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Saúde

Banco de Multitecidos do MS teve aumento de 44% nas captações em 2023

Nesta quarta se celebra o Dia Nacional da Doação de Órgãos

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No Dia Nacional da Doação de Órgãos, celebrado nesta quarta-feira (27), o Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into), do Ministério da Saúde, superou 1,5 mil doadores de tecidos musculoesqueléticos, que incluem ossos, tendões, meniscos e cartilagens. “É uma virada importante, que abrange todos os tecidos que a gente trabalha para captar para transplante”, disse à Agência Brasil o chefe do Banco de Multitecidos do Instituto, Rafael Prinz.

A marca considera o período desde a inauguração da unidade, em setembro de 2002, quando o foco era o trabalho somente com ossos e tendões. Em setembro de 2013, surgiu o Banco de Olhos e, em abril de 2017, o Banco de Pele. “A gente foi agregando os tecidos que poderia captar e disponibilizar para transplante”. Atualmente, o Banco do Into é Multitecidos e envolve não só os tecidos musculoesqueléticos, mas também globos oculares e pele.

De janeiro a agosto deste ano, o Into registrou 215 captações de tecidos, entre córneas, pele e tecidos musculoesqueléticos, com aumento de 44% em comparação a igual período do ano passado. Desse total, foram 173 captações de tecido ocular, 29 de tecido musculoesquelético, 30 peças englobando osso, tendão, cartilagem, e 13 captações de pele. Em 2022, o banco foi o maior distribuidor de tecidos para a realização de cirurgias ortopédicas no Brasil: mais de 43% dos transplantes de tecido musculoesquelético do país foram feitos com ossos, tendões e outros tecidos disponibilizados pelo Into.

Meta

Prinz diz esperar conseguir “mais do que dobrar” o número de córneas captadas este ano. “Seria muito bom chegar a 900 córneas transplantadas, provenientes do nosso banco. Para isso, a gente precisa da ajuda da população”. A fila atual de transplante no estado do Rio de Janeiro alcança cerca de 4 mil pessoas esperando uma córnea. “É uma situação que a gente quer muito ajudar a mudar. Se conseguíssemos, este ano, fazer perto de mil transplantes, isso já ajuda muito, diminui bastante o tempo de espera nessa fila, apesar de nós não sermos o único banco que atende essa fila estadual”. O médico destacou a necessidade de sensibilização da população para a doação para, com isso, aumentar o número de transplantes e fazer mais pessoas voltarem a enxergar.

Ele previu ainda um recorde na captação de globos oculares. Ele estima que, até o fim deste ano, o número de globos oculares captados, no total de 332 até agora, seja o maior desde a inauguração do Banco de Olhos, em 2013. “Do ponto de vista de tecido ocular, está sendo um ano muito bom para a gente. Nos últimos dez anos, este é o melhor ano em captação de tecido ocular. Isso é muito bom para a gente poder fazer um número maior de pessoas podendo voltar a enxergar”, reiterou.

Captações

O chefe do Banco de Multitecidos explicou que uma doação pode gerar uma captação de tecidos de dois globos oculares, de pele, ossos, tendões e até cartilagem articular para transplantes. “Eu ter a magnitude de quanto isso gera lá na ponta é muito amplificado. Um único doador, se conseguir ser apto e tiver até uma idade mais jovem, a gente consegue enquadrar nas faixas de captação de todos esses tecidos e ele potencializa muito o número de receptores. A gente costuma dizer que pode chegar a mais de 50 pessoas sendo beneficiadas com uma única doação, dependendo da faixa etária do doador e das indicações que a gente for fazer de preparação desses tecidos para transplante. A gente consegue o nosso banco magnificar muito uma doação”.

Para se ter uma ideia, Prinz informou que dois globos oculares doados geram quatro produtos: duas córneas e duas escleras (tecido fibroso externo que reveste o globo ocular, também conhecido como “branco do olho”). Já cada captação de tecido musculoesquelético fornece, em média, 30 peças, como osso, tendão, cartilagem, entre outras. Depois de processadas, essas peças podem beneficiar pelo menos 50 pessoas. Em relação à pele, são captados, em média, mil centímetros quadrados (cm²) por doador.

Conscientização

Na avaliação de Prinz, a conscientização sobre a importância da doação de órgãos e tecidos continua sendo fundamental, porque o índice de recusa familiar ainda é grande. Dados do Registro Brasileiro de Transplantes mostram que, no primeiro semestre de 2023, 33% das famílias de potenciais doadores notificados no estado do Rio de Janeiro não autorizaram a doação. No Brasil, o número chegou a 49%. “É a família que vai autorizar a doação. Por isso, é muito importante que a pessoa comunique ainda em vida aos familiares o seu desejo de ser um doador”, disse o especialista.

