Atualmente 12 mil moradores de Mato Grosso do Sul recebem medicamentos na porta de casa e de graça. São beneficiários de um programa criado pelo Governo do Estado que funciona como um tipo de ‘disque entrega’. Após o cadastro, equipes percorrem os endereços dos pacientes para o atendimento.
O programa Remédio em Casa, criado em 2022, entrega medicamentos de uso contínuo e bolsas de colostomia. Ao todo, 135 tipos de medicamentos fazem parte da lista, segundo a SES (Secretaria Estadual de Saúde).
“Nós tratamos doenças crônicas, então são tratamentos prolongados que se tornam muito onerosos aos pacientes. Por isso a gente pode promover a entrega do medicamento mensalmente na casa dele ou no endereço que ele achar mais conveniente”, explica Patrícia Veiga, coordenadora estadual de Assistência Farmacêutica.
Assim que soube da possibilidade de ser receber os remédios para o tratamento de artrite reumatoide em casa e sem custos, Ana Carolina Félix, de 42 anos, se cadastrou.
A prefeitura de Bonito, distante 300 quilômetros de Campo Grande, aderiu ao programa em julho do ano passado e Ana Carolina estava entre as primeiras pessoas a buscar o benefício na cidade onde mora.
“Minha medicação precisa ficar refrigerada e com o programa ela vem bem acondicionada em caixa de isopor com ‘gelox’. Sempre chegou na temperatura adequada e assim que recebo já coloco na geladeira. Pra mim isso é muito bom, pois não preciso me preocupar em buscar com caixa térmica, em ter que voltar logo pra casa pra guardar na geladeira. Posso ficar despreocupada porque até dia 10 minha medicação está em casa”, conta.
Ana Carolina é enfermeira. Antes de se mudar para Mato Grosso do Sul, trabalhava em São Paulo no hospital Albert Einstein, onde recebia a medicação. O diagnóstico da doença veio 15 anos atrás.
Outro beneficiado do programa Remédio em Casa é o pedreiro aposentado Onofre de Souza, de 58 anos, morador de Campo Grande. Ele recebe os medicamentos para tratamento contra o glaucoma. “Como meu pai fala: ‘é uma mão na roda’. A gente não tem que ir longe buscar, é só ligar, marcar o horário que entregam”, elogia.
Para fazer parte do programa é preciso preencher um termo de adesão. O cadastro é feito em unidades de saúde no caso dos moradores do interior de Mato Grosso do Sul e na Casa da Saúde para quem vive na Capital. Basta a apresentação de documento pessoal.
“Todos os pacientes de todos os municípios podem aderir. Nós temos vários municípios que já têm pacientes cadastrados. Se o paciente solicitar, vai existir a entrega para ele no seu município. Isso é muito importante”, destaca Patrícia Veiga.
O programa não entrega medicamentos controlados que dependem de receita médica a cada retirada. Mais informações pelos contatos (67) 99639-0071 ou (67) 98163-1122.
Mães e bebês atendidos pelo HRMS (Hospital Regional de Mato Grosso do Sul) voltaram ao hospital nesta terça-feira (26) para celebrar o Novembro Roxo, que tem o intuito de conscientizar a população acerca dos desafios dos nascimentos prematuros em todo o mundo.
O reencontro com a equipe que atendeu os bebês prematuros marca a culminância das comemorações do Novembro Roxo no hospital, que é referência no atendimento de gestações de alto risco e neonatologia.
Uma das participantes do reencontro foi Maria Eduarda Alves dos Santos, hoje com 4 anos. Ela nasceu de 28 semanas, com 645 gramas, no Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian e, devido ao seu estado clínico, foi transferida para o HRMS, onde permaneceu internada por 3 meses e 9 dias.
