pra você”, finalizou.

No grupo de estudos, Larissa Jurca, de 17 é a única que foge ao desejo da medicina, ela quer cursar direito e disse que a pressão também acontece com ela, mas que é importante apostar nos exercícios físicos e respeitar descansos. “se você dá um geral  todo mundo está assim, à flor da pele, briga chora à toa”, disse.

Elas ressaltam que na reta final para a prova, chegam a dedicar até 12 horas do dia estudando.

Redação – A professora de redação do Lorhaine Felipe do Amaral, de 38 anos, também visualizou o cenário de insegurança e ansiedade presente nos alunos. “Esses alunos estarão realizando uma prova com uma certa insegurança, pois passaram por grandes turbulências nas aulas remotas nestes dois anos de pandemia. O medo existe porque eles não sabem ao certo se o terceiro ano foi o suficiente para prepará-los para os exames. Apesar das aulas seguirem normalmente em 2022, o medo sempre ronda por saberem que a preparação poderia ter sido melhor sem a pandemia”.

Ela também revelou já ter palpites de temas que poderão cair na redação do ENEM neste ano, sendo: violência doméstica contra crianças e adolescentes no Brasil; Insegurança alimentar; turismo sustentável; inclusão digital de idosos; avanços e desafios do mercado de trabalho; imunização infantil, educação financeira e questões climáticas/lixo eletrônico.

A professora também deu dicas sobre a preparação para prova de redação. “É importante salientar aos candidatos que pensar nos eixos temáticos, por exemplo, meio ambiente, questões sociais, cidadania, tecnologia e cultura é sempre uma boa alternativa para revisão de repertório de véspera”, finalizou.

Prova online –  Sobre a versão digital da prova, a professora Marcelle acrescentou que o aluno deve fazer o exame com calma e com mais atenção. “ O aluno que vai fazer a prova online, ele precisa de muita atenção e muito foco, ler com muita calma, sem pressa.

Então no sentido de correção da prova creio que seja mais ágil, só que o que eu tenho observado como professora é que os alunos quando fazem online eles  realizam mais rápido, ficam mais ansiosos. Por isso digo que a prova online é um risco para àqueles que não tem autocontrole”, terminou.

(Fonte: CampoGrandeNews. Foto: Divulgação)

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Educação

8ª Expocampo destaca práticas pedagógicas de alunos das escolas do campo da REME

De acordo com o secretário municipal de Educação, Lucas Bitencourt, a Expocampo é um encontro que une gerações.

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A 8ª Expocampo foi realizada na tarde desta sexta-feira (22), na sede do Sindicato Rural de Campo Grande, reunindo cerca de 250 alunos de seis das oito escolas do campo da Rede Municipal de Ensino (REME).

Neste ano, o evento teve como tema central as práticas pedagógicas, com estandes que exibiram maquetes, meliponários, sabonetes feitos com ervas e plantas medicinais, doces artesanais da área rural, entre diversas outras apresentações.

De acordo com o secretário municipal de Educação, Lucas Bitencourt, a Expocampo é um encontro que une gerações. “Queremos os alunos do campo no campo, e incentivamos isso por meio das práticas desenvolvidas nas nossas escolas, potencializando a agricultura em Mato Grosso do Sul, no Brasil e em Campo Grande”.

Para o chefe da Divisão de Políticas Específicas de Educação, Felipe Augusto da Costa Souza, o evento é uma oportunidade para os alunos mostrarem o trabalho desenvolvido ao longo do ano. “Nesta edição, o tema escolhido foi práticas pedagógicas, então, tudo o que foi produzido em sala de aula com os professores é trazido para ser apresentado aqui”, explicou.

O vice-presidente do Sindicato Rural, José Eduardo Monreal, destacou a importância de sediar a Expocampo. “É motivo de orgulho. Ficamos felizes ao ver jovens alunos que se dedicam a nos explicar com tanto amor e empenho tudo o que aprendem em sala de aula”.

