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Verde / Sustentável

Reflorestamento na nascente do córrego Joaquim Português já apresenta resultados expressivos

Atualmente, a área restaurada apresenta sinais claros de revitalização, com diversas árvores plantadas começando a florescer pela primeira vez.

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Após décadas de degradação, a nascente do córrego Joaquim Português, localizada no Parque das Nações Indígenas, em Campo Grande, sofreu um intenso processo de erosão que comprometeu tanto a área da nascente quanto o Lago Maior, um dos principais pontos turísticos da cidade.

A erosão e o escoamento de sedimentos prejudicaram gravemente a fauna e flora locais, agravando o problema de assoreamento do lago, que fica cerca de dois quilômetros abaixo da nascente. Contudo, o projeto de reflorestamento conduzido pelo Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) tem gerado resultados impressionantes.

Atualmente, a área restaurada apresenta sinais claros de revitalização, com diversas árvores plantadas começando a florescer pela primeira vez. Esse marco demonstra que as medidas de recuperação implementadas foram eficazes e que a vegetação local está retomando seu curso natural, indicando um futuro promissor para o ecossistema do local.

No projeto de reflorestamento na nascente do córrego Joaquim Português, foram plantadas espécies nativas do Cerrado, como angico branco, angico preto, ipê amarelo, ipê branco, ipê rosa, ipê roxo, jacarandá mimoso, manduvi, pindo e ingá.

Esse cuidado na escolha das espécies teve como objetivo não apenas restaurar a vegetação, mas também garantir que ela fosse compatível com as condições climáticas e do solo da região.

Algumas dessas árvores já estão florescendo, o que é um sinal claro da adaptação das plantas e do sucesso da intervenção ambiental. A floração precoce é uma evidência de que o ecossistema está voltando ao equilíbrio, pois essas árvores começam a cumprir seu papel ecológico, fornecendo sombra, abrigo e alimento para a fauna local.

O projeto de recuperação, que contou com um investimento de R$ 4.765.214,44, oriundos de compensação ambiental, foi fundamental para a reabilitação da nascente.

Entre as principais intervenções, destaca-se a reversão da tubulação de águas pluviais para uma bacia de contenção no outro lado da Avenida do Poeta, além da reconformação dos taludes que haviam sido gravemente erodidos.

Redução dos sedimentos

A quantidade de sedimentos que antes era arrastada para o Lago Maior do Parque das Nações Indígenas tem diminuído progressivamente desde o início do projeto de reflorestamento e recuperação da nascente do Córrego Joaquim Português. Essa redução é um dos indicativos mais expressivos da eficácia das medidas adotadas.

Os lagos de contenção de sedimentos, construídos estrategicamente ao longo do curso d’água, estão desempenhando um papel crucial nesse processo. Localizados abaixo da área de intervenção, esses lagos atuam como barreiras para o excesso de material que antes descia com a enxurrada.

Antes da implementação do projeto, esses reservatórios enchiam rapidamente após eventos de chuva intensa, exigindo constantes ações de limpeza e manutenção para evitar transbordamentos e novos impactos ambientais no Lago Maior.

No entanto, após as obras de contenção e a recuperação dos taludes e da vegetação, o volume de sedimentos carreados foi substancialmente reduzido. Agora, os lagos de contenção estão levando muito mais tempo para encher suas caixas de retenção, o que demonstra que a erosão na nascente foi significativamente controlada e que o solo da área recuperada está mais estável e protegido.

Essa mudança se deve em grande parte às ações de recomposição vegetal e à instalação de sistemas de drenagem e dissipadores de energia, que controlam o fluxo de água da chuva e reduzem o impacto erosivo nas encostas. Com a vegetação reestabelecida e as raízes das plantas ajudando a fixar o solo, o volume de material solto diminuiu consideravelmente, interrompendo o ciclo de degradação que vinha ocorrendo na área.

“A maior eficiência dos lagos de contenção é, portanto, um reflexo direto da assertividade das intervenções realizadas. O projeto de recuperação ambiental não apenas restaurou a nascente e estabilizou a região erodida, mas também garantiu que os efeitos da erosão fossem mitigados de maneira sustentável, preservando tanto o ecossistema do Lago Maior quanto o equilíbrio do entorno”, explicou Thais Caramori, diretora de Desenvolvimento do Imasul.

Esse controle mais eficaz dos sedimentos é um dos sinais de que a área está se recuperando de forma sólida, resultando em benefícios de longo prazo para a preservação do meio ambiente local e a qualidade das águas.