Graças ao tecido musculoesquelético disponibilizado pelo Banco de Multitecidos do Into, Isaac Bertolino, de 18 anos, já consegue voltar a jogar bola com os amigos. O estudante, apaixonado por futebol, foi submetido a um transplante que evitou a amputação da perna. Em 2019, Isaac foi diagnosticado com osteossarcoma, tipo mais comum de tumor ósseo maligno primário, que atinge com mais frequência crianças, adolescentes e jovens adultos.

Foi através de um transplante ósseo (parte inferior de uma tíbia), que substitui os ossos doentes por ossos saudáveis de doadores, que o estudante, além de passar pela ressecção do tumor, ganhou a chance de continuar com a mobilidade dos membros inferiores.

Distribuição

Pioneiro no Brasil, o Banco de Multitecidos do Into é responsável pela captação, processamento e distribuição de córnea, pele e tecidos musculoesqueléticos para utilização em cirurgias de transplantes nas áreas de ortopedia e odontologia.

O Instituto mantém equipes preparadas para realizar captações 24 horas por dia, durante os 365 dias do ano. Todo o procedimento, desde a captação até a distribuição do tecido a ser transplantado, é gratuito. No banco de tecidos, todo o material coletado é analisado até que seja liberado para a distribuição. A partir daí, ele será disponibilizado, sob demanda, para qualquer equipe e instituição cadastrada no Sistema Nacional de Transplantes.

(Fonte: Agência Brasil. Foto: Reprodução)

Saúde

Método Canguru permite que famílias tenham contato pele a pele com bebês internados no HRMS Publicado em: 10 de junho de 2025

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Uma prática simples, mas profundamente transformadora, muda a rotina de bebês internados nas unidades neonatais do HRMS (Hospital Regional de Mato Grosso do Sul). É o Método Canguru, que está inserido nas boas práticas de atendimento ao recém-nascido e sua família e tem como um dos seus o contato pele a pele.

Adotado no HRMS como parte da política de humanização do atendimento, o método tem como base científica o acolhimento do bebê no colo da mãe ou do pai, apenas com fralda, em contato direto com o corpo dos pais. A técnica já é reconhecida pela OMS (Organização Mundial da Saúde) como uma forma eficaz de promover o desenvolvimento dos bebês prematuros ou de baixo peso.

Coordenadora do Método Canguru em Mato Grosso do Sul, a enfermeira Ana Carolina Pereira Aragão Oliveira afirma que o contato pele a pele vai além de um gesto de carinho. “Estudos mostram que o Método Canguru estabiliza a frequência cardíaca e respiratória do bebê, reduz o risco de infecções, favorece o aleitamento materno e até mesmo diminui o tempo de internação. O contato pele a pele ocorre já logo após o parto, como preconiza o Ministério da Saúde”, explica.

No HRMS, a iniciativa também transforma a experiência da família, que passa a ter um papel mais ativo e afetivo durante o período de internação. Para Gabryela de Oliveira Vaz, 27 anos, segurar os filhos no braços e ter a presença do marido fazem a diferença no período de internação.

O pequeno Arthur nasceu de 33 semanas e, desde então, já passou pela UTI (Unidade de Terapia Intensiva) Neonatal, UCINCo (Unidade de Cuidado Intermediário Neonatal Convencional) e, agora, está na UCINCa (Unidade de Cuidados Intermediários Neonatal Canguru), que tem uma estrutura semelhante a de uma casa, com cama para as mães, poltrona de amamentação, berço de acrílico, além de uma copa/sala, com geladeira, microondas, armários individuais, e TV.

“A estrutura do hospital surpreendeu muito. Parece um hotel, bem estruturado. Poder ficar com meu filho e ter ele (companheiro) perto ajuda 100%. Na hora de amamentar, faz muita diferença também. Fica até mais tranquilo e isso é ótimo, porque tudo o que sentimos, o bebê também sente”, afirma a mãe de primeira viagem, que é de Rio Verde e veio para Campo Grande após entrar em trabalho de parto com 32 semanas.

Ao ver o filho descansando no colo do pai, Gabryela diz que o sentimento é de conforto. “Ele é um paizão e o Arthur tem tido uma evolução muito boa”, garante. Já Luiz Eduardo Anastácio, 26 anos, pai do Arthur, diz que estar com o filho repousando no seu peito é “maravilhoso”. “Ter uma geração sua no colo é a melhor coisa. Não imaginava que ia ter essa possibilidade (de fazer o canguru) no hospital”, afirma.

A equipe do hospital oferece suporte constante às famílias, com orientações e acompanhamento multidisciplinar. “O Método Canguru é um cuidado integral: físico, emocional e humano. E não é apenas para o bebê. É para o bebê, para a mãe e para toda a família”, reforça a enfermeira Ana Carolina Aragão.

