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Saúde

Não é só gotinha: entenda como funciona a vacinação contra a pólio

Atualmente, as três primeiras doses da vacina são injetáveis

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Símbolo da vacinação no Brasil, o personagem Zé Gotinha surgiu pela primeira vez no fim da década de 80, encabeçando a luta pela erradicação da poliomielite nas Américas. Na época, a doença, provocada pelo poliovírus selvagem, só podia ser prevenida por meio de duas gotinhas aplicadas na boca das crianças. O esquema de vacinação atual, entretanto, vai além da vacina oral e utiliza ainda doses injetáveis para combater a chamada paralisia infantil.

De acordo com esquema divulgado pelo Ministério da Saúde, as três primeiras doses contra a pólio são injetáveis e devem ser aplicadas aos 2 meses, aos 4 meses e aos 6 meses de vida, conforme previsto no Calendário Nacional de Vacinação. Em seguida, devem ser administradas mais duas doses, conhecidas como doses de reforço, essas sim, orais: uma aos 15 meses de vida e a última, aos 4 anos.

Por esse motivo, a orientação da pasta é que, anualmente, todas as crianças menores de 5 anos sejam levadas aos postos de saúde durante a Campanha Nacional de Vacinação contra Poliomielite para checagem da caderneta e atualização das doses, caso haja necessidade. Mesmo as crianças que estão com o esquema vacinal em dia, mas na faixa etária definida pela pasta, devem receber as gotinhas ou doses de reforço.

Campanha

Este ano, a Campanha Nacional de Vacinação contra Poliomielite começou no último dia 27 e termina nesta sexta-feira (14). Estados e municípios, entretanto, podem prorrogar a campanha em casos de baixa adesão. A meta do Ministério da Saúde, conforme recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), é imunizar pelo menos 95% do público-alvo – cerca de 13 milhões de crianças menores de 5 anos.

Gotinha com dias contados

A partir de 2024, o Brasil passa a substituir gradativamente a vacina oral contra a pólio pela dose injetável, versão inativada do imunizante. Com a mudança, a vacina injetável, já utilizada nas três primeiras doses do esquema vacinal contra a pólio, será disponibilizada também como dose de reforço aos 15 meses. Já a segunda dose de reforço, até então administrada aos 4 anos, deixará de existir.

A substituição foi debatida e aprovada pela Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização (CTAI), que considerou novas evidências científicas para proteção contra a doença. Em nota, o ministério reforçou que a atualização não representa o fim imediato das gotinhas, mas um avanço tecnológico para maior eficácia do esquema vacinal. A dose oral deve ser extinta após período de transição.

“O Zé Gotinha, símbolo histórico da importância da vacinação no Brasil, também vai continuar na missão de sensibilizar as crianças, os pais e responsáveis em todo Brasil, participando das ações de imunização e campanhas do governo federal”, destacou a pasta.

Casos

Dados do ministério indicam que, desde 1989, não há notificação de casos de pólio no Brasil. As coberturas vacinais contra a doença, entretanto, sofreram quedas sucessivas ao longo dos últimos anos. Em 2022, por exemplo, a cobertura ficou em 77,19%, longe da meta de 95%.

(Fonte: Agência Brasil. Foto: Reprodução)

Saúde

Saúde destaca a importância do pré-natal para prevenir partos prematuros e mortes

A iniciativa é um passo fundamental para garantir o acesso a um pré-natal de qualidade, reduzir desigualdades e salvar vidas.

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Muitas gestantes ainda deixam de realizar o acompanhamento médico antes do parto, conhecido como pré-natal, colocando em risco suas vidas e as de seus bebês. Segundo a diretora técnica da Saúde da Mulher da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau), Esthefani Ucha, um dos motivos é a alta taxa de gestações não planejadas. “Hoje no Brasil, 70% dos partos não são planejados, e quando a mulher descobre, já está com 3 ou 4 meses de gestação. Nesse período, ela não conseguiu acompanhar o bebê no início, quando ele mais precisa de atenção”, explica.

Em Campo Grande, todas as 74 Unidades de Saúde da Família oferecem acompanhamento pré-natal gratuito pelo Sistema Único de Saúde (SUS), incluindo consultas médicas e exames clínicos e de imagem. O tema foi debatido nesta quinta-feira (28) durante o IX Simpósio Perinatal Municipal da Rede Alyne, que reuniu profissionais de saúde para discutir o fortalecimento do pré-natal e o combate à mortalidade materna.

A Rede Alyne é o novo programa do Ministério da Saúde, lançado em setembro para substituir a Rede Cegonha. Com foco no atendimento humanizado e na ampliação de recursos, a iniciativa busca reduzir a mortalidade materna, especialmente entre mulheres negras e de baixa renda, disseminando informações e fortalecendo o pré-natal.

Sífilis congênita

Entre os temas do simpósio, destacou-se a sífilis congênita, uma doença transmitida da mãe para o bebê durante a gestação ou o parto. Causada por uma bactéria e diagnosticada por exame de sangue, a sífilis pode ser tratada pelo SUS, independentemente do diagnóstico ser feito na rede pública ou privada.

