Cultura e economia caminhando juntas. Áreas aparentemente distantes mas que possuem afinidades e são complementares. É com essa visão que representantes dos governos de Mato Grosso do Sul e da província de Okinawa, região sul do Japão, se encontraram nesta sexta-feira (10) na governadoria, em Campo Grande. No final, ambos saíram com o compromisso de analisar projetos cultuais e logísticos.
Ciceroneados pelo ministro de carreira do Ministério das Relações Exteriores, João Carlos Parkinson de Castro, os presentes foram apresentados a um projeto idealizado pelo ministro e que visa fortalecer os laços econômicos entre as duas regiões, aproveitando-se dos laços culturais e afetivos já existentes.
A ideia é que, a partir da Rota Bioceânica, que projeta se tornar a principal via de escoamento da produção do Centro-Oeste brasileira para a Ásia, as mercadorias locais cheguem ao Oceano Pacífico e desembarquem em Okinawa, ilha localizada em área estratégica que encurtaria o tempo de viagem e distribuição.
“Queremos também incentivar Okinawa a se preparar para receber essa carga, virando um hub portuário para distribuir e redistribuir nossa produção com mais eficiência pela Ásia, explorando junto a vantagem cultura que Argentina, Paraguai e Chile não tem, é algo próprio de Mato Grosso do Sul”, explica Parkinson.
A proposta foi bem recebida pelo representante oquinauano, Tomohiro Uchiyama, que também apresentou as vantagens logísticas da província em comparação a outras regiões portuárias da Ásia – um exemplo é o famoso porto de Xangai, que fica mais longe.
Atualmente, via os portos de Santos e Paranaguá, o tempo para que a produção de Mato Grosso do Sul chegue ao ser principal mercado, a China, chega aos 60 dias. Com a criação de uma nova conexão comercial, esse tempo cairia para até 15 dias.
“Foi uma reunião produtiva, que representa nossos laços históricos com Okinawa e a aproximação de nosso Estado com a província japonesa. Esse fortalecimento pode ter um papel muito importante e sem dúvida a questão comercial virá acompanhada de relações afetivas e culturais, além do turismo”, destaca o secretário de Turismo e Cultura de Mato Grosso do Sul, Marcelo Miranda, que representou o governador no encontro.
Cultura e história em pauta
Destacando questões culturais e de intercâmbio, outra representante oquinauana no evento foi Kumiko Arakaki, que frisa a importância da construção conjunta de projetos que fortaleçam os laços históricos de Okinawa e Mato Grosso do Sul.
Um desses projetos idealizados pelos oquinauanos é o Museu Okinawa, que conta com apoio da Associação Okinawa de Campo Grande – esta também apresentou demandas como a retomada de parceria para intercâmbio para estudantes de Ensino Superior, entre outros.
“É importante que os mais jovens não se esqueçam essa conexão com Okinawa. Estamos pensando em negócios, mas também em projeto para que os jovens tenham essa conexão direta e possam conhecer sua história”, destaca Kumiko, em japonês.
Já pela Associação Okinawa, o diretor cultural adjunto Lucas Miyahira ressalta como positivo o encontro desta sexta. “É a oportunidade de aprofundar, consolidar esses nossos laços de amizade e cooperação, de apresentar uma parte de nossas ideias”.
Desde 1984 Mato Grosso do Sul e Okinawa são Estados Irmãos, conforme lei aprovada pela Assembleia Legislativa naquela época, ação firmada em Convênio de Fraternidade e que representantes de ambos os lados buscam manter.
A requisição de pequeno valor (RPV), que é o pagamento que o ente público é condenado a pagar por meio de processo judicial, poderá ter como teto 40 salários mínimos em Mato Grosso do Sul. É o que estabelece o Projeto de Lei 276/2024, protocolado na Assembleia Legislativa (ALEMS) nesta terça-feira (26) pela deputada Gleice Jane (PT).
A proposta altera a Lei 2.586/2002, que define a obrigação de pequeno valor. O RPV vigente, conforme disposto nessa lei, tem o limite de 515 Unidades Fiscais de Referência de Mato Grosso do Sul (Uferms). Na redação proposta, o valor passa a ser igual ou inferior a 40 salários mínimos. A alteração, segundo justifica Gleice Jane, atende ao parágrafo terceiro do artigo 100 da Constituição Federal.
