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Saúde

Febre maculosa: infectologistas falam tudo sobre a doença

“Não há motivo para alarme”, tranquiliza médica

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A febre maculosa, que vem afetando diversas regiões de nosso país, é causada por uma bactéria encontrada em carrapatos. A doença infecciosa não é sempre letal, mas estar bem informado e buscar orientação médica se perceber algum sintoma são medidas essenciais. Para isso, Dra. Yvone Maia Brustoloni e Dr. Maurício Pompilio, infectologistas da Unimed Campo Grande, responderam tudo sobre o tema.  

O que é? 

A Febre Maculosa Brasileira (FMB) é uma doença infecciosa febril aguda, causada por uma bactéria (Rickettsia rickettsii), transmitida por carrapatos infectados.  

São acometidos em maior proporção pela doença a população entre 20 e 49 anos, principalmente homens, com relato de exposição a carrapatos, animais silvestres e domésticos ou que frequentaram ambientes de matas, rios ou cachoeiras. 

Como é transmitida?  

A febre maculosa é transmitida por meio da picada de carrapatos infectados. Os carrapatos transmissores mais importantes no Brasil são amblyomma cajennense ou sculptum, conhecidos popularmente por carrapato-estrela, micuim, carrapato-do-cavalo, rodoleiro ou carrapato vermelhinho.  

O carrapato-estrela não é o carrapato comum, que encontramos geralmente em cães, eles são mais encontrados em animais de grande porte, como bois, cavalos, antas e, especialmente, capivaras, apesar de também serem encontrados em cães, aves domésticas, gambás, coelhos, entre outros. 

O micuim é a fase jovem do carrapato-estrela, e é de tamanho bem pequeno, podendo ser confundido com um pontinho escuro na pele. Os carrapatos mais jovens e de menor tamanho são os mais perigosos, porque são mais difíceis de serem vistos.  

As capivaras e os cavalos assumem grande importância na cadeia epidemiológica da doença, pois são os principais reservatórios dos carrapatos e amplificadores da febre maculosa. Os animais mantidos em pastos sujos, com vegetação alta ou em matas ciliares, encontram um ambiente bastante propício para a infestação pelo amblyomma sp

Para haver transmissão, o carrapato infectado precisa ficar pelo menos quatro horas fixado na pele das pessoas.  

Importante 

Não há transmissão de pessoa para pessoa, nem todo carrapato está contaminado e nem toda picada transmite febre maculosa. 

Locais para evitar 

Locais com grama, áreas de mata, vegetação perto de rios, lagos, lagoas e de cachoeiras podem estar infestadas por carrapatos.  

É preciso evitar: 

– Pisar, sentar e deitar na grama 

– Fazer piqueniques 

Principalmente se for uma área que há capivaras, bois, cavalos e antas. Além disso, é importante falar que há a necessidade de controle ambiental para saber onde tem regiões com infestação destes carrapatos e estudos que demonstrem se nestes locais os carrapatos capturados estão ou não infectados pela bactéria. 

Sintomas 

Os sintomas aparecem de 2 a 14 dias, com média de 7 dias, após a picada do carrapato infectado, surgindo de forma súbita e aguda. E na fase inicial são:  

– Febre 

– Dor de cabeça 

– Dor no corpo 

– Náuseas 

– Vômitos 

– Diarreia  

– Manchas pelo corpo (sinal clínico mais importante, que aparecem geralmente entre o terceiro e quinto dia de doença. Pode não se manifestar em alguns pacientes, dificultando a suspeita clínica)

Em casos mais graves pode evoluir em alguns dias com disfunção de órgãos, levando a insuficiência respiratória, renal e complicações cardíacas e neurológicas. 

Quando buscar atendimento médico/hospitalar? 

É preciso procurar atendimento médico caso haja febre entre 2 e 14 dias após ter frequentado área rural, de mata, florestas, rios e cachoeiras, ou ter sido parasitado por carrapatos.  

Sintomas como febre muito alta, desmaio ou desfalecimento, vômitos que impedem a hidratação (ingestão de líquidos), diminuição da produção de urina e falta de ar merecem atenção. 

