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Política

Bancada feminina celebra conquistas das mulheres no primeiro semestre

Oito propostas da pauta feminina viraram leis no primeiro semestre de 2022

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As senadoras estão comemorando vitórias alcançadas pela bancada feminina na primeira metade de 2022. O semestre foi marcado pela aprovação de medidas que garantem avanços na atualização de leis de proteção e apoio às mulheres, que vão desde proposições de combate à violência doméstica e de incentivo ao empreendedorismo feminino à derrubada do veto presidencial à distribuição de absorventes para mulheres de baixa renda, em março.

A distribuição gratuita de absorventes era um dos trechos vetados do PL 4.968/2019, que originou a lei de criação do Programa de Proteção e Promoção da Saúde Menstrual (lei 14.214, de 2021). A matéria teve como relatora a senadora Zenaide Maia (Pros-RN), que falou à Agência Senado. Com a decisão do Congresso, todos os trechos vetados foram incorporados à legislação.

— Apesar de o governo federal trabalhar contra as mulheres, o Congresso Nacional conseguiu muitas vitórias nesta primeira metade do ano, como essa derrubada de veto do presidente [Jair Bolsonaro] à distribuição de absorventes para meninas e mulheres de baixa renda, constante de um projeto que eu tive a honra de relatar. Outros aprovados no Senado significam vitórias, como o PL que endurece a punição dos crimes contra a honra das mulheres [PL 3.048/2021] e o que garante autonomia na escolha dos métodos contraceptivos [PL 2.889/2021] — ponderou Zenaide, que também mencionou a lei 14.326, de 2022, oriunda do  PLS 75/2012, que proíbe uso de algemas e outros tratamentos desumanos às presas gestantes.

Na sessão do Senado que celebrou o Dia Internacional da Mulher, em 8 de março, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, considerou ser preciso pôr fim ao costume de se concentrar a votação de projetos relacionados à pauta feminina nessa semana de celebração. Para ele, a atenção às mulheres deve estar presente na Casa o ano inteiro.

Resultados positivos

Outra matéria transformada em lei em favor das mulheres é a que incluiu a violência institucional dentre os crimes de abuso de autoridade. Originada do PL 5.091/2020, a lei 14.321/2022 prevê punição com até um ano de cadeia, além de multa, para quem submeter quaisquer vítimas de infração ou testemunhas de crimes violentos a procedimentos desnecessários, repetitivos ou invasivos, que as levem a reviver a situação de violência. A intenção é evitar que as vítimas sejam submetidas a novos graus de sofrimento.

Também resultou do esforço da Bancada Feminina no primeiro semestre a lei 14.330, de 2022, que incluiu o Plano Nacional de Prevenção e Enfrentamento à Violência contra a Mulher como instrumento de implementação da Política Nacional de Segurança Pública e Defesa Social (PNSPDS). A norma derivou do PL 4.287/2020, aprovado em maio.

Já a lei 14.324, de 2022, se refere à saúde feminina. Originada do Projeto de Lei (PL) 414/2020, a norma institui o dia 13 de março como Dia Nacional de Luta contra a Endometriose. O objetivo é sensibilizar a sociedade para os problemas da doença.

Para as senadoras, os resultados do semestre apontam o período como o mais produtivo em relação a essa pauta, quando comparado aos de anos anteriores. Procuradora da Mulher no Senado, Leila Barros (PDT-DF) destacou a atuação conjunta da Procuradoria e da Bancada Feminina na resposta a denúncias de violação de direitos, com notas e pedidos de providências públicos. Além disso, ela comemorou o fato de oito proposições terem virado leis somente no primeiro semestre de 2022, enquanto em todo o ano de 2021, esse total foi de nove.

— Um dos melhores indicadores da ação da Procuradoria Especial da Mulher no Senado é seu impacto legislativo. O fato de em seis meses a gente ter aprovado quase o mesmo número de leis do ano passado inteiro se deve muito, também, à proximidade e afinação do trabalho que desenvolvemos junto com a Liderança da Bancada Feminina. Isso fez nosso poder de pautar projetos aumentar, assim como nossa resposta a situações de violação de direitos — avaliou.

Mulher negra

A mulher negra foi homenageada pelo Senado, em sessão especial no dia 11 de julho. Por iniciativa de Leila Barros, a solenidade marcou o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra, celebrado anualmente em 25 de julho. Tereza liderou por 40 anos, no século 18, um quilombo na região do Vale do Guaporé (MT). Leila disse, na cerimônia, que o Senado está vigilante quanto a todos os aspectos do racismo estrutural que ainda fere as mulheres negras no Brasil.

