fbpx
Connect with us

Política

Roda de conversa reúne especialistas para falar de violência de gênero

O evento faz parte da programação especial do Agosto Lilás, criado como parte da luta representada pela Lei Maria da Penha

Publicado

on

O Plenário Oliva Enciso recebeu, nesta segunda-feira (30), uma roda de conversa composta só por homens para debater o papel deles no combate à violência de gênero. O objetivo foi discutir temas como a construção de masculinidades e o impacto na saúde dos homens em causas externas como homicídio, suicídio e acidentes de trânsito.

“Vemos várias campanhas de combate à violência contra a mulher, campanhas de conscientização, e, em todas elas, debatemos muito com mulheres. Mas, agora, está na hora de debatermos com homens. A mesma violência que acontece com nós, mulheres, também acontece de formas distintas com homens. Precisamos evitar que essa violência aconteça, evitar que a mulher seja agredida. Fazemos isso conversando com os homens”, analisou a vereadora Camila Jara, que organizou o evento.

O evento faz parte da programação especial do Agosto Lilás, criado como parte da luta representada pela Lei Maria da Penha, sancionada em 7 de agosto de 2006, para combater e inibir os casos de violência doméstica no Brasil. Além da violência contra a mulher, o coletivo debateu masculinidade saudável em grupos de homens, desafios da masculinidade, os diferentes papeis enquanto homem, pai, namorado, entre outros assuntos.

Segundo o psicólogo e professor universitário Alberto Mesaque, é necessário envolver o homem no debate sobre a violência contra a mulher. “Historicamente, é muito comum associar a violência ao homem como um aspecto natural. Pensar como envolver os homens no fim da violência contra as mulheres. Os homens não são todos iguais. Temos o costume de colocar no mesmo grupo. Mas, a masculinidade, esse modelo de masculinidade hegemônica, não compromete apenas as mulheres. Temos dados que denunciam como o machismo também compromete a saúde de todos os homens. Sobretudo alguns que não correspondem a esse modelo de masculinidade. Temos que pensar estratégias de como prevenir essa violência”, defendeu.

Em Campo Grande, o Coletivo MASSA (Masculinidade Autêntica, Sensível, Saudável e Acolhedora), tem como objetivo mediar possibilidades de novas relações entre o homem e sua realidade, a fim de torná-las mais saudáveis para si e para o meio. Para o psicólogo e organizador do grupo, Leandro Nonato, é preciso vivenciar outras masculinidades.

“Trazer essa conversa para a Câmara, onde conversamos a respeito disso, é um avanço muito significativo. É preciso buscar caminhos reflexivos sobre como podemos vivenciar masculinidades mais saudáveis para nós e para quem convive conosco, consequentemente, com a sociedade como um todo”, disse.

Outro psicólogo presente no debate, Thiago Ravanello, pós-doutor em Psicologia Clínica, lembrou que o debate deve ser ecoado e atingir o maior número possível de homens. “Fazer com que essa fala chegue a homens agressores é uma grande vitória. Estamos falando de questões que são estruturais na nossa sociedade. Homens, é necessário que vocês escutem, que nós escutemos, quais são os efeitos dos atos de assédio e abuso, quais as consequências psicológicas desses atos contra a mulher. Toda experiência de assédio e abuso se dá em repetição. Um abuso sexual se perpetua e repete. Está presente no olhar de um estranho na rua, no contato com seu colega de trabalho, no julgamento a respeito da confiabilidade ou não dos laços sociais. As vítimas de violência sexual têm uma dificuldade imensa de encerrar esse processo de violência. Isso se repete em experiências do contato”, explicou.

