A pandemia do coronavírus trouxe diversos reflexos nos setores da saúde pública, entre eles, no aleitamento materno exclusivo. A Secretaria de Estado de Saúde (SES) realiza a campanha ‘Agosto Dourado’, que simboliza a luta pelo incentivo à amamentação que garante a sobrevivência, saúde e bem-estar das crianças e suas famílias. Para este ano, o tema da campanha é “Proteger a amamentação: uma responsabilidade de todos”. Assim, a SES realiza hoje (4), às 8h30, o ato simbólico em parceria com a Maternidade Cândido Mariano sobre o Aleitamento Materno. O evento acontece na unidade hospitalar.
Segundo dados do Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica (SISAB), Mato Grosso do Sul apresenta diminuição no aleitamento materno exclusivo. Quando comparado 2019 com 2020, a queda chega a 58,79%, mostrando que a Covid-19 pode ter influenciado neste resultado.
Mesmo em tempos de Covid, a amamentação é essencial para os bebês, como destaca o secretário de Estado de Saúde, Geraldo Resende. “O leite materno é indispensável para o bebê. Ele sacia a fome e impulsiona o viver de uma criança. A recomendação mundial é de que o aleitamento deve ser exclusivo até os seis meses e complementado com a adição de alimentos variados até os dois anos ou mais. Por isso, precisamos garantir este ato, afinal, proteger a amamentação é uma responsabilidade de todos”.
Para a técnica da Atenção à Saúde da Criança e do Adolescente da SES, nutricionista Aline Janaina Giunco, após um ano da pandemia, o Ministério da Saúde apresentou novas recomendações quanto a amamentação, inclusive de mamães contaminadas pela Covid-19. “É importante que a mãe e a família esclareçam todas as dúvidas com os profissionais de saúde, e estes deem todo o apoio necessário, independente da mãe e ou bebê sejam suspeitos de caso de Covid ou não”.
Segundo a nota técnica do Ministério da Saúde, às mães que estiverem assintomáticas para Covid-19 devem utilizar medidas preventivas como: usar corretamente a máscara em todo o tempo que se estiver amamentando; a máscara deve ser trocada a cada nova mamada; higienizar as mãos corretamente por 20 segundos antes de pegar o bebê ou objetos como mamadeiras ou bombas de leite; evitar falar durante as mamadas; evitar que o bebê toque o rosto ou a máscara da mãe e higienizar corretamente todos os objetos que vão até a boca do bebê. Vale ressaltar que a mãe quando infectada deve estar em condições clínicas adequadas para amamentar.
Para as mães infectadas ou com suspeita a recomendação é usar máscara cobrindo nariz e boca; higienizar as mãos e mamas e desinfetar objetos compartilhados; em caso de parturientes (mães que acabaram de parir), deixar o leito da mãe a um metro do berço do bebê; para mães internadas em UTI, é recomendado que o leite seja extraído e oferecido ao bebê por uma pessoa saudável.
Porém, nestes casos o Ministério da Saúde faz uma ressalva para que em casos confirmados, é adequado que outra pessoa em quem a mãe confie fique responsável nos cuidados pela criança. Já em caso de puérperas não estáveis, é melhor aguardar a melhora clínica para prosseguir com a amamentação. A doação de leite humano por mães que estejam infectadas ou com sintomas gripais não é permitida. Somente após a melhora é que a doação poderá ser feita.
Amamentação, um ato de amor
Mãe de gêmeos, a enfermeira Francieli Pires Shimoya, de 35 anos, que gerencia a Rede Cegonha da SES, afirma que se sente realizada, enquanto mãe, esposa e profissional. Inicialmente relata que a descoberta de gêmeos em 2019 foi um susto mais que ao final tudo ocorreu como o esperado. O nascimento dos bebês veio justamente com o período de pandemia e com isso muita coisa precisou ser restrita para a segurança das crianças.
“Eles nasceram em plena pandemia e ficamos muitos restritos, não recebemos visitas e a minha rede de apoio ficou restrita somente aos meus familiares que me deram todo o apoio – meu marido e meus sogros – foram de extrema importância e sem eles não seria possível os cuidados com os bebês e comigo também”, explica a Francieli.
Sobre os desafios da maternidade Francieli relata: “A persistência e a força de vontade precisam estar juntas. Amamentar é um ato de amor, de doação, de esforço. Quem disser que é moleza, que será fácil o papel de mãe, que será um mar de rosas a maternidade e a amamentação esta pessoa estará omitindo muitas coisas, mas uma coisa não irá esconder, o ato de amor que é amamentar”.
Já para Mel Ferreira conta que foi difícil o início da amamentação e que encontrou ajuda graças as leituras e também no apoio da família para enfrentar os desafios de ser mãe de primeira viagem. “Acredito que temos que ter muita paciência e pensarmos na saúde do nosso bebê. No começo tudo parecia mais difícil, mas com o passar dos dias fui me adaptando. Quanto a amamentação não é uma coisa fácil, mas temos que insistir e procuramos nos alimentar muito bem para que a saúde do bebê e a minha esteja 100%”.
Sobre a pandemia relata que mantém os cuidados redobrados até hoje. “Tenho me cuidado muito, pois sou a pessoa que tem mais contato com o bebê e penso que todas as mamães precisam se cuidar, mais ainda pela a saúde dos bebês. Mesmo tendo as vacinas, a pandemia é uma coisa que não se brinca. Temos que nos cuidar e evitar que qualquer pessoa pegue o bebê no colo. Por enquanto, só saio de casa quando necessário mesmo”.
O ato simbólico realizado pela SES e pela Maternidade Cândido Mariano sobre o aleitamento materno contará com a presença do Secretário de Estado de Saúde, Geraldo Resende, a diretoria da Maternidade Cândido Mariano e do Instituto de Pesquisas, Ensino e Diagnósticos (IPED/APAE) de Campo Grande e além representantes dos demais hospitais de Campo Grande e da SES/MS.
(Com assessoria. Fotos: Divulgação)