Diagnóstico 

É realizado através de sorologia específica, solicitada por um médico.  

Tratamento 

Há cura, desde que o tratamento com antibióticos específicos seja introduzido precocemente. Logo nas primeiras doses o quadro começa a regredir e evolui para a cura total.  

O atraso no diagnóstico e, consequentemente, no início do tratamento, pode provocar complicações graves, como o comprometimento do sistema nervoso central, dos rins, dos pulmões e das lesões vasculares, podendo levar ao óbito. 

Prevenção 

Havendo necessidade de frequentar os locais de risco, adotar o uso de barreiras físicas, incluindo: roupas claras e com mangas compridas, facilitando a visualização de carrapatos, calças por dentro de botas, preferencialmente de cano longo e vedadas com fita adesiva de dupla-face.  

É recomendável examinar o próprio corpo a cada três horas, a fim de verificar a presença de carrapatos. Retornando de áreas de mata, tomar banho usando bucha vegetal e inspecionar o corpo. 

Importante 

Manter lotes, praças, parques e vias públicas capinadas e com capim baixo. O sol direto desidrata e mata as larvas de carrapatos. 

Não há profilaxia recomendada para pessoas que frequentaram áreas endêmicas (ou seja, não é necessário o uso de nenhum antibiótico ou medicamentos), mesmo havendo histórico de parasitismo por carrapatos. A automedicação deve ser evitada

O que fazer ao encontrar um carrapato aderido ao corpo? 

Caso carrapatos sejam encontrados, removê-los com cuidado, com o auxílio de uma pinça, realizando movimentos de torção suave. Não esmagar o carrapato com as unhas, pois pode ocorrer a liberação de bactérias ou contaminação do ambiente com ovos, no caso de fêmeas. Não é necessário queimar o carrapato, por isso evitar a utilização de materiais como álcool ou acetona. 

Retirado o carrapato, lavar a área com álcool ou água e sabão e as roupas com água fervente. O carrapato deve ser colocado em um vidro com álcool.  

Não há surto 

Apesar dos recentes casos divulgados, não há motivo para alarme. Em Mato Grosso do Sul existe a infecção. Entre 2010 e 2022 foram registrados sete casos, sem surto. 

A maior concentração de casos tem sido verificada nas regiões sudeste e sul do Brasil, com casos esparsos em outros locais. Além disso, a bactéria causadora da doença não é comumente encontrada na região sul-mato-grossense e Campo Grande não é considerada área endêmica de febre maculosa.  

(Com assessoria. Foto: Divulgação)

Saúde

Equoterapia em Mato Grosso do Sul une saúde, inclusão e reabilitação para pessoas com deficiência

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Parceria entre SES e Polícia Militar oferece atendimento gratuito e acompanhamento especializado a pessoas com deficiência

A SES (Secretaria de Estado de Saúde) tem reforçado ações que unem saúde, inclusão e reabilitação por meio de parcerias estratégicas, como o Programa de Equoterapia da PMMS (Polícia Militar de Mato Grosso do Sul). Localizado no Parque dos Poderes, em Campo Grande, o projeto oferece atendimento gratuito a crianças com deficiências físicas, intelectuais e transtornos do desenvolvimento, promovendo ganhos significativos nos âmbitos físico, emocional e social.

O convênio firmado no início do ano passado entre a SES e a PMMS destina R$ 1,13 milhão para custeio de profissionais especializados, garantindo o acompanhamento clínico e terapêutico dos praticantes.

Para a gerente da Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência da SES, Juliana Medeiros, o serviço representa um avanço significativo na consolidação da Rede.
“O Centro de Equoterapia da PMMS é um exemplo concreto de como o cuidado pode transformar vidas quando une técnica, sensibilidade e propósito. A equoterapia promove ganhos expressivos na reabilitação global das pessoas com deficiência, ampliando suas possibilidades de autonomia, integração social e dignidade. Essa parceria fortalece a Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência e reafirma o compromisso de Mato Grosso do Sul com políticas públicas efetivas, que fazem diferença real na vida das pessoas”, afirmou Juliana.