Leila observou também que, após décadas de luta, ainda faltam mulheres negras nos parlamentos, no Judiciário e no Ministério Público, bem como em postos de liderança de grandes empresas, por exemplo. Ela sinalizou, no entanto, que os acontecimentos no Brasil e no mundo mostram que a mudança desse quadro é questão de tempo.

— Neste ano, em que comemoramos o bicentenário da nossa Independência, é obrigatório refletir sobre estes dois fatos importantíssimos: o primeiro, de que o nosso 7 de setembro não foi coroado, naquele momento, com a abolição da escravatura, que só aconteceu 66 anos depois; o segundo, é o fato de que nossa abolição da escravatura não foi seguida de políticas públicas a favor da causa negra. Apenas 100 anos depois a Constituição Federal de 1988 criou um marco para o acolhimento de políticas públicas afirmativas, reparatórias e de proteção aos direitos da população negra — salientou.

Mais mulheres na política

O semestre também foi marcado, em maio, pela realização do Seminário Mais Mulheres na Política, promovido pelo Senado. Com a presença de autoridades como a ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Cármen Lúcia, o evento destacou que o modelo de democracia representativa exige igualdade, numa luta que deve ser abraçada tanto pelos homens quanto pelas mulheres.

O presidente Rodrigo Pacheco considerou a sub-representação da mulher na política não apenas um fato injusto, mas também prejudicial ao país.

“Digo isso porque acredito que a maior participação das mulheres — além de fazer avançar as pautas femininas, evidentemente — traz um novo olhar, muda o jeito de se fazer política”, falou Pacheco na ocasião.

O presidente apresentou números sobre a produção legislativa após a criação da Bancada Feminina e mencionou projeto que fortaleceu a representatividade desse colegiado. Aprovado em março — e já transformado em resolução — o PRS 36/2021 garantiu a participação de ao menos uma integrante do grupo como titular ou suplente em todas as comissões da Casa.

Além do seminário que enfatizou a importância da mulher para aumentar a qualidade da política brasileira, a líder da Bancada Feminina, senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA), destacou a discussão de questões como a necessidade de aumento do orçamento de programas voltados à mulher e investigações de denúncias de assédio moral e sexual contra mulheres feitas nos últimos sete meses. Em entrevista à Agência Senado, Eliziane considerou o semestre produtivo devido à qualidade da bancada que, “apesar de ser pluripartidária, tem consciência de grupo e vota de forma unida em diversos momentos”.

— Em ano eleitoral, vamos lutar por mais candidaturas de mulheres em todos os cargos eletivos, por participação massiva das mulheres nos dias das eleições, por uma vontade maior de empoderamento social e político — ressaltou.

Esforço conjunto

Mais de 15 proposições constam do pacote de matérias aprovadas pelo Senado em favor das mulheres na primeira metade de 2022. Algumas já foram convertidas em leis, enquanto outras seguiram para votação na Câmara dos Deputados. É o caso do projeto que afasta a possibilidade de a defesa do acusado usar teses da legítima defesa da honra, da defesa de valor moral ou da violenta emoção para atenuar crimes de feminicídio e de violência doméstica e familiar contra a mulher. O PL 2.325/2021 foi aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) no dia 6 de julho.

Também aguarda votação dos deputados proposta que incentiva ações nacionais de atendimento aos homens, em especial na área da saúde mental, para prevenção da violência contra a mulher. O substitutivo foi apresentado por Leila Barros ao PL 4.147/2021, de autoria do senador Wellington Fagundes (PL-MT), e altera a Lei Maria da Penha (Lei 11.340, de 2006).

Já o PL 3.342/2020 prevê concessão de crédito de até R$ 20 mil para mulheres empreendedoras das áreas de beleza, estética, vestuário, comércio de artigos femininos e alimentação afetadas pela pandemia de covid-19. Autora do projeto, a senadora Rose de Freitas (MDB-ES) argumentou que muitas medidas adotadas para socorrer os prejudicados pela pandemia não chegam a um grande número de mulheres. Ela acredita que a proposição abre as portas para mudar esse quadro e melhorar a economia.

Ao tempo em que celebrou o alto volume de iniciativas do Senado, Zenaide Maia avaliou que essa mobilização não pode ficar restrita. Para ela, além do esforço da Casa, é fundamental que a Câmara dos Deputados também agilize a apreciação e finalize o encaminhamento das matérias aprovadas, a fim de que o segundo semestre do ano também termine com saldo favorável.

