Tipo que mais acomete mulheres no mundo, o câncer de mama atingiu cerca de 2,3 milhões de pessoas em todo o mundo, o que representa até 24,5% de todos os tipos de neoplasias diagnosticadas nas mulheres. As taxas de incidência variam entre as diferentes regiões do planeta, com as maiores taxas nos países desenvolvidos.
Segundo o INCA (Instituto Nacional de Câncer), estima-se que em 2021, ocorreram 66.280 casos novos de câncer de mama, com um risco estimado de 61,61 casos a cada 100 mil mulheres.
Ainda de acordo com o INCA, a doença também ocupa a primeira posição em mortalidade por câncer entre as mulheres no Brasil, com taxa de mortalidade ajustada por idade, pela população mundial, para 2019, de 14,23 para cada 100 mil pessoas do sexo feminino. As maiores taxas de incidência e de mortalidade estão nas regiões Sul e Sudeste do Brasil.
Entretanto, a doença que faz tantas vítimas anualmente, pode ter menor incidência, quando hábitos de vida saudáveis, como atividades físicas e alimentação equilibrada são adotados no cotidiano, como destaca o médico especialista em Saúde da Família e Comunidades e em Medicina do Esporte, Hugo Alessy.
“Quando se fala em prevenção ao câncer de mama, pensamos inicialmente na adoção de um estilo de vida saudável e isso inclui a prática de atividade física, pois, ela equilibra os níveis de hormônio e reduz o tempo de trânsito gastrointestinal, ajuda a manter o peso corporal, o que vai desencadear na prevenção do câncer de mama. Estudos indicam que a atividade física moderada, praticada por 30 minutos diariamente colaboram para a prevenção ao câncer, incluindo o de mama, mas já há estudos científicos que apontam que até menos tempo de atividades físicas realizadas já são benéficas”, pontua o médico.
Ainda segundo o especialista, não há necessidade de praticar tipos de exercícios específicos e sim, aquele que mais combina com o estilo de vida e preferência de cada pessoa.
“A melhor atividade é aquela onde a pessoa se sinta bem, que traga prazer e bem-estar. Não é a modalidade e sim o hábito que fazem a diferença”, avalia.
A alimentação é outra grande aliada para a saúde de modo geral, mas quando se fala em prevenção ao câncer de mama, alguns alimentos se destacam, como a cenoura, o brócolis, as frutas vermelhas e os peixes marinhos, conforme explica o Dr. Hugo Alessy.
“A cenoura contém betacaroteno, substância que evita radicais livres e protege o DNA contra a oxidação. Pesquisas da Universidade de Harvard indicam que comer duas porções do legume ao dia, reduz a incidência de câncer de mama em até 17%. Devido o suforano, o brócolis é outro alimento indicado, pois, ajuda eliminar do organismo as substâncias que auxiliam na proliferação das células cancerígenas. Outro alimento indicado são as frutas vermelhas, pois, seus fitonutrientes retardam o crescimento das células cancerígenas, assim como a uva e a romã. Esta, proporciona, segundo estudos, o mesmo efeito de alguns medicamentos usados para redução de células cancerígenas e por fim, os peixes marinhos, devido sua alta dosagem de ômega 3, presentes em especial no salmão e sardinha, que colaboram para desestruturar parte da membrana celular”, explica.
Entretanto, Dr. Hugo Alessy pontua que toda essa rotina deve estar acompanhada pelas visitas regulares ao médico e o autoexame, essencial para o diagnóstico e tratamento precoce.
“Não apenas durante a campanha Outubro Rosa, mas durante todo o ano, as mulheres devem realizar mensalmente o exame de toque e ao sentir dor, formação de caroço ou qualquer anormalidade no seio, axilas ou entorno, o médico deve ser consultado imediatamente. Quanto mais cedo o diagnóstico do câncer de mama acontecer, maior será o seu poder de cura”, avalia.
Os principais sinais e sintomas suspeitos de câncer de mama são: caroço (nódulo), geralmente endurecido, fixo e indolor; pele da mama avermelhada ou parecida com casca de laranja, alterações no bico do peito (mamilo) e saída espontânea de líquido de um dos mamilos. Também podem aparecer pequenos nódulos no pescoço ou na região embaixo dos braços (axilas).
Ainda segundo o Instituto Nacional de Câncer, não há uma causa única para o câncer de mama. Diversos fatores estão relacionados ao desenvolvimento da doença entre as mulheres, como: envelhecimento, determinantes relacionados à vida reprodutiva da mulher, histórico familiar de câncer de mama, consumo de álcool, excesso de peso, atividade física insuficiente e exposição à radiação ionizante.
Entre os principais fatores, relacionados ao cotidiano da mulher estão:
• Obesidade e sobrepeso, após a menopausa
• Atividade física insuficiente (menos de 150 minutos de atividade física moderada por semana)
• Consumo de bebida alcoólica
• Exposição frequente a radiações ionizantes (Raios-X, tomografia computadorizada, mamografia etc.)
• História de tratamento prévio com radioterapia no tórax
• Uso de contraceptivos hormonais (estrogênio-progesterona)
• Ter feito terapia de reposição hormonal (estrogênio-progesterona), principalmente por mais de cinco anos
Sobre o médico – Mineiro, o pós graduando em Medicina do Exercício e do Esporte e Saúde da Família e Comunidade, Dr. Hugo Alessy reside e atua em Mato Grosso do Sul há quase 12 anos, exercendo suas duas especialidades, sendo a segunda na rede pública de saúde. Sempre interessado em temas relacionados à qualidade de vida e longevidade, dedica-se também à Medicina do Exercício e do Esporte (ou medicina esportiva).
O segmento inclui atuação envolvendo hipertrofia, modulação hormonal, emagrecimento, obesidade, longevidade e qualidade de vida e caminha junto com especialidades médicas como Ginecologia, Urologia, Ortopedia, Cardiologia, Geriatria, Endocrinologia, etc.
Outubro Rosa – O movimento internacional de conscientização para a detecção precoce do câncer de mama, Outubro Rosa, foi criado no início da década de 1990, quando o símbolo da prevenção ao câncer de mama — o laço cor-de-rosa — foi lançado pela Fundação Susan G. Komen for the Cure e distribuído aos participantes da primeira Corrida pela Cura, realizada em Nova York (EUA) e, desde então, promovida anualmente.
O período é celebrado no Brasil e no exterior com o objetivo de compartilhar informações e promover a conscientização sobre o câncer de mama, a fim de contribuir para a redução da incidência e da mortalidade pela doença, por meio da disseminação de informações sobre o tema.
(Com assessoria. Foto: Divulgação)