Centro de Referência em Mato Grosso do Sul para o Método Canguru

Desde 2012, o HRMS é o Centro de Referência em Mato Grosso do Sul para o Método Canguru. O Método Canguru compreende três etapas nas quais a equipe de profissionais da unidade neonatal deve estar preparada para oferecer um atendimento de saúde qualificado, observando a individualidade de cada criança e de sua história familiar.

No HRMS, estão disponíveis as três etapas, que contemplam desde o período do pré-natal materno até o pós-alta hospitalar, com acompanhamento do bebê até mesmo depois que foi para casa.

Além disso, o HRMS é um polo de capacitação estadual para o Método Canguru dentro do Sistema Único de Saúde. Desde a implementação, mais de 700 pessoas já participaram dos cursos de sensibilização oferecidos pelo hospital.

Dia Internacional de Sensibilização do Método Canguru

A iniciativa, celebrada em 15 de maio, surgiu na Colômbia no ano de 1979, para diminuir a mortalidade neonatal no país com uma ideia simples: colocar o recém-nascido contra o peito da mãe, o que poderia promover maior estabilidade térmica, substituindo as incubadoras. Em território brasileiro, o Método Canguru é definido como política nacional de saúde que integra um conjunto de ações voltadas para a qualificação do cuidado ao recém-nascido, seus pais e sua família.

Patrícia Belarmino, Comunicação Funsau/HRMS

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Saúde

Captação de órgãos em Dourados supera 2024, mas recusa familiar ainda preocupa

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A captação de órgãos é feita no Hospital da Vida e em todas as unidades hospitalares de Dourados, Nova Andradina e Ponta Porã com UTI – Foto: Assecom

Dourados já registrou cinco captações de órgãos até o momento em 2025, ultrapassando todo o ano anterior, quando apenas quatro doações foram efetivadas. Apesar do avanço, a recusa familiar permanece alta e ainda representa um grande desafio para aumentar o número de transplantes na região.

Conforme a coordenadora em Dourados da Organização de Procura de Órgãos (OPO), Ludelça Dorneles, um dos fatores que contribui significativamente para a recusa é o desconhecimento das famílias sobre a vontade do potencial doador. “É fundamental que essa conversa aconteça dentro das famílias, porque o desconhecimento gera insegurança e consequentemente negativas”, explica.

Em Dourados, além da conscientização limitada sobre a importância da doação, questões estruturais impactaram o processo. Durante a pandemia, muitos leitos foram destinados exclusivamente à Covid-19, gerando atrasos e dificuldades adicionais. Outro fator importante foi a reforma no aeroporto local, essencial para o transporte rápido de órgãos mais sensíveis, como coração e pulmão.

Esses órgãos precisam ser transplantados em até quatro horas após a captação. Sem o aeroporto operacional, o transporte ficou inviável, causando a suspensão temporária dessas captações na cidade.

A captação de órgãos ocorre em todas as unidades hospitalares da cidade com Unidade de Tratamento Intensivo (UTI). Entre os órgãos captados estão rins, fígado, córneas, pâncreas, coração e pulmão (os dois últimos suspensos devido às dificuldades logísticas). Hospitais de Ponta Porã e Nova Andradina também são de abrangência da OPO Dourados.

Embora tenha capacidade para captação, Ludelça explica que Dourados ainda não realiza transplantes por falta de equipes médicas credenciadas. Os procedimentos são realizados somente em Campo Grande, na Santa Casa e no Hospital do Pênfigo, seguindo listas estaduais para transplante de fígado, córneas e rins, e listas nacionais para demais órgãos.

A OPO realiza um trabalho essencial de acolhimento familiar desde o primeiro momento em que surge a suspeita de morte encefálica. Após a confirmação pelo médico, é a equipe da OPO que se aproxima da família, acolhe emocionalmente os familiares, esclarece dúvidas e informa sobre o direito e a importância da doação de órgãos, respeitando sempre o momento delicado e sensível pelo qual passam os envolvidos.

Para melhorar os índices de doação, a OPO realiza ações educativas contínuas, como palestras em universidades, escolas técnicas, hospitais e empresas. “Fazemos campanhas, ações, mas precisamos intensificar ainda mais a discussão sobre a importância da doação de órgãos”, reforça a Ludelça Dorneles.