Desassoreamento e reflorestamento

Desde o início, em 2003, um processo erosivo significativo se manifestou na região, provocando mudanças drásticas na paisagem e afetando o ecossistema local por décadas. Este fenômeno erosivo teve suas raízes em uma combinação de fatores.

À medida que o tempo passou, as consequências desse processo se tornaram cada vez mais evidentes. A erosão não apenas desnudou o solo fértil, mas também alterou a topografia da região, criando ravinas e desfiladeiros que anteriormente não existiam.

A erosão, que se intensificou com o avanço da urbanização ao redor, abriu uma enorme cratera com aproximadamente 140 metros de comprimento, 40 metros de largura em alguns pontos e até 6 metros de profundidade. Uma das medidas mais significativas do projeto foi a remoção de 140 mil metros cúbicos de sedimentos acumulados no Lago Maior, obra realizada em parceria com a Prefeitura de Campo Grande.

O desassoreamento, com um custo de R$ 1,5 milhão, permitiu que o ecossistema aquático se equilibrasse, criando condições mais favoráveis para a fauna local.

Além da recuperação da nascente, foram plantadas 700 mudas de árvores nativas, como jacarandás, essenciais para a recomposição da vegetação da área erodida. As espécies foram criteriosamente escolhidas para se adaptarem ao solo e às condições climáticas da região, acelerando o processo de recuperação.

No início do projeto de reflorestamento na nascente do Córrego Joaquim Português, foram plantadas mais de 700 mudas de espécies nativas do Cerrado. Contudo, devido a fatores ambientais adversos, houve uma perda de aproximadamente 20% dessas mudas. Para compensar essa perda, foram realizadas novas plantações, incluindo 150 mudas de angicos, ipês, copaíba e cumbaru, fortalecendo o processo de recuperação da área.

Entre os desafios contínuos enfrentados na restauração está o controle de plantas invasoras, como a braquiária e o colonião, que competem por recursos e espaço com as mudas nativas. Além disso, as longas estiagens que vêm ocorrendo desde 2023 agravam a situação, dificultando o desenvolvimento saudável das plantas.

Para mitigar esses impactos, medidas estratégicas foram adotadas. Uma delas foi a manutenção de plantas pioneiras como o fedegoso gigante e a mimosa dormideira, que são essenciais para fornecer sombreamento às mudas mais jovens, protegendo-as do sol intenso e criando um ambiente mais favorável para seu crescimento.

Além disso, o uso de material orgânico, como restos de coco verde e bagaço de cana, tem sido fundamental para manter a umidade do solo, garantindo que as mudas possam se desenvolver com melhores chances de sobrevivência, mesmo em períodos de seca. Essas técnicas ajudam a conservar a água no solo e oferecem suporte adicional para a vegetação em recuperação, reforçando o sucesso a longo prazo do projeto de reflorestamento.

A restauração da nascente do Córrego Joaquim Português faz parte de um esforço contínuo para solucionar, de forma definitiva, o problema do assoreamento que há anos afeta o lago maior dentro do Parque das Nações Indígenas.

“Além da recuperação da flora, também estamos notando o retorno da fauna. Já encontramos animais como cobras, antas, quatis e várias espécies de pássaros. Estamos utilizando técnicas de nucleação para auxiliar no processo, e também aproveitando doações de bagaço de cana para ajudar na retenção de umidade nas mudas. Além disso, temos utilizado cocos secos e verdes para combater formigas, que preferem atacar a popa que fica dos cocos em vez das folhas das mudas”, explicou Adriana Damião, fiscal ambiental do Imasul.

Adriana explicou também que algumas pessoas acham que algumas plantas que estão no local, morreram, mas isso não é. “Os fedegosos gigantes, que foram pioneiros nesse processo, ajudaram a fornecer sombra para as mudas que agora estão se desenvolvendo”, conclui. A manutenção no local é realizada duas vezes na semana.

Reaproveitamento

A equipe de manutenção da área utiliza cascas de coco, recurso abundante e biodegradável que vendedores da região inutilizam, após extrair a água, que possui excelentes propriedades de retenção de água no solo.

Ao serem aplicadas na superfície, elas formam uma camada protetora que reduz a evaporação da umidade, mantendo a terra mais fresca e úmida por períodos mais longos. Além disso, as cascas de coco também contribuem para a aeração do solo, permitindo que as raízes das plantas respiram adequadamente.