— Tivemos um balanço positivo, mas o trabalho continua. Espero que no segundo semestre a Câmara possa votar todos os projetos da pauta feminina que já passaram pelo Senado e que, em breve, nós tenhamos essas leis sancionadas — finalizou Zenaide.

Novas iniciativas

A senadora Nilda Gondim (MDB-PB) adiantou à Agência Senado que deverá apresentar novas proposições no segundo semestre que contribuam para ampliar a participação da mulher na política. O Senado conta atualmente com 15 senadoras, de um total de 81 vagas. Nilda afirmou que pretende atuar para estimular as mulheres a entrarem para a política e avaliou que, como representantes das brasileiras, as parlamentares têm olhar sensível e direcionado para as necessidades dessas cidadãs.

— Olhamos também para as meninas de hoje, mães do nosso futuro. Nos próximos meses, continuaremos imbuídas no mesmo propósito de lutar pelas conquistas femininas, pela maior participação da mulher na sociedade e na vida pública, para que tenhamos cada vez mais espaços de poder, espaço que também nos cabe — comentou Nilda.

Em pronunciamento em Plenário no dia 7 de julho, o senador Jorge Kajuru (Podemos-GO) defendeu a aprovação de outra matéria em favor das mulheres, recentemente apresentada por ele: O PL 1.836/2022, intitulado “Projeto Klara Castanho”, que protege o sigilo do processo envolvendo mãe ou gestante que pretende entregar o próprio filho para adoção. Segundo o texto, o responsável por tornar pública a informação sem o consentimento da parte envolvida responderá penal, cível e administrativamente.

Kajuru se inspirou no caso da atriz Klara Castanho que, após ser vítima de estupro, entregou o filho para adoção após o parto legalmente. A história se tornou pública em junho, depois que uma profissional da área de saúde supostamente repassou a informação para a imprensa.

— Minha intenção com o projeto é criar mais uma medida protetiva para as mulheres, ainda vítimas de situações inimagináveis em pleno século 21. O mundo avança, mas o preconceito contra as mulheres segue renitente, assim como a violência — pontuou o senador.

O segundo semestre de 2022 também será marcado por momentos-chave para a luta feminina: a comemoração do aniversário de 16 anos da Lei Maria da Penha, em 7 de agosto; a Campanha Outubro Rosa, de prevenção e enfrentamento ao câncer de mama; e a campanha internacional dos 16 Dias de Ativismo, que no Brasil se desdobram em 21 dias, entre 20 de novembro e 10 de dezembro.

Projetos enviados à Câmara

PL
3.946/2021
Estabelece regras e requisitos para o exercício de doula, profissionais que oferecem apoio durante a gestação e no parto
PL
2.889/2021
Proíbe planos de saúde de exigirem o consentimento do cônjuge ou do companheiro para que mulheres utilizem métodos contraceptivos
PL
3.048/2021
Aumenta em um terço as penas de crimes contra a honra (calúnia, injúria e difamação) cometidos contra mulheres
PL
3.717/2021
Determina que mães solo podem passar a ter prioridade de atendimento em políticas sociais e econômicas
PLS
47/2012
Garante às mulheres vítimas de violência doméstica e familiar, atendimento prioritário em delegacias, hospitais e centros de assistência social
PL
3.342/2020
Concede crédito de até R$ 20 mil para mulheres empreendedoras das áreas de beleza, estética, vestuário, comércio de artigos femininos e alimentação que foram afetadas pela pandemia de covid-19
PL
3.154/2019
Determina que todas as instituições de ensino do país terão que fazer campanhas de conscientização e prevenção da violência doméstica e familiar
PL
4.147/2021
  
Incentiva ações nacionais de atendimento aos homens, em especial na área da saúde mental, para prevenção da violência contra a mulher
PLS
75/2012
Busca assegurar a assistência humanitária para a gestante que está presa
PLC
130/2011
Estabelece multa para combater a diferença de remuneração verificada entre homens e mulheres no Brasil.

Projetos no Senado

PEC
6/2022
Altera o art. 94 da Constituição Federal, para determinar que uma em cada duas das listas sêxtuplas de indicações para os tribunais sejam constituídas exclusivamente por indicações de mulheres
PL
1.836/2022
Protege o sigilo do processo envolvendo mãe ou gestante que pretende entregar o próprio filho para adoção.