Dados das recusas familiares nos últimos anos:

  • 2020: 21 recusas familiares e 8 doações
  • 2021: 4 recusas familiares e 3 doações
  • 2022: 11 recusas familiares e 5 doações
  • 2023: 19 recusas familiares e 7 doações
  • 2024: 16 recusas familiares e 4 doações
  • 2025: até o momento, 5 doações realizadas

Cenário Nacional

Em nível nacional, o Brasil realizou 30,3 mil transplantes em 2024, atingindo um recorde histórico, porém ainda há 78 mil pessoas na fila de espera. Mais de 90% dos transplantes no país são feitos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Os transplantes mais realizados são os de córnea, rim, medula óssea e fígado.

Especialistas orientam que as famílias conversem antecipadamente sobre o desejo de doar órgãos, garantindo que a vontade do potencial doador seja respeitada. Informar-se sobre o tema é essencial para salvar vidas.

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Saúde

MS amplia teste do pezinho gratuito pelo SUS e passa a detectar mais de 40 doenças em recém-nascidos

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Com exame simples e feito entre o 3º e o 5º dia de vida do bebê, Estado se antecipa ao cronograma nacional e oferece triagem ampliada como parte do Projeto Bem Nascer MS

Mato Grosso do Sul passou a integrar o seleto rol de estados brasileiros que oferecem gratuitamente a versão ampliada do teste do pezinho, para rastrear dezenas de doenças congênitas, genéticas e metabólicas em recém-nascidos. O exame, simples, gratuito e obrigatório pelo SUS (Sistema Único de Saúde) continuará sendo realizado entre o 3º e o 5º dia de vida do bebê e poderá salvar ainda mais vidas ao permitir o diagnóstico e o tratamento precoce de um rol que passa de 7 para mais de 40 patologias.

A ampliação faz parte do Programa Estadual de Triagem Neonatal, vinculado ao Projeto Bem Nascer MS, publicado no Diário Oficial do Estado desta terça-feira (3) por meio da Resolução n.º 381, e representa um salto importante na política de proteção à infância. Até então, o teste básico contemplava sete doenças conforme o PNTN (Programa Nacional de Triagem Neonatal). Com a nova etapa, o rol passa a incluir condições como atrofia muscular espinhal, imunodeficiências primárias, galactosemias e diversos distúrbios metabólicos.

Para a gerente de Atenção à Saúde da Criança, Cristiana Schulz, o avanço reforça o compromisso do Estado com a saúde neonatal: “Esse é um passo muito importante. Com o diagnóstico precoce, conseguimos iniciar o tratamento antes que a criança apresente sintomas ou desenvolva complicações. Isso significa mais qualidade de vida, menos sofrimento e, em muitos casos, a chance real de salvar vidas”, destaca.

As amostras são analisadas pelo IPED/APAE de Campo Grande, laboratório de referência habilitado pelo Ministério da Saúde, responsável também pelo acompanhamento multiprofissional dos casos alterados, com atendimento especializado que envolve endocrinologistas, geneticistas, pediatras, psicólogos, nutricionistas, entre outros profissionais.

Atualmente, cerca de 3 mil testes são realizados por mês em Mato Grosso do Sul. A Secretaria de Estado de Saúde garante o repasse mensal de recursos ao serviço de referência para manter a ampliação da triagem neonatal nos 79 municípios.

Junho Lilás mobiliza famílias sobre a importância do teste do pezinho

Durante o mês de junho, o Governo de Mato Grosso do Sul intensifica a campanha Junho Lilás, uma mobilização especial para reforçar a importância do teste do pezinho, exame gratuito e obrigatório que pode detectar precocemente diversas doenças graves nos primeiros dias de vida do bebê. Essa iniciativa tem como objetivo principal levar informação clara e direta às famílias, destacando que o teste deve ser realizado entre o 3º e o 5º dia após o nascimento.

Com o lema “O primeiro passo é o mais importante”, a campanha estadual enfatiza que o teste do pezinho é um procedimento simples, rápido e indolor, disponível em todas as UBSFs (Unidades Básicas de Saúde da Família) e maternidades cadastradas no SUS. Além disso, as peças informativas elaboradas pela campanha esclarecem dúvidas frequentes dos pais e responsáveis, detalham o passo a passo da coleta e alertam sobre os riscos de sequelas permanentes caso o diagnóstico seja feito de forma tardia.

O Junho Lilás também celebra o Dia Nacional do Teste do Pezinho, comemorado em 6 de junho, reforçando o compromisso com a saúde neonatal e o direito de toda criança a um começo de vida saudável e com qualidade. A realização precoce do exame pode prevenir complicações sérias, promovendo intervenções médicas eficazes e aumentando as chances de desenvolvimento pleno dos recém-nascidos.

Por isso, a campanha convoca todas as famílias sul-mato-grossenses a priorizarem a realização do teste do pezinho dentro do prazo indicado, garantindo que seus filhos recebam o cuidado e a atenção que merecem desde os primeiros dias de vida.

Danúbia Burema, Comunicação SES
Foto: Agência Brasil

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