O bagaço de cana, por sua vez, frequentemente também subestimado, mas que possui um valor agronômico significativo. Ao ser incorporado ao solo ou utilizado como cobertura, o bagaço de cana não só ajuda a reter a umidade, mas também melhora a estrutura do solo, aumentando sua fertilidade. A decomposição do bagaço fornece nutrientes essenciais às plantas, favorecendo seu crescimento e desenvolvimento.

Proteção ambiental e resultados duradouros

Esse projeto faz parte de uma série de ações voltadas para a revitalização e proteção do Parque do Prosa, uma unidade de conservação vital para Campo Grande. O diretor-presidente do Imasul, André Borges, enfatizou que a conclusão desse projeto é um exemplo claro do compromisso do Instituto com a sustentabilidade.

“Esse projeto não apenas resolve um grave problema ambiental, mas também reafirma nosso compromisso com a proteção e restauração das áreas verdes da cidade”, afirmou.

A iniciativa bem-sucedida demonstra como ações planejadas e coordenadas podem reverter processos de degradação ambiental, protegendo unidades de conservação dos impactos da urbanização desordenada.

O sucesso do projeto reforça a importância da integração entre o poder público e os órgãos ambientais para garantir um futuro mais sustentável e equilibrado para as próximas gerações.

(Com assessoria. Fotos: Divulgação)

Verde / Sustentável

Mato Grosso do Sul amplia referência em qualidade do ar com planos para novas bases de monitoramento

O diretor-presidente do Imasul, André Borges, destacou a importância do trabalho.

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O monitoramento da qualidade do ar em Mato Grosso do Sul tem se tornado uma referência graças à operação da Rede de Monitoramento da Qualidade do Ar (RMQAr), coordenada pelo Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul). Como parte de sua estratégia de expansão, o instituto planeja instalar mais três bases de monitoramento, ampliando a abrangência e a eficácia do sistema no Estado.

A rede está estrategicamente localizada em áreas com alta concentração industrial para acompanhar as emissões atmosféricas e promover a gestão ambiental no Estado.

Atualmente, a RMQAr conta com quatro Estações de Monitoramento da Qualidade do Ar (EMQAr): três em Três Lagoas e uma em Ribas do Rio Pardo. Todas estão em plena operação e fornecem dados em tempo real ao Imasul.

Essas informações são acessíveis ao público por meio do aplicativo MonitorAr, desenvolvido em parceria com o Ministério do Meio Ambiente (MMA). Além disso, boletins diários, mensais e relatórios anuais são disponibilizados no site oficial do instituto.

O monitoramento é realizado pela captação pela EMQAr das concentrações médias móveis de poluentes a cada hora e enviam as informações diretamente para o webservice do Imasul. Em seguida, os dados são encaminhados ao MMA, que calcula o Índice de Qualidade do Ar (IQAr). Esses índices são divulgados no MonitorAr, enquanto a equipe técnica do Imasul elabora relatórios detalhados para subsidiar políticas públicas e ações de gestão ambiental.

O diretor-presidente do Imasul, André Borges, destacou a importância do trabalho.

“O monitoramento da qualidade do ar é uma ferramenta essencial para garantir que as atividades econômicas do Estado, principalmente nas áreas industriais, sejam desenvolvidas de forma sustentável. Estamos comprometidos em ampliar a transparência das informações e em assegurar a saúde ambiental para a população de Mato Grosso do Sul”.

Planos de expansão

A RMQAr será ampliada para abranger outras regiões de Mato Grosso do Sul, com a instalação de novas estações que serão integradas ao sistema. Assim, mais localidades poderão acompanhar a qualidade do ar em tempo real pelo aplicativo e no site do Imasul.

A expansão contempla a instalação de novas estações em cidades estratégicas, como Três Lagoas, Ribas do Rio Pardo e Campo Grande, permitindo que mais regiões tenham acesso ao acompanhamento da qualidade do ar em tempo real.

Interessados podem acessar o monitoramento em tempo real por meio do link: MonitorAr. Já os boletins e relatórios estão disponíveis em: Imasul – Qualidade do Ar.

O diretor de Licenciamento do Imasul, Luiz Mario, reforçou a importância da expansão: “Estamos avançando na implantação de novas estações, sempre priorizando áreas estratégicas que necessitam de um acompanhamento mais detalhado. Essa ampliação permitirá a adoção de políticas ainda mais eficazes para controle das emissões e proteção”.

Controle das emissões veiculares

Além da RMQAr, o Estado trabalha na atualização do Programa de Controle da Poluição Veicular (PCPV). Em fase de conclusão, o programa visa diagnosticar as emissões automotivas no Estado e propor estratégias para mitigar os impactos causados por veículos.