Segundo o vereador Prof. André Luis, o debate é amplo e é importante descobrir as causas da violência contra a mulher para propor políticas públicas de combate. “Hoje, a razão nos leva a pensar diferente. O homem e a mulher são iguais. A cultura nos fez pensar do homem superior a mulher. A violência é a maneira de você impor sua razão. Precisamos discutir primeiro o comportamento do ser humano. Vivemos uma sociedade doente e precisamos analisar como um todo, até chegar no ponto da violência contra a mulher. Por que acontece e é tão exacerbada? Ela tem aumentado ou está sendo mais visível? É um tema extremamente amplo, profundo, e difícil em uma roda a gente acertar. A gente tem que problematizar. Não consigo tratar a doença sem ter um amplo diagnóstico dela. Essa discussão não para por aqui”, afirmou.

Em sua fala, o vereador Ronilço Guerreiro lembrou é preciso respeitar a posição do próximo e levar o debate para outros espaços. “Ninguém nasce odiando ninguém. As pessoas aprendem isso. Todos precisamos ser quem queremos ser. Lugar de mulher é onde ela quiser, e lugar de homem também. Ele pode cozinhar, cuidar de filho. Todo mundo oferece aquilo que tem e precisamos, urgentemente, levar esse debate para as escolas, para os centros comunitários e praças públicas. Mostrar que somos todos seres humanos, pessoas que respeitam o próximo. Ninguém é obrigado a aceitar a religião ou orientação do outro, mas precisamos aprender a respeitar as escolhas das pessoas”, disse.

Já o deputado estadual Pedro Kemp, ativista no movimento de igualdade de gênero, é preciso também reeducar o homem agressor. “A sociedade precisa debater a reeducação do homem agressor, daquele que vai na Casa da Mulher Brasileira prestar depoimento. É preciso também ter um trabalho voltado para esses homens. Nós, junto com o leite materno, bebemos uma cultura machista, cultura do masculino que vem associada ao poder, a força, a agressão, de se impor pela força. Nós precisamos mudar essa cultura, e isso não é fácil. Para nós, todo dia é dia de exercício para mudarmos de pensamento, de atitudes e jeito de ser. É muito importante esse debate, pois precisamos, de fato, questionar isso”, defendeu.

(Com assessoria. Fotos: Divulgação)

Continue Lendo
Clique para comentar

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Política

Lula cobra agilidade na liberação de recursos para o Rio Grande do Sul

Presidente esteve em solenidade para anunciar nova medidas ao estado

Publicado

on

Em terceira visita ao Rio Grande do Sul desde o início das enchentes que devastaram o estado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, nesta quarta-feira (15), que os governos precisam trabalhar com agilidade para dar respostas à população. Lula participou de uma solenidade em São Leopoldo do Sul, na região metropolitana de Porto Alegre, para anunciar novas medidas de socorro à população, incluindo o pagamento de um benefício de R$ 5,1 mil para as famílias afetadas pelas inundações, além de um programa de reconstrução de moradias populares.

“Um apelo aos companheiros prefeitos, pelo amor de Deus, a agilidade de vocês, de apresentar as propostas e projetos, é que vai mostrar, pra gente, se a Caixa Econômica está morosa ou não, se tem burocracia ou não”, disse Lula.

“Se for a burocracia, nós temos que desmontar essa burocracia. Não é possível. Muitas vezes, o tempo de pensar de um cidadão que está com a responsabilidade de liberar um recurso, porque ele é um funcionário estatutário, não é o mesmo tempo do cara que está precisando do dinheiro”, acrescentou o presidente. Lula observou que, desde as enchentes que assolaram o Vale do Taquari, no ano passado, a reconstrução das casas não tinha começado.

A população gaúcha vive a maior catástrofe climática de sua história, desde o dia 29 de abril, com chuvas e enchentes que resultaram na morte de 149 pessoas e deixaram mais de 800 mil fora de suas casas.

Lula ainda alertou que, se a resposta do poder público não for rápida, as instituições perdem credibilidade e abrem caminho para desestabilização política.

“As coisas têm que funcionar, porque senão a gente perde credibilidade, as pessoas passam a desacreditar nas instituições, na democracia, nos governantes. E o que vai acontecer? Uma anarquia, ninguém acredita em ninguém, cada um faz o que bem entende até que o mundo se mate”, reforçou.

Durante a visita, Lula visitou um abrigo em São Leopoldo e conversou com famílias que tiverem que deixar suas casas.

União institucional

A viagem de Lula ao Rio Grande do Sul contou com presença de diversas autoridades, incluindo o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, que elogiou o esforço de unidade envolvendo os governos estadual e federal.

“Eu não sou da política, sou do direito, mas é muito importante ressaltar nesse momento a presença do presidente da República e do governador do estado. Acho que isso representa uma elevação de patamar civilizatório, que é a não politização de uma crise humanitária”, afirmou o magistrado.

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que acompanhariam a comitiva, acabaram ficando em Brasília para encaminhar o dia de votações no Legislativo. Ambos estiveram com Lula na visita anterior ao estado, há 10 dias.

“Nós estamos aqui para mostrar que não haverá diferenças políticas, não poderá haver diferença ideológica para superar o momento de união que deve ser atender as pessoas que mais precisam, as pessoas que precisam de casa, de abrigo, de atenção, vamos estar junto delas”, enfatizou o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, em seu discurso.

Leite ainda lembrou que todos os governadores de todos os estados enviaram equipamentos e equipes de resgate e destacou o fato de milhares de pessoas terem sido salvas, apesar das 149 mortes registradas até agora.

(Fonte: Agência Brasil. Foto:Reprodução)

Continue Lendo

Política

MP aponta irregularidades de R$ 164 mil na União da Câmara de Vereadores em MS

Investigação é sobre repasse de recursos pela Câmara Municipal de Paranhos à entidade

Publicado

on

O MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) aponta irregularidades em pagamentos de R$ 164 mil da União da Câmara de Vereadores de Mato Grosso do Sul, que se destaca pela realização de seminários para os representantes do Poder Legislativo. A associação passou a ser investigada em outubro de 2021, após denúncia anônima à Ouvidoria do MP.

Em dezembro do ano passado, o inquérito civil foi prorrogado por mais um ano pelo promotor Gevair Ferreira Lima Júnior, titular da 49ª Promotoria de Justiça de Campo Grande (relativo a patrimônio público, fundações e entidades de interesse social).

Contudo, a investigação já resultou em outro procedimento, desta vez em Paranhos. Nesta sexta-feira (dia 10), a promotoria abriu apuração sobre suspeita de irregularidade no repasse de verbas da Câmara Municipal de Paranhos à União das Câmaras de Vereadores de MS.

No inquérito que corre em Campo Grande, o MP a destaca que a entidade não implementou o Portal da Transparência a contento. Já auditoria contábil e financeira das contas apresentadas pela União das Câmaras dos Vereadores de Mato Grosso do Sul (de 2020 até os dias atuais) concluiu pela existência de irregularidades: pagamentos com falhas na comprovação de justificativas, pagamentos para pessoas distintas dos recibos, recibos sem assinaturas.

A soma dos pagamentos com essas irregularidades foi de R$ 164.164,81. A lista inclui valores repassados a pessoas físicas, empresas, igrejas evangélicas, locação de salão da Adepol

O MP também vê fragilidade no controle de pagamento para ressarcir gastos de funcionários.

“Verifica-se que a entidade não possui nenhum formulário de registro e solicitação de reembolso a ser preenchido pelos funcionários, pois várias compras são efetuadas pelos próprios colaboradores e os valores transferidos diretamente da UCVMS para eles. Além disso, os itens constantes nos cupons fiscais apresentados geram estranheza, como por exemplo, a “bebida láctea com whey” inserida na compra de 18/08/2021. Não há qualquer relação com a atividade finalística da instituição, carecendo, portanto de justificativas para a compra de itens como este”.

Valores também são transferidos diretamente da conta da UCVMS para o presidente Jeovani Vieira dos Santos, sem o preenchimento de qualquer formulário ou registro formal.