De janeiro a setembro deste ano, Campo Grande registrou 338 casos de sífilis em gestantes que fizeram o pré-natal. Apesar do acompanhamento, 29% dos bebês nasceram com a doença, segundo dados da Sesau. Quando não tratada, a infecção pode causar partos prematuros, malformações fetais ou até a morte do recém-nascido.

Para combater esses números, o serviço de Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) da Sesau realiza ações constantes de diagnóstico precoce e orientação sobre a importância do tratamento.

Mortalidade materna

Durante o encontro, a secretária municipal de Saúde, Rosana Leite, chamou atenção para os desafios de garantir o acompanhamento das gestantes no SUS. “Estamos oferecendo mais consultas, mas muitas mulheres não têm apoio em casa ou da família nesse momento. Isso dificulta o acompanhamento e favorece o nascimento de prematuros”, pontuou.

Segundo Rosana, o perfil das gestações mudou. “As mulheres estão engravidando mais tarde, e muitas desenvolvem condições como diabetes e hipertensão.” Para minimizar os riscos, as unidades de saúde de Campo Grande têm intensificado as rodas de conversa com gestantes e ampliado os programas preventivos.

Rede Alyne

A Rede Alyne homenageia Alyne Pimentel, uma mulher negra, de origem humilde, que morreu em 2002, grávida de seis meses, devido à desassistência no município de Belford Roxo, na Baixada Fluminense.

O objetivo do programa é reduzir em 25% a mortalidade materna no Brasil até 2027, com uma meta ainda mais ambiciosa para mulheres negras e pardas, entre as quais a redução esperada é de 50%. A maioria das vítimas de mortalidade materna no país tem entre 25 e 34 anos, baixa escolaridade e renda limitada.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a razão de mortalidade materna (RMM) nos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) é de 7 óbitos a cada 100 mil nascidos vivos. No Brasil, esse número é 10 vezes maior, mesmo com 98% dos partos realizados em ambiente hospitalar.

Para mudar essa realidade, um dos pontos centrais da Rede Alyne é o aumento no valor do repasse para estados e municípios. Atualmente, o valor por gestante é de R$ 55 e passará para R$ 144 mensais. O governo federal prevê investir R$ 400 milhões em 2024, com o aporte aumentando para R$ 1 bilhão em 2025.

A iniciativa é um passo fundamental para garantir o acesso a um pré-natal de qualidade, reduzir desigualdades e salvar vidas.

(Com assessoria. Fotos: Divulgação)

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Saúde

Semana do Doador de Sangue: Hemosul supera meta de doações no Dia D

Campanha elaborada pela Rede e veiculada na imprensa e redes sociais atraiu doadores

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O Hemosul de Mato Grosso do Sul celebrou o Dia Nacional do Doador de Sangue com a coleta de 224 bolsas de sangue. O volume arrecadado supera a meta diária de 150 bolsas e reflete o comprometimento da população com a saúde pública e a importância de cada doação para salvar vidas. Nesta quinta-feira (28), o movimento segue positivo e os resultados da adesão à campanha são esperados até o final da semana.

O trabalho de conscientização promovido pelo Hemosul contou com veiculações na imprensa e redes sociais e teve um impacto direto na adesão do público. Ao longo da segunda-feira (25), foi feito o equivalente a 25 cadastros de doadores a cada hora. Devido à alta procura e após a triagem, é como se a cada hora o estoque fosse acrescido de 22 novas bolsas de sangue.

Com isso, o número atingido no Dia do Doador foi satisfatório, levando em conta que a média diária de arrecadação gira em torno de 80 bolsas. Esse esforço coletivo é vital para abastecer os estoques de sangue, fundamentais para pacientes em estado grave, vítimas de acidentes, cirurgias e tratamentos médicos que exigem transfusões.

A coordenadora do Centro, Marina Sawada Torres, agradeceu o engajamento da população e destacou a importância da continuidade da solidariedade: “Superar a meta no Dia Nacional do Doador de Sangue é um reflexo da solidariedade das pessoas. No entanto, a doação de sangue é uma necessidade constante, e todos os dias novos pacientes dependem dessas doações para sobreviver. Precisamos garantir que essa mobilização aconteça durante o ano todo, mantendo os estoques sempre abastecidos”, destacou.

O Hemosul reforça que, apesar do sucesso desta ação, a necessidade de doação regular continua urgente. A doação de sangue é essencial para salvar vidas, e cada gesto de solidariedade contribui diretamente para a recuperação de pacientes em tratamento.

Serviço: Para mais informações sobre como se tornar um doador regular ou agendar sua doação, entre em contato com o Hemosul Coordenador pelo telefone (67) 3312-1500. Pelo site www.hemosul.ms.gov.br você tem acesso ao link para consulta no botão horários e endereços das outras unidades. Siga-nos pelas redes sociais @hemosulms.