Alunos em Destaque

Rafael Pimentel, aluno do 7º ano da Escola Municipal Isauro Bento Nogueira, apresentou a exposição sobre meliponários e demonstrou domínio total do assunto. Ele estuda sobre abelhas e colmeias desde o ano passado. “Eu gosto de acompanhar todo o processo de como acontece a produção do mel, é muito interessante”, afirmou.

As alunas do 4º ano da Escola Municipal Leovegildo de Melo, Alice Gomes, Nathalia Giliade e Maria Luiza dos Santos, apresentaram o projeto Delícia das Mandiocas. “A professora nos ensinou os benefícios da mandioca e o que é possível produzir com ela. Fizemos pães, bolos, biscoitos, tudo usando mandioca”, explicaram entusiasmadas.

As alunas Alice, Nat e Maria. Foto: Divulgação/Semed

Ana Lia Teodoro, aluna do 7º ano da Escola Municipal Agrícola Barão do Rio Branco, confeccionou uma maquete sobre a criação de suínos na escola e o manejo dos chiqueiros. “Na maquete, dividimos certinho as matrizes, os reprodutores, o espaço onde ficam e o que comem. Na nossa escola tem chiqueiros, e aprendemos as práticas de criação, o que é muito interessante”, relatou.

Já a aluna da Escola Municipal Darthesy Novaes Caminha, Helena Fenero, do 5º ano, apresentou o que aprendeu nas aulas sobre ervas medicinais. “Estudamos temperos e economia. A professora comprou temperos para que conhecêssemos de perto. Fizemos sal grosso, sal fino e tempero para churrasco. O mais legal é que aprendemos também sobre contas e economia com essa atividade”, destacou a aluna.

 

(Com assessoria. Fotos: Divulgação)

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Educação

MGI anuncia o adiamento da divulgação do resultado final do CNU

Um novo cronograma será divulgado nesta quinta-feira (21)

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O Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI) informou, nesta quarta-feira (20), o adiamento da divulgação do resultado final do Concurso Público Nacional Unificado (CPNU), inicialmente prevista para ocorrer nesta quinta-feira (21).

Segundo a pasta, um novo cronograma será divulgado amanhã. “As atualizações e informações oficiais continuarão sendo publicadas na página oficial do CPNU”, acrescentou a pasta, em nota.

Decisão judicial

No início do mês, a Justiça Federal do Tocantins determinou a reversão da eliminação dos candidatos que preencheram de forma incorreta o cartão de respostas da prova. A decisão atende a um pedido do Ministério Público Federal que questionou a eliminação de quem não marcou corretamente o tipo da prova no gabarito, mas transcreveu a frase exigida no edital.

Para o Ministério Público, os fiscais orientaram os candidatos de maneira equivocada, sem alertar a necessidade de marcar o tipo da prova no gabarito. Segundo o juiz Adelmar Aires Pimenta, o candidato não pode ser eliminado do concurso caso tenha executado pelo menos uma das medidas previstas de segurança.

Questionada, a assessoria do MGI não confirmou se esse foi o motivo do adiamento anunciado nesta quarta-feira.

Próxima etapa

Após a divulgação dos resultados finais, a próxima etapa do certame será a de convocação para posse dos aprovados e de realização de cursos de formação.

Quem inicialmente não tiver nota suficiente para passar nas vagas imediatas do concurso nacional, poderá compor o banco de candidatos aprovados em lista de espera, para futuras convocações.

As provas foram aplicadas em 18 de agosto, em 228 cidades de todas as unidades da federação, após três meses de adiamento devido às chuvas que atingiram o Rio Grande do Sul, nos meses de abril e maio.

De acordo com o MGI, a abstenção nos dois turnos de provas foi de 54,12% dos mais de 2,14 milhões de inscritos, o que correspondeu a 970.037 pessoas presentes na aplicação em dois turnos de provas, em agosto.