Projetos tornados lei

PL
6.554/2019
Amplia o atendimento de atenção integral à mulher pelo Sistema Único de Saúde (SUS) na prevenção e no tratamento dos cânceres do colo uterino, de mama e colorretal  Lei nº 14.335, de 2022

 

PL
4.287/2020
Inclui o Plano Nacional de Prevenção e Enfrentamento à Violência contra a Mulher como instrumento de implementação da Política Nacional de Segurança Pública e Defesa Social (PNSPDS)  Lei nº 14.330 de 2022

 

PL
5.091/2020
Inclui o crime de violência institucional na Lei de Abuso de Autoridade Lei nº 14.321 de 2022
PL
414/2020
Institui o dia 13 de março como Dia Nacional de Luta contra a Endometriose Lei nº 14.324 de 2022
PL
1.136/2019
Cria o Dia Nacional de Conscientização das Doenças Cardiovasculares na Mulher Lei nº 14.320 de 2022
PRS
36/2021
Busca garantir maior participação feminina nas comissões do Senado Resolução do Senado Federal nº 7 de 2022
PRS
54/2020
Denomina como Redação Repórter Larissa Bortoni a sala da redação da Rádio Senado Resolução do Senado Federal nº 12 de 2022

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

(Fonte: Agência Senado. Foto: Reprodução)

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Política

Elias Ishy visita secretária de Cultura e defende política municipal de cultura

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Ishy esteve na sexta-feira (21) com a secretária Gisella Melo, na Secretaria de Cultura. (Foto: João Pires)
O vereador Elias Ishy (PT) esteve na Secretaria de Cultura, na sexta-feira (21) para conhecer os projetos desenvolvidos pela pasta e levar as demandas relativas ao mandato. Ele foi recebido pela secretária Gisella Silva Melo Dourado, que apresentou os principais projetos em andamento, agenda de eventos programados para os próximos meses e os desafios enfrentados neste início de gestão.

No encontro, o vereador destacou a necessidade de maior investimento na política cultural do município, a valorização de artistas locais e ressaltou ações do mandato para o fortalecimento do Conselho Municipal de Cultura.

Também reforçou a importância de projetos culturais em bairros periféricos, entre eles, o incentivo à cultura hip hop como forma de inclusão social. “Estamos colocando o nosso mandato à disposição, para que tenhamos uma política cultural à altura da nossa cidade, envolvendo todos os segmentos do município”, afirmou Ishy, autor da lei que cria a Semana do Hip Hop.

Ishy também abordou sobre o Teatro Municipal, que ainda depende de melhorias para o pleno funcionamento. Segundo a secretária, o local passou por algumas reformas, entre elas, no palco de apresentações. Porém segue interditado. “Vamos acompanhar a aplicação dos recursos existentes, para que a retomada dos eventos no teatro, aconteça o mais rápido possível”, afirmou Gisella.

O vereador destacou ainda a participação das entidades de ensino na agenda de eventos e programações culturais. “Dourados conta com o Instituto Federal e quatro universidades, entre públicas e particulares, colocando a cidade como um centro cultural para todo o Estado. Quero colocar o mandato à disposição, para buscar recursos federais, estaduais, municipais, para fomentar com a comunidade cultural do município uma política cultural bem ativa”, reforçou.

Autor:Assessoria/CMD

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Política

Em evento dos 45 anos do PT, Lula pede defesa da democracia

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou neste sábado (22) do evento de aniversário de 45 anos do Partido dos Trabalhadores (PT), ao qual é filiado e é um dos fundadores. Lula usou grande parte do discurso, em um Armazém no Píer Mauá, zona portuária do Rio de Janeiro, para pedir que os militantes defendam a democracia e combatam as notícias falsas – fake news.

Em vários momentos, militantes e oradores entoaram manifestações contra qualquer anistia aos envolvidos nos acontecimentos de 8 de janeiro de 2023, que terminou com prédios públicos vandalizados em Brasília.

O presidente fez referências à denúncia enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF) pela Procuradoria-Geral da República (PGR), que responsabiliza 34 pessoas, entre elas o ex-presidente Jair Bolsonaro, por uma tentativa de golpe e plano para assassinar autoridades.

“Eles agora estão pedindo anistia, nem foram condenados, já querem ser anistiados. Eles deveriam estar pedindo era inocência, sabe, e não pedir anistia. Eles vão ser julgados, se tiverem culpa, vão ser condenados”, discursou. “A gente gosta da democracia, a gente vai defender a democracia”, complementou.