À direita, Capitão Lorensetti, coordenador do programa. (Foto: Divulgação PMMS)

O coordenador do programa, Capitão Lorensetti, explica que o projeto, desenvolvido pela Polícia Militar e mantido pelo Governo do Estado, é executado por uma equipe multidisciplinar composta por fisioterapeutas, psicólogos, profissionais de serviço social, educação física, enfermagem, pedagogia e fonoaudiologia. A iniciativa visa promover o desenvolvimento global dos praticantes, combinando os benefícios do movimento do cavalo com o acompanhamento clínico e terapêutico.

“A equoterapia é reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina como uma ferramenta eficaz de reabilitação. O movimento tridimensional do cavalo estimula o equilíbrio, a coordenação, a postura e a concentração, além de gerar ganhos emocionais e cognitivos significativos. É uma terapia que trabalha corpo, mente e vínculo afetivo”, explica o oficial.

O cavalo como parceiro terapêutico

De acordo com a psicóloga e pedagoga Lilian Martins, o cavalo atua como mediador natural de estímulos físicos e emocionais. Seu andar se assemelha ao movimento humano, proporcionando respostas corporais e neurológicas que dificilmente seriam alcançadas em terapias convencionais. “Durante uma sessão de 30 minutos, o praticante realiza cerca de 9 mil ajustes musculares para manter o equilíbrio sobre o cavalo. Isso fortalece a musculatura, melhora o tônus e o controle postural, além de estimular a coordenação e a concentração”, explica Lilian.

Ela destaca ainda que cada atendimento é planejado de forma personalizada, considerando o tipo de cavalo, o ritmo da montaria e os objetivos terapêuticos. “Se o foco é reduzir a agitação, trabalhamos o relaxamento. Cada sessão tem intencionalidade e propósito. Além da parte física, a equoterapia desperta afetividade, autoconfiança e integração social”, afirma Lilian.

Histórias que inspiram

Ana Vitória participa do projeto há 14 anos.

Entre as histórias marcantes que passam pelo Centro está a de Ana Vitória Silva, de 20 anos, que nasceu com paralisia cerebral. Desde os dois anos de idade, ela participa da equoterapia e, há 14 anos, faz parte do projeto.

Moradoras de Chapadão do Sul, Ana e sua mãe, Rosaine Aparecida da Silva, viajam todas as semanas até Campo Grande para as sessões. “A evolução dela foi enorme, tanto física quanto emocionalmente. O que o cavalo faz na equoterapia, nenhum fisioterapeuta consegue reproduzir dentro de uma clínica. A Ana adora vir, é um momento de liberdade e felicidade”, relata Rosaine.

Outra história de superação vem do pequeno Davi, de 8 anos, diagnosticado com autismo nível 3, epilepsia e TDAH. Ele participa do programa há cerca de dois anos e meio e já apresenta grandes avanços. “Depois que começou a equoterapia, o Davi recuperou a fala, melhorou a coordenação e ganhou confiança. Hoje ele até participa das Paralimpíadas internas do projeto, adora competir e se sente muito feliz”, conta a mãe, Daniele Barilli.

Integração, inclusão e resultados concretos

Fundado em 3 de setembro de 2002, o Centro de Equoterapia da PMMS é uma instituição filantrópica sem fins lucrativos, sendo um serviço de referência em Mato Grosso do Sul. Atualmente atende cerca de 200 crianças, com expectativa de ampliar esse número para 300 até 2026. Além de fortalecer habilidades motoras, a equoterapia melhora a socialização, o autocontrole e a autoestima dos praticantes.

“A equoterapia vai muito além da reabilitação física. É um trabalho que transforma a forma como o praticante se relaciona com o próprio corpo, com os outros e com o mundo. Cada sorriso e cada conquista são vitórias compartilhadas entre a família, os terapeutas e o cavalo”, resume o Capitão Lorensetti.

