nternos da Unei Dom Bosco estão tendo a oportunidade de aprender sobre as técnicas básicas do desenho a lápis em preto-e-branco e colorido. Graças à parceria com a Fundação de Cultura, que cedeu os materiais de uso dos internos durante o curso e o ministrante do curso, de forma voluntária, o ilustrador e artista digital Fabrício Martins da Silva, nove internos estão tendo as primeiras noções sobre traço e sombreamento no desenho.
A Unei Dom Bosco possui atualmente 23 internos, com capacidade para abrigar ao todo 80 meninos. Os nove que participam do curso de desenho foram escolhidos por não terem participado de atividade anteriormente oferecida pela Biblioteca Isaias Paim, que foi a Roda de Leitura.
E.A.S. M.T., de 17 anos, está na Unei Dom Bosco há cinco meses e estuda o 8º ano na instituição. Ele conta que desenhava no alojamento mas que frequentar as aulas “distrai bastante”. “Eu gosto bastante de vir, estou aprendendo a sombrear o desenho. O professor está ensinando a gente hoje. Quando eu sair daqui pretendo terminar os estudos fazer um curso de eletricista ou pintor para trabalhar. O desenho é uma terapia aqui dentro”.
Para o interno M.B.P. , de 18 anos, que está na Unei há quatro meses e cursa o 4º ano do Ensino Fundamental, “o desenho distrai da vida quando fico pensando na família”. “O professor é de boa, eu adoro desenhar, desenhava carrinho na escola. Estou aprendendo aqui a sombrear, a desenhar rosto, corpo. Eu queria também aprender a cortar cabelo. Quando eu sair daqui eu queria trabalhar como mecânico”.
J.L.P., de 17 aos, está há dez meses na Unei Dom Bosco. Ele tem dois filhos, sendo que um deles nasceu quando ele já estava na Unei. “Quando meu filho nasceu, eu me arrependi da vida errada. Eu não sou de sair do alojamento, par evitar brigas, mas com o curso a gente não fica pensando em besteira, proporcionou coisas diferentes, expressar meus sentimentos. Se eu estiver nervoso não desconto em ninguém”.
O professor de desenho, Fabricio Martins da Silva, disse que percebeu uma diferença absurda da primeira aula para a terceira aula, que aconteceu na manhã desta sexta-feira (30.09) na Unei. “Eu não esperava tanta qualidade de todos eles. No começo teve um ou outro que se destacou, mas hoje estão todos evoluindo. Para mim, que já tive problemas com depressão, dar aulas como voluntário na Unei é o significado de viver, porque com os problemas que eu enfrentei, poder ensinar algo de bom para os outros é a única coisa que preciso fazer”.
O Diretor Adjunto da Unei Dom Bosco e agente de segurança Jair da Costa Carvalho afirmou que a visão da gestão é que essas atividades realizadas na forma de convênio devem ocorrer, para que “as políticas se conversam e atendam aos adolescentes nos seus direitos, à cultura, ao esporte, ao lazer e entretenimento. Por meio dessas atividades eles desenvolvem o intelecto e traz uma calma necessária, a calma que permeia as atividades de artes, artesanato, que serve como terapia para o indivíduo”.
O diretor faz um convite a todos que desejam contribuir com trabalho voluntário para a instituição: “A Unei está de portas abertas para receber as atividades ofertadas aos internos. Parcerias público-privadas, com o terceiro setor, com o setor religioso, estamos abertos para realizar”.
O curso de desenho acontece às sextas-feiras, das 8 às 10 horas, e já está no terceiro encontro. Serão realizadas cinco aulas e após o término do curso os internos vão participar de uma exposição dos seus trabalhos na Biblioteca Pública Estadual Dr. Isaias Paim.
(Com assessoria. Fotos: Divulgação)