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Cidadania

Cidadania: evento TransChá marca encontro de gerações na luta pela visibilidade

Coordenadora da ATMS, Mikaella Lima vestia preto para lembrar que mesmo no dia de comemoração, o Brasil ainda segue no ranking de ser o país que mais mata LGBT’s no mundo.

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Um encontro histórico para marcar a data simbólica. Duas décadas atrás, um grupo de 30 travestis e mulheres trans ocupava o Congresso Nacional para lançar a campanha “Travesti e Respeito. Está na hora dos dois serem vistos juntos”. Vinte anos depois, o terraço do Memorial da Cultura Apolônio de Carvalho, em Campo Grande, é palco de celebração e escuta entre diferentes gerações.

Idealizado pela ATMS (Associação de Travestis e Trans de Mato Grosso do Sul) em parceria com o Centro Estadual de Cidadania LGBTQIA+, o TransChá abriu espaço para ouvir pessoas trans e contou com representantes do Governo do Estado e da Prefeitura Municipal de Campo Grande, através das Subsecretarias de Políticas Públicas LGBTQIA+ e da Subsecretaria Municipal de Defesa dos Direitos Humanos. A Defensoria Pública do Estado também esteve presente com os núcleos de Direitos Humanos e de Atendimento à Mulher.

A tarde de quarta-feira (24) provocou memórias e diálogos. De um lado, travestis e pessoas trans que se recordam da data narrando as experiências para alguns ouvintes que sequer eram nascidos. O TransChá possibilitou um encontro entre um público diverso de idade e histórias, mas que compartilha a luta e a resistência.

“Dia 29 de janeiro de 2004, o Ministério da Saúde convida um grupo de pessoas trans, do qual eu estava presente, eu estive lá, fazendo parte daquele momento histórico, onde lançamos a campanha. Pela primeira vez na história do Brasil este grupo adentra o Congresso Nacional”, relembra a coordenadora municipal de Políticas Públicas LGBT, Cris Stefanny.

Para os mais jovens na caminhada, Cris explica que o direito ao nome social, que posteriormente se tornaria lei e decretos estaduais até a decisão do STF quanto à retificação do nome no próprio cartório, surgiu como política do Ministério da Saúde.

A data que ficaria marcada no calendário nacional como o Dia da Visibilidade Trans – comemorado em 29 de janeiro – foi o start para a implementação de políticas públicas em todo País, especialmente para a população LGBTQIA+ em Mato Grosso do Sul.

“Tantas de nós que se foram, tanto sangue derramado para que hoje a gente possa se confraternizar dentro de um órgão de governo. Não éramos aceitas em nenhum lugar, e hoje, poder adentrar nos espaços e saber que tem coordenadoria, que tem secretaria para a população LGBT”, comemora Cris Stefanny.

Subsecretário de Políticas Públicas para a População LGBTQIA+, Vagner Campos, recorda da primeira conferência LGBT do País, quando o Governo Federal iniciou as campanhas por um Brasil sem homofobia.

“Espaço como este, de construção coletiva, é o caminho correto. É importante a gente somar nos espaços, somar às autoridades e frisar que não é uma lutinha que a Cris Stefanny começou lá atrás, é uma luta grande que estamos fazendo até hoje para dizer: ‘nós vivemos, nós existimos e nós queremos respeito’”.

Gerações

Mulheres e homens trans puderam compartilhar suas histórias, conquistas e lutas, que levam à reflexão. Desde quem esteve no Congresso Nacional 20 anos atrás até quem não era nascido ainda, o TransChá foi espaço de voz também para um adolescente de 17 anos, homem trans, desabafar.

“Em 2023 eu fui vítima de transfobia dentro de um ambiente escolar, um lugar que era para acolher, era para respeitar, foi um lugar que trouxe grandes traumas. Eu peço que vocês todos olhem para os adolescentes trans e olhem para a educação, porque só a educação pode mudar o mundo”, apelou.

Artista visual, Glauber Portman aproveitou para agradecer às gerações que antecederam e as atuais, e frisar que o ato não deve se resumir apenas à data de janeiro.

“A nossa sociedade só é visibilizada e só tem esse espaço garantido no nosso mês. Só que nós existimos e resistimos todos os dias na sociedade, que não nos deixa ser enquanto a gente quer vencer, e vencer nada mais é do que ter a possibilidade de ser quem a gente é e ter os nossos direitos garantidos”.

Glauber reconhece os privilégios que desfruta como mulher trans que tem o amparo da família, da sociedade, e uma graduação. “Sou formada, mas ainda assim vejo as minhas manas e manos, sendo impossibilitados ou não tendo espaço. Tem uma fala que costumam dizer, e que eu falo há muito tempo: ‘para uma travesti, um simples fato de comprar um pão na padaria pela manhã, é um ato revolucionário’”.

Coordenadora da ATMS, Mikaella Lima vestia preto para lembrar que mesmo no dia de comemoração, o Brasil ainda segue no ranking de ser o país que mais mata LGBT’s no mundo.