André Lima, Comunicação SES
Fotos: André Lima

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Saúde

Hemosul alerta que estoques de sangue estão em nível crítico

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Doadores podem comparecer durante a manhã ou a tarde, conforme horários estabelecidos pela unidade – Crédito: Hemocentro/ Divulgação

O Hemosul de Dourados está alertando a população para a necessidade de reposição do estoque e faz um apelo para que as doações normalizem. De acordo com o órgão, os estoques de sangue estão em nível de alerta e a doação de todos os tipos sanguíneos se faz urgente — especialmente dos tipos O+ e O-, que são os mais utilizados em emergências.

Conforme a direção, os níveis do estoque se encontram em situação preocupante e diversos comunicados estão sendo publicados nos canais da instituição para alcançar os doadores já cadastrados e novos doadores.

“Não existe substituto para o sangue. Ele é insubstituível em cirurgias, acidentes, partos e tratamentos de doenças graves. Cada doação pode salvar até quatro vidas”, reforça a equipe do Hemosul.

Para ser doador, é simples: basta estar em boas condições de saúde, ter entre 16 e 69 anos (menores de idade precisam de autorização dos responsáveis) e pesar mais de 51 quilos. É obrigatório apresentar um documento oficial com foto, e no dia da doação o voluntário deve estar bem alimentado.

Durante a reforma da sede oficial do Hemosul, na Vila Industrial, o atendimento está acontecendo temporariamente na Rua Oliveira Marques, nº 2.535 – Jardim Central. Os horários de funcionamento são: às segundas, quartas e sextas-feiras: das 7h às 12h30; e às terças e quintas-feiras: das 7h às 11h30 e das 13h às 17h.

O Hemosul reforça o convite para que novos e antigos doadores compareçam o quanto antes. Um pequeno gesto pode fazer uma enorme diferença — doar sangue é compartilhar vida.

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Saúde

Prefeitura entrega novos equipamentos na Unidade de Saúde do Izidro Pedroso

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Equipamentos entregues vão beneficiar principalmente o setor da odontologia, que recebeu equipamentos completos nas três salas de consultório. Foto: A. Frota

A Prefeitura de Dourados entregou nesta quarta-feira (10) novos equipamentos para a Unidade Básica de Saúde (UBS) do bairro Izidro Pedroso, reforçando a estrutura de atendimento e oferecendo melhores condições de trabalho aos profissionais da saúde. O prefeito Marçal Filho acompanhou a ação e chegou a ajudar no descarregamento do caminhão que saiu do Almoxarifado da Secretaria Municipal de Saúde lotado de materiais.

Durante a entrega, Marçal conversou com pacientes e funcionários da unidade. “Hoje viemos trazer cadeiras odontológicas, autoclaves, compressores, televisor e máquina de lavar”, afirmou o prefeito. “Estamos fazendo as entregas em várias unidades para que as pessoas recebam serviços de saúde de qualidade ainda melhor”, completou.

Além dos equipamentos gerais, a UBS também recebeu bebedouro e um conjunto completo de itens para o atendimento odontológico, como equipo com braço mecânico, refletor, mocho, cuspideira e fotopolimerizador. A unidade do Izidro Pedroso conta com três equipes de saúde e atende aproximadamente 10 mil moradores da região.

A moradora do bairro, Luciana Vieira, comemorou as melhorias. “Tenho acompanhado o trabalho de entrega de equipamentos nos bairros da cidade e em distritos”, enfatizou. “Isso é muito bom porque os profissionais precisam de melhores condições de trabalho e, com isso, o atendimento melhora e fica melhor pra gente”, destacou Luciana Vieira.

Durante a entrega, o prefeito também conversou com as dentistas Cleane, Rosângela e Natália, que aguardavam ansiosas pelos novos equipamentos. As profissionais agradeceram os investimentos, ressaltando que os materiais vão melhorar o desempenho dos serviços prestados.Os equipamentos fazem parte de um investimento de R$ 2 milhões, fruto de uma parceria entre a Prefeitura de Dourados e o Governo do Estado, com o apoio de emendas parlamentares de deputados estaduais. Diversas unidades de saúde do município já foram beneficiadas e as entregas irão continuar no município.

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