Mãe de Maria Eduarda, Daniela dos Santos Ferreira conta que o atendimento recebido foi fundamental para que, hoje, a caçula da casa se desenvolvesse. “O sentimento é de gratidão. Depois que ela chegou, mudou tudo na minha vida. O atendimento aqui foi maravilhoso. O acolhimento das enfermeiras e das médicas ajuda muito a gente. Cada avança ou conquista é uma vitória para nós”, afirma a mãe, que todos os anos participa das celebrações do Novembro Roxo no hospital.
Edielza Dantas Pereira e Fábio Morinigo Monteiro também voltaram com os filhos Maria Luiza e Flávio Henrique ao hospital. Gêmeos, eles têm 1 ano e seis meses e nasceram prematuros.
Enquanto Maria Luiza ficou cinco dias internada, Flávio ficou mais de um mês. “Todo dia à noite, eu ia para a minha casa, tomar banho e ficar com a minha filha. Ia tranquila porque sabia que a equipe cuidaria do meu filho. O atendimento foi muito bom e só tenho a agradecer a Deus por cada um. O desenvolvimento que eles têm hoje é graças à assistência que tiveram no início”, relembra Edielza.
Fábio conta que a família decidiu participar das comemorações do Novembro Roxo em gratidão. “É muita felicidade estarmos aqui, juntos e bem. Sabemos o que passamos e precisamos valorizar o trabalho dos profissionais que nos atenderam. Graças a Deus passamos por eles, que nos ajudaram bastante”, explica o pai dos bebês, Fábio Monteiro.
Dados da OMS (Organização Mundial da Saúde) do ano passado apontam que cerca de 12% dos bebês nascem prematuros no Brasil. A prematuridade é a principal causa de mortalidade em crianças menores de 5 anos.
Médica do HRMS, Judina Melo explica que o pré-natal é fundamental para diminuir as chances de partos prematuros, que são aqueles que ocorrem antes de 37 semanas de gestação.
“O pré-natal ajuda a identificar doenças que podem ser tratadas, ainda durante a gestação, como hipertensão arterial, diabetes gestacional, entre outras. As mulheres grávidas devem fazer o pré-natal”, explica a médica.
O HRMS conta com 35 leitos neonatais, sendo 10 de UTI neonatal, 20 na Unidade Neonatal de Cuidados Intermediários e 5 na Unidade Canguru. Além disso, o hospital é Centro de Referência Estadual para o Método Canguru, que garante atenção humanizada, qualificada e individualizada para os bebês e suas famílias.
MS em Ação: 5ª edição levou inclusão e cidadania para os povos indígenas da Aldeia Te’yikue
Ao todo, foram realizados 16.550 atendimentos, incluindo mais de 700 emissões de documentos, além de consultas médicas e odontológicas, vacinação, solicitação de benefícios junto ao INSS e assistência jurídica.
A 5ª edição do MS em Ação, realizada no último fim de semana em Caarapó, levou serviços essenciais aos povos indígenas da aldeia Te’yikue e região. Durante dois dias, a Escola Estadual Indígena Yvy Poty foi o centro das atividades. Ao todo, foram realizados 16.550 atendimentos, incluindo mais de 700 emissões de documentos, além de consultas médicas e odontológicas, vacinação, solicitação de benefícios junto ao INSS e assistência jurídica.
Essa iniciativa é de extrema importância para as comunidades indígenas, que enfrentam grandes dificuldades de acesso a serviços básicos devido à distância das aldeias em relação aos centros urbanos. Rita Quevedo, de 53 anos, foi uma das beneficiadas pela ação.
“Consegui regularizar o documento de guarda da minha neta. É muito bom quando eles vêm até aqui, na nossa reserva, que é a nossa cidade. Fomos muito bem atendidos, com todo o carinho”, afirmou a dona de casa.
Outro caso resolvido foi o de Eduarda*, indígena da etnia Guarani Kaiowá, nascida e criada na aldeia TeyKue. Ela enfrentava dois processos no Juizado Especial de Caarapó, relacionados à execução de título extrajudicial devido a dívidas contraídas em uma loja de móveis e roupas.