“Estou de preto porque estamos aqui para comemorar em termos. Infelizmente nosso País continua matando nosso iguais, nossas iguais. Das letrinhas LGBT, a T é a que mais sofre e é ceifada em nosso Brasil. Este é o momento da gente se unir, fortalecer, e tentar dar um jeito de tirar o país desse ranking. Talvez se não fosse essa iniciativa de 20 anos atrás, nós nem estaríamos aqui vivas hoje. Só estamos passando dos 35 anos de idade graças a essas mulheres que lá em 2004 lutaram”.

Data

Depois da campanha Travesti e Respeito, 29 de janeiro passou a ser o Dia da Visibilidade Trans, data que se tornou um marco no combate à transfobia em todo o Brasil.

Desde então, o mês de janeiro é tomado por reflexões sobre a importância da visibilidade trans, aceitação da transexualidade, representatividade e luta por acesso aos direitos como saúde, educação, emprego digno, enfrentamento ao preconceito e à discriminação.

 

(Com assessoria. Fotos: Divulgação)

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Com Prêmio Zumbi, Prefeitura de Corumbá homenageia personalidades da luta pela igualdade racial

Criado pelo prefeito Marcelo Iunes por meio da Lei 2.789, de 22 de outubro de 2021, a premiação tem o objetivo de valorizar e destacar as pessoas que trabalham pela igualdade racial.

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A Prefeitura de Corumbá, por meio da Secretaria Municipal de Assistência Social e Cidadania, homenageou nesta segunda-feira, 25 de novembro, sete personalidades com o Prêmio Zumbi dos Palmares 2024. Criado pelo prefeito Marcelo Iunes por meio da Lei 2.789, de 22 de outubro de 2021, a premiação tem o objetivo de valorizar e destacar as pessoas que trabalham pela igualdade racial.

“Quero parabenizar todas as pessoas que tiveram o nome lembrado para esse importante prêmio, que está em sua terceira edição, e também toda equipe da Superintendência de Políticas Públicas, que organizou e viabilizou esse momento”, afirmou o prefeito de Corumbá. Ele também destacou trabalho desempenhado pelos homenageados e pediu para que eles continuem empenhados nessa missão mundial.

A primeira-dama e secretária de Assistência Social e Cidadania, Amanda Balancieri Iunes, reforçou a importância da premiação e também pediu que os militantes sigam focados em seus objetivos. “Avançamos muito nos últimos anos, mas podemos avançar ainda mais nesse tema da igualdade racial, não só em Corumbá, mas todo o Mato Grosso do Sul e no Brasil”, pontuou.

Na categoria Cultura, a premiada foi a empreendedora social e cultural Thayná Cambará Beraldo, diretora da Bela Oyá Pantanal, primeira agência de Afroturismo de Mato Grosso do Sul. Na categoria Esporte, o homenageado foi João Carlos de Carvalho, o Kakalo, ex-jogador de futebol e responsável pelo projeto Bom de Bola, Bom de Nota, desempenhado na região do bairro Popular Nova e que atende 85 crianças e adolescentes.

Na categoria Cidadania, o prêmio foi para Alexsandre Pereira de Souza, ativista social no movimento negro, líder comunitário, instrutor de música, mestre de bateria e que atuou por vários anos na Gerência de Políticas Públicas para a Igualdade Racial. Na categoria Saúde, o homenageado foi o psicólogo Rigoberto Borges de Abreu, especialista em neuropsicologia e que atua na Rede Feminina de Combate ao Câncer.

Na categoria Personalidade, o troféu foi para a Guarda Civil Municipal Dircilene Amorim, que além de ser intérprete de Libras, atua há 5 anos na Patrulha Maria da Penha. Na categoria Educação, a premiada foi a professora Maria Benedita Pedrosa de Arruda, mais conhecida como Tia Bené. Ela foi representada pela filha Rayane Andrade.

(Com assessoria. Fotos: Divulgação)

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Cidadania

Parceria entre Governo de MS e Marinha possibilita pesquisa, atendimento médico e combate a incêndios

O atual comandante do 6º Distrito Naval, vice-almirante Iunis Távora Said, também participou do encontro esta tarde, em Campo Grande.

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O Governo do Estado de Mato Grosso do Sul mantém parcerias com a Marinha do Brasil, para execução de projetos em diferentes áreas, beneficiando a população.

Para manter e expandir a atuação conjunta, o governador, Eduardo Riedel, recebeu hoje (23), o contra-almirante Alexandre Amendoeira Nunes, que no dia 3 de maio vai assumir o comando do 6º Distrito Naval em Ladário.

“Temos parcerias com o Estado, que vamos continuar e aumentar. Uma das frentes de cooperação é na parte de combate a incêndios florestais no Pantanal e formação de brigadistas. Além de atendimento médico e social para as comunidades ribeirinhas, e ainda evacuação médica com uso de aeronaves”, explicou o almirante Amendoeira.