(Com assessoria. Foto: Divulgação)

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Saúde

Estudo revela alta letalidade de cânceres relacionados ao tabaco

Dados são do estudo Impactos do tabagismo além do câncer de pulmão

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Mais da metade dos pacientes diagnosticados com alguns tipos de câncer tabaco-relacionados no Brasil não sobrevivem à doença. Em alguns casos, a letalidade chega a mais de 80%, como o câncer de esôfago. A lista inclui ainda cânceres de cavidade oral, estômago, cólon e reto, laringe, colo do útero e bexiga.

Os dados fazem parte do estudo Impactos do tabagismo além do câncer de pulmão, divulgado nesta quarta-feira (27), Dia Nacional de Combate ao Câncer, pela Fundação do Câncer. A publicação analisou a incidência, mortalidade e letalidade de sete tipos de câncer tabaco-relacionados e reforça que o cigarro se mantém como um dos maiores causadores de câncer e mortes evitáveis no país.

Em entrevista à Agência Brasil, o consultor médico e coordenador do estudo, Alfredo Scaff, destacou que o objetivo é chamar a atenção da população, mostrando que o tabagismo segue como principal responsável pelo câncer de pulmão, mas também é responsável por outros tipos de cânceres, de grande importância.

“Fomos atrás de saber quais são esses cânceres e qual é essa importância. Estudamos sete tipos de câncer que apresentaram fortíssima correlação com o tabagismo e com alta mortalidade e letalidade”, disse, ao explicar que a mortalidade se refere à quantidade de óbitos dentro de uma população, enquanto a letalidade abarca a força com que uma determinada doença leva os pacientes à morte.

O câncer, atualmente, representa a segunda maior causa de morte no Brasil, somando 239 mil óbitos em 2022 e 704 mil novos casos estimados para 2024, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca). Os cânceres tabaco-relacionados analisados no estudo foram responsáveis por 26,5% das mortes por câncer em 2022 e representam 17,2% dos novos diagnósticos estimados para este ano.

Incidência, mortalidade e letalidade

Para chegar à letalidade, os pesquisadores fizeram o cálculo com base nas taxas ajustadas, tanto de incidência quanto de mortalidade, dos Registros de Câncer de Base Populacional (RCBP) e do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM).

Para o câncer de cavidade oral, a letalidade é 43% nos homens e 28% nas mulheres, com destaque para a Região Nordeste, que apresenta maior letalidade entre os homens (52%). Já entre as mulheres, o Norte alcançou a maior letalidade, atingindo 34%.

Para o câncer de esôfago, foi observada alta letalidade estimada em ambos os sexos – acima de 80% para a maioria das regiões brasileiras, com destaque para o Sudeste, onde o índice, entre homens, é 98%.

Para o câncer de estômago, a letalidade é 71%, sendo que a Região Norte apresentou o maior índice (83%). Já no caso do câncer de cólon e reto, a letalidade estimada entre homens foi 48% e, entre as mulheres, 45%.

Já a letalidade estimada para o câncer de laringe no Brasil, entre homens, foi 65%. O estudo aponta alta relevância em relação à letalidade da doença entre o sexo feminino, variando de 48% a 88% em todas as regiões brasileiras. Os valores das taxas de incidência mostraram que a ocorrência desse tipo de câncer é cinco vezes maior em homens do que em mulheres.

Em relação ao câncer do colo do útero, a letalidade da doença é 42%. O estudo destaca a contribuição do tabagismo para taxas de incidência e de mortalidade na Região Norte, sendo que a doença tem prevenção primária disponível também por meio da vacinação contra o HPV, além de um programa de detecção precoce.

Para o câncer de bexiga, a letalidade estimada em homens e mulheres foi 44% e 43%, respectivamente. A letalidade, segundo Scaff, é um indicador que impacta na mortalidade da doença, além de um reflexo da agressividade dessas doenças e da dificuldade no diagnóstico precoce e no tratamento.

Alerta

“Todos esses cânceres têm uma forte atribuição ao tabagismo. A gente não pode dizer que o tabagismo é a única causa de nenhum deles, mas é uma causa muito, muito forte para o desenvolvimento deles. De modo geral, todos os cânceres que acometem células epiteliais, que recobrem superfícies, são afetadas pelos compostos do tabaco. A nicotina e milhares de outras substâncias agridem o desenvolvimento dessas células”, alertou Scaff.

O pesquisador destacou que as substâncias contidas em produtos derivados do tabaco passam, num primeiro momento, pela boca, pela orofaringe e pela laringe, sendo que uma parte deglutida vai para o esôfago – e segue em diante. “Existe uma correlação forte e vários estudos que demonstram a associação do tabagismo, por exemplo, com o câncer do colo do útero,” informou.

“As substâncias do cigarro agem sobre o epitélio – e a vagina é um órgão com epitélio que se renova com muita frequência. Essas substâncias podem levar à uma diminuição da imunidade local, ocasionando abertura maior para infecções como pelo HPV, que se manifesta de forma muito mais intensa nesses casos, levando ao desenvolvimento do câncer de colo do útero,” explicou Scaff.

“Há toda uma cadeia de eventos que pode estar potencializando o desenvolvimento desse câncer. E o tabagismo participa de forma muito ativa dessa cadeia”, concluiu.

 

(Fonte: Agência Brasil. Foto: Reprodução)

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