Seu nome foi negativado após não conseguir cumprir o acordo de parcelamento diretamente com a loja. Com o atendimento, foi proposta uma nova forma de parcelamento para ambos os processos, além de solicitar a retirada do nome dela dos cadastros de inadimplentes, como SPC e Serasa.
A ação, coordenada pela Sejusp (Secretaria de Justiça e Segurança Pública) e pela SEC (Secretaria da Cidadania), contou com a presença da desembargadora de Justiça, Jaceguara Dantas da Silva, conhecida pela defesa dos direitos humanos e coordenadora estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul.
“Estou aqui para ouvir as mulheres indígenas. Queremos combater o feminicídio e conversar com lideranças indígenas para que nos ajudem no combate a essa violência que não é cultural e não pode ser normalizada”, destacou a desembargadora.
Superintendente de Segurança Pública, o delegado Tiago Macedo ressaltou a importância de fortalecer laços com as comunidades indígenas.
“É muito importante ver a comunidade abrindo as portas da sua casa para nos receber, é a demonstração de que a comunidade confia no Governo do estado e nas forças de segurança. O nosso papel aqui é para fortalecer essa confiança, mostrando para a comunidade que estamos preparados para ouvi-los, que estamos integrados com os demais poderes, com todos os órgãos, em todas as instâncias, para que isso tudo possa reverberar dignidade e cidadania”.
A secretária de Estado da Cidadania, Viviane Luiza, enfatizou o compromisso de levar o estado às áreas mais distantes.
“Estamos trabalhando em prol da cidadania, de dignidade, de incluir, de pertencer a todos os povos, é a presença do Estado de Mato Grosso do Sul nos lugares mais longínquos, onde essas pessoas têm dificuldade de ir por exemplo para Caarapó ou para Campo Grande para ter todos os serviços que nós trazemos. A gente faz isso para diminuir esse distanciamento, as classes sociais podem ser unidas, então nós estamos mostrando que a entrega do nosso trabalho faz a diferença para essas 5 mil pessoas. Estamos incluindo pessoas que não tinham a presença do estado por décadas, fazendo uma mudança de paradigma e que seja assim por muitos anos”, disse a secretária.
O prefeito de Caarapó, André Nezzi, ressaltou que serviços que parecem simples para quem mora na cidade são de extrema importância para quem no dia a dia, tem dificuldades para buscar esses atendimentos.
“Muda completamente a vida dessas pessoas que têm muita dificuldade de conseguir tirar o seu documento, de ter acesso à saúde, de ter esse conhecimento com as autoridades aqui. Falar sobre segurança, discutir a segurança na aldeia, das mulheres, enfim, essa ação é muito importante e era muito esperada no nosso município”, diz ele.
“O MS em Ação é muito importante para a nossa comunidade, porque muitos de nós tivemos dificuldades de tirar identidade, CPF. Nós agradecemos muito a Deus, primeiramente, e a todos os apoiadores”, disse Magdiel Marques Paim, de 25 anos, nascido e craido na aldeia Tey’Ikue.
Evelyn Souza, Comunicação Governo de MS
Jaqueline Hahn Tente, Comunicação da Cidadania Fotos: Matheus Carvalho/SEC
*a indígena preferiu manter sua identidade anônima
Semana Estadual de Direitos Humanos de MS tem foco na igualdade racial e na proteção de crianças e adolescentes
No dia 28 de novembro, às 14h, ocorre a abertura oficial no auditório da OAB/MS, na Capital, com o tema “Os desafios para a Promoção da Igualdade Racial”
Nos dias 28, 29 e 30 de novembro, Mato Grosso do Sul realiza a VIII Semana Estadual de Direitos Humanos, evento que visa promover discussões e reflexões sobre temas cruciais para a redução de desigualdades sociais e a garantia de direitos. A programação, organizada pela Sead (Secretaria de Estado de Assistência Social e dos Direitos Humanos) por meio da Secretaria Executiva de Direitos Humanos, inclui debates, homenagens e um ciclo de formação destinado a conselheiros tutelares municipais.