Fake news

Lula pediu que os manifestantes combatam notícias mentirosas. “É preciso que a gente tenha coragem de enfrentar as fake news”.

Em janeiro, uma onda de notícias falsas sobre taxação de transações via PIX forçou a Receita Federal a revogar um ato que tratava de monitoramento de transferências.

Sem citar nominalmente, Lula fez críticas ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Ele citou ações do americano, como renomear o Golfo do México de Golfo da América e dizer que o Canadá e a Groelândia pertencem ao Estados Unidos.

“Ele não foi eleito para ser xerife do mundo, ele foi eleito para governar os Estados Unidos e ele que governe bem”.

Ao defender que as pessoas conheçam as ações do governo para que possam rebater mentiras, Lula fez críticas ao próprio ministério.

“Fiz uma reunião ministerial faz mais ou menos 20 dias e descobri na reunião que o ministério do meu governo não sabe o que nós estamos fazendo. Se o ministério não sabe, o povo muito menos”.

Partido

O presidente disse que o PT, fundado em 10 de fevereiro de 1980, não é apenas um partido político, é uma ideia de que a democracia é um valor inegociável e de que se deve governar para todos, “com olhar especial para aqueles que mais precisam”.

Entretanto, afirmou que o partido precisa avançar. “precisamos voltar a discutir política dentro da fábrica, no local de trabalho, ir onde a classe trabalhadora está, na cidade no campo. É preciso que a gente volte a dialogar com a periferia, percorrer o Brasil, dialogar com as igrejas, gastar sola de sapato na periferia, ocupar de novo as ruas”, disse.

O evento de aniversário contou com a participação de filiados, como os governadores Jerônimo Rodrigues (Bahia) e Elmano de Freitas (Ceará), parlamentares e ministros e representantes de movimentos sociais. Apesar de não ser filiada ao PT, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, também esteve presente. Integrantes de partidos aliados também compareceram.

No discurso, Lula listou feitos do atual governo nas áreas social, como ampliação do Bolsa Família; e econômica, com dados de baixa recorde do desemprego, aumento do salário mínimo e expansão da economia.

Afagos

O presidente elogiou a atual presidente do PT, a deputada federal Gleise Hoffmann e rebateu opiniões que ouviu dentro do próprio partido de que Hoffmann não poderia presidir a legenda porque “só fala para bolha”.

“O bom presidente do PT não é aquele que fala para fora, é aquele que fala para dentro, é aquele que ganha a confiança do partido. Depois que tiver a confiança do partido, pode falar para fora, mas se não tiver a confiança do partido, não vai conseguir falar para fora porque ninguém vai querer respeitar alguém que não é querida dentro do seu partido”, declarou.

Lula também afirmou que a primeira-dama, Janja Lula da Silva, é alvo de críticas de pessoas que querem atingi-lo indiretamente.

“Eu digo sempre para Janja, ‘você tem duas opções: ou você para de fazer o que você gosta, e eles vão parar de te incomodar, ou você continua falando até perceberem que não vão mudar a tua ideologia, não vão mudar o teu pensamento’, isso é uma guerra”, contou.

O presidente ressaltou que a primeira dama pode falar o que quiser. “Eu não sou obrigado a concordar, mas se discordar, também eu tenho que perder alguns debates”.

Outro citado pelo presidente foi o ministro da Educação, Camilo Santana. Lula chegou a brincar com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que foi titular da pasta da Educação de 2005 a 2012.

“O Haddad foi o melhor ministro da Educação que eu tive no Brasil. Agora ele está preocupado porque o papel do Camilo é deixá-lo em segundo lugar. Porque só assim com essa disputa é que a gente vai consertar a educação, que é uma dívida histórica da elite brasileira com o povo brasileiro que precisa estudar”.

Saúde

De acordo com a agenda divulgada pela presidência da República, Lula seguiu para Brasília logo após o evento. Ele estava no Rio desde a véspera, quando participou da cerimônia de assinatura do contrato de concessão à iniciativa privada de um terminal no Porto de Itaguaí, na região metropolitana do Rio.

No evento, ele comentou que realizou exames médicos em São Paulo, na quinta-feira. “Acho que vai ser muito difícil um jovem de 40 anos ter a saúde e a qualidade da saúde que eu tenho”, disse o presidente de 79 anos.