A soma dessas iniciativas reforça o compromisso de Mato Grosso do Sul com a preservação ambiental e a qualidade de vida da população, ao garantir maior controle sobre as emissões atmosféricas e ampliar a transparência das informações ambientais.

(Com assessoria. Foto: Divulgação)

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Verde / Sustentável

Com recursos próprios, Sanesul amplia área de cobertura de esgoto em Bodoquena

A ampliação da rede em Bodoquena é mais um marco desse trabalho, mostrando que cada obra conta para a transformação de vidas e a preservação do meio ambiente.

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Com investimentos próprios no valor de R$ 655 mil, a Sanesul (Empresa de Saneamento de Mato Grosso do Sul) segue ampliando a cobertura de esgotamento sanitário no município de Bodoquena, que já conta com uma área atendida de 87,45%.

O novo projeto prevê a instalação de 932,43 metros de rede coletora de esgoto, a execução de 62 novas ligações domiciliares e a construção de uma Estação Elevatória de Esgoto (EEEB Sol Nascente), uma estrutura essencial para melhorar a eficiência do sistema de saneamento básico.

A ordem de serviço foi assinada no último dia 5 de novembro pelo diretor-presidente da Sanesul, Renato Marcílio, e pelo diretor de Engenharia e Meio Ambiente, Leopoldo Godoy do Espírito Santo, além de representantes da empreiteira responsável pelas obras.

O prazo estimado para a conclusão dos serviços é de seis meses, a partir da emissão da ordem de serviço.

A iniciativa faz parte do compromisso do governo de Mato Grosso do Sul, por  meio da Sanesul, de universalizar o saneamento básico nos 68 municípios onde detém a concessão dos serviços públicos de abastecimento de água e esgotamento sanitário.

Segundo o diretor-presidente Renato Marcílio, “o investimento no saneamento é um reflexo direto do objetivo de proporcionar mais saúde, qualidade de vida e preservação ambiental para os moradores de Mato Grosso do Sul”.

Além de atender demandas específicas de Bodoquena, o projeto reforça a meta de universalização do saneamento básico estabelecida pelo novo marco regulatório do setor, uma prioridade para o governador Eduardo Riedel, que busca antecipar os prazos previstos, de 2033 para 2031.

Bodoquena está entre as 16 cidades do estado que alcançaram a universalização do sistema de esgoto.

Benefícios do saneamento

Investir em saneamento básico é fundamental para reduzir a incidência de doenças relacionadas à falta de infraestrutura adequada, como diarreia e infecções respiratórias.

A ampliação da rede de esgoto também contribui diretamente para a preservação ambiental, evitando o despejo inadequado de resíduos nos corpos hídricos e protegendo os recursos naturais que são fundamentais para o desenvolvimento sustentável.

Além disso, o avanço no saneamento estimula o crescimento econômico local, promovendo mais qualidade de vida para os moradores e valorizando os imóveis das regiões atendidas.

Para os 68 municípios operados pela Sanesul, essas melhorias representam um impacto positivo significativo, com destaque para o aumento na eficiência do sistema de esgotamento sanitário e no uso racional dos recursos hídricos.

A Sanesul tem sido protagonista na gestão do saneamento básico em Mato Grosso do Sul. A empresa, que é referência em eficiência e compromisso, já atingiu altos índices de cobertura tanto no abastecimento de água quanto no tratamento de esgoto nos municípios atendidos. Em muitos deles, como Bodoquena, a universalização está próxima de ser alcançada.

Com um plano de investimentos robusto, que inclui a perfuração de poços, expansão de redes e modernização das infraestruturas existentes, a Sanesul reafirma seu papel como agente transformador, levando saúde, bem-estar e desenvolvimento para os sul-mato-grossenses.

O governo estadual e a Sanesul estão alinhadas às metas nacionais de universalização do saneamento básico, contribuindo para um Mato Grosso do Sul mais saudável, sustentável e preparado para os desafios do futuro.

A ampliação da rede em Bodoquena é mais um marco desse trabalho, mostrando que cada obra conta para a transformação de vidas e a preservação do meio ambiente.

(Com assessoria. Foto: Divulgação)

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Monitoramento confirma adaptação da onça-pintada Miranda ao habitat natural

A operação de 26 horas envolveu cuidados emergenciais ainda no local, com monitoramento contínuo até sua chegada ao CRAS, em Campo Grande.