No dia 28 de novembro, às 14h, ocorre a abertura oficial no auditório da OAB/MS, na Capital, com o tema “Os desafios para a Promoção da Igualdade Racial”. A cerimônia faz referência à Lei 5521/2020, que instituiu a Semana Estadual de Direitos Humanos, e contará com uma homenagem a personalidades físicas e jurídicas que se destacaram na defesa dos direitos humanos no estado, com indicações feitas por conselhos estaduais, como o Conselho da Pessoa Idosa e o Conselho dos Direitos da Criança e do Adolescente.
As palestras do primeiro dia ficam a cargo da professora Bartolina Ramalho Catanante, presidente do Grupo Trabalho e Estudos Zumbi (TEZ); Maria Clara de Morais Porfírio, defensora pública de MS e Douglas Silva Teixeira, coordenador adjunto do Núcleo de Promoção da Igualdade Étnico-Racial do Ministério Público do Estado.
Na sexta-feira (29), a programação segue com o Ciclo Estadual de Debates para Conselheiros Tutelares e Conselhos Municipais dos Direitos da Criança e do Adolescente, evento realizado on-line, das 14h às 15h30, com transmissão pelas redes sociais da Sead.
O Ciclo abordará o uso do Sipia (Sistema de Informação para Infância e Adolescência) como ferramenta de trabalho e fonte de dados para formulação de políticas públicas. O objetivo é capacitar conselheiros tutelares e outros profissionais do Sistema de Garantia de Direitos, discutindo desafios atuais e novas metodologias para atender às demandas emergentes.
Palestrantes no segundo dia do evento: Clayse Moreira e Silva, da Coordenação Nacional de Fortalecimento dos Direitos da Criança e do Adolescente do Ministério dos Direitos Humanos e Fabricio Souto Guimarães, coordenador Técnico Estadual do Sipia na Paraíba.
Finalizando a VIII Semana Estadual de Direitos Humanos em Mato Grosso do Sul, o Migra-Ação Integração acontece no Arena do Horto Florestal também na Capital, no sábado (30), a partir das 8h. Promovida pelo Cerma/MS (Comitê Estadual para Refugiados, Migrantes e Apátridas) e pela Superintendência da Política de Direitos Humanos da Sead, a ação do dia oferecerá serviços gratuitos tanto na área jurídica, como na social e da saúde.
São parceriros para a realização da Semana a Secretaria de Justiça e Segurança Pública; Secretaria de Educação; Secretaria de Estado de Turismo, Esporte e Cultura; Procon/MS; Defensoria Pública da União; Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul; OAB/MS; Receita Federal; Superintendência da Política Federal de MS; UFMS; Cátedra Sérgio Vieira de Mello/UFGD; UEMS; Instituto Federal de MS; Fundação de Trabalho de MS; Sesau; Subsecretaria de Defesa dos Direitos Humanos; Coordenadoria de Tecnologia e Informática da Sejusp; Instituto de Identificação de MS; Cassems; Sanesul; Solurb; Cerma; Fort Atacadista; Paróquia Cristo Redentor; Clínica MS Visão; Projeto Social Mãos do Bem; Tia Dri Recreação; O Cantinho da Família; Grafibrand; Sabor Venezuelano; Delícias da Mirtha Comida Artesanal; The Chicha Paladar e Mileibi Araceli.
Com temas que vão desde a igualdade racial até o fortalecimento de políticas para crianças e adolescentes, a Semana Estadual de Direitos Humanos reafirma o compromisso de Mato Grosso do Sul com a construção de uma sociedade mais justa e inclusiva.
Serviço
Evento: Abertura da VIII Semana Estadual de Direitos Humanos em Mato Grosso do Sul
Data: 28 de novembro, 14 horas
Local: Av. Mato Grosso, 4700 (Auditório da OAB/MS)