“Eu quero dizer a todos aqueles que acham que podem destruir o PT. Eu quero dizer a todos aqueles que acham que podem destruir a integridade de um homem que eu estou mais vivo do que nunca, mais forte do que nunca e quem quiser nos derrotar vai ter que ir para o lugar que a gente sabe combater, que é na rua conversando com o povo”.

Gleise Hoffmann

A presidente do partido, Gleise Hoffmann, disse que é um feito “chegar aos 45 anos de luta, resistência e conquistas”. Segundo ela, o PT é um partido de organização política “de baixo para cima”.

Ela afirmou que uma das prioridades da legenda é a proposta de cobrar mais impostos de pessoas muito ricas. “Agora é avançar com firmeza, determinação e urgência na reforma do imposto de renda e no fim das desonerações indecentes, para que os muito ricos finalmente paguem o imposto justo e devido sobre os seus lucros e dividendos, sobre o muito que extraem do país”.

Gleise Hoffmann disse ainda que o governo está resolvendo o déficit orçamentário (saldo entre receitas e despesas) e fez elogios ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

“Nós saímos de 2023, de um déficit de 3.2% [do PIB, tamanho total da economia] e você conseguiu colocar um déficit de 0,09% [do PIB]. Isso é compromisso com as contas públicas”.

A presidente do partido afirmou ainda que “não há divergência entre a aliança ampla para as eleições e a defesa dos direitos do povo. Essa é uma falsa polêmica”.

“Foi essa conjunção de aliança que fizemos em 2022. Essa é a sua marca, presidente Lula, alicerce no povo. É dela que surgem as condições para fazer uma ampla aliança para consolidar a democracia e reconstruir o nosso país”.

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Câmara de Dourados cria Comissão de Proteção e Defesa dos Animais

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A Câmara Municipal de Dourados realizou, nesta segunda-feira (10), a segunda Sessão Ordinária do ano legislativo. Na abertura, na Tribuna Livre, a coordenadora da Sociedade de Apoio à Luta pela Moradia, Rosemeire da Silva, falou sobre os programas sociais referentes à habitação e Conselhos de Habitação em Dourados.

Durante a sessão, os vereadores aprovaram por unanimidade Projeto de Resolução em única discussão e votação, que altera e acrescenta dispositivos ao Regimento Interno da Câmara Municipal de Dourados, criando a Comissão Permanente de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais, a 21ª da Casa de Leis.

“Esse é um assunto que tem uma demanda muito grande na sociedade e por isso, junto com a vereadora Karla Gomes, propomos a criação dessa comissão, se somando às demais 20 comissões já existentes. É mais uma comissão de trabalho para os vereadores debaterem e estarem conectados com a sociedade”, explica ao vereador Elias Ishy (PT), um dos que assinaram a preposição, junto com Karla Gomes (Podemos).

“Agradecer a todos os vereadores por apoiar essa causa que é também uma causa de saúde pública. É um grande passo para que as leis sejam cumpridas na criação e aplicação de políticas públicas nesta área”, completa a vereadora.

Além disso, a presidente Liandra Brambilla (PSDB) comunicou que recebeu ofício por parte do Poder Executivo designando o vereador Márcio Pudim (PSDB) como líder do prefeito Marçal Filho na Câmara Municipal.

Os vereadores analisaram outros projetos. Foram votados e aprovados, em regime de urgência, dois projetos em primeira discussão e votação:

a) Projeto de Lei Complementar nº 001/2025, de autoria da Mesa Diretora, que cria cargos efetivos, cargos em comissão e funções de confiança, em alteração ao Anexo I, Tabelas A, C E e, Anexo IV da Lei Complementar Municipal nº 419, de 22 de outubro de 2021.
b) Projeto de Lei Complementar nº 002/2025, de autoria do Poder Executivo, que altera e cria dispositivos na Lei Complementar nº 118, de 31 de dezembro de 2007 e Lei Complementar nº 442 de 15 de setembro de 2022.

Mais dois projetos em única discussão e votação:

a) Projeto de Decreto Legislativo nº 001/2025, de autoria dos Vereadores Infra-assinados, que concedem Título de Cidadão Douradense ao General de Brigada Abelardo Prisco de Souza Neto, pelos relevantes serviços prestados à sociedade.
b) Projeto de Resolução nº 001/2025, de autoria da Mesa Diretora, que altera dispositivos na Resolução nº 156, de 12 de abril de 2021, que dispõe a concessão de Suprimento de Fundos a Servidor e dá outras providências.

Fonte: Assessoria/CMD

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