O projeto “visa garantir maior efetividade na prestação jurisdicional, ao assegurar que os créditos de menor valor, reconhecidos por decisão judicial transitada em julgado, sejam pagos de forma célere e eficaz”, afirma a parlamentar. A mudança também “é necessária para atualizar os valores à realidade econômica atual, corrigindo defasagens que prejudicam os credores de menor porte e, consequentemente, a própria eficácia da Justiça”, acrescenta.
A previsão é que a proposta seja apresentada na sessão ordinária desta quarta-feira (27). Depois, fica em período de pauta para recebimento de emendas e segue para análise da Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJR). Se o parecer quanto à constitucionalidade for favorável, continua tramitando com votações nas comissões de mérito e no Plenário.
Nos últimos anos, a falta de água potável tem se tornado um problema cada vez mais grave nas aldeias indígenas de diversas regiões do Estado. O acesso à água, recurso essencial para a saúde, é uma luta para muitas dessas comunidades e tem sido constantemente debatida pelos parlamentares da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS). Na sessão desta terça-feira (26), os parlamentares voltaram a cobrar uma solução do governo.
Pedro Kemp (PT) foi o primeiro a tratar sobre o tema, solicitando uma força-tarefa das autoridades federais e estaduais para sanar a crise hídrica nas aldeias Bororó e Jaguapiru, localizadas no município de Dourados. “Moradores têm relatado a falta de água para beber, cozinhar, lavar roupas e tomar banhos, condições que afetam o dia a dia dessas pessoas, fazendo, inclusive, com que as crianças percam aula por falta de roupa limpa.
Conforme Kemp, os reservatórios das aldeias estão vazios, as crianças estão coletando água em córregos, o que agrava ainda mais a situação diante da contaminação por agrotóxico. “Diante de toda a situação de calamidade, os índios estão bloqueando rodovias em forma de protesto. Em 2023, o Governo do Estado, através da Sanesul, elaborou um projeto para solucionar a crise hídrica nas aldeias de Dourados. Orçado em R$ 35 milhões, foi inserido no PAC [Programa de Aceleração e Crescimento], entretanto, até o presente momento ainda não há notícias de que tenha sido colocado em prática”, informou.
Lia Nogueira (PSDB) também cobrou uma ação rápida do governo. “Isso já se arrasta há mais de 20 anos. Existe projeto para que água seja levada às aldeias e outros municípios, como Paranhos e Amambai, mas não sai do papel. Não dá mais para esperar, chegou ao limite. O governo precisa intensificar os esforços para garantir o acesso à água nas comunidades indígenas”, disse a deputada.
As sessões plenárias da Câmara dos Deputados e do Senado Federal foram encerradas na noite desta quarta-feira (13) após o registro de explosões perto do prédio do Supremo Tribunal Federal, em Brasília. Segundo o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, a Polícia Legislativa das duas casas está ajudando na apuração das circunstâncias do fato.
Ele também afirmou que a segurança nas duas casas está sendo reforçada. “É o momento de se aferir as circunstâncias e todos terem as cautela e as precauções devidas. É natural que, diante do acontecimento que foi noticiado, é óbvio que toda força de segurança tem que estar em alerta nesse instante”.
Pacheco lamentou o ocorrido e a morte de uma pessoa. “Lamento se tem uma pessoa morta, manifestamos toda a nossa solidariedade e lamentamos sem conhecer as circunstâncias”.
Ele também lembrou os acontecimentos de 8 de janeiro de 2023, quando centenas de pessoas invadiram e depredaram o prédios públicos de brasília. “Foi muito triste e relevante e mudou todos os padrões de segurança dos Três Poderes”.
O 2º vice-presidente da Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), suspendeu a sessão depois de receber as informações das explosões e da morte. “Estamos com seguranças em todos os acessos para garantir a nossa saída daqui a nossos lares”, afirmou.
Explosão
Policiais militares fazem uma varredura na Praça dos Três Poderes após duas explosões terem ocorrido na noite de hoje perto do prédio do STF. O Corpo de Bombeiros confirmou a morte de uma pessoa.
A perícia também está no local.
O acesso de pedestres e carros à Esplanada dos Ministérios foi fechado em decorrência das explosões, que ocorreram por volta das 19h30.
Em nota, o STF disse que foram “ouvidos dois fortes estrondos ao final da sessão e os ministros foram retirados do prédio com segurança”. “Os servidores e colaboradores também foram retirados por medida de cautela”, acrescenta. O público que participava da sessão que analisava ação sobre letalidade policial em favelas foi retirado às pressas. As explosões foram ouvidas após o encerramento da sessão.