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A onça-pintada Miranda, resgatada em 15 de agosto no município de Miranda, no Pantanal sul-mato-grossense, e devolvida à natureza em 27 de setembro, recuperada pela equipe do Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) e Hospital Veterinário Ayty de queimaduras graves nas patas, está plenamente adaptada ao habitat natural.

O monitoramento realizado desde sua soltura, com auxílio de um colar VHF equipado com GPS, confirma que a jovem fêmea, de cerca de dois anos, apresenta excelente estado físico e comportamental. O equipamento de rastreamento do Onçafari instalado em parceria com o Imasul permite um acompanhamento detalhado dos movimentos de Miranda, demonstrando que a onça-pintada explora seu território de forma ativa.

Dados divulgados pelo Onçafari para o Imasul indicam que ela alterna entre deslocamentos rápidos e períodos de repouso, que, segundo especialistas, são provavelmente momentos em que se alimenta de carcaças que ela mesma caça.

Além do GPS, imagens captadas via satélite reforçam o sucesso de sua reintegração ao ambiente natural. Seus movimentos ágeis e comportamentos típicos de um predador em plena saúde evidenciam sua boa adaptação ao habitat selvagem.

De acordo com os técnicos envolvidos, o uso do colar de rastreamento é essencial não apenas para compreender os hábitos da onça, mas também para garantir sua segurança. Informações sobre sua localização são mantidas sob sigilo, como medida preventiva contra possíveis ameaças.

Segundo o diretor-presidente do Imasul, André Borges, o caso de Miranda é um exemplo notável do que pode ser alcançado por meio da cooperação entre instituições.

“A história de Miranda é a prova concreta que o conhecimento técnico e parcerias sólidas, conseguimos transformar situações de vulnerabilidade em histórias de sucesso. Acompanhamos com orgulho sua adaptação e reafirmamos nosso compromisso com a proteção da biodiversidade do Pantanal”, destacou.

Já a biolóloga coordenadora do Onçafari, Liliam Rampim, frisou que o sucesso da ação se deve a união de instituições pela mesma causa.

“Apesar de não avistarmos Miranda, uma vez que seu território não corresponde à área de atuação da equipe do Onçafari, é possível afirmar que ela voltou a ser onça de vida livre rapidinho. Através de informações recebidas pelo seu colar é possível afirmar que ela movimenta-se muito bem. Certamente não possui mais sensibilidade em seus membros e explora seu território normalmente. É possível também notar pontos de pausas longas, onde provavelmente alimenta-se de presas capturadas por ela própria. O sucesso da recuperação e devolução da onça Miranda na natureza reforça também a importância da união de diversas instituições trabalhando em conjunto pela mesma causa, em prol do meio ambiente”, explicou.

Resgate e reabilitação

Miranda foi resgatada após ser encontrada com dificuldades para andar, devido a queimaduras nas patas causadas por incêndios no Pantanal. Abrigada em uma manilha, ela foi capturada por uma força-tarefa composta por equipes do CRAS (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres), Gretap, Ibama e PMA (Polícia Militar Ambiental).

A operação de 26 horas envolveu cuidados emergenciais ainda no local, com monitoramento contínuo até sua chegada ao CRAS, em Campo Grande.

No CRAS, Miranda passou por 43 dias de tratamento intensivo. A reabilitação incluiu curativos diários com pomadas cicatrizantes e sessões de ozonioterapia, que aceleraram a recuperação de suas patas. Uma dieta reforçada, composta por até 5 kg de carne por dia, foi essencial para sua recuperação física e ganho de peso.

Miranda passando pelos cuidados da equipe veterinária no Ayty (Foto: Saul Schramm/Arquivo)

De volta à natureza

Após passar pela última bateria de exames no Hospital Veterinário Ayty, Miranda foi solta em uma área cuidadosamente selecionada, oferecendo condições ideais para sua readaptação. A operação contou com a participação de médicos veterinários, biólogos e especialistas de instituições parceiras, em um esforço conjunto para garantir o sucesso da reintegração.

Exemplo de preservação da fauna

A história de Miranda simboliza o impacto positivo das ações coordenadas entre diferentes instituições voltadas à preservação da biodiversidade. Seu resgate e reabilitação destacam a importância do trabalho integrado para proteger a vida selvagem ameaçada por desastres ambientais e ações humanas.

O caso reforça a necessidade de esforços contínuos para garantir que animais afetados por eventos adversos, como queimadas, possam receber uma segunda chance de viver em liberdade, contribuindo para a conservação das espécies no Pantanal.

(Com assessoria. Fotos: Divulgação)

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