(Fonte: Agência Brasil. Foto: Reprodução)

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Educação

Governador Riedel recebe alunos de escola estadual de Paranhos

Para os alunos, o projeto contribuiu de forma prática para o aprendizado na área da sociologia.

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Como parte do projeto pedagógico escolar ‘Educação política, o preparo do cidadão para o pleno exercício da cidadania’, os alunos do 3° ano do ensino da Escola Estadual Santiago Benites, em Paranhos, participaram de um encontro com o governador Eduardo Riedel.

“Nós temos que olhar a política sob a perspectiva de que há um espaço para construir uma sociedade melhor. Vocês são alunos de uma escola estadual, quem financia vocês é o contribuinte, as pessoas que pagam seus impostos, não é o Governo. Foi a política que conseguiu trazer muitas coisas boas”, disse o governador durante a conversa com os alunos.

O encontro, com a presença do secretário Rodrigo Perez (Segov), aconteceu na tarde desta terça-feira (19), em Campo Grande, onde os alunos também assistiram uma sessão na Alems (Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul).

A professora de Sociologia Adriana Bronzim, responsável pelo projeto concluído com a visita ao governador e na Alems, explicou que a ação surgiu a partir da observação do currículo da disciplina para o terceiro trimestre.

“Trouxe muito a questão do que é Estado e do que é política. Pensando nisso eu tive a ideia de trabalhar de uma forma diversificada, mais dinâmica, em que pudesse ampliar muito mais o conhecimento dos alunos sobre a política. E também mudar a forma que eles pensam ou lidam com a política”.

Para os alunos, o projeto contribuiu de forma prática para o aprendizado na área da sociologia.

“Foi muito bom, porque explorou uma parte da política que a gente não tem contato. Enquanto jovens tudo o que a gente vê sobre política é o que os nossos pais falam e o que a gente vê na internet. Muitas vezes a gente acaba se mantendo muito presos a esses conceitos, somos influenciados a pensar na política de maneira errada, apenas como um ato que acontece a cada dois anos. Mas não é assim, porque é um processo sobre você participar ativamente enquanto cidadão”, disse a aluna Júlia Gabriella Brisqueleal, 17 anos.

Estudante do período noturno, Anny Karolainy de Oliveira, de 17 anos, acredita que a forma como o conteúdo foi conduzido ajudou muitos alunos e compreenderem melhor seus direitos e deveres.

“Eu estudo a noite, com produtores rurais, pessoas que trabalham durante o dia, indígenas. E muitos não conhecem seu poder como cidadãos, seus direitos. Tanto eu como o pessoal da minha turma, da minha escola, aprendemos sobre formas de governo, legislação e o que é verdadeira política”.

O diretor da EE Santiago Benites, Hélio José dos Santos, também pontuou sobre a importância do envolvimento dos alunos com o projeto, que será mantido no próximo ano letivo.

“Com certeza, esse projeto vai ter continuação na escola, porque a gente entende que dessa forma ampliamos o conhecimento do aluno como cidadão, para que possa correr atrás dos seus direitos e, enfim, melhorar o conhecimento e melhorar a comunidade local, onde se vive. E tornar o aluno realmente um protagonista, um cidadão consciente de que a política faz parte da nossa vida, da sociedade, e que a gente precisa ter essa consciência”.

O projeto pedagógico escolar ‘Educação política, o preparo do cidadão para o pleno exercício da cidadania’, foi desenvolvido durante o 3º bimestre do ano letivo. O tema integra a organização curricular de Mato Grosso do Sul e trabalha com os estudantes o conhecimento sobre as formas de governo, o Estado e o que é cidadania.

“Hoje, desde o momento que nós chegamos aqui (em Campo Grande), já fizemos a visita também na Assembleia, e durante as aulas que nós tivemos, pude observar essa mudança neles, na forma de pensar, de agir, de ver a política de uma forma diferente, não só aquela política partidária, mas uma política mais social, cidadã, igualitária”, explicou a professora Adriana Bronzim.

(Com assessoria. Fotos: Divulgação)

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