O atual comandante do 6º Distrito Naval, vice-almirante Iunis Távora Said, também participou do encontro esta tarde, em Campo Grande.

Em dezembro do ano passado, o Governo do Estado por meio da SES (Secretaria de Estado de Saúde), formalizou cooperação, com a Marinha, para o desenvolvimento de ações vinculadas ao Projeto NAVIO (Navegação Ampliada para a Vigilância Intensiva e Otimizada) que visa proporcionar mais qualidade de vida e melhores cuidados com a saúde da população ribeirinha em Mato Grosso do Sul.

A ação atende as comunidades ribeirinhas das regiões de Corumbá, Ladário e Porto Murtinho, com diagnóstico e monitoramento (de vírus em circulação). O projeto também ocorre em parceria com a Fiocruz Minas para melhorar a qualidade de vida e realizar o monitoramento genômico da população ribeirinha do Rio Paraguai.

O projeto, que tem duração de 5 anos, começou no dia 25 de novembro do ano passado na rota entre Ladário e Porto Murtinho. Já em fevereiro, o projeto chegou a Cáceres (MT), e a previsão é de que até o fim do mês chegue a capital mato-grossense, Cuiabá.

Também em dezembro de 2023, outra cooperação entre o Estado e a Marinha, possibilitou a realização de operações de evacuação aeromédicas.

Outra frente de trabalho do Estado, com o apoio da Marinha do Brasil, é na área científica. O intercâmbio técnico-científico e cultural entre o Bioparque Pantanal e a Marinha do Brasil, por intermédio do Comando do 6° Distrito Naval, tem como objetivo incrementar os conhecimentos e trocas de informações, desenvolver programas e projetos de pesquisa – marítima e fluvial, das águas interiores e da biodiversidade local e nacional.

O acordo busca ainda a colaboração entre as partes com a finalidade de fomentar a realização de ações e projetos de pesquisa com pesquisadores vinculados ao Bioparque e a Marinha do Brasil, apoiados nos pilares econômico, social e ambiental.

No fim do ano passado, pesquisadores do maior aquário de água doce do mundo realizaram uma expedição pelo bioma Pantanal a bordo do navio Agência Escola Flutuante (AgEFlut) “Esperança do Pantanal”, da Marinha do Brasil. A parceria entre as Forças Armadas e o Bioparque oportunizou ao grupo de estudiosos do Bioparque Pantanal, UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados) e UNB (Universidade de Brasília) desbravarem locais de difícil acesso no Rio Paraguai e Paraguai-Mirim.

Durante cinco dias o grupo conheceu o bioma único e fascinante, com várias características que o distinguem de outros ecossistemas, o que possibilitou a coleta de animais e plantas para objetos de pesquisa e povoamento dos tanques do Bioparque.

 

(Com assessoria. Fotos: Divulgação)

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Cidadania

Povo das Águas atende moradores da região do Baixo Pantanal a partir hoje (22)

Dois servidores do Instituto de Identificação Gonçalo Pereira – MS vão participar da ação do Povo das Águas na região do Baixo Pantanal para a elaboração de RG.

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A Prefeitura de Corumbá, por meio do Programa Social Povo das Águas, atende de 22 a 27 de abril aos ribeirinhos da região do Baixo Pantanal. A ação é coordenada pela Secretaria Municipal de Assistência Social e Cidadania.

Os serviços terão início na segunda, dia 22, com atendimentos aos moradores da região do Formigueiro e Volta Grande, das 14h às 17 horas, na Casa da Dona Fátima. Na terça-feira, 23, os atendimentos serão prestados no Porto da Manga, das 08h às 12 horas.

No quarta, 24 de abril, será atendida a comunidade de Porto Esperança, na Escola Municipal de Porto Esperança, das 08h às 12 horas. A quinta-feira, dia 25, reserva ações para a comunidade de Forte Coimbra, também das 08h às 12 horas, na Escola Ludovina Portocarrero.

Na sexta-feira, 26 de abril, das 08h às 13 horas, a equipe estará no Hotel Pesqueiro da Odila assistindo aos ribeirinhos do Porto Morrinho.

Dois servidores do Instituto de Identificação Gonçalo Pereira – MS vão participar da ação do Povo das Águas na região do Baixo Pantanal para a elaboração de RG. Para a emissão da Carteira de Identidade, os interessados devem apresentar certidão de nascimento original.

O Povo das Águas também contará com a presença de servidores do Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) e do Ministério da Pesca, que farão atendimentos informativos, cadastramento, carteirinha de pesca e regularização documental das famílias ribeirinhas. Servidores da Defensoria Pública da União (DPU) vão integrar a Ação oferecendo atendimentos jurídicos, informativos, encaminhamentos e abertura de processos judiciais.

Povo das Águas

O Programa Social Povo das Águas atende famílias que residem em regiões de difícil acesso do Pantanal corumbaense com ações médicas, odontológicas, sociais, assistenciais, educacionais e de fomento a pequenas produções.

(Com assessoria. Foto: Divulgação)

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