“Sendo assim, resta evidente que a gestão da entidade em tela possui muitas perguntas a serem respondidas, devendo, inclusive, rever o modelo de gestão com vistas a adequação aos princípios administrativos consagrados no Direito Brasileiro, sobretudo, em se tratando de entidade que recebe recursos do Erário”, apontou o promotor Gevair Ferreira Lima Júnior ao prorrogar o inquérito.

O presidente Associação, Jeovani Vieira dos Santos, afirma que tudo já foi respondido ao Ministério Público e a União acatou a todas as recomendações do órgão estadual. No site da associação estão disponíveis os balancetes de 2021, 2022 e 2023. Já a aba “prestando de contas” apresenta a mensagem: “Estamos cadastrando este conteúdo!”.

“O MP solicitou que colocássemos as informações no portal da transparência e está lá no portal da União”, exemplifica. Quando ao pagamento, ele afirma que não há irregularidades, pois “recibo tem validade jurídica”.

Paranhos – Em Paranhos, a 462 km de Campo Grande e na fronteira com o Paraguai, a apuração é sobre repasse de recursos pela Câmara Municipal, que é filiada à entidade. O maior valor foi em 2018: R$ 10.860.

Atualmente, conforme comunicação do presidente da Câmara de Vereadores, o valor mensal de contribuição à UCVMS é de R$ 350, totalizando R$ 4.200,00 anuais.

“Para a exata apuração dos fatos, será promovida a coleta de informações, depoimentos, certidões, e outras diligências que se fizerem necessárias para posterior recomendação, tomada de compromisso de ajustamento, conversão em Inquérito Civil, ajuizamento de ação cabível, ou arquivamento do procedimento, nos termos da lei”, afirma o promotor Leonardo Dumont Palmerston, que atua em substituição legal.

A presidente da Câmara Municipal de Paranhos, a vereadora Elisabeth Brites Benites (PSDB), afirmou que não tem conhecimento da investigação e do valor repassado à associação. “Temos que fazer levantamento dessa informação”, disse.

(Fonte: CampoGrandeNews. Foto: Divulgação)

Continue Lendo

Política

Governo anuncia R$ 50,9 bilhões em medidas para o Rio Grande do Sul

Lula garantiu que burocracia não irá atrapalhar urgência das ações

Publicado

on

O governo federal anunciou, nesta quinta-feira (9), um conjunto de medidas que deve injetar quase R$ 50,945 bilhões na economia do Rio Grande do Sul, estado que enfrenta a maior tragédia de sua história, após ser atingido por chuvas e enchentes nos últimos dias. A antecipação de benefícios, a estruturação de projetos de logística e infraestrutura e, principalmente, o aporte de recursos para alavancar e subvencionar o crédito estão entre as ações.

Em apresentação no Palácio do Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva explicou que esses são recursos iniciais. “Isso não termina aqui. Eu tenho dito aos ministros que nós temos que nos preparar porque a gente vai ter o tamanho da grandeza dos problemas quando a água baixar e quando os rios voltarem à normalidade”, disse Lula.

“Vamos ter que, agora, começar a pensar como que a gente vai atender as pessoas. Porque eu já sofri enchente, deu 1,5 metro dentro da minha casa e quando a água vai embora a desgraça é muito feia […]. Você não tem a quantidade de lama que fica, a quantidade de sanguessuga, de bactérias, de baratas mortas, é um negócio do inferno. E essa gente perdeu aqueles bens, muita gente acha que uma televisão é uma pequena coisa, que não tem muita importância, mas para uma pessoa mais humilde, a televisão é um patrimônio. O fogão é um baita de um patrimônio, a geladeira, então, nem se fala. E uma máquina de lavar roupa é uma coisa muito importante para as mulheres que estão sobrevivendo a um verdadeiro sofrimento e martírio com essa chuva”, argumentou o presidente.

Lula garantiu ainda que o governo federal está empenhado para que nenhuma burocracia atrapalhe a urgência das ações que vêm sendo anunciadas.

Público atendido

Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, as medidas e recursos anunciados hoje vão beneficiar trabalhadores assalariados, beneficiários de programas sociais, estado e municípios, empresas e produtores rurais.

“É um conjunto amplo de medidas, cada uma com um instrumento específico, para atender esse conjunto de atores que vão ter que, nos próximos dias, começar a reconstruir suas vidas. Assim que a água baixar, esse sistema tem que estar pronto para ser ativado na ponta, para que o povo gaúcho tenha o atendimento o mais rápido possível”, disse. “É uma primeira medida que vai garantir um fluxo de recursos importante nesse primeiro momento, até que tenhamos um apanhado maior da situação, que pode exigir medidas adicionais”, explicou Haddad.

De acordo com o ministro, o impacto primário das medidas é de R$ 7,695 bilhões e não afetará as ações e programas executados ordinariamente pelo governo federal em outras regiões do país. “É um recurso em proveito do povo gaúcho, que conta com o decreto de calamidade  para sua execução”, disse.

Adicionalmente, cada ministério está elaborando seu plano de ação para o Rio Grande do Sul. Além disso, na próxima segunda-feira (13), o Ministério da Fazenda deve anunciar o resultado das negociações em torno da dívida do estado com a União. O governador Eduardo Leite pede a suspensão das parcelas dos débitos com o governo federal para liberar cerca de R$ 3,5 bilhões do caixa do estado.

Os anúncios feitos hoje estão em medida provisória assinada por Lula, que será encaminhada ao Congresso Nacional. Durante o evento, Banco do Brasil, Caixa e BNDES também anunciaram medidas adicionais para atender a população do Rio Grande do Sul. Os bancos públicos anunciaram a suspensão do pagamento de dívidas e do FGTS por parte das empresas.

Os presidentes da Câmara, Arthur Lira, e do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso, estiveram presentes no evento de anúncio no Palácio do Planalto.

Trabalhadores assalariados

Para trabalhadores assalariados, haverá a antecipação do pagamento do abono salarial para este mês de maio. Serão R$ 758 milhões destinados a 705 mil trabalhadores com carteira assinada.

Também haverá a liberação de duas parcelas adicionais do seguro-desemprego para os desempregados que já estavam recebendo antes da decretação de calamidade, ao final da última parcela. Serão beneficiados 140 mil trabalhadores formais desempregados e o impacto será de R$ 495 milhões aos cofres públicos.

A Receita Federal também trabalha na priorização no pagamento da restituição do Imposto de Renda para contribuintes do Rio Grande do Sul. O pagamento ocorrerá até junho para até 1,6 milhão de pessoas, no valor de R$ 1 bilhão. “É um valor que é delas, a única coisa que estamos fazendo é antecipando o cronograma para mobilizar recursos para ativar a economia e a reconstrução da vida das pessoas afetadas”, disse o ministro Fernando Haddad.

Beneficiários de programas sociais

O governo federal antecipará os pagamentos do mês de maio do Bolsa Família e do Auxílio-Gás para 583 mil famílias gaúchas que recebem esses benefícios. O impacto imediato será de 380 milhões.

Estado e municípios

Serão aportados R$ 200 milhões para que os fundos de estruturação de projetos dos bancos públicos consigam apoiar e financiar projetos de reconstrução de infraestrutura do estado e dos municípios afetados.

“Estamos falando de pontes, viadutos, estradas, de um conjunto de ativos, logísticos sobretudo, que vão exigir um escritório de projetos para que tenhamos celeridade na contratação e obras. Muitas vezes, você não vai construir a mesma ponte no mesmo lugar, pode ser uma ponte diferente ou deslocar aquele equipamento para outra localidade. Isso vai exigir que tenhamos agilidade para a formatação de projetos que possam ser contratados em regime de urgência”, disse.

“Uma coisa é contratar obras em regime de urgência, outra coisa é não ter o projeto e contratação de obra, você não consegue nem orçar para fazer uma contratação emergencial”, explicou.

O governo federal também fará uma força-tarefa para acelerar a análise de crédito com aval da União para municípios do Rio Grande do Sul. São 14 municípios que estão com operações de crédito em andamento no valor de R$ 1,8 bilhão, sendo R$ 1,5 bilhão em operações externas e R$ 300 milhões em operações internas.

Brasília (DF) 09/04/2024 – Ministro da Fazenda, Fernando Haddad (c) disrusa durante anuncio de novas medidas de ajuda e apoio ao Rio Grande do Su
Foto: José Cruz/Agência Brasil
Brasília (DF) 09/04/2024 – Ministro da Fazenda, Fernando Haddad (c) durante anuncio de novas medidas de ajuda e apoio ao Rio Grande do Su Foto: José Cruz/Agência Brasil

Empresas

Para as empresas, haverá o aporte de R$ 4,5 bilhões no Fundo Garantidor de Operações (FGO) para garantias de crédito no âmbito do Programa Nacional de Apoio a Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe). Segundo Haddad, os recursos deverão alavancar R$ 30 bilhões em empréstimos aos empresários.

Além disso, também no âmbito do Pronampe, o governo destinará R$ 1 bilhão para subvenção de juros, até o valor máximo de crédito concedido passível de desconto de R$ 2,5 bilhões. Ou seja, dos R$ 30 bilhões potenciais de crédito, R$ 2,5 bilhões serão concedidos com desconto de juros.

“Muitas vezes, vocês dá a garantia de crédito, mas, mesmo dando a garantia, tem um limite de redução de juros porque temos uma Selic alta, o spred [diferença entre taxa de captação de dinheiro, pelo banco, e a cobrada dos clientes], e o banco, mesmo querendo, não consegue reduzir a patamares que o tomador consiga pagar, sobretudo em uma situação como essa. Então, nós temos que criar linhas de crédito com juros zero, em alguns casos não haverá outra alterativa”, disse o ministro Haddad.

Segundo ele, o Pronampe funcionou durante a pandemia de covid-19 e, recentemente, foi corrigido para permitir a renegociação de dívidas. “Agora, com essa medida, vamos reativar o programa nas bases estabelecidas pelo seu governo [do presidente Lula]. Qualquer ocorrência que venha acontecer daqui um ano, dois anos com o tomadores, ele vai saber que o sistema bancário estará autorizado a reprogramar esses pagamentos, em caso de necessidade”, explicou.

O governo ainda fará o aporte de R$ 500 milhões no Fundo Garantidor de Investimentos (FGI), do BNDES, para garantir a alavancagem de crédito no Programa Emergencial de Acesso ao Crédito. A medida deve alavancar R$ 5 bilhões em concessão de crédito para microempresários individuais, micro, pequenas e médias empresas.

Também será prorrogado, por no mínimo três meses, os prazos de recolhimento de tributos federais e Simples Nacional. A medida terá impacto de R$ 4,8 bilhões e deverá beneficiar 203 mil empresas.

Produtores rurais

Ainda para empresa e também para produtores rurais, haverá a dispensa da apresentação da Certidão Negativa de Débitos para facilitar o acesso ao crédito, contratações e renegociações em instituições financeiras públicas. A medida valerá por seis meses, de maio a novembro.

Por fim, os produtores rurais também terão R$ 1 bilhão para subvenção de juros ao Pronaf e Pronamp, até o limite global de crédito de R$ 4 bilhões passíveis de desconto de juros. “Isso garante uma entrada de recursos no campo bastante importante para recuperar a capacidade de produção agrícola”, disse o ministro Haddad.

(Fonte: Agência Brasil. Foto:Reprodução)

Continue Lendo

Mais Lidas

Copyright